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Capítulo 16



Fazem dois dias que estou no trancado dentro do meu quarto, e minha vontade era de permanecer aqui o resto da vida.

Eu ainda não consegui assimilar tudo o que aconteceu no sábado a tarde, e todas aquelas coisas que meu pai me disse.

Eu não acredito que meu próprio pai faria isso. Porém, já faz muito tempo que eu não o reconheço mais, e se tratando da sua tão amada empresa, sei que ele seria capaz de tudo.

Mas será que isso se aplicaria também a mim, seu próprio filho? Ele teria mesmo coragem de fazer isso comigo? Eu sei que ele tem falado há muito tempo sobre eu assumir seu lugar na empresa, mas seria a esse custo? Passando por cima dos meus sentimentos dessa forma?

Minha cabeça se tornou um emaranhado de pensamentos nos últimos dois dias. Já pensei em todas as formas de poder reverter tudo isso, mas cada vez que penso no Jimin, volto a ficar perdido.

Ele tem me ligado constantemente, e a quantidade de mensagens que já me mandou, lotaram a caixa de entrada. Eu sei que ele deve estar preocupado, mas toda vez que via suas mensagens, meu coração apertava ainda mais.

Eu tenho me mantido apenas a base de água, até porquê, meu corpo precisa muito repor tudo que expele em forma de lágrimas. A fome nem sequer tem dado às caras, e mesmo eu me sentindo extremamente cansado, meu sono não tem chegado nem perto do que costumava ser.

Eu estou mentalmente exausto, então como poderia decidir qualquer coisa estando assim? Ou chegar a uma solução viável para nós dois, estando tão despedaçado?

Deitado na cama, encarando o teto, chego a conclusão que o branco pode ser sim o derivado de outras cores, pois já foram tantas que eu vi nesses dois dias, que perdi a conta.

- Jimin...!

- Desculpe invadir sua casa, Sra Jeon, mas eu preciso vê-lo!

Ouço vozes vindas do corredor, o que me faz levantar e sentar na cama.

- Jungkook! - eu sinto meu coração disparar ao ouvir a voz do Jimin, enquanto bate forte à porta. - Jungkook, abra a porta!

Eu sinto meus olhos arderem, e corro em direção a porta. Mas eu não a abro, apenas a encaro, enquanto sinto minhas mãos tremerem.

- Jungkook, por favor, abre a porta. - diz baixo do outro lado.

- Baby Moon...- eu sussurro de cá.

- Por favor, Kookie...! Eu preciso pelo menos ver você... Nem que seja pela última vez. - implora.

Eu levo uma mão à maçaneta, e com a outra, destranco a porta. Quando finalmente a abro, ele está lá, no corredor à minha espera.

Eu apenas dou um passo para fora do quarto, e logo ele se jogou contra mim, envolvendo seus braços em meu pescoço.

- Kookie...!

Eu retribuo seu abraço, o apertando forte em meus braços.

- Baby Moon!

Ele se afasta um pouco, e leva as mãos ao meu rosto.

- Você está bem? - encara meus olhos.

- Eu...- não consigo completar a frase, as lágrimas tomam conta de mim pela milésima vez nos últimos dois dias.

- Não chora meu coelhinho. - passa a mão em rosto secando minhas lágrimas.

Seus olhos fixam nos meus, e durante alguns segundos, parecia existir somente eu, e aqueles olhos que tanto me fascinam. Ele aproxima seu rosto do meu, e toca meus lábios com os seus. Eu fecho os olhos, e me permito embalar nesse beijo doce e carinhoso.

Eu não preciso de mais nada nesse mundo para me sentir completo, apenas seu beijo e seu abraço, me fazem ser tudo o preciso ser.

Uma abelha ao polinizar as flores, fazem com que elas nos dêem frutos. Assim é o Jimin na minha vida, ao entrar nela, extraiu de mim os melhores sentimentos que eu jamais pensei em sentir, me tornando capaz de ser invencível.

Ao fim do nosso beijo, ele volta a me abraçar, e eu deito minha cabeça em seu ombro, o abraçando apertado novamente. Era maravilhoso como eu estava me sentindo agora.

