14. Festa do Pijama
— Que roupa eu uso pra Fogueira?
— Clarissa, tanto faz.
— É a minha primeira fogueira, uh, eu deveria levar o meu ukulele?
— Você vai tocar música infantil? — perguntou Jade.
— Eu nunca.
Um pergaminho mágico adentrou o Chalé desgovernado, os quatro semideuses abaixaram.
— É O FIM DO MUNDO.
O pergaminho voava sem rumo até ir de encontro com uma almofada. Thomas por ser o mais próximo, leu-o.
— Semideusa Jade está desconvidada da fogueira e da posterior missão.
— Eu, o quê?
— Desculpa Jade, é o que está escrito.
— Me dá essa merda.
— A língua!
Jade lia as palavras ainda desacreditada.
— VOCÊ TÁ ME ZUANDO.
Ela quebrou o pergaminho, o qual se reconstituiu e saiu voando mais cambaleante do que antes.
— Ei, eu tenho certeza que tem alguma explicação pra isso. — disse Jessica.
— Bel não acha que estou preparada e ele tem razão.
— Jade, você desfez o charme de uma das deusas do charme — pontuou Jessica.
Jade deu de ombros.
— Você é muito poderosa — completou Thomas.
— Eu gosto da sua bota — disse Clarissa sorrindo.
— Valeu, mas eu realmente queria ir nessa missão.
— Se você não for, nós não vamos.
— Vão se fuder, vocês não podem arriscar uma missão por minha causa.
— Não vai ter graça sem você Jade.
— Vou sair daqui, todo esse papo tá me dando diabetes.
Os três riram. Jade foi para a porta do Chalé, ela podia ver a preparação para a fogueira. "Pelo menos essa não queimava bruxas." Pensou consigo.
— Ei — Jade parou Belissário.
— Olá Jade.
— Eu fui a única desconvidada da fogueira?
— Todos os filhos de Hécate foram.
O imortal girava lendo sua prancheta, Jade o parou.
— Por quê? O que está acontecendo?
Belissário voltou a girar no sentido anti-horário.
— Jade, eu não posso conversar agora...
— Um livro de magia negra foi roubado — disse um garoto asiático, cabelos negros, olhos castanho escuro, aparentava ter 15 anos.
— Isso é verdade Bel?
— Eu realmente estou ocupado, sint...
— NÃO.
Seu grito fez Belissário cair no chão assustado, atrás da garota vultos surgiram, ela foi a única a não percebê-los.
— Você vai me contar o que está acontecendo agora.
Jade usou charme sem perceber, estava zangada demais para se atentar a sua fala. Belissário e Conan perceberam, os dois estavam espantados.
— Sim, venham para o Chalé 1.
Os dois seguiram o imortal. Belissário encarava Jade fascinado.
— Vai contar ou não?
— Circe levou um livro de magia negra do Acampamento.
— CIRCE? — gritou Conan.
— AQUELA VAC...
— Jade, por favor.
Jade cruzou os braços.
— Estou deixando os filhos de Hécate no acampamento para protegê-los, se vocês saíssem nas missões, seria muito mais fácil o contato de vocês com livros desconhecidos — ele encarou os semideuses. — Por favor, não leiam nada, absolutamente nada, nem bilhetes, nada, estamos claros?
Jade e Conan se entreolharam. Filhos de Hécate tendem a ser introvertidos e se apegam aos livros por não poderem usar aparelhos eletrônicos, pois esses atraem monstros.
— Tá.
— Tentem não espantar os outros por favor.
Os dois saíram do Chalé. Jade subiu no telhado do 37 e passou a apreciar a lua.
— Ei.
Jessica sentou-se ao lado da morena.
— Você não voltou.
— Eu estou recarregando.
— Você não recarrega — zombou Jessica. — Conversou com Bel?
Jade assentiu.
— Ele esclareceu que você é muito poderosa?
— Jessica...
— São os fatos.
Jade encarou a loira.
— Circe roubou um livro de magia negra, ela pode fazer o que bem entender com ele. Eu sei que ela não hesitará em fazer a magia nos chamar.
— Você é forte e Bel vai te proteger.
— Bel não vai conseguir proteger uma dezena de semideuses da magia. Eu irritei Circe, ela pode querer se vingar.
Jessica torceu a boca pensativa.
