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07

Jimin entrou no pátio traseiro do apartamento de Minjeong e sentiu toda a pele formigar. Ela estava por perto, mas as luzes de seu apartamento estavam apagadas.

Seguindo um palpite, contornou o edifício. Havia uma viatura estacionada em frente dele. Ela estava no interior do veículo.

Jimin se dirigiu até a calçada e, como se estivesse apenas passeando entre as sombras, passou ao lado do carro. Seus olhos se fixaram no homem que sorria enquanto conversava com Minjeong. Como se o desejo oculto dele não deixasse claro o que realmente queria.

Pelo amor de Deus, podia cheirar a luxúria daquele filho-da-mãe através dos vidros e do aço do carro.

Jimin deu um passo para frente. Seu primeiro instinto foi arrancar a porta do carro e matar o desgraçado que estava tão próximo dela, tirá-lo dali e rasgar-lhe a garganta na sua forma lupina.

Mas, no último segundo, conteve-se e fez força para retornar à escuridão.

Desgraçado. Se ele avançasse na direção dela...

Um rosnado gutural vibrou através de seu peito e saiu pela boca.

Ela é minha.

Praguejou. Em que universo paralelo estava vivendo? Ela era sua responsabilidade temporária, não sua companheira. Podia estar com quem quisesse. Onde quisesse. Quando quisesse.

Mas, a ideia de que ela pudesse realmente gostar daquele cara quando deixou claro que não tinha nenhum interesse, era suficiente para fazer suas têmporas latejarem.

Bem-vindo ao maravilhoso mundo do ciúme, pensou.

Como estava louca para recuperar sua vida! No segundo em que ela estivesse segura, Jimin voltaria a sua rotina habitual. E fingiria que nunca havia conhecido a filha de Baekhyun.

Ela observou enquanto Minjeong saltava do carro e se despedia do homem:

– Obrigada pela carona, Sunghoon. Mas você realmente não precisava ter se incomodado em ir até a editora.

Ele sorriu.

– Com base no que Somi me contou, achei que seria melhor fazer isso. E não foi tão ruim assim ficar na minha companhia por algum tempo.

– Muito obrigada por isso.

Seu humor parecia o mesmo de sempre.

Ele baixou a vista para o volante, percorrendo a circunferência com a mão.

– Eu apenas me preocupo com você. Prometa que vai me ligar se acontecer alguma coisa – pigarreou, como se estivesse se sentindo desconfortável.

Um sentimental. Quem diria, no fundo, aquele humano não passava de um sentimental.

– Eu sei cuidar de mim mesma, Sunghoon.

– Tá, sei que você é faixa preta – lançou-lhe um sorriso zombeteiro –, agora, trate de entrar. É tarde.

Jimin observou-a contornar o carro, passando diante dos faróis acesos, o cabelo balançando sobre os ombros.

Era realmente maravilhosa, pensou. Uma mulher e tanto.

Ela esperou até que Minjeong passasse pelo saguão e seguisse em direção às escadas antes de se mover das sombras.

Jimin estava concentrada unicamente em chegar até ela. Por isso, não percebeu que o homem havia saído do carro e a seguia até que houvesse atravessado metade do pátio.

– Polícia! Alto!

Então, ouviu claramente o som familiar da arma sendo engatilhada em sua direção.

– Coloque as mãos onde eu possa vê-las!

Jimin sentiu o cheiro do homem e sorriu. O desejo fora substituído por agressividade. O cara estava pronto para lutar.

– Eu disse mãos para cima!

Jimin parou e procurou na jaqueta uma de suas adagas. Policial ou não, agora tinha um pretexto para eliminar aquele humano com um bom corte na artéria.

Mas, então, Minjeong abriu a porta corrediça.

Ela a farejou no ato, sentindo seu sangue esquentar instantaneamente.

– As mãos!

– O que está acontecendo? – Perguntou Minjeong.

– Volte para dentro – bradou o humano. – As mãos, cretina! Ou abrirei um buraco na sua cabeça!

A essa altura, o policial se encontrava a poucos metros de distância e se aproximava rapidamente. Jimin ergueu as palmas das mãos. Não iria matar na frente de Minjeong. Além disso, aquela pistola estaria colada nela em questão de três segundos. Ela até sobreviveria a um disparo à queima-roupa, mas levaria algum tempo para se recuperar.