Quando abro meus olhos, vejo minha mãe no fim do corredor, com as lágrimas tomando seu rosto. Eu sei exatamente o que ela sente agora, e ela sabe o quão torturante as imposições do meu pai estão sendo pra mim. Agora ela tem ideia da devastação que está dentro do meu peito. Mas ela não diz nada, sabe que não é preciso. Apenas se vira, e desce as escadas.

Jimin me afasta do seu abraço, e volta a encarar meus olhos.

- Você confia em mim? - questiona.

- Sim, completamente. - respondo.

- Ótimo! Então vem comigo.


Sentado em uma grande rocha próximo ao lago, eu sinto o vento tocar meu rosto. E a sensação de liberdade, é acolhedora.

Jimin me obrigou a voltar para o quarto, vestir uma roupa "descente" e colocar os sapatos, afirmando saber do que eu precisava, e depois me arrastou escada a baixo.

Antes de sairmos, encontramos a minha mãe, e seu olhar preocupado, me fez entender que ela temia que eu não voltasse mais. E isso não seria uma má ideia. Mas eu apenas lhe dei um abraço, e pedi que ela não se preocupasse, que logo eu estaria de volta.

Pegamos o meu carro, e dessa o Jimin se pôs na direção, sabendo bem que eu não estava em condições de dirigir. Ele veio parte do caminho brigando comigo por tê-lo deixado preocupado, e a outra parte perguntando porque um carro precisa de tantos botões diferentes, mas eu só mantive minha cabeça no recosto do banco, e olhava pra ele enquanto ignorava tudo aquilo.

Porém, quando chegamos ao lago, eu respirei fundo, e consegui expressar um leve sorriso. Jimin realmente sabia do que eu precisava.

Eu saí do carro, e andei até a margem do lago, mas logo encontrei um lugar perfeito para poder sentar, fechar meus olhos, e não pensar em mais nada.

O Jimin ficou ao lado do carro, e em nenhum momento me fez perguntas. Ele sabe bem que minha cabeça está cheia, só não tem ideia dos porquês. E sinceramente, não quero falar com ele sobre isso. Pelo menos não ainda.

Quando o sol se põe, eu volto para o carro, e peço para irmos embora. Mas eu não quero voltar pra casa, lá eu só voltaria ao estágio inicial do meu dia, e tudo que eu estava tendo até agora, me deixava em sã consciência.

Então fomos para a casa dele, e o fato dos pais dele não estarem lá, me deixava mais confortável. Subimos para o seu quarto, e eu deitei em sua cama. Ele logo se deitou comigo, e com os braços dele envoltos em mim, e minha cabeça em seu peito, adormeci ao som das batidas de seu coração.


Quando eu acordo, já é noite, e o Jimin ainda está ao meu lado na cama. Eu olho para seu rosto, e seu sono parece tão sereno, que não ouso acorda-lo.

Lentamente sento na cama, e a pouca luz que há no quarto, vem de algum lugar lá de fora. Eu observo seu quarto, e as fotos de Moon ainda permanecem na parede. Saio bem devagar da cama, evitando que meus movimentos o acorde. Dou a volta na cama, e paro em frente ao seu telescópio.

Percebo que aquele que está ali, não é o que eu o presenteei. Olho em volta, mas também não o vejo. Quando dou um passo para a esquerda, meu pé bate em uma caixa no chão. Me abaixo curioso, e ao abrir, encontro o que procurava.
Então presumo que o telescópio novo, ele estava embalando para levar para a faculdade. Essa suposição faz um sorriso tímido brotar em meu rosto.

Ao me levantar, me aproximo do antigo, e logo estou vasculhando o céu, à procura de Moon. Mas dela não está lá, pelo menos não naquele ponto. Então resolvo não mexer nele.

Ao me virar, e voltar a observar seu quarto, me lembro da primeira vez que meu coração bateu mais forte pelo Jimin. A noite em que ele arrumava minha gravata, e estava tão próximo a mim, que não pude deixar de desejar beijar a sua boca. Eu já estava apaixonado por ele, só não tinha ciência disso ainda.

Fecho meus olhos, e deixo as lembranças me consumirem.

Ali também ocorreu a primeira vez em que ouvi da sua boca, que assim como eu, ele também tinha sentimentos que o deixavam confuso. Nesse mesmo quarto, seguramos nossas mãos pela primeira vez, assim como foi aqui, que nós tivemos nosso primeiro toque íntimo. A primeira vez que dormimos juntos abraçadinhos, e a primeira vez que ele compartilhou comigo sua tão graciosa Moon.

