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Astrid Aumont
A Casa na Plantação
OBSERVEI O TETO SEM GRAÇA DO QUARTO de hotel, já havia bebido mais álcool do que deveria ser saudável, mesmo para uma original.
— Moonlight?
Fechei os olhos ao ouvir a voz de Elijah, entrando no quarto de hotel. Eu deveria ter ido embora de New Orleans assim que tive a oportunidade, iria me poupar muito drama.
— Vá embora, Elijah!
Como era de se esperar, isso não fez ele ir embora, apenas serviu para fazer ele se aproximar e sentar na beirada da cama.
— Quer conversar?
— Quero que você vá embora, na verdade.
Ele suspirou baixinho e tirou os sapatos, então se deitou ao meu lado na cama, também encarando o teto.
— Imagino que você não deve estar bem com tudo o que aconteceu hoje — Elijah começou, devagar — Não deve ser fácil descobrir que pode ter filhos, após mil anos.
Bufei baixinho.
— Eu não quero filhos, Elijah. Não retiro o que falei lá no cemitério, condenar uma criança a essa família seria cruel, não consigo entender como você pode achar tudo isso uma ótima ideia, não somos uma família feliz.
Elijah suspirou.
— Você viu os olhos de Klaus quando ele escutou o som dos batimentos do bebê, por um momento, ele quis isso de verdade.
Eu sabia que aquilo era verdade.
— No momento em que a notícia sobre essa criança se espalhar, teremos filas de inimigos batendo na nossa porta — murmurei — E agora há uma maneira de nos matar, ou seja, Klaus vai enlouquecer e começar a criar planos por causa da paranóia. Como arrastar um bebê para isso seria uma boa ideia?
Ele me encarou, sério.
— Talvez esse bebê seja a esperança que a nossa família precisa.
— Não vamos virar uma família de comercial de margarina num passe de mágica por causa de um bebê milagroso — retruquei — Lijah, você precisa ouvir a razão e deixar de lado esse sentimentalismo.
Seus olhos estavam focados em mim.
— Se esse bebê for a redenção de Klaus, você não iria querer lutar por isso? A possibilidade de ter o velho Nik de volta?
As memórias da versão humana de Klaus surgiram na minha mente, fazendo meus olhos lacrimejarem. Nik havia sido o meu irmãozinho, o lobinho pelo qual eu teria feito qualquer coisa para ver feliz, depois que minha mãe e meus irmãos morreram devido a doença, meu pai confessou o caso com Esther e não precisei ser muito inteligente para perceber que Nik era o meu irmão, desde aquele dia, prometi a mim mesma que faria de tudo para não o perder.
Infelizmente, a imortalidade e o tempo havia mudado a pessoa que meu irmão um dia havia sido. O doce e incrível Nik havia se transformado no temido monstro Klaus Mikaelson, alguém paranóico, instável e que não se importava de enfiar os irmãos em um caixão.
— Você acredita que esse bebê vai fazer a gente ter o nosso Nik de volta?
— Sim.
Voltei a encarar o teto, pensando sobre aquilo.
— Eu não vou ser babá da lobinha grávida — murmurei — e nem espere que eu fique me metendo em esquemas de dominação da cidade.
Elijah colocou a mão no meu rosto, fazendo eu voltar a lhe encarar.
— Eu só preciso que você esteja aqui.
Concordei devagar, então ele me puxou para que eu pudesse deitar em seu peito, o que prontamente aceitei. A mão de Elijah passeava pelas minhas costas, fazendo carinho.
Mesmo com tudo que havia acontecido naquele dia, foi fácil adormecer.
— Sei que posso enfrentar qualquer coisa quando você está ao meu lado — ele sussurrou tão baixinho que eu quase pensei que era o sono causando ilusões.
°°°
PARA A MINHA SURPRESA, QUANDO ACORDEI, ainda estava abraçada a Elijah, eu definitivamente não esperava que ele ainda estivesse ali.
— Lijah?
— Bom dia — ele disse, sua mão fazendo carinho no meu cabelo — Quer tomar banho enquanto peço o café?
Concordei devagar, levantei da cama e segui para o banheiro. Me arrumei rapidamente, colocando um vestido leve para o dia, quando saí do banheiro, Elijah estava sentado na mesinha que havia no quarto, havia um enorme café da manhã ali, o que prontamente agradeci e me sentei na cadeira disponível.
— Então, qual o seu plano para hoje?
Ele me encarou enquanto bebia sua xícara de café.
— Lembra daquela casa na antiga plantação? Ainda nos pertence e já que vamos ficar na cidade por algum tempo, pensei que seria interessante ficarmos lá.
Lembrei imediatamente da casa, foi um dos meus lugares favoritos.
— Pode ser.
— Você pode ir para lá com Klaus para arrumar as coisas enquanto eu busco Hayley com as bruxas.
Estreitei os olhos, um sentimento amargo surgindo dentro de mim.
— Você é tão prestativo com a Lobinha.
Elijah arqueou a sobrancelha.
— Ciúmes?
— Hum.
Ele suspirou e pegou minha mão, um olhar carinhoso cruzando seu rosto.
— Hayley agora é da família.
Revirei os olhos.
— Eu avisei para ela fugir — resmunguei — Imagina, carregar um filho do Klaus.
Repentinamente, Elijah se endireitou na cadeira, o corpo ficando tenso, o que imediatamente me deixou confusa.
— Por acaso, não há a possibilidade de você...?
