Capítulo 10
- Você não está nervoso?
- Não. Estou bem tranquilo, na verdade.
- Minha competição é só amanhã, mas eu já me sinto muito nervoso. - diz roendo as unhas.
- Fica calmo, Jimin-ssi, você vai se sair bem. - tento acalmá-lo.
- Espero que sim.
Sigo dirigindo até o colégio, e quando já estamos próximos, encosto o carro.
- Chegamos bem adiantados, então podemos aproveitar um pouco. - me inclino sobre ele.
- Kookie, estamos muito próximo do colégio. Alguém pode nos ver. - ele se afasta.
- Aff, até quando precisaremos ficar nos escondendo assim? - questiono.
- Você sabe, eu ainda não me sinto pronto pra isso.
- Mas eu preciso de você agora. - digo manhoso. - Preciso dessa sua boca gostosa. - volto a me inclinar mais sobre ele.
- Kookie...- levo minha mão até sua nuca, e o puxo para um beijo.
Ele não resiste, e eu o beijo ardentemente.
- Essa sua boca, é a minha desgraça Baby Moon. - digo ofegante pela intensidade do beijo, e ele sorri tímido. - As coisas que ela faz...me deixa louco. E só de lembrar, já estou ficando excitado.
- Ai, melhor parar com isso. Sei bem onde isso vai dar. - ele volta a se afastar sorridente. - Não estamos em um lugar apropriado para você bancar o coelhinho.
- Coelhinho?
- Sim. Agora eu vou te chamar assim.
- Ainda não entendi de onde tirou isso. - volto a ligar o carro.
- Bom...ontem...na hora em que estávamos...- ele parece envergonhado em dizer claramente as palavras.
- Transando...?
- Sim. Pouco antes de você...
- Gozar...?
- É.
- Qual é Jimin-ssi, acho que já temos intimidade suficiente pra você não ter vergonha de falar disso. Não acha?
- É, acho que sim. - ele pensa um pouco. - Então, ontem quando estávamos transando, pouco antes de você gozar, vocês estava rápido como um coelho.
- Hahaha....- sorrio largamente. - É daí que você tira essas coisas?
- Mas estou certo. Não é? - me encara desafiador.
- Está. - concordo com ele. - Mas agora quem está certo sou eu.
- Com relação a quê?
- A você ter pensado nisso tanto quanto eu. - ele sorri tímido, e tenta esconder o rosto com as mãos.
Paro o carro no estacionamento do colégio.
- Espero que você tenha gostado tanto quanto eu. - volto a encará-lo. - Porque pra mim, foi maravilhoso.
- É, posso dizer que foi bom. - diz brincalhão.
- Uau, feriu meus sentimentos agora, Baby Moon. - sorrio.
- Agora você, é definitivamente, um coelhinho. - se aproxima e cochicha em meu ouvido.
- Sou o coelhinho do Baby Moon. - roubo um selinho dele, e ele desfere um tapa no meu braço.
- Kookie!
- A culpa é sua. Você que está me provocando, com essa boca tão perto de mim. - lhe lanço um sorriso safado, seguindo de uma piscadela.
Aproveito sua proximidade, e lhe puxo para mais um beijo, mas quando toco seus lábios, ouço batidas no vidro da minha janela. Quando olho para trás, vejo Kevin olhando atentamente para mim.
Eu abaixo o vidro.
- Oi.
- E aí, JK...eu queria saber...
- Não, Jungkook, você não tem uma espinha no rosto. - Jimin o interrompe, e olho para ele.
- O quê? - fico confuso.
- Eu vejo você mais tarde. - ele retira o cinto, e sai às pressas do carro.
- Jimin-ssi?
Só então me dou conta, ele tentou contornar o que possivelmente Kevin tenha visto.
Eu não tenho problema nenhum que alguém me veja assim com ele, mas ele se diz despreparado para encarar os olhos julgadores dos outros estudantes, então mantenho as coisas do jeito dele.
Retiro meu cinto, tiro a chave do contato, e desço do carro.
- Será que ele olhou direito? Da uma olhada Kevin - me aproximo de seu rosto. E ele se afasta. - Não tem mesmo nenhuma espinha aqui? - aponto um local aleatório em meu rosto.
- Não cara. Não tem nada aí.
- Tá bom. - dou de ombro.
Depois de alguns desafiantes terem suas lutas finalizadas, chega a minha vez de competir.
Meus olhos seguem pela arquibancada da quadra coberta, à procura de alguém especial. E logo eu encontro os olhos de Baby Moon me observando.
Meu sorriso se torna largo, e eu fico ainda mais animado para competir.
Apesar de haver muitas pessoas torcendo por mim, a torcida de Baby Moon, é a que mais me faz confiante. Ter ele ali, junto com todo mundo, gritando meu nome, é extasiante.
Meu oponente é tão bom quanto eu, e o empate é inevitável. Mas ainda consigo me manter confiante em uma possível vitória.