– Sunghoon...

– Minjeong, quer sair daqui, caramba?

Uma pesada mão segurou com força o ombro de Jimin. Ela deixou que o policial a empurrasse contra o edifício.

– Quer me dizer o que está fazendo perambulando por aqui? – ordenou o humano.

– Saí para passear – respondeu Jimin –, e você?

O policial agarrou primeiro um braço de Jimin e depois o outro, e os puxou para trás. Algemou-a rapidamente.

Jimin olhou para Minjeong. Pelo que conseguia ver, tinha, diante do peito, os braços cruzados com força. O medo espessava o ar à sua volta, convertendo-o em um manto que a cobria da cabeça aos pés.

Que beleza de situação, pensou.

– Não olhe para ela – disse o policial, empurrando o rosto de Jimin para a parede.

– Como se chama?

– Jimin – respondeu Minjeong –, ela me disse que se chamava Jimin.

O humano praticamente rosnou para ela:

– Você tem algum problema de audição? Fora daqui!

– Também quero saber quem ela é.

– Darei a porra de um relatório por telefone amanhã pela manhã, valeu?

Jimin grunhiu. Não podia negar que fazê-la entrar era uma ideia excelente, mas não gostava da forma como o policial estava falando com ela.

O humano revistou os bolsos da jaqueta de Jimin e confiscou-lhe um par de adagas.

– Porra! – murmurou o policial. – Tem alguma identificação? Ou não deixou espaço suficiente para levar uma carteira.

Jimin deixou-se virar. Enquanto suas adagas eram tiradas do coldre, encarou o policial, pensando como iria ser gostoso rasgar aquele pescoço grosso com os dentes. Inclinou-se para frente, primeiro a cabeça; não pôde evitá-lo.

– Sunghoon, cuidado! – disse Minjeong, como se houvesse lido a mente dela. O policial pressionou o cano da pistola contra o pescoço de Jimin.

– Então, qual é o seu sobrenome?

– Está me prendendo?

– Isso mesmo.

– Por quê?

– Deixe-me pensar. Invasão, posse de armas. Ah, e graças a essas adagas, também estou pensando em homicídio. Sim, acredito que isso é tudo.

– Homicídio? – sussurrou Minjeong.

– Seu sobrenome? – exigiu saber o policial, olhando-a fixo.

Jimin sorriu ligeiramente.

– Você deve ser clarividente.

– Como é que é?

– Em relação ao homicídio – Jimin sorriu de novo, enquanto baixava o tom de voz. – Já viu um saco para cadáveres pelo lado de dentro, policial?

Raiva pura transbordou do policial.

– Não me ameace.

– Não é uma ameaça.

O policial colocou ambas as adagas no cós da calça. Em seguida, agarrou Jimin pelo braço e começou a caminhar.

Minjeong sentiu uma espécie de angustia quando viu Sunghoon arrastando ela.

O ódio entre os dois era quase palpável, de tão evidente. Embora Jimin estivesse algemada e sob a mira de uma pistola, ela não tinha muita certeza de que Sunghoon estivesse em segurança. Tinha a sensação de que Jimin estava se deixando prender.

Obedecendo a um impulso, ela correu e contornou o edifício.

Sunghoon se dirigia para o carro como se levasse uma carga instável, e ela se apressou para alcançá-los.

– Espere. Preciso fazer uma pergunta a ela.

– Quer saber o número de telefone dela ou algo assim? – respondeu o policial, impaciente.

– Ela já sabe – disse Jimin, devagar.

– Vou me lembrar disso, palhaça.

Minjeong bloqueou o caminho de tal forma que, ou eles paravam, ou passavam por cima dela. Ela encarou Jimin.

– Por que você me procurou?

Poderia jurar que o olhar dela se suavizou por trás da venda.

– Como disse antes, seu pai me enviou. Não queria que as coisas saíssem desse jeito.

Sunghoon a empurrou com dureza.

– Tenho uma ideia. Por que você não me deixa fazer meu trabalho?

– Não a toque – rosnou Jimin.