Foram tantas as nossas primeiras vezes ali, que este cômodo se tornou mais do que especial pra mim. Lembrar dessas coisas, fez com que meu sorriso claramente tomasse o meu rosto.

Entrelaço os dedos, e coloco atrás da cabeça, sorrindo feito bobo com essas lembranças.

- É tão bom poder ver você sorrindo. - Jimin diz, me fazendo voltar ao presente.

- Jimin-ssi! - encaro seu rosto, igualmente sorridente. - Eu não queria acordar você.

- E não me acordou. - ele estende a mão pra mim. - Apenas aconteceu.

Eu seguro a sua mão, ele me puxa para sentar ao lado dele. Assim que me sento, ele me abraça.

- Se eu pudesse, viveria dentro do seu abraço. - diz junto ao meu ouvido.

Eu o abraço de volta, e escondo meu rosto em seu pescoço.

- Eu amo você, Baby Moon! - digo contra sua pele.

- Eu também amo você, coelhinho! - me afasta de seu abraço, e leva as mãos ao meu rosto, encarando meus olhos. - Muito! Eu amo muito você.

Ele beija carinhosamente a minha boca. Eu levo minha mão até sua nuca, e a outra a sua cintura. E nosso beijo se torna uma mistura de reciprocidade, afeto, carinho, e principalmente amor.

- Tudo o que eu mais quero, é a sua felicidade. Ela é minha prioridade. - digo ao final do beijo, colando minha testa a dele.

- Kookie...- leva suas mãos ao meu ombro, me puxando para si, e me beijando outra vez.

Cada toque de suas mãos em mim, me fazia sentir como se estivesse nas nuvens, como se toda a magia do mundo, estivesse ali, na palma de sua suave e pequena mão. Cada traço de carinho que ele deixava em mim, fazia meu coração bater mais forte.

Toda vez que eu me aproximava assim dele, que nossas bocas se tocavam, parece que meu corpo queimava de desejo por ele. Mas hoje, era o meu coração, e o amor que continha dentro dele, que se fizeram presente controlando cada uma de minhas ações.
Todas as vezes que transamos, foi maravilhoso, foi prazeroso, foi intenso. Mas ali, naquele momento, enquanto suas mãos suavemente deslizavam em minhas costas, acariciava meu rosto, e seus olhos estavam nos meus, eu percebi que, fazendo amor com ele, tudo era mágico, transcendente, e surreal.

Cada vez que seus braços me envolviam, que seus lábios tocavam os meus, e que eu sentia seu corpo sob o meu, a realidade parecia não existir. Era algo profundo, que se me perguntassem, eu não saberia como explicar.

Deitados um de frente para o outro, Jimin sorria bastante falando dos próximos eventos lunares que se aproximavam. Eu estava totalmente inerte ao assunto, só conseguia olhar pra ele, e pensar na sorte que eu tive de tê-lo conhecido, de ter me apaixonado por ele, e de ter lhe entregado totalmente o meu coração. Existem pessoas, que passam a vida toda, sem ao menos saber como é essa sensação de amar intensamente.

- Está tudo bem com você, Kookie? - pergunta preocupado.

- Está sim. - sorrio.

- Ok. Então...- se levanta e senta na cama. - eu vou tomar um banho.

- Baby Moon...- chamo sua atenção, e também sento na cama.

- Hm. - se vira pra mim.

Eu levo a minha mão a sua nuca, e o beijo ternamente. Ele sorri quando eu me afasto, então se inclina sobre mim, e sela novamente nossos lábios.

Ele se levanta, e vai para o banho. Enquanto eu fico deitado por alguns minutos, encarando aquelas paredes cheias de sonhos, que poderiam, ou não serem realizados.

Foi então que as opções que meu pai me deu, voltaram a tona. E àquela altura dos acontecimentos, eu sabia exatamente o que tinha que fazer.

Sai da casa do Jimin, o mais rápido que pude, e antes mesmo que ele saísse do banho, eu já estava no carro seguindo pra casa.

Assim que entrei pela porta de casa, minha mãe veio correndo me abraçar.

- Jungkook, eu estava morrendo de preocupação. - diz próximo ao meu ouvido.

- Eu disse para não se preocupar comigo. - suas mãos agora estão em meu rosto, e seus olhos tristes encaram os meus.

