Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

28

O dia estava nublado e frio desde que Jimin saira de casa. Mas parecia diferente, de alguma forma. Mais sombrio, carregado e forte que o normal. Ela sabia que era besteira, mas era a sensação que tinha.

A pressão no ar era palpável. Ela não sentira nada parecido desde que era jovem e saira em missão com seus pais. Aquele dia também tinha terminado de forma trágica.

Respirando fundo, ela olhou em volta. Estava numa parte bastante devastada da margem leste da cidade. Havia prédios destruídos para onde quer que olhasse. Telhados e andares superiores em pedaços, cheios de fendas, como uma fileira de dentes arruinados. As cicatrizes do tempo, a fumaça, a poeira e a destruição, estavam espalhadas por todo canto.

Aquela região fora literalmente abandonada.

A sua frente estava Aeri, fazendo reconhecimento da área. A lealdade daquela guerreira era algo admirável. Jimin sabia que ela a seguiria até as chamas do inferno se fosse necessário. Uma descrição bem adequada para alguns dos lugares pelos quais já haviam passado no decorrer dos anos.

Estava prestes a se juntar a ela quando aconteceu, aquela sensação desagradável, queimando-a como ácido, obrigando-a a fechar as mãos em punhos. Algo estava muito errado. Ela levou a mão ao bolso da jaqueta, pegou o celular e ligou para casa. Tocou e tocou. Ninguém atendia.

Respirava com dificuldade, seu peito subia e descia com violentas contrações.

Percebendo sua reação, Aeri se aproximou a passos largos.

– O que aconteceu? – Perguntou visivelmente preocupada.

Eles a levaram – respondeu Jimin trincando os dentes. Podia sentir que sua aura enfraquecia. Levavam-na para algum lugar, longe do dominio dela.

Seu coração deixou escapar toda sua fúria, uma onda de frio negro e profundo que fez o chão a sua volta oscilar.

Aeri deu alguns passos para trás, afastando-se daquela pressão esmagadora enquanto ela tornava a fazer uma ligação.

Sunoo atendeu o telefone.

– Alguém entrou na casa! Ningning está...

– Deixe-me falar com ela! – gritou Jimin.

Ningning pegou o telefone um momento depois. Estava ofegante.

– Não cheguei a tempo de...

– Viu Minjeong?

– Não está na casa, minha senhora.

Jimin soltou outro rugido, sentindo que as construções em volta dela a esmagavam. Aquilo não era uma coincidência, ele havia a afastado de sua residência para que pudesse agir. Aquele maldito traidor iria pagar com sua vida.

E, então, Jimin pensou em Woonyoug. No final das contas, seu irmão havia assinado a própria sentença de morte, e sua perda ia destroçá-la.

Balançou a cabeça tristemente ao pensar que teria de matar alguém a quem ela amava tanto, depois de tudo o que tinha suportado como sua companheira.

Obrigou-se a respirar fundo. Só conseguiu fazê-lo uma vez antes de voltar a arquejar.

– Ningning preciso que você lide com toda a situação aí.

A ligação foi encerrada.

A violência de Jimin era tão profunda, tão feroz, que cobriu de geada o ar a sua volta. O chão oscilou lentamente, como se pudesse ser suspenso por aquela pressão. Sempre soube que era capaz de gerar uma ira monumental. Mas a que ia descarregar sobre aqueles que levaram Minjeong seria registrada nos livros de história.

Alguém tocou seu braço.

– Jimin?

Era Aeri. A outra lupina pareceu momentaneamente desconfortável pela temperatura a sua volta.

– Eu... irei lidar com essa situação a partir daqui. Como lhe falei antes, ninguém viu Jungkook hoje. Yujin passou em sua residência mais ele não se encontrava lá. Está tentando rastrear sua localização pelo celular. Vou terminar de averiguar essa região da zona portuaria e entro em contato se for necessário.

Jimin tinha dificuldades para se concentrar. A única coisa em que podia pensar era em sair daquele maldito lugar e localizar Minjeong. Quando o fizesse, iria senti-la. Sua marca sobre a pele dela agia como um GPS. Poderia encontrá-la em qualquer lugar do planeta.