– Sim, claro, vou fazer o que você mandar.

Sunghoon a forçou a andar com um safanão. Mas Jimin se deteve com firmeza, afundando os calcanhares no pavimento.

– Acha que não vou atirar em você? – Perguntou o detetive, pegando a arma. De repente, a coisa toda mudou.

Sunghoon nunca tinha visto alguém se mover tão rápido. Em um segundo, a sujeita tinha os braços presos atrás das costas; no outro, as algemas estavam no chão. E, com total economia de movimentos, Sunghoon foi desarmado, imobilizado com um braço em torno do pescoço e arrastado para as sombras.

A escuridão os engoliu. Enquanto Sunghoon lutava para escapar, deu-se conta de que estavam no beco situado entre o prédio de Minjeong e o edifício de escritórios vizinho. Era muito estreito, porém comprido. Não havia iluminação. Também não havia janelas.

Quando Sunghoon foi virado e empurrado contra a parede de tijolos, o pouco ar que restara em seus pulmões escapou imediatamente. De maneira inconcebível, a mulher o levantou do chão sustentando-o pelo pescoço com apenas uma mão.

– Não devia se intrometer, policial – rosnou Jimin em tom grave. – Devia seguir seu caminho e deixar que ela venha comigo.

Sunghoon tentava em vão se livrar daquele aperto férreo. Enquanto a mão se mantinha fechada ao redor de sua garganta, sua vida se esvaía. Engasgou, desesperado por ar. Sua visão embaçou. Estava a ponto de perder a consciência e Jimin pôde sentir que o seu corpo se relaxava. Ainda estava vivo, mas não por muito tempo.

A ausência total de medo naquele humano era algo notável. O policial se exasperara por ter sido surpreendido, e se defendera, mas, em nenhum momento sentira medo. E agora que se aproximava do fim, estava resignado.

Que pena matar alguém capaz de morrer como um guerreiro. Sem medo nem hesitação. Havia muitos poucos humanos como aquele.

A boca do policial começou a se mover. Estava tentando falar. Jimin se inclinou.

– Não... a... machuque.

A lupina surpreendeu a si mesma respondendo:

– Estou aqui para salvá-la.

– Não! – uma voz se ouviu na entrada do beco. Jimin virou a cabeça e viu que Minjeong corria para eles. – Solte-o!

Afrouxou o aperto na garganta do policial. Não iria matá-lo na frente dela. Seu desejo de que ela confiasse nela era maior do que a vontade de despachar aquele cara ao encontro do Criador.

Enquanto Minjeong parava com uma derrapagem, Jimin abriu a mão, e o humano caiu no chão. Uma respiração ofegante misturada a penosos engasgos soou entre as sombras.

Minjeong ajoelhou-se ao lado do policial e olhou para cima.

– Você quase o matou!

Jimin praguejou, sabendo que precisava sair imediatamente. Logo apareceriam outros policiais.

Olhou para o outro lado do beco.

– Aonde pensa que vai? – na voz de Minjeong transparecia toda a raiva que sentia.

– Quer que eu fique aqui para me prenderem de novo?

– Merece ser jogada numa cela!

Com esforço, o policial tentou se levantar, mas as pernas não o sustentavam.

Mesmo assim, afastou as mãos de Minjeong quando ela quis ampará-lo.

Jimin precisava encontrar o seu carro e sair dali. Se Minjeong ficara tão impressionada pelo fato de que quase havia matado alguém, transforma-se na frente dela acabaria por aterrorizá-la por completo.

Virou-se e começou a se afastar. Não gostava da ideia de se separar dela, mas que outra coisa podia fazer? Se atirassem a deixariam ferida, e quem cuidaria dela? Além disso não podia permitir que a prendessem. Diante de tais opções, se um bando de policiais tentasse prendê-la naquele momento, teria de matá-los.

E, então, o que Minjeong pensaria dela?

– Pare! – ela gritou.

Jimin prosseguiu, e logo ouviu as passadas de Minjeong ressoando atrás de si, quando ela se aproximou correndo. Olhou-a, frustrada com o modo como as coisas tinham se saído. Graças ao que fizera com seu amigo, ela estava com raiva dela, e isso atrapalharia ainda mais sua responsabilidade de cuidar dela. Duvidava que houvesse tempo suficiente para conquistar sua confiança e convencê-la a segui-la de boa vontade. O que significava que teria de recorrer à força quando as coisas se tornassem sérias. E isso não seria divertido para nenhuma das duas.