Vejo meu pai aparecer por trás dela, a uma certa distância.

- Jungkook, espero que esteja pensando bem na nossa conversa, pois seus tempo está se esgotando.

Eu me afasto da minha mãe, e encaro os olhos dele.

- Na verdade, eu já me decidi. - o vejo engolir seco, e colocar as mãos no bolso, tentando parecer inabalável. Eu respiro fundo, e finalmente lhe entrego a minha decisão. - Eu vou cursar administração.

Ele parece respirar aliviado, e quase exibe um sorriso no rosto.

- Muito bem. - diz satisfeito.

- Porém...- ele me olha preocupado. - tem que manter sua palavra com relação ao Jimin, caso contrário, eu simplesmente sumo do mapa.

- Sem dúvida! Manterei a minha palavra.

- E mais uma coisa. - me olha desconfiado. - Tem que ser em outro país. - o vejo franzir as sobrancelhas. - Inglaterra, Canadá... Não importa onde, menos aqui.

Minha mãe leva as mãos até a boca, extremamente surpresa com aninha decisão. E eu não a culpo.
Meu pai se aproxima de mim, e me observa sério.

- Feito! Pensou com sensatez, filho. - levanta a mão para pôr sobre o meu ombro, mas eu recuo.

Sigo até às escadas, mas antes de subir, me viro de novo pra ele.

- Você queria um sucessor, agora você tem um. - o olho com desprezo. - Mas a partir de hoje, você perdeu seu único filho.

Ele não diz nada, a única coisa que pode ser ouvido agora, é o choro incessante da minha mãe.

Eu subo correndo as escadas, entro no quarto, e bato com força a porta atrás de mim. Eu respiro fundo, várias e várias vezes, tentado conter a explosão sentimental dentro de mim. Mas falho miseravelmente.

Os soluços começam tímidos, mas logo se tornam claramente audível. Eu desabo de joelhos no chão, e por fim, choro feito uma criança.

A dor no meu peito é excruciante, principalmente quando cada imagem do Jimin se passa em minha mente. Eu jamais conseguiria fazer com que aquele sorriso fosse totalmente extinto.

Eu sei que ele também vai sofrer com a minha partida, mas logo vai se recuperar, e terá muitos e muitos anos para exibir aquele sorriso divino para Moon. Eu nunca me perdoaria em ter que fazê-lo perder algo que ele amou a vida toda. Então que seja eu, a ter o coração arrancado do peito.


Eu passei cerca de duas horas, deitado naquele chão, chorando toda a agonia em meu peito. Depois me levantei, tomei um banho, e depois de estar vestido, preparei uma mala. Eu precisava ir embora dali, o quanto antes. Se eu encontrasse com o Jimin de novo, jamais conseguiria partir.

O meu celular vibrava sem parar, e eu tinha plena certeza de quem seria. Peguei ele, e quando olhei a tela, havia várias ligações do Jimin. Quando penso em larga-lo, ele volta a vibrar na minha mão. Eu o encarei por alguns instantes, e já sabia que não poderia atender.

Fui até o banheiro, levantei o assento da privada, olhei uma última vez para o nome do Jimin piscando na tela, e depois o joguei lá dentro. Voltei para o quarto, e terminei a minha mala.


No dia seguinte, saí bem cedo de casa, e peguei o primeiro vôo que havia disponível pra Inglaterra. Cerca de 10h depois, eu estava desembarcando no aeroporto. Peguei um táxi, e fui para um hotel. Como eu não havia programado nada disso, ainda precisaria arrumar um apartamento pra ficar, assim como resolver todas as questões da transferência externa, já que se tratando de outro país, as coisas seriam bem mais burocráticas. Mas isso seria ótimo para me manter ocupado, ter tempo livre agora, seria catastrófico.

******

- Sr Jeon, o seu pai está aqui, e gostaria de vê-lo. - sou interrompido por minha nova secretaria.

- Maddie, aqui, e em qualquer outro lugar, ele não é meu pai. - a advirto. - Ele é apenas mais um acionista. - digo sério.

- Sim, Sr!

- O que ele quer? - questiono, ainda dando atenção ao computador.

- Ele não especificou, Sr.

- Tudo bem. Mande- o entrar. - recosto na cadeira respirando fundo, enquanto ela se retira da sala.