Aeri fez menção de sair, mas Jimin a deteve, indicando com um gesto que ficasse. A outra lupina assentiu, com os olhos alertas e o corpo calmo. Preparada para tudo.

Ao observá-la, Jimin disse:

– Quando finalizar as coisas por aqui quero que se reúna com Yujin e vá a casa de Wooyoung. Entrarão lá, vasculharão o lugar de cima a baixo e, depois explicarão a situação a irmã dele. Compreendeu? Seja eficaz, Aeri. Quero aquela residência no chão se for preciso.

Não houve hesitação.

– Sim, minha lider.

– Quando localizar Jungkook, quero que mantenha-o ao seu lado o tempo todo, mesmo que tenha de acorrentá-lo ao seu braço – Jimin se virou e puxou a venda dos olhos. – Ningning vigiará minha residência a partir de agora até o crepúsculo. Se vir algo interessante, ligará para você.

Aeri assentiu.

– Pode ir agora – disse Jimin, por cima do ombro. Ela hesitou.

– Minha lider, precisa de nós para que a ajudemos a encontrar…?

– Eu me encarregarei da minha companheira.

\[...]

Por quase uma hora, Minjeong observou seus dois sequestradores correndo de um lado para o outro como se estivessem convencidos de que Jimin viria procurá-la a qualquer momento. Mas como saberia a lupina onde estava? Não era provável que Wooyoung houvesse deixado uma nota de resgate. Na verdade, ela sequer entendia por que um membro da Irmandade estava fazendo isso.

Tentando se livrar uma vez mais daquelas tiras metálicas que a prendiam, olhou para o outro lado do celeiro. O sol estava se pondo, as sombras começavam a se alongar sobre a grama e o caminho de cascalho. Enquanto Mark fechava as portas duplas, ela pôde vislumbrar uma última imagem do céu escurecendo, e, então, o viu
correr as grossas trancas da porta.

Não tinha dúvida de que Jimin viria procurá-la. Não tinha a menor dúvida. Mas, certamente demoraria horas para encontrá-la, e não estava certa de que tivesse tanto tempo. Mark olhava seu corpo com tanto ódio, que temia que mais cedo ou mais tarde perdesse a razão. Provavelmente, mais cedo.

– Agora é esperar – disse ele ao seu parceiro, consultando o seu relógio. – Não demorará muito. Quero você armado. Coloque uma pistola na cintura e prenda uma lâmina de prata no tornozelo.

Tae Ho armou-se com verdadeiro entusiasmo. E teve fartura para escolher. Havia semiautomáticas, espingardas e facas afiadas para equipar todo um destacamento militar.

Depois de escolher uma faca de caça de trinta centímetros, virou-se para olhá-la. As palmas das mãos dela, antes frias, agora estavam úmidas de suor.

Ele deu um passo adiante.

De repente, Minjeong aguçou a audição e olhou para a direita, ao mesmo tempo em que os dois homens. O que era aquele som?

Era como uma forte pressão. Um trovão? Um trem? Cada vez soava mais forte.

E logo ouviu um estranho tilintar, como o agitar de um sino dos ventos. Sobre a mesa onde se encontrava a munição alinhada, balas soltas quicavam e se chocavam entre si.

O homem olhou fixamente para Mark.

– Que diabos é isso?

Ele respirou fundo enquanto a temperatura ambiente caía rapidamente.

– Ordene que o esquadrão se divida em dois e se prepare.

O som se converteu em um rugido. E o celeiro tremia com tamanha violência, que o pó das vigas caía, formando uma fina neve que se espalhava pelo ar, turvando a visão como uma espessa névoa.

Mark ergueu as mãos para proteger a cabeça.

As portas do celeiro se despedaçaram ao serem totalmente abertas por uma fria explosão de fúria. A construção inteira se moveu sob a força do impacto, vigas e tábuas estremeceram e rangeram.

Jimin ocupava a soleira da porta, o ar ao seu redor vinha carregado de vingança, de ameaça, de promessa de morte. Minjeong ficou surpresa ao ver seus olhos descobertos fixos nela, e logo um estrondoso impacto pareceu se assomar sobre o lugar, tão forte que lhe feriu os ouvidos.