Jimin fechou os olhos, sabia que era só uma questão de tempo até algum Inquisidor cruzar o caminho dela.

Talvez devesse levá-la com ela naquele instante mesmo.

Jimin olhou em volta. Não podia jogá-la em cima do ombro ali mesmo, na frente daquele maldito policial.

Não, teria de retornar pouco antes do amanhecer para raptá-la. E prendê-la em sua residência, se preciso fosse. Era isso ou deixá-la morrer.

– Por que mentiu? – Gritou Minjeong – Não conheceu meu pai biológico.

– Sim, conheci.

– Mentirosa – disparou ela – Não passa de uma assassina e de uma mentirosa.

– Pelo menos, você acertou a primeira parte.

Os olhos dela se arregalaram, o horror refletido em seu rosto.

– Aquelas adagas em sua posse... Você matou aquelas pessoas. Não foi?

Ela franziu o semblante.

– Nunca matei ninguém que não merecesse.

– Então, também tenho razão quanto à segunda parte.

Jimin olhou para o policial, que ainda não se recuperara por completo, mas logo o faria. Ela baixou o tom de voz:

– Anda sentindo muito esgotamento ultimamente, não é?

Ela deu um passo para trás, sobressaltada.

– O quê?

– Cansaço físico e mental, mas não entende totalmente o motivo – Jimin inclinou-se para frente – Você olha para a vida que construiu e sente que nada mais faz sentido, como se não existisse um real propósito em continuar.

Minjeong piscou, com a boca aberta.

Atrás dela, o policial tentou se levantar, cambaleou, e caiu sentado no chão, novamente. Jimin falou mais rápido:

– Sente que não se enquadra, não é? Como se todos os outros se movessem a uma velocidade diferente, mais lenta. Acredita que é anormal, diferente, isolada. Irrequieta. Fica acordada, pois teme seus sonhos; sente que não pertence mais a esse lugar.

Ela a olhava incrédula.

– Se quiser saber que diabos está acontecendo a você, precisa vir comigo, neste instante. Está correndo perigo, Minjeong. E sou a única que pode ajudá-la.

Ela deu um passo para trás. Olhou para o policial, que parecia estar refletindo sobre as vantagens de permanecer deitado.

Jimin levantou as mãos.

– Não vou te fazer nenhum mal. Prometo. Se quisesse matá-la, podia ter feito ontem à noite, de dez maneiras diferentes, certo?

Minjeong virou a cabeça para ela, e Jimin fechou os olhos enquanto sentia que ela estava se lembrando exatamente daquele encontro.

– Esteve prestes a matar Sunghoon agora há pouco.

– Mas não matei.

– Mas poderia ter feito.

– Isso realmente importa? Ele ainda está respirando.

– Só porque eu cheguei.

Jimin grunhiu, e jogou a melhor carta que tinha:

– Vou lhe contar tudo o que sei sobre o seu pai.

Ela arregalou os olhos de surpresa e depois os apertou, desconfiada.

Voltou a olhar para o policial. Já havia se levantado e se apoiava na parede com a mão, com a cabeça pendendo, como se fosse muito pesada para o pescoço.

– Meu pai, certo? – sua voz estava repleta de desconfiança. Mas também havia nela suficiente curiosidade, de modo que Jimin soube que a tinha ganhado.

– Estamos perdendo tempo aqui, Minjeong.

Houve um longo silêncio.

O policial erguera a cabeça e olhava para o beco. Dentro de pouco tempo, iria tentar novamente efetuar a prisão. Sua determinação era visível.

– Estou indo – disse Jimin – Venha comigo.

Ela fechou o punho com força.

– Que fique bem claro: não confio em você.

Jimin concordou.

– Agora vamos – murmurou ela, dando as costas para o policial – Meu carro está em frente ao seu prédio.

\[...]