Em um dos momentos da pausa, olho em meio a torcida, e vejo Baby Moon conversando com Alice. Até então, tudo normal, mas quando eu vejo ela segurar a mão dele, eu fico intrigado.
Percebo ela se ajeitar no assento, colando seu corpo ao de Baby Moon. Ele parece estar sem jeito com tanta proximidade dela, mas sei bem que ele jamais diria algo a ela.
- Ahh, Baby Moon...- sorrio.
Ao voltar para o centro da quadra, minha posição se encaixa de frete para eles, e por cima da cabeça do meu oponente, vejo quando Alice aproxima seu rosto ao de Baby Moon, e o beija.
Meus olhos não conseguem desviar daquela imagem, e a única coisa que consigo sentir, é o pé do meu adversário atingir meu capacete, e meu corpo ir ao chão.
- Merda! - digo caído no chão.
Mas logo meu olhar volta a encarar Baby Moon, que agora está de pé, e me observa incrédulo com as mãos na boca.
Ao final das competições de hoje, eu fique em terceiro lugar, mas a minha nota ainda foi boa. O que me deixa bem a vontade com a posição que fiquei.
Volto ao vestiário, para poder me organizar para ir embora. Sentado em um dos bancos, retirando as faixas que enrolo na mão por baixo das luvas, eu fico relembrando daquela cena da Alice com o Jimin. Eu não sei exatamente o que pensar a respeito do que vi, me sinto confuso. Muitos diriam que isso é ciúmes, mas sei bem como é sentir ciúmes, e não é o que eu sinto agora.
Após a minha saída do vestiário, espero por Baby Moon no carro, como ele demora muito, eu volto para dentro do colégio para procurá-lo.
Eu não o encontro nem na quadra, nem nos corredores, e nem nas salas.
Passando pelo refeitório, só me resta mais um lugar para procurá-lo. Vou até o banheiro próximo as quadras, e nada de Baby Moon, então sigo para o banheiro próximo da saída do colégio.
- Jimin-ssi? Você está aí?... Jimin-ssi? - abro porta à porta de cada um dos privados, a procura ele.
- Jungkook...?
- Jimin-ssi? Onde você está?
- Estou na última porta.
Quando chego lá, abro lentamente a porta, e o vejo sentado.
- Eu tô te esperando já tem um tempão. Você tá bem.
Quando ele olha pra mim, vejo seu lábio inchado, e um corte ainda sangrando.
- Eu...
- O que aconteceu? - me ajoelho em frente a ele.
- Parece que certas coisas não mudam. - ele me encara com os olhos marejados, só então percebo seu olho direito também machucado.
- Puta merda, Jimin... Quem fez isso com você?
- Jonas. - ele encara as próprias mãos.
- Mas o que houve para fazer isso.
- Eu estava na arquibancada com a Alice, e ela me beijou - ele parece reticente. - Mas eu não a incitei a isso, eu apenas achei que ela estava sendo legal comigo. Mas aí ela começou a falar que me achava gatinho, e que morria de vontade de ficar comigo, e eu não consegui ser franco com ela, e acho que isso a motivou a me beijar. Mas eu juro, eu não a encorajei a isso.
- Eu sei disso, Baby Moon. - eu o abraço, ele geme de dor.
- Mas acho que minha explicação não foi suficiente, para o Jonas entender que eu não quero nada com ela. - as lágrimas escorrem por seu rosto.
A raiva consome por completo a minha mente, e eu não consigo pensar em outra coisa, senão fazer aquele cretino pagar.
- Venha Jimin-ssi, vou levar você pra casa. - o seguro pelos braços, o ajudando a se levantar.
No caminho até a casa do Jimin, nem percebo que estou pisando demais no acelerador.
- Jungkook! Você precisa ir com calma. Está querendo nos matar? - ele me olha assutado.
- Desculpe, não tive a intenção de assustá-lo Jimin-ssi. - desalero. - Eu só...sei lá, não estava concentrado nisso.
- Então está dirigindo sem prestar atenção à rua? - ele parece ainda mais assutado.
- Não foi isso que eu disse.
- Encosta o carro. - ordena.
Paro o carro no acostamento, e encosto a cabeça no volante.
- O que está acontecendo, Jungkook? - questiona.
- Eu tô nervoso, Baby Moon! Não consigo parar de pensar na covardia que fizeram com você.
- Você sabe que pensar nisso, e ficar nervoso assim, não vai resolver nada.
- Sei sim. E é por isso que vou ter que resolver do meu jeito.
- Não! Você não vai fazer nada. Isso só serviria para ele ficar com mais raiva ainda de mim. Sem falar no que poderia especular sobre nós. Sabe-se lá o que passa na cabeça desses caras.
- Então é com isso que está preocupado? Que descubram sobre nós? - o encaro ainda mais irritado.
- Kookie...- eu retiro o cinto de segurança, e saio do carro, batendo a porta com força.