Quando os olhos de Jimin se fixaram em Mark, ele engoliu em seco e fechou as mãos em punhos.

Num tom sério, Jimin disse:

– Você tem algo que é meu. E vai me devolver antes do pôr-do-sol, ou vou fazer com que deseje nunca ter nascido.

O Inquisidor sorriu com escárnio.

– Acho melhor você não tentar se transformar ou sua amada companheira vai sofrer por isso.

Seguindo a deixa, Tae Ho se aproximou, postando-se atrás de Minjeong. Com um tapa, ele cobriu a boca dela e puxou sua cabeça para trás, pressionando uma lâmina no seu pescoço.

Jimin assentiu uma vez, e foi só o que bastou.

Com um movimento tão rápido que seus olhos não puderam acompanhá-la, dirigiu-se para Mark, agarrou-o e o arremessou contra a porta de um estábulo. O homem pareceu não se alterar e atacou Jimin com um murro no queixo. Os dois lutaram e golpearam-se mutuamente, chocando-se contra as paredes, quebrando tudo que encontravam em seu caminho. Apesar das armas que levavam, preferiram o combate corpo a corpo, a expressão selvagem, os lábios apertados e seus corpos causando estrago e sofrendo golpes.

Ela não queria olhar, mas não podia afastar a vista.

Ainda mais quando Tae Ho a soltou e partiu com a lâmina em direção às costas de Jimin. Com um giro feroz, a lupina o agarrou e arremessou pelos ares. O corpo dele voou até aterrissar no outro extremo do celeiro.

O homem lutou para se levantar, zonzo. O sangue escorria por seu rosto.

Jimin recebeu tremendos chutes no corpo, mas não se moveu. E conseguiu conter Mark por tempo suficiente para abrir uma das tiras metálicas que prendiam os pulsos de Minjeong. No mesmo instante, ela passou a trabalhar no lado oposto e livrou a outra mão.

– Primeiro grupo! Avançar! – gritou Mark.

Tae Ho saiu do celeiro cambaleando. Um momento depois, dois Inquisidores chegaram correndo. Foram direto na direção de Jimin, no momento em que Mark puxava uma lâmina de prata.

Minjeong livrou ambos os pés e saiu da cadeira.

– Corra! – gritou-lhe Jimin, esquivando-se do ataque de um dos Inquisidores, enquanto acertava-lhe um murro no rosto.

Uma ova!, pensou ela, pegando a primeira coisa que encontrou, que parecia ser uma barra de ferro.

Minjeong se colocou atrás de Mark no exato momento em que Jimin perdia o equilíbrio e caía. Erguendo a barra de ferro o mais alto que pôde, concentrou todas as suas forças na ferramenta e atingiu em cheio a nuca dele.

Ouviu o barulho de ossos quebrados e o sangue jorrando. Então, um dos Inquisidores deu a volta e atirou na sua perna.

Gritou quando a bala de prata queimou sua pele e atravessou seus músculos. Jimin tirou o corpo de Mark de cima dela e pôs-se de pé em um salto.

Um dos Inquisidores estava sobre Minjeong, tentando derrubá-la para poder atirar em um ponto vital com precisão. Jimin mergulhou na direção deles, mas parou bem a tempo: se não fosse rápida o suficiente, aquele desgraçado podia atirar em Minjeong.

Ela agarrou o outro Inquisidor que se aproximava empunhando uma lâmina de prata e o lançou para o que estava atacando Minjeong. Ele perdeu o equilíbrio ao ser atingido e os dois cairam rolando no chão. As armas deslizando para longe do alcance de suas mãos.

Jimin correu em sua direção quando ela caiu. Estava sangrando.

– Minjeong...

Uma espingarda disparou.

Jimin escutou um assobio e sentiu que o pescoço queimava como se a tivessem golpeado com uma tocha acesa.

Minjeong gritou quando ela se virou. Jang Wooyoung estava postado no piso superior do celeiro e reposicionava a arma no ombro.

Quando seus olhos se encontraram, a fúria fez Jimin se esquecer de tudo. Partiu na direção daquele que uma vez chamara de aliado sem se deter, embora a espingarda estivesse apontada para o seu peito. Wooyoung apertou o gatilho, enquanto Jimin se desviou para um lado antes de saltar e se lançar contra ele. Antes que pensasse em se transformar, ela puxou a adaga e cravou na garganta do traidor, rasgando-a. Depois, girou a cabeça de Wooyoung até que ouviu os ossos se partindo.

