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Capítulo 7

Ilha dos Perdidos, 13h

            Hades estava tal e qual como o recordava: alto, irritadiço, mal disposto mas bem-parecido. O cabelo azul irrompia em chamas cada vez que ele levantava a voz e não estava sozinho, para surpresa de todos. Não, Hades tinha finalmente arranjado de maneira de invocar os seus queridos e idiotas lacaios: Pânico e Dor. Os dois demónios fugiram a sete pés ao ver o Deus do Submundo rugir, as chamas adotando raivosos tons de laranja e avermelhado. Era demasiado fácil irritar Hades.

              A princesa de Corona engoliu em seco, caminhando a passos largos até ao Deus. Não tinha medo dele nem nada que se parecesse, mas era impossível não se sentir intimidada ao ver o Deus do Submundo no auge do seu poder. Os olhos azuis de Hades faiscaram na sua direção, revirando-se nas órbitas à medida que afundava no seu cadeirão, abanando a cabeça com impaciência.

- Tu? De novo?

              Rhiara sentiu a euforia querer consumi-la. Ver Hades no seu estado todo-poderoso trazia à tona todo o amor e fascínio que a princesa de Corona tinha pelos vilões. Pelo canto do olho, viu Pânico e Dor aproximarem-se deles, resmungando e tagarelando entre si, tal como as histórias contavam.

             Pigarreou, erguendo o queixo e assumindo o seu ar mais composto e adulto ao dizer:

- Temos de falar. - fez uma pausa, abanando a mão de forma displicente - A sós.

            Hades ergueu uma sobrancelha, descrente.

- Lamento ter de ser eu a informar-te, princesa... - aproximou o rosto ao dela, a expressão ameaçadora causando-lhe arrepios - Mas não estás no teu reino. Aqui quem manda sou eu e sou eu que decido se é a sós ou acompanhados.

- Não fales assim para mim! - protestou Rhiara, cruzando os braços - Não tenho medo de ti nem nunca vou ter.

- Mas devias, Raio de Sol. - o Deus esboçou um sorriso, afagando o topo da cabeça da princesa - Como estás, pirralha?

Rhiara soltou uma risada genuína, empurrando a mão dele. Desde que Hades salvara Audrey que estaria para sempre grata ao Deus e ele parecia gostar dela. Quando regressara das suas viagens, sentara-se junto dele no casamento de Mal e Ben. Nesse dia, contara ao Deus tudo o que vira nos reinos que visitara, vendo em Hades a mesma expressão de contentamento que ela de certeza tinha no rosto quando Audrey lhe contava as suas histórias. Também Hades estivera muito tempo preso na Ilha dos Perdidos e, após o levantamento da barreira, passara a exercer novamente as suas responsabilidades enquanto Deus do Submundo. Tinha pouco tempo livre e agradecera a Rhiara a sua companhia, incitando-a a visitá-lo, embora nunca lhe tivesse dito onde vivia.

- Eu estou bem mas... preciso de um favor.

Hades encarou-a, os olhos azuis tempestuosos analisando-a. Com um gesto, fez sinal para que ela o seguisse, encaminhando-a para o sofá no meio da caverna que ele chamava de casa. Uma e os piratas ficaram para trás, dando-lhes espaço. Quando se sentou, Rhiara pigarreou, dizendo de chofre:

- Eu preciso que ressuscites uma pessoa.

- Não.

- Eu ainda não disse quem era!

- Nem precisas. - Hades abanou a cabeça, com seriedade - Não o vou fazer nem posso.

- Hades, por favor. Eu preciso... - Rhiara engoliu o choro, emocionada - Eu preciso de salvar a minha mãe e esta é a única forma. Eu dou-te o que tu quiseres.

Hades encarou-a, em silêncio. Prensou os lábios. Cruzou as pernas. Pestanejou. Por fim, soltou um longo suspiro, pondo-se de pé.

- Preciso de uma bebida.

- Eu também quero! - exclamou Harry, dando imediatamente um passo em frente, mostrando que estivera a escutar a conversa.

       Rhiara encarou-o, tentando ler-lhe a expressão. Se Harry ouvira Hades, ele também a ouvira. Sabia o que ela tinha ido ali fazer. Procurou o julgamento, a preocupação, alguma emoção que o demonstrasse...

          Mas Harry sequer a fitava, os olhos azuis fixos em Hades com expectativa.