— Eu deveria fugir.
— Não! Jade, aqui é o melhor lugar para você, tem tudo que você precisa para se fortalecer e também tem a gente.
Jade encarou a garota.
— Eu não quero machucar vocês.
— E nem vai.
Jessica segurou no ombro de Jade, tentando reconfortá-la.
— Eu preciso dormir.
— Então vamos.
— Eu vou dormir aqui hoje.
— No telhado?
Jade assentiu.
— Não é a primeira vez.
Jessica olhava ao redor, mesmo com a cerca de ferro, o telhado não parecia seguro, era aberto demais.
— Vou pegar um colchão.
— Eu só preciso de um saco de dormir.
Jade apontou para um canto, onde um saco azul estava encostado.
— Você não tem amor pela sua coluna?
Jade riu fraco.
— Eu não sei o que é isso.
Jessica riu e voltou a insistir para que Jade aceitasse seu colchão, a garota continuou negando. Jessica bufou e desceu do telhado. Jade arrumou seu saco de dormir e ficou encarando as estrelas.
Ela ouvira sobre uma antiga profecia, mas não sabia se já havia se realizado, estava relacionada a magia negra sendo levada por alguém. Jade decidiu que não iria deixá-la acontecer e levantou-se.
— PRA ESQUERDA. MINHA ESQUERDA.
Ela encarou a escada, era tarde demais para fugir, Jessica arrastava um colchão.
— Quer ajuda?
— Nós te acordamos?
— Não...
— Ótimo, então coloca esse colchão ao lado do seu saco de dormir.
— Jessica, eu disse que não quero.
— Quem disse que é pra você?
Jade estava confusa, mas fez conforme o pedido. Jessica logo arrastou outro colchão.
— O quê?
Clarissa subiu pela escada.
— Vai Thomas, eu sei que tu consegue.
— O que vocês... — perguntava Jade confusa.
— Nós vamos dormir no telhado com você.
— Quê?
— FESTA DO PIJAMA — disse Clarissa arrastando outro colchão.
Thomas se aproximou com dois travesseiros.
— Vocês vão ficar sem!
— Não.
Thomas e Clarissa brigavam pelos travesseiros, Jessica ria dos dois. Jade encarava-os, ela sentia-se em paz.
— Eu vou buscar mais travesseiros.
Jessica se apressou em dizer.
— Me ajuda Jade?
Jade a seguiu.
— Segura esse, e esse e mais esse.
— Três?
— Quatro — disse Jessica colocando outro travesseiro sobre Jade. — Vamos?
Ela pegou dois travesseiros e subiu as escadas. Clarissa e Thomas guerreravam com os travesseiros.
— Vamos dormir.
Clarissa bufou mas decidiu obdecer.
♤♡◇♧
O vento estava fraco naquela noite, mesmo assim Jade tremia. Ela sonhava estar em um abismo completamente escuro. A semideusa olhava para os lados procurando uma saída, porém nada enxergava. Apenas ouvia um barrulho de gotas pingando.
Ela pegou a adaga de sua cintura, o brilho de lua nova iluminou o abismo, apenas pedras e buracos enfeitavam o lugar, apenas uma caverna comum. Jade ouviu um barrulho e virou sua adaga em direção ao som.
Mais pedras. Jade suspirou procurando por uma saída.
— Jade — uma voz sussurava.
Ela procurava a voz, mas nada encontrava.
— Jade — a voz estava mais próxima.
— Eu estou armada!
— Pare de resistir.
A voz rodeava Jade.
— Você é fraca.
Jade tentava acertar a voz, mas apenas batia no ar.
— Você precisa de mim.
A voz se transformou em um vulto e a consumiu em uma fumaça negra. Jade acordou suando, suas mãos estavam envoltas pela fumaça, ela piscou, a fumaça evaporou, mas o medo de Jade não.
Autora: oi meus três leitores, cêis tão bem?
Me animei pra voltar a escrever, então não se assustem se tiverem muitos caps de Moonlight. Minha saúde mental não está 100%, acho que a de ninguém está, e, Moonlight me ajuda a escapar.
Obs: nesse tempo sem escrever, comecei a ler o quarto livro de As Profecias de Apolo. Acho que amanhã ou depois de amanhã termino, eu sempre enrolo no final.
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