No subsolo da sua residência, Taeyong cruzou os braços enquanto observava o treinamento de alguns membros da Sociedade Inquisidora. Sentia-se satisfeito pela forma como transcorrera a reunião na noite passada. Todos os inquisidores haviam comparecido. A maioria deles estava disposta a se submeter ao seu comando. Alguns poucos demonstraram que seriam problemáticos. E um número bem pequeno deles havia tentado bajulá-lo.

O que não os levaria a parte alguma.

Ao final da sessão, escolhera mais vinte e oito para permanecerem na área de Seul, com base no que sabia sobre sua reputação e na impressão que haviam causado ao conhecê-los pessoalmente. Dentre eles, doze eram mais capacitados, e os dividira em dois esquadrões principais. Os outros dezesseis foram distribuídos em quatro grupos secundários.

Nenhum deles gostou do novo arranjo. Estavam acostumados a trabalhar por conta própria, e os mais capacitados, em particular, ressentiram-se da obrigação de formarem um grupo. Era complicado. A vantagem da divisão em esquadrões consistia em poder atribuir a cada um deles diferentes partes da cidade, estabelecer cotas e fiscalizar seu desempenho mais de perto.

O restante havia sido enviado de volta a seus postos.

Agora que tinha as suas tropas formadas e com suas respectivas missões estabelecidas, seu foco seria dirigido na obtenção de informação.

Enquanto pensava em como proceder, ele observou dois novatos lutarem. Tinham mais ou menos a mesma altura, vinte um anos e constituição física robusta, mas ele sabia quem iria vencer.

Como esperava, um deles deu um chute lateral rápido e forte, derrubando o oponente no tatame.

Taeyong ordenou a finalização do combate, nada mais disse enquanto o vencedor estendia a mão e ajudava o perdedor a se levantar. Manifestações de cortesia eram irritantes, e sentiu vontade de castigar a ambos.

Quando os dois novatos se inclinaram diante dele, o rosto do perdedor estava intensamente vermelho, e não só por causa do exercício. Taeyong deixou que todos os presentes ali o olhassem, sabendo que a vergonha e a confusão eram partes importantes do processo corretivo.

Cumprimentou com a cabeça o vencedor.

– Bom trabalho; entretanto, na próxima vez, derrube-o mais rápido, está certo? – virou-se para o perdedor e olhou-o da cabeça aos pés, notando a respiração entrecortada e o tremor nas pernas. – Já sabe o que fazer.

O perdedor piscou rapidamente enquanto caminhava para o centro da area de treinamento. Como lhe tinha sido ordenado, parou, com a cabeça erguida para que todos os que estavam presentes ali pudessem ver seu rosto. Se enxugasse as lágrimas que lhe escorriam pelas bochechas, teria de repetir a punição durante a próxima sessão.

Taeyong separou os inquisidores e começou a lhes indicar os exercícios. Observou-os, corrigindo posturas e posições dos braços, perguntando-se quando precisaria fazer um novo recrutamento.

Séculos atrás, quando havia um número muito maior de lupinos, a Sociedade Inquisidora contava com centenas de membros, espalhados por todo o mundo. Entretanto, agora que a população de lupinos havia sido reduzida, o mesmo acontecera com a Sociedade. Era uma questão de praticidade. Cada continente contava com uma base de operações responsável por lidar com o clã lupino daquela região, afinal, um Inquisidor entediado e inativo não era uma coisa conveniente. Escolhidos especificamente por seu apetite para a violência, seus impulsos assassinos não podiam simplesmente ser congelados por falta de alvos suficientes.

Essa era também uma das razões pelas quais o recrutamento de novos membros podia ser complicado. Tendiam a ter mais ódio do que objetivos. Um período de adaptação era de vital importância, para que a natureza secreta da guerra travada desde tempos imemoriais entre os lupinos e a Sociedade Inquidora pudesse ser preservada.
Mesmo assim, as fileiras precisavam de reposição.

Taeyong olhou de novo para o perdedor e sorriu, aguardando com ansiedade o cair da noite.

Pouco antes das sete, ele dirigiu até os arredores de Cheongdam-gu, onde não teve dificuldade para localizar a residência que procurava. Estacionou seu sedan e esperou, matando o tempo memorizando os detalhes da casa. Arquitetura típica da região central de Seul. Uma construção maciça situada no centro de um grande terreno com um vasto jardim. Os vizinhos estavam próximos, mas os muros da residência impediam que vissem qualquer coisa alem da fachada.