Tenho certeza que lá vem mais lorota pra cima de mim. Será que ele não se cansa de estar sempre me incomodando no horário de trabalho? Que merda!

Ele entra na minha sala, e segue direto para a cadeira em frente a minha mesa.

- O que quer? - vou direto ao ponto, lhe encarando impaciente.

- Eu queria vê-lo, saber como está. - responde calmo.

- Como você pôde ver, muito ocupado. - volto a dar atenção ao computador. - Então se era só isso, você já pode ir.

- Jungkook, eu sou seu pai, você deveria levar em consideração a minha preocupação. Você tem trabalhado demais.

Meus olhos encaram os dele, eu não consigo evitar de ser franco.

- Agora você é meu pai? - levanto da cadeira, apoio os punhos na mesa, e lhe encaro com desprezo. - Você não se importou em ser meu pai quando era importante pra mim. Agora quer que eu leve isso em consideração? - sorrio ironicamente. - você não está falando sério. - volto a sentar na cadeira. - E nem me faça falar sobre trabalhar demais. - o encaro sério.

Mas ele não parece se importar muito com a minha atitude, ele já deve estar bem acostumado a lidar com pessoas e negócios, e sei bem que nada que eu faça, por mais duro que possa parecer, o atingem, então apenas prossegue.

- Bom, você tem feito um excelente trabalho, e acho que podemos expandir além do pensamos ser possível. - continua.

É claro que ele pensa nisso. Depois de eu ter passado 4 anos fazendo aquele maldito curso, e depois, optar por fazer pós graduação em contabilidade, eu assumi a empresa, e com um ano à frente dos negócios, a empresa dele deu um salto inimaginável, deixando todos os sócios mais do que felizes.
E isso não me surpreende, são todos uns sanguessugas em busca de mais crescimento, e dinheiro no bolso, igualmente a ele. Então apenas decido ouvir o que ele tem a dizer.

- Seja direto. - corto seus rodeios.

- Eu estava pensando, que poderíamos abrir filiais em outro países, assim a empresa ganharia mais visibilidade.

- Você quer dizer dinheiro? - o olho de canto de olho.

- Isso seria apenas uma consequência.

Eu volto a depositar minha atenção nele, recosto novamente na minha cadeira, e o encaro com atenção.

- O que exatamente você está propondo? - pergunto sério, porque sei que tem algo por trás disso.

- Há um grande empresário indiano, que gostaria de fazer negócio com nossa empresa, nos dando a oportunidade de abrir uma filial em seu país. - continua.

- E...?

- E eu acho que seria uma oportunidade indispensável.

Eu sei bem que tem muito mais por trás disso, do que ele está realmente me contando.

- Você sabe que não tenho o dia todo pra ficar jogando conversa fora. - digo impaciente. - Quais são os revés?

- Bom... Ele só faz negócios com gente de extrema confiança... - tenta ganhar tempo. - Então esse seria o único contratempo.

- O que quer dizer com isso? - o encaro arqueando uma sobrancelha.

- Família é um ponto muito importante pra ele, e eles são os que têm sua absoluta confiança...

Com esse início de frase, eu nem preciso que ele conclua, já sei exatamente do que se trata. Então apenas encaro o teto, pensando em suas palavras. Por mais que quisesse me importar com isso, eu não consigo.

- Tudo bem!

Ele me encara confuso, tentando entender se eu compreendi o contexto geral envolvido nessa conversa.

- Como assim, tudo bem? Eu nem expliquei tudo ainda.

- Então deixa eu simplificar pra você...- apoio meus cotovelos na mesa, me inclinando sobre ela. - Ele é alguém que não faz negócios com quem não seja da família, então você veio até aqui, para tentar me convencer a me juntar a família dele, e isso só seria possível através de algum acordo bem extremo, ou um casamento. E tenho plena convicção de que da sua parte, se trata da segunda opção. - me mantenho firme no raciocínio. - Mas como você não sabe exatamente como me dizer isso, está aí tentando ganhar tempo, apenas para me dizer algo que eu já saquei assim que você começou a falar. Estou certo? - questiono por fim.

- Eu não quis...