- Uma, podem esperar por mim lá fora, por favor? - questionou Rhiara, lançando um olhar furioso a Harry - E leva esse alcoólico daqui.

O pirata protestou mas não lutou, permitindo que Uma o arrastasse dali. Antes de se afastar, piscou o olho discretamente a Rhiara, fazendo-a corar.

- Princesa, és das poucas pessoas que até consigo aturar mas nós não vamos ter esta conversa. - afirmou Hades, estendendo-lhe um copo - Sumo de laranja?

- É essa a tua "bebida"? - questionou Rhiara, aceitando o copo com um sorriso - Pensei que fosse whisky ou algo assim.

- Sou louco o suficiente sem beber álcool. - ironizou o Deus, piscando-lhe o olho - Ouvi dizer que vais ser Rainha muito em breve. Entusiasmada ou aterrorizada?

        Rhiara remexeu-se no assento, desconfortável.

- Os dois?

- Imaginei.

        Bebericou o sumo, agitando a mão livre de forma dramática quando voltou a falar, a voz mais séria e compenetrada:

- Vá lá, Rhiara. Já sabias que não te poderia ajudar. O que estás aqui a fazer?

- Como disse, preciso da tua ajuda. - respondeu Rhiara, os olhos esmeralda fitando o chão - A minha mãe está... numa situação delicada. Não vou entrar em detalhes.

- Oh eu quero os detalhes, Raio de Sol. Se vais andar por aí a tentar ressuscitar os mortos, eu tenho que saber. Deus do Submundo, protetor das almas perdidas, blá blá blá... Soa-te familiar?

A princesa resmungou baixinho, cruzando as pernas. Fitou a superfície do líquido laranja, vendo o seu reflexo difuso pestanejar quando ela o fez. Ergueu os olhos, ciente do peso do olhar do Deus sobre si. Por fim, soltou um suspiro e contou-lhe a verdade, as palavras brotando dela de forma desesperada. Não contara a ninguém o que acontecera com Gwendolyn, a chantagem, a sensação de ver Rapunzel ser forçada a engolir uma poção letal... Quando terminou, as lágrimas escorriam pelo seu rosto, o cansaço evidente na sua expressão. Como que por instinto, a pele morena adotou o familiar brilho dourado, o seu Dom preenchendo-a para curá-la.

         À sua frente, Hades descruzara as pernas, os cotovelos apoiados nos joelhos para se inclinar na sua direção. Parecia pesaroso, a voz saindo séria e firme ao falar:

- Eu lamento que estejas metida nesta situação, Princesa. Já tinha ouvido rumores dessa Gwendolyn. Desde que a barreira caiu que ela tem ajudado algumas pessoas a ver os seus entes queridos mas... Apenas em espírito. Nunca tentou ressuscitar ninguém então não era uma ameaça ao meu trabalho. Rhiara, eu não posso trazer a Gothel de volta. O que a Fada Madrinha fez foi equilibrar a balança. Ela criou a Ilha para punir os vilões por todo o mal que causamos. Todos. A magia concedeu-lhe esse desejo ao trazer os vilões de volta e nós estávamos aqui presos desde então. - Hades abanou a cabeça - Se Gothel não apareceu, foi porque o que ela fez em vida vai contra a Ordem Natural das Coisas.

- Eu sei. Ela quis combater a morte ao prolongar a vida. - Rhiara levou a mão ao cabelo, iluminado a seu pedido - Recorrendo aos poderes da Flor Dourada.

- A Flor Dourada é uma dádiva caída dos céus. E tu não usas uma dádiva sem pagar um preço. - o Deus estalou a língua, revirando os olhos - Aliás, até para os deuses a magia tem um preço. Acredita, arranja outra maneira de salvar a tua mãe mas não tentes trazer Gothel de volta. E se eu souber que o andas a fazer... - encolheu os ombros - Não terei outra escolha a não ser punir-te.

Ilha dos Perdidos, 17h

O sol de fim de tarde erguia-se no céu, com os seus bonitos tons alaranjados. Rhiara caminhou a passos largos para junto dos piratas, que a esperavam. O olhar derrotado da princesa deixou Harry preocupado, sendo o primeiro a dirigir-se a ela:

- Então? Estás bem?

A morena assentiu. Precisava de pensar mas a cabeça doía-lhe terrivelmente. Uma estendeu algo na sua direção, a expressão séria e grave a preencher-lhe o rosto.