Por mais que fosse um lupino, nem mesmo ele seria capaz de sobreviver àquilo.

Jimin virou-se para Minjeong. Mas perdeu o equilíbrio e despencou até o chão.

Confusa, olhou para o próprio corpo enquanto tentava se levantar. Uma terrível mancha de sangue começava a se espalhar por seu ombro e peito.

– Jimin! – Minjeong foi mancando até ela.

– Fui... atingida.

– Oh, Meu Deus – ela arrancou o casaco que vestia e o comprimiu contra o peito dela – Onde está o seu celular?

A lupina ergueu a mão debilmente enquanto rolava de lado.

– No bolso.

Minjeong agarrou o aparelho e chamou o número da casa dela.

– Ningning? Ningning! Ajude-nos! Atiraram em Jimin! Não... não sei onde estamos...

– Estrada 22 – murmurou Jimin –, um rancho com um Hummer negro parado na frente.

Minjeong repetiu suas palavras, pressionando o casaco na ferida.

– Estamos no celeiro. Venha rápido! Ela está sangrando.

Ouviram um movimento à esquerda delas.

Jimin olhou para lá ao mesmo tempo que Minjeong. O Inquisidor sobrevivente, ensanguentado, mas ainda furioso, avançava para elas.

Minjeong não hesitou. Desembainhou uma das adagas de Jimin e ficou agachada.

– Venha logo, Ningning. Agora – soltou o celular e deixou-o cair. – Venha, seu maldito. Venha!

O Inquisidor deu uma volta, e Jimin pôde sentir seu olhar fixo nela. Por alguma razão, o homem queria a ela, certamente porque estava perdendo muito sangue e era a lider da raça. Minjeong acompanhou o deslocamento do Inquisidor com os braços abertos.

Como da última vez sentia calafrios na pele, uma sensação inquietante que desconhecia, como se algo estivesse despertando dentro dela. Sua voz tremeu.

– Quer pegá-la? Só por cima do meu cadáver.

O Inquisidor saltou sobre Minjeong, e como se tivesse sido treinada para matar, ela se jogou contra o chão e empurrou a faca para cima, no peito do homem, que grunhiu de dor e caiu no chão, levando as mãos ao ferimento.

Largou a adaga onde estava e se apressou a voltar para perto de Jimin. Tremia tanto, que suas mãos pareciam ter vida própria, quando ergueu de novo o pano para comprimi-lo no peito dela.

– Não está doendo – sussurrou a lupina, farejando suas lágrimas.

– Oh, Jimin – segurou-lhe a mão, apertando forte. – Você está em choque.

– Sim, é provável. Não posso vê-la, onde está?

– Estou aqui – ela passou os dedos pelo rosto dela. – Pode me sentir?

Quase nada, mas foi o suficiente para mantê-la viva.

– Queria ter salvado o seu pai... – disse Jimin, com voz rouca. – Não quero que fique sozinha.

– Não diga isso!

– Peça a Aeri e a Ningning que a deixem morar com elas.

Não.

– Prometa-me isso.

– Não – disse ela num tom feroz –, você não irá a parte alguma.

Estava completamente enganada quanto a isso, pensou Jimin. Podia sentir que sua hora havia chegado.

– Amo você, Minjeong.

Minjeong começou a soluçar. Seus gemidos abafados foram os últimos sons que ela escutou enquanto lutava contra a maré e perdia.

Minjeong não ergueu os olhos quando o celular começou a tocar.

– Jimin? – repetiu uma vez mais –, Jimin?

Colocou o ouvido sobre o peito dela. Seu coração ainda batia, embora muito fracamente, e sua respiração se tornou lenta e pesada. Minjeong estava desesperada para ajudá-la, mas não podia praticar a massagem cardíaca até que seu coração parasse por completo.

– Oh, Deus...

O celular continuava tocando. Mas quando fez menção de pegá-lo percebeu que não conseguia se mover. Na verdade era como se todo o seu corpo não quisesse obedecer. Ela sentiu o coração acelerar dentro do peito.