Uma vida luxuosa e feliz. Pelo menos, vista de fora.

O portão de ferro se abriu, e seu convidado saltou para fora como se estivesse abandonando um barco que afundava. Logo em seguida, surgiu uma mulher, que se deteve um pouco no primeiro degrau e olhou o veículo estacionado diante da casa como se fosse uma bomba prestes a explodir.

Taeyong manteve fechados os vidros escuros do carro. Já se arriscara demais indo até aquela zona da cidade, principalmente quando não devia ser visto em hipótese alguma ao lado do seu convidado.

O homem entrou no carro, e seus olhos brilharam de cobiça ao examinar os bancos de couro e os indicadores do painel.

– Boa noite – disse Taeyong enquanto pressionava o acelerador. O lupino fez um movimento singelo e inclinou a cabeça.

– Boa noite. Espero que saiba o que está fazendo vindo até a minha residência a essa hora da noite.

Taeyong sorriu.

– Alegro-me que estivesse disponível.

– Sim, bem, não tinha nenhum compromisso com a Irmandade hoje – o lupino aparentava frieza, acentuando as palavras de desprezo. – Jimin deve ter encontrado alguma mulher com quem se divertir e esqueceu dos seus guerreiros. Bom para ela.

– Não deveria falar dela desse modo.

O homem sentiu-se momentaneamente confuso, obrigado a reconsiderar quais eram as verdadeiras intenção de Taeyong ali.

– Ah, quer que eu compartilhe com ela tudo no que vinhemos trabalhando nos últimos meses? Tenho certeza que você vai adorar quando ela exterminar todo o seu contigente de inquisidores.

– Vamos nos certificar de obedecer, então.

– Aonde vamos?

– Ao outro lado da cidade. Há alguém que quero que conheça.

Um pouco mais tarde, Tayeong enveredou com o carro por um longo caminho que serpenteava entre árvores e esculturas de mármore de aspecto antigo.

– Estou vendo que você quer ostentar essa noite – o lupino murmurou, olhando através da janela do carro. – O que é isso? Um parque? Espero que estejamos perto do seu destino final.

Aquele homem estava no veículo há menos de vinte minutos, e Taeyong já não o aguentava mais. E não só porque era alguém que em outras circunstâncias ele já teria eliminado. Aquele tipo era como nata no leite: um inconveniente que dava vontade de cuspir.

Mas ainda assim sua aliança estava se mostrando vantajosa, a morte de Baekhyun era prova disso. Além disso aquele lupino era membro da Irmandade, não seria um oponente fácil de eliminar sem preparação.

Ao saírem de uma curva, uma grande mansão de tijolos foi avistada.

Mark Lee estava do lado de fora, apoiado contra uma coluna branca. Sua roupa social estava impecavelmente alinhada, e ele brincava com um isqueiro metálico, fazendo-o aceder e apagar. Endireitou-se quando viu o sedan, e sorriu.

O lupino encarou tudo com um olhar atento.

Mark se dirigiu para a porta dianteira do passageiro, movendo com facilidade seu corpo musculoso. Quando viu o lupino sentado ali, franziu o semblante, cravando nele um olhar feroz. O homem soltou o cinto de segurança e procurou a maçaneta, preparado para lutar.

– Não se incomode – disse Taeyong – Mark não vai causar nenhum tipo de conflito.

O lupino voltou a se recostar no assento, mantendo a postura alerta.

Ao perceber que ele não saiu do lugar, Mark abriu com um puxão a porta de trás e entrou. Procurou os olhos de Taeyong no espelho retrovisor, e a hostilidade se transformou em respeito.

– Senhor.

– Olá, Mark, como vai?

– Bem.

– Que bom, muito bem. Faça o favor de manter a compostura.

Mark guardou o isqueiro enquanto seus olhos se moviam para a nuca do Lupino. Parecia que tinha vontade de abrir um buraco nela e se não fosse pelas grandes consequências que aquilo traia realmente o faria.

Taeyong sorriu.

Química é tudo, pensou.

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