- Não me importa o que você quis ou quer. Eu já disse que tudo bem. Estou nesse ramo a pouco tempo, mas já aprendi muito bem o quão ardiloso você pode ser. E não teria se dado ao trabalho de vir até aqui, falar pessoalmente comigo, se fosse algo que pudesse ser resolvido por telefone. - concluo e volto para o computador.

Ele fica algum tempo pensativo, me encarando confuso, e nem sei o porquê.

Ele chegou aqui, bancando o sonso, fingindo se importar comigo, coisa que eu sei que não é verdade, apenas para depois, me enfiar essa proposta guela a baixo. Eu tenho pouco tempo nesse ramo, mas tendo um pai como ele, sei que os negócios sempre vêm em primeiro lugar. E mesmo eu achando isso tudo muito absurdo, não tenho nada a perder, apesar de também não ter a ganhar.

- Você não vai...

- Tem mais alguma coisa importante a tratar comigo? - questiono sério.

- Não, eu só...

- Ótimo...- me levanto da cadeira e abotoando meu terno. - Eu preciso ir. Tenho uma reunião importante! - saio sem esperar que ele diga mais alguma coisa.

Apesar de ter apenas 25 anos, e só um ano trabalhando na empresa do meu pai, eu já consegui duplicar tudo o que ele levou uma vida toda pra construir. Não que eu me importe com isso, mas me dar um baita orgulho esfregar isso na cara dele.

Mas agora, me plena noite de sexta, eu sou só mais um jovem, tentando aproveitar mais uma noitada. Eu deixei tudo isso de lado quando estava na faculdade, mas agora tento aproveitar como posso. E sem ter ninguém para me dizer o que fazer, passo as noites do meu fim de semana assim, curtindo como se não houvesse amanhã. Pelo menos com relação às baladas e bebidas, pois o resto, eu não faço questão.

Faço como de costume, chego em uma boate, reservo a área vip, libero o acesso para algumas pessoas, e me enfio no meio delas como uma pessoa comum, sem pensar muito nos prós e contra. Depois disso, volto pra casa, geralmente bêbado e sozinho, porém, muito satisfeito.

Mas na noite de hoje, eu pensei em fazer diferente, e conseguir alguma companhia. Mas isso não é o meu forte, e pra variar, voltei pra casa sozinho. Eu sei que deveria estar aproveitando, pois como sei que estou prestes a me casar (não sabendo exatamente quando), deveria estar fazendo uma bela despedida de solteiro, e aproveitar todas as noites que fosse possível, mas isso não combina comigo, e usar pessoas só parar satisfazer meu corpo, e aquilo que eu penso em ser importante, só me tornaria ainda mais, alguém como o meu pai, e isso é algo que eu não quero de forma alguma. Então deixo as coisas fluírem como sempre foram.

******

Desço as escadas de casa bem tranquilamente, pois sei que não estou atrasado, e isso me dá liberdade para não ter pressa alguma. Logo atrás, desce Shivani, exibindo toda a sua elegância.

Há quase um ano, eu me casei com Shivani, o que eu pensei que seria um inferno na terra, se tornou a melhor decisão da minha vida, da qual eu não teria como me arrepender, mesmo se tivesse mil vidas.

No início, tudo foi muito conturbado. Na nossa noite de núpcias, ela chorava incessantemente, cheguei a pensar que eu era um mostro dessas histórias infantis, mas logo, tudo foi acertado.

Ela se sentia triste por ter que se casar com alguém que ela não amava, tendo que obedecer as decisões de seu pai, que apenas a via como moeda de troca. Aquilo era muito injusto com ela, mas não podia negar minha culpa nisso. Se eu não tivesse aceitado esse acordo de casamento, ela jamais estaria naquela situação.

Mas quando eu expliquei para ela, que nesse casamento ela jamais teria que fazer algo que não quisesse, ela pareceu relaxar um pouco mais. Foi aí que as coisas ficaram confusas com o meu comportamento. Já que isso não seria um casamento de verdade, ela não era obrigada a nada. Com isso, ela passou a querer me agradar como uma esposa na cultura dela faria, e eu, sem querer ceder a nada nesse acordo, a tratava duramente, e ignorava todo o esforço dela. Foi aí, que em um dia, em que ela se mostrou extremamente aborrecida, tivemos a conversa que mudou nossa vida.