- Audrey enviou-me isto agora.

Era um vídeo do noticiário de Auradon, cuja figura principal era... o seu pai. Atrás dele, a paisagem de Corona estendia-se e à sua frente parecia estar o povo de Corona, reunido na praça principal para ouvir o seu Rei. De sobrolho franzido, Rhiara carregou no play, sentindo o coração acelerar de antecipação.

- É com um grande pesar que anuncio isto... A minha mulher, Rapunzel, está desaparecida. Não sabemos o seu paradeiro nem fomos informados de nenhum pedido de resgate...

- Foi algum vilão que a raptou? - questionou alguém na multidão em frente ao Rei.

- Bom, se soubéssemos quem a levou já a teríamos trazido de volta...

- Mas pode ter sido, não pode? - questionou uma mulher.

- Sim, claro, como pode ter sido um he...

- Eu sabia! Nós não podemos confiar neles! - brandiu outra voz.

- Sim! Eles não são de confiança!

- Vão andar a fazer das suas contra todos nós!

- Mas eu posso acabar de falar?! - questionou Eugene, irritado, o sobrolho franzido ao ver as suas palavras serem ignoradas.

- Estamos seguros aqui? Quer dizer, Corona é mesmo ao lado de Auradon...

- Que por sua vez é pertíssimo da ilha...

- Os vilões são perigosos! Eu sempre disse!

- Nós não sabemos se foi um vilão ou que é que aconteceu! - gritou Eugene, as bochechas vermelhas de fúria - O que sabemos é que a minha mulher está desaparecida e vocês não parecem estar minimamente interessados! A Rainha que vos adora, que faz tudo por vocês, que nunca vos deixou na mão está desaparecida e a vossa solução é revoltarem-se contra alguém que nem sabem se é responsável?!

- Falou o ladrão com quem a nossa rainha se casou!

Rhiara empalideceu, parando o vídeo. A expressão de mágoa do pai foi a última coisa que viu antes de entregar o telemóvel a Uma, cujo rosto estava indecifrável. A princesa olhou para Gil e depois para Harry, sentindo a tristeza deles pelo que tinham ouvido.

- Culpar os vilões. A tática clássica dos bonzinhos. - Uma abanou a cabeça, desolada - As coisas nunca vão mudar, pois não?

- Vão. Se encontrarmos a minha mãe e vocês estiverem comigo, eles irão perceber o erro que cometeram. O povo está assustado, Uma. A Rainha deles desapareceu...

- Não os defendas. Por favor. - pediu Harry, interrompendo-a.

- Eu... Esquece. - Rhiara fitou cada um deles, com seriedade - Eu preciso de descansar e pensar no que fazer. Vamos voltar para o navio, está bem?

Nenhum dos piratas a contrariou.

Doca da Ilha, 22h

O fogo ardia tranquilamente na lareira do camarote da capitã. Era noite e Rhiara sentia o coração palpitar fortemente no peito, os pensamentos desordeiros na sua mente. Qual era o próximo passo? Se Hades não estava disposto a ajudá-la, como raio iria trazer Gothel de volta e salvar Rapunzel das garras de Gwendolyn?

Precisava pensar. Arranjar uma estratégia.

O chocolate quente na sua mão ajudava-a a acalmar-se. Era um pouco difícil disso acontecer quando tinha a mãe às portas da morte mas, como Uma lhe dissera enquanto fazia a bebida, de pouco lhe servia pensar no curto tempo que tinha ou na possibilidade de falhar. Rhiara precisava de descansar. Sentia o corpo querer ceder à dormência de Rapunzel, a magia da Flor Dourada aplicada constantemente a si mesma apenas para se aguentar em pé. Estava numa posição delicada e todo otimismo que a caraterizava tinha de ser aplicado naquele momento, pois só assim conseguiria ser bem sucedida e não desistir.

A vida da mãe dependia disso.

Por isso, aceitou o chocolate quente e decidiu desfrutar um pouco da companhia de Uma. Havia dois camarotes no navio do Capitão Gancho. O maior pertencia a Uma e agora a Rhiara, cada uma com a sua cama de rede e pertences espalhados. No outro, o mais simples, era onde os rapazes se encontravam. Era localizado na parte inferior do navio e, nos tempos em que o navio pertencia ao Capitão Gancho, era onde os marujos dormiam. Era pequeno mas grande para apenas dois piratas. Rhiara agradeceu a Uma várias vezes por a deixar ficar consigo no camarote do capitão. Ajudava-a a esquecer todas as noites que dormira junto de Harry, naquele mesmo navio, poucos meses antes.