Mas que merda! É sério que ele se preocupa só com isso? Por que caralho ele não assume logo de uma vez que estamos juntos? Do que ele tem tanto medo afinal? De boatos? De conversinhas sussurradas pelos corredores? De olhares tortos? Será que ele não percebe que isso já acontece o tempo todo, não importando qual seja o assunto, ou motivo?
Eu ando de um lado para o outro da rua, atrás do carro, na tentativa frustrada de me acalmar. Mas parece que isso não está ajudando em nada, pois só consigo ficar com ainda mais raiva dos acontecimentos, e pensar mais ainda em mandar todo mundo para a puta que pariu.
Sento na calçada, e procuro pensar em coisas aleatórias para poder espairecer. Mas a única coisa que consegue me tirar desse turbilhão todo de pensamentos, é uma pequena muda de planta entre o asfalto e a calçada, pois há uma joaninha andando sobre as folhas. Essa seria uma ótima oportunidade de tirar uma boa foto.
Coloco meu dedo ao lado da folha, e a joaninha percorre ao longo da folha, subindo até ele. Quando ela está em meu dedo, eu levo a mão próximo ao rosto, e a observo mais de perto.
- Acho que no seu mundo, não há problemas como esse para lidar. Não é mesmo, senhora joaninha? - giro a mão, acompanhado seu trajeto.
- Kookie! - ouço Jimin me chamar. - Podemos ir? Preciso muito de algo para dor de cabeça. - eu baixo a cabeça encarando o chão, e voltando a pensar no que aconteceu com Baby Moon.
- Claro. - me levanto e volto para o carro.
Ao chegar na casa dele, eu o acompanho até o quarto, e me prontifico a ficar com ele até que um de seus pais cheguem, apenas para me assegurar que ele ficará bem.
Ele decide tomar um banho depois de tomar um remédio para dor. E eu fico sentado no corredor, próximo a porta do seu quarto.
Quando ele termina, e percebo movimentação em seu quarto, eu volto a entrar, e logo que entro, ele está pegando uma camisa dentro do guarda roupas. Só então percebo o hematoma se formando do lado esquerdo de sua costela.
Ele se vira pra mim, e percebe meu olhar em seu hematoma. Não diz nada, e eu sento em sua cama, apoio os cotovelos no joelho, e passo as mãos no rosto, mantendo os dedos entrelaçados em meus cabelos, claramente irritado.
- Kookie, - ele se aproxima de mim, pega minhas mãos, e me abraça. - Não fica assim não, eu tô bem.
- Não parece que você está bem, Jimin-ssi. - encaro seus olhos.
- Vai passar logo. Tá ?
Ele apoia minha cabeça em meu peito, e eu o envolvo ainda mais em meus braços.
Algum tempo depois de ficarmos ali, apenas sentindo a presença um do outro, ele decide se deitar um pouco. E eu me deito junto com ele. Colocando sua cabeça apoiada em um de meus braços, e com o outro, o abraçando suavemente, para que ele não sinta dor. Seria o que os outros chamam de dormir de conchinha, pois nessa posição, acabamos pegando no sono.
- Jimin? Jimin? - ouço uma voz chamar por Jimin-ssi.
Quando abro meus olhos, dou de cara com o pai dele, nos olhando confuso.
- Sr Park! - sinto meu corpo tensionar.
Tento levantar calmamente para não assustar o Jimin-ssi, mas meu braço ainda permanece sob sua cabeça.
- Pai! - Jimin levanta num sobressalto.
- O que está acontecendo?
- Eu posso explicar. - Jimin fica na defensiva. - Não é o que está pensando...
- Acho difícil. Eu não acredito nisso. - ele parece irritado.
- Sr Park, o que acontece, é que eu e o Jimin estamos...
- Não! - Jimin me interrompe. - Jungkook, pode ir embora por favor? - diz sem ao menos me encarar, e eu sinto sua voz embargada.
- Mas Jimin-ssi...
- Por favor?!
- Ah, mas essa conversa vai ser muito séria, Jimin. - o Sr Park parece realmente irritado.
- Eu não me importo de ficar, Jimin-ssi.
- Vá, Jungkook! Essa é uma conversa de pai e filho. - o Sr Park insiste.
- Promete que liga depois, Jimin-ssi? - pergunto junto ao seu ouvido.
- Sim! Agora vai, por favor.
Eu me levanto, e a passos lentos, vou embora.
Eu fiquei preocupado de deixar meu Baby Moon lá, sem nenhum tipo de apoio da minha parte. Senti meu coração tão apertado, que não consegui ir embora de vez, cheguei no meu carro, e ainda ponderei muito a ideia de voltar. Foi um dilema difícil de enfrentar, queria muito apoiar meu Baby Moon, mas não queria deixá-lo mais desconfortável com a situação, caso eu estivesse lá.
Então liguei o carro, e fui embora.
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