Ambos teríamos nossas vidas de casado, mas com as liberdades que nos fosse propícia, e isso pareceu funcionar muito bem. As vésperas de completar um ano de casamento, nos tornamos um casal exemplar. Sempre unidos, companheiros e sorridentes. Isso era tudo o que precisavam de nós, e assim fizemos.

A amizade que se formou entre nós, era algo indescritível. A confiança que adquirimos ao longo desses quase 12 meses, ninguém poderia quebrar. Agora somos inseparáveis, e totalmente dependentes um do outro. Sinceramente, eu não sei o que faria da minha vida sem a Shivani.

- Você está maravilhosa! - digo próximo ao seu ouvido quando por fim, desce as escadas.

- Obrigada! - diz sorridente.

- Podemos ir? - lhe estendo meu braço.

- Claro! Afinal, somos os anfitriões!

Seguimos até o salão que foi preparado pela empresa, para a festa de hoje.

Acabamos de assinar contrato para abrir mais uma de nossas filiais na Índia, e como de praxe, sempre há um evento desses para comparecer, e dar as boas vindas aos novos investidores e demais funcionários de alto escalão que farão parte parte da nova expansão da empresa.

Na entrada do salão, permanecemos recebendo os convidados. Todos se apresentando, e nos elogiando pelo bom trabalho. Alguns ainda nos cumprimenta pelo casamento firme, e estável que temos, e a cada vez que que isso é dito, não consigo evitar de olhar para Shivani, e ver seu sorriso sarcástico. Mal sabem eles, como realmente funcionam as coisas.

Quando o último convidado entra, nós seguimos para o salão principal, e vamos dar a "devida" antenção aos convidados.

Em meio a uma conversa com um dos mais importantes investidores da empresa, somos interrompidos.

- Sr Jeon, gostaria de lhe apresentar o meu indicado para a nova filial. - um senhor de aparentemente uns 50 anos diz sorridente.

- Sim...- o vejo sair detrás do mais velho, e o encaro otimista.

- Boa noite, Sr Jeon! Eu sou Ian Armstrong...- me estende a mão se apresentando, e eu o cumprimento. - Sou o engenheiro de tecnologia avançada. Ficarei responsável pelo setor de engenharia na nova filial. - diz orgulhoso.

- Meus parabéns, Sr Armstrong! Seja bem vindo a equipe Jeon! - sorrio cordial. - E quem lhe acompanha?

- Oh, esse é Parks Jimin...- ele abre espaço para que o menor passe.

Eu fico estático no lugar, e quando nossos olhares se encontram, eu sinto como se fosse arrancado daquele lugar, e jogado de volta aos meus 18 anos, e toda aquela "fantasia" de romance, passa como um filme na minha cabeça.

Seu olhos ainda são a melhor coisa que existe nesse mundo para se perder por completo. E seu rosto, parece que não mudou um único traço sequer. Ele ainda é perfeito.

- Boa noite, Jungkook! - estende a mão me cumprimentando.

Eu ainda me encontro perdido em minhas lembranças, mas logo volto a realidade, quando Shivani me cutuca com o braço.

- Jungkook...? - sinto o olhar dela em mim.

- Sim!? - encaro a mão o Jimin. - Boa noite, Jimin!

- Vocês já se conhecem? - Shivani pergunta sorridente.

- Sim! Nos conhecemos no colégio. - Jimin responde a minha esposa.

- Eu nunca ouvi falar de você. - Shivani mantém o diálogo, enquanto eu não consigo parar de encarar seus olhos.

- Claro que não. Eu não devo ter sido importante o suficiente para ser lembrado. - encara meu olhar.

Eu engulo seco, e me sinto tão pequeno quanto uma formiga naquele lugar. Só de ouvir essas palavras sair da boca dele, parece que meu mundo volta a desabar como no dia em que aceitei a proposta do meu pai.

- Eu espero que tenham uma boa noite.- tanto Jimin, quanto o Ian se despedem de nós.

Eu ainda consigo dizer nada, apenas observar incrédulo, todo aquele acontecimento à minha frente.

Minha boca fica seca, minhas mãos soam, minha respiração está irregular, e meu coração bate acelerado. Todas as sensações que eu sentia quando estava com ele, ainda permanecem.

Porém, o que me intriga, é a pergunta que minha mente insiste em fazer.

" O que você sente por ele?"
" O que você sente por ele?"
" O que você sente por ele...?"

Acho que eu ainda o amo...

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