Seria aquilo uma espécie de crise de pânico?, pensou.

Como se a situação já não fosse ruim o suficiente, passos pesados se tornaram audíveis. Um momento depois, um grupo de quatro Inquisidores irrompeu pela porta do celeiro. Minjeong olhou horrorizada enquanto eles se aproximavam.

Alguém a agarrou pelo cabelo e a jogou para longe. Então o outro homem de preto se aproximou de Jimin, olhando fixamente para ela.

– Por Deus. Pensava que fosse um mito. Essa é Karina Yu.

O outro Inquisidor gruhiu.

– Acredite, nada do que ouviu sobre ela é um mito.

Os olhos do homem faiscaram.

– Isso é inspirador.

– E me parte o coração termos de finalizar o serviço agora. Mas vou agradecer pessoalmente ao sr. Lee por ter nos proporcionado essa oportunidade. Embora ele devesse estar aqui agora.

O Inquisidor inclinou a cabeça na direção de Minjeong e sorriu de forma sombria.

– Acho que vou me divertir com a meio-sangue antes de matá-la.

– Faça como quiser – respondeu o outro.

Minjeong engoliu em seco quando uma dor atravessou sua cabeça e seu pescoço como um relâmpago, sua respiração estava pesada. Ela lutava para conseguir ar em seus pulmões enquanto seus músculos pareciam ser retorcidos para cima. De onde estava, olhava o desenrolar da cena fixamente, como se na realidade a visse através de outros olhos que não fossem os seus.

Quando o homem de preto pediu para que averiguassem a situação, seu corpo se curvou contra o chão, seus dentes rangendo. Ela levantou a cabeça mesmo quando isto lhe enviou agulhas de cima a baixo em sua espinha dorsal. O que viu foi um horrível presságio. O Inquisidor vinha na direção dela em uma caminhada mortal enquanto o outro engatilhava uma pistola em direção a cabeça de Jimin.

Ela se debateu, preparada para o fim, ansiando que as coisas tivesse sido diferentes.

Não houve nenhum disparo. Em troca um uivo de dor saiu do homem e sua arma rolou para longe, uma intensa e sufocante pressão caindo sobre o lugar. O pânico e o terror pareceu se abater sobre os Inquisidores quando um poderoso rugido soou pelo celeiro.

Atordoados, eles olharam na direção daquele som.

Movendo-se em frente ao corpo de Jimin encontrava-se uma fascinante criatura; um lobo da neve. Suas passadas cobriam por completo a área que protegia, o pelo de um prateado quase branco flamejava sobre ele, as garras expostas assim como suas presas. Seus olhos eram de um azul cristalino, como lanternas de néon sobre um carro, e seu grande corpo era nada mais que a morte que espera um lugar para passar.

— Que diabos é isso? — Murmurou um dos Inquisidores, tateando a procura da sua arma.

— Desde quando a meia-sangue pode se transformar?! — Berrou outro, correndo na direção oposta.

A criatura soltou outro uivo e foi atrás dos Inquisidores com uma ira sobrenatural, suas presas e garras perfurando qualquer um que cruzasse o seu caminho.

Desesperado, um dos Inquisidores apontou uma magnum na sua direção. Antes que conseguisse firmar a mira, Minjeong já avançava na direção dele. O homem apertou o gatilho, mas ela desviou para um lado e se lançou contra ele. Mordeu a garganta do Inquisidor, rasgando-a. Depois, girou a cabeça dele e o arremessou para o outro lado do celeiro.

Olhou para os dois que faltavam, seus olhos parecendo buscar nada mais que vingança. Os homens tentaram fugir, mas em um fluido movimento ela correu de um ao outro, rasgando-lhe as gargantas e arremessando seus corpos longe. Não existia saida além do fim.

Em questão de instantes tudo havia terminando, ela soltou um uivo tão forte que o celeiro pareceu tremer.

Do lado de fora, Aeri parou o carro em cima do gramado, saltou do veículo e correu para o celeiro sendo acompanhada de sua companheira

Ningning não podia acreditar na cena que viu no interior. Um grupo de Inquisidores dilacerados.