Demorei alguns segundos para entender o que ele estava perguntando. Franzi a testa, sem acreditar que ele estava mesmo questionando aquilo.
— Você está perguntando se fiquei com alguém, gerando a possibilidade de estar grávida? — perguntei, devagar — Lijah, desde que quebrei a maldição, a única pessoa que estive romanticamente foi uma mulher.
Imediatamente ele relaxou.
— Ok.
Terminamos nosso café da manhã em silêncio, então juntei minhas coisas e esperei Klaus na frente do hotel, já que Elijah estava usando o carro para buscar Hayley.
Não demorou muito para o meu meio irmão aparecer, joguei minhas malas no banco de trás e entrei no carro, ajeitando meus óculos escuros. Klaus me encarou e sorriu sarcástico, eu ainda podia perceber os resquícios do seu surto de ontem.
— Bom dia, maninha.
— Klaus.
Ele começou a dirigir pelas ruas, aproveitei e apoiei meus pés no painel do carro, tirando meu celular do bolso e começando a digitar uma mensagem para Katherine, explicando que teríamos que remarcar nossa saída, já que eu não conseguiria sair tão cedo de New Orleans.
— Você deve estar odiando toda essa situação — ele provocou — Toda a atenção de Elijah voltado para a garotinha grávida.
Revirei os olhos, Klaus sabia todos os botões que precisava apertar para me irritar.
— Não sei do que está falando.
Ele gargalhou.
— Você sempre foi ótima quando se trata de negação — Klaus provocou — posso ver o ciúmes começando a lhe corroer com a forma como ele estava protegendo a garota ontem. Elijah, o protetor da família...
Respirei fundo, não iria dar a Klaus o gostinho de me acertar.
— E mais uma vez, Lijah está limpando a sua bagunça — retruquei — se eu fosse aquela garota, iria me livrar do bebê e fugir o mais rápido de New Orleans.
Klaus suspirou.
— Não vou ser um bom pai, Astrid.
Pela primeira vez em muito tempo, ele havia abaixado suas defesas e tirado a sua máscara. Coloquei a mão em seu ombro e apertei, querendo mostrar que estava ali, eu entendia de onde estava vindo aquilo, afinal, Klaus havia tido Mikael como figura paterna.
— Ninguém nasce sabendo ser um bom pai, mas o importante é ter amor e estar disposto a tentar.
O corpo dele estava tenso, seu olhar focado na estrada.
— E se eu for tão horrível quanto Mikael?
— Ninguém consegue ser pior que ele — retruquei, rápido — estamos falando do cara que assassinou meu pai na minha frente e depois ainda abusou de mim, então eu tenho propriedade para dizer que você não é como ele.
Ele fechou os olhos por um momento.
— Eu odeio lembrar do fato que ele te machucou — murmurou — preferia mil vezes ser machucado no seu lugar.
Meu coração esquentou e eu considerei que talvez Elijah tivesse razão, realmente havia chances de Klaus mudar, de forma positiva, por seu filho. Era absolutamente tudo o que desejava.
— E talvez eu seja uma boa tia — falei, saindo de assunto pesado — Quer dizer, eu sempre posso mimar a criança com presentes caros.
Um pequeno e discreto sorriso surgiu em seus lábios, fazendo com que eu me sentisse satisfeita. O resto do caminho foi em um agradável silêncio, demorou cerca de quinze minutos para finalmente chegarmos na antiga mansão.
Desci do carro e respirei fundo, havia diversas memórias daquele lugar.
— Continua igual.
— É — Klaus concordou — Será nossa casa pelos próximos dias, até eu recuperar a cidade e me tornar o novo rei.
Revirei os olhos e abri a porta da casa, então espirrei, fazendo Klaus gargalhar.
— Oh, sempre me divirto que nem a imortalidade foi capaz de curar sua alergia a pó — ele murmurou, feliz — Preciso contratar algumas pessoas para dar uma limpada nesse lugar, sério... Isso aqui deve estar fechado a uns trinta anos, talvez mais.
Concordei devagar, tentando não espirrar novamente.
— Deveríamos ter pensado antes sobre contratar uma equipe de limpeza.
Peguei minhas coisas e levei para meu antigo quarto, no segundo andar, todos os móveis estavam tapados com panos brancos, que dava um aspecto de casa mal assombrada bizarro. Coloquei as malas no canto e comecei a retirar os panos e juntar todos eles em uma única pilha.
Desci as escadas com aquela pilha de panos e joguei no meio da sala, na frente do meu irmão, que me observava com diversão.
— Se você fizer piadas sobre minha alergia, vou socar a sua cara.
Klaus levantou as mãos, em rendição.
— Oh, eu nunca faria isso, lobinha.
— Mentiroso.
Seu sorriso aumentou.
— Assim você me ofende, pensando tão mal de mim, maninha...
— Vejo que vocês dois já começaram o processo de limpeza — a voz de Elijah soou — e surpreendentemente, sem brigas.
Nós dois nos viramos para Elijah, que estava entrando na sala acompanhado da lobinha grávida, que parecia extremamente desconfortável com toda aquela situação, o que era compreensível.
— Tirando o fato de que Klaus está rindo da minha alergia...
Ele arregalou os olhos.
— Eu não ri.
— Você riu sim, eu não sou surda.
Hayley forçou um sorriso.
— Eles são sempre assim? — ela murmurou.
Elijah sorriu.
— Normalmente são piores.
Troquei um olhar com Klaus, que apenas suspirou dramaticamente.
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