As duas meninas encontravam-se sentadas nas poltronas encarnadas que decoravam o cantinho do camarote que Uma chamava de "sala". Havia uma lareira com chaminé que direcionava o fumo para fora do navio, duas poltronas, uma mesinha de madeira e um tapete vermelho com adornos dourados. Na outra ponta do camarote, ficavam as camas de rede, duas mesinhas de cabeceira e pouco mais. O Capitão Gancho levara as mobílias mais requintadas consigo quando entregara o navio ao filho, deixando-os com o suficiente.

Rhiara adorava o navio.

As duas amigas conversavam amenidades. Uma não a pressionava sobre o próximo passo na missão que Rhiara não dera detalhes e a princesa agradecia mentalmente à pirata por isso. No entanto, sabia que Uma era a única que ousaria questioná-la sobre o seu comportamento tão... diferente do habitual. Sentiu o esforço de Uma em contornar a conversa, falando sobre outras coisas mas eventualmente a pirata não se conteve mais, a preocupação disfarçada pela habitual expressão descontraída.

- Onde está a adolescente excêntrica que andava por aí aos saltos e se entusiasmava com a própria sombra? - questionou Uma, encolhendo os ombros - A Rhiara que conheci ficaria histérica ao ver Pânico e Dor hoje e por ver Hades em todo o seu esplendor, como a fã de vilões que é.

- E fiquei. - confessou Rhiara, encarando as chamas - Eu ainda sou... Eu. Apenas refreei essa minha excentricidade...

- Porquê? Essa excentricidade é o que todos nós amamos em ti. - disse a pirata, inclinando-se na direção dela - Harry...

- Não. Por favor, não vamos falar sobre isso. - a princesa abanou a cabeça, soltando um suspiro - Sabes, acho que vivi muito mais neste último ano que nos restantes dezassete anos da minha vida. Para uma pessoa normal, talvez esses dezassete anos seja o que é necessário para alguém crescer... Para mim, bastou um ano. Em dezassete anos, pouco ou nada vivi. Num ano, eu experienciei... tudo. - tocou na pulseira de ouro que Audrey lhe oferecera, o amuleto do Sol frio contra a sua pele aquecida - Para além disso... Vou ser Rainha. Em três dias terei a responsabilidade de um reino nos meus ombros.

- E? A Mal é Rainha e não mudou quem é por causa disso.

- A Mal tem o Ben ao seu lado.

- Ambas sabemos que a Mal tem mais espírito de liderança que o Ben.

- Eles apoiam-se um ao outro. Eu não... Eu estou sozinha. Não consigo arcar com uma responsabilidade destas sozinha, não como... Como sou. - a jovem encostou a cabeça à poltrona, soltando um suspiro - Tudo o que sempre quis foi ser livre. Fazer o que eu quisesse, viajar, nunca ficar presa novamente mas isso eram sonhos de uma criança que não vivia no mundo real. Agora vivo e a realidade vai bater-me à porta daqui a três dias... Dois, que o dia de hoje está a acabar.

- Os teus pais vão lá estar. Existem pessoas para te ajudar a tomar decisões, não é assim que as Cortes funcionam? - questionou Uma, pousando a chávena ruidosamente na mesa à sua frente - Estás a sabotar-te a ti mesma sem necessidade, Rhiara. Não estás sozinha e sabes disso.

Rhiara não respondeu. Com um sorriso apologético no rosto, pôs-se de pé, acenando na direção da capitã com a chávena vazia na mão.

- Vou deitar-me. Amanhã vai ser um dia longo...

- A fugir de uma conversa? - questionou Uma, erguendo uma sobrancelha.

- Nunca! - respondeu a princesa, com um ar falsamente indignado - Jamais eu faria uma coisa dessas!

A batida ruidosa na porta do seu camarote fez Harry dar um pulo de susto, os olhos azuis arregalados encarando a visita com indignação.

- Sim?

Uma ergueu uma sobrancelha, o tom de voz brusco e ríspido.

- Afinal... O que realmente aconteceu entre ti e a Rhiara?

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