Sangue por toda parte. Alguém realmente morto – caramba, era Jang Wooyoung.

E, então, viu Minjeong.

O pelo claro estava coberto de sangue e sujeira. Com os olhos enlouquecidos, estava junto ao corpo de Jimin, como se para protegê-la. Quando as ouviu se aproximar, emitiu uma espécie de silvo e se moveu, pronta para lutar.

Aeri avançou, mas Ningning a segurou pelo braço.

– Deixe-me ir primeiro.

Lentamente, Ningning caminhou para ela.

– Minjeong? Minjeong, somos nós.

Mas quanto mais se aproximava de Jimin, mais enlouqueciam seus olhos. Ela deu um passo a frente, disposta a defendê-la.

– Fique tranquila. Não vamos lhe fazer mal. Minjeong, sou eu.

A critura piscou, parecendo tê-la reconhecido.

– Isso, querida. Aeri e eu.

Sua postura pareceu se abrandar. Ningning tentou envolvê-la com os braços, mas ela se agitou e olhou para Jimin.

– Espere. Deixe que Aeri a examine, certo?

Ela permitiu que a afastassem. Enquanto Ningning tirava seu casaco, fez um sinal com a cabeça na direção de Aeri.

– Agora, preciso que você se concentre e reverta a tranformação. – Disse Ningning, tocando delicadamente sua pelagem prateada. – Olhe para mim e mantenha a calma. Consegue fazer isso?

O medo pela segurança de Jimin enviou a seu coração um sprint fazendo a situação piorar. O que ainda podia fazer naquela situação? E por que lhe acontecia isto? Por que...

Pare. Pare este pensamento. Sem pânico. Acalme seu organismo. Então poderá preocupar-se com tudo o que queira.

Ela abaixou a cabeça, obrigou seus músculos a relaxarem, concentrando-se em seus pulmões e em manter sua respiração boa e lenta.

Inspire, expire. Inspire, expire.

O mundo retrocedeu até que todos os sons, visões e aromas foram excluídos e só existisse sua respiração.

Somente sua respiração. Somente sua respiração. Somente sua...

Quando se acalmou, abriu os olhos e levantou as mãos, percebendo algumas marcações em seus braços. O lobo havia desaparecido. Tentou se levantar no mesmo instante em que Ningning a cobria com seu casaco e a apoiava com um braço.

Aeri examinou Jimin. Quando ergueu a vista do ferimento da outra lupina, tinha os lábios apertados.

Minjeong a encarou com olhos preocupados.

– Ela vai ficar bem, não é? Só terá de levá-la a um médico. A um hospital. Certo? Aeri, não é assim? – o desespero e a exaustão fez sua voz falhar.

De repente, deram-se conta de que não estavam sós. Yujin e uma mulher distinta de aspecto arrasado surgiram do nada.

A mulher se aproximou do corpo de Jimin e ergueu o casaco ensopado de sangue.

– Nós temos de levá-la à minha clínica.

– Meu carro está lá na frente – disse Aeri. – Voltarei para limpar tudo isso quando ela estiver a salvo.

A médica praguejou quando examinou a ferida do pescoço. Olhou para Minjeong.

– Ela é uma puro sangue, mas os ferimentos são graves. Preciso da sua autorização para operá-la.

Minjeong lutou para conter as lágrimas.

– Faça o que for preciso para salvá-la.

A mulher respirou fundo.

– Muito bem, vamos transportá-la – disse ela assumindo o comando. – Ordenei que minha equipe preparasse tudo na clínica.

Minjeong agarrou a mão de Jimin enquanto a levantavam do chão do celeiro. Carregaram-na o mais gentilmente que puderam para o carro de Aeri e a colocaram deitada na parte traseira. Ningning e Minjeong entraram com Jimin enquanto Aeri e Yujin se sentaram nos bancos dianteiros. A outra mulher entrou em outro carro.

Enquanto o carro rugia pelas estradas, Minjeong acariciava o braço de Jimin, percorrendo suas tatuagens com os dedos. Sua pele estava fria.

– Você a ama tanto... – murmurou Ningning.

Minjeong ergueu a vista.

– Ela vai sobreviver?

– Não sei.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro