🐻Capítulo 21🐿️
Jennie Point Of View
Eu tenho que questionar por que diabos ela faz isso tão bem. E não é porque ela é a primeira pessoa com quem estive, mas sim porque ninguém fez o que ela fez para me foder.
Não nego que gostei de alguns meninos, e de meninas também, mas o que aquela mulher faz com meu corpo é algo que não consigo explicar.
Mesmo agora, vendo como ele dorme ao meu lado. Cabelo bagunçado e algumas mechas no rosto, expressão calma e não aquela cara impassível que ela sempre usa, ficam tão gostosos.
Ela usa uma blusa esportiva deixando o torso nu até que o lençol cubra sua bunda.
<<Perfeita>> joguei minha cabeça. E não nego, é. Pelo menos seu físico, se você olhar para algo mais como sua atitude... o ego ofusca toda a sua perfeição. Mas... não seria Park Roseanne, então... ela é perfeitamente imperfeita.
Se ela não tivesse essa atitude não seria a mesma coisa.
Tirei os olhos dela e suspirei levemente. Eu não deveria estar ali, não deveria procurá-la e... me deixar à sua mercê... como uma verdadeira puta.
'A prostituta pessoal de Park Roseanne, ótimo', eu disse ironicamente. Sendo a grande Jennie Kim, sou fácil. Que, definitivamente no passado, eu riria se alguém me contasse... em voz alta, a ponto de segurar a barriga pelas risadas que isso daria.
Saí da cama com cuidado para não acordá-la, mas aquela mulher tem sono leve. Durante toda a semana, sempre que tento fugir, ele consegue me pegar antes de eu sair.
Seja na cama ou no seu quarto.
- De novo com a mesma coisa.
Cerrei minha mandíbula enquanto as lágrimas queriam sair. 'Sim', tive vontade de gritar com ela, pois cada vez que me afasto a vontade só se multiplica três vezes mais de tê-la por perto.
E cada vez que penso nisso... sinto-me mais uma puta.
- Claro. – Ela parou de segurar minha mão e eu senti quando ela se levantou - Seu motorista chegará em cinco minutos.
“Puta, puta, puta” Minha consciência se encarregou de repetir. Para repetir uma verdade que me fez chorar de... raiva, frustração.
- Jennie.
Desviei o olhar, levantando-me para me afastar e esconder as lágrimas que haviam escapado. Porém, quando cheguei ao local onde estavam minhas roupas para começar a trocar o que eu tinha - a camisa social dela -, ela pousou na minha frente e me obrigou a olhar para ela, pegando meu rosto com uma das mãos sem nenhuma delicadeza.
- Por que você sempre chora?
Ela parecia chateada. Eu não sabia por quê.
Não foi problema dela se eu fiz isso, não foi problema dela e ela sempre me pergunta o porquê quando não é problema dela. Sim, a culpa é dela pelo que está fazendo comigo, isso deveria passar, mas não vou confessar o que sinto só porque a culpa é dela.
- Isso dói?
Isso deveria ter sido dito em tom preocupado, mas a ironia fica evidente naquela voz fria.
- Um pouco... só um pouco - falei, tentando engolir o nó que estava na minha garganta.
Suas mãos percorreram as marcas em meus pulsos, depois removeram a camisa que cobria minha nudez tão lentamente que piorou muito minha virilha e minha atitude. Eu queria chorar muito, bater como fiz antes para liberar o que sinto.
-Vou trocar a corda da próxima vez. Você tem a pele muito sensível, amor... - Não consegui olhar nos olhos dela, fiquei com com o olhar em seu peito enquanto a observava pegar minhas mãos até levá-las aos lábios.
Meu corpo ficou tenso enquanto meu núcleo latejava. Seus lábios sempre pareciam tão macios. Olhei para cima e ela já estava olhando para mim enquanto beijava as marcas em meus pulsos.
Minhas bochechas ficaram vermelhas e meu coração ficou abalado por uma ação tão... terna. Depois disso, suas mãos retiraram a roupa que cobria meu corpo nu e eu engoli em seco enquanto seus olhos percorriam as marcas em meu tronco e braços.
- Sua pele é muito delicada... - A mudança na voz dela me fez fechar bem as pálpebras, além com força, além de impedir o que ela ia fazer, preferi não ver quando sua respiração atingiu meu ombro enquanto suas mãos desciam por toda minha coluna até chegar às minhas nádegas, me pressionando mais perto dela.
Foi impossível suprimir o suspiro que surgiu, embora eu sentisse meu ânimo comendo poeira.
Primeiro os lábios, depois a língua delineando as marcas que a corda havia deixado em mim e sua maldita delicadeza tocando cada linha.
Ela rosnou contra minha pele, e eu não consegui suprimir o suspiro quando sua mão deslizou pelo meu canal molhado.
Eu não tinha entendido completamente a frase, mas entendi duas. Tive que encontrar um jeito de aprender mais inglês para saber algumas frases que ela me dizia quando transávamos.
E eu não tinha aprendido totalmente. Exceto frases ou palavras explícitas, como as de agora. E todo o meu maldito corpo reagiu ainda mais ao seu toque.
- Demônios...
Minhas mãos acordaram e deslizaram pelas costas dele até chegarem na frente, enquanto eu ficava olhando para ela suplicante, e descobrindo o quanto seu membro estava duro dentro daquele short de pijama.
Minha cabeça se inclinou automaticamente quando ela começou a subir pelo meu pescoço, tão devagar, foi uma tortura até que ela alcançou minha bochecha e faltavam apenas alguns centímetros para nossos lábios se encontrarem, mas... sempre há um maldito mas...
A bolha de luxúria e tensão sexual desapareceu quando a campainha do seu apartamento tocou.
Porém, Park não se moveu, ela apenas olhou por cima da minha cabeça e cerrou a mandíbula como se tivesse lembrado que algo estava por vir.
E foi o melhor, porque reagi rapidamente para afastá-la e começar a me vestir. Senti seu olhar intenso, mas pouco me importei e continuei até que estivesse como havia chegado ou quase.
Se alguém me olhasse sem roupa seria algo diferente por causa das marcas que eu tinha.
Mantive o olhar naqueles traços inexpressivos, talvez esperando sua dispensa, mas... Não houve comunicação, não houve beijos, nem carícias.
Não havia nada.
'Típico', reprimi o nó o melhor que pude porque não queria cair mesmo engolindo em seco.
<<Quando você contrata uma prostituta é para foder, não para mimá-la» Minha consciência me derrubou, afundando-me ainda mais na decepção de mim mesmo. E eu não tinha como fugir, porque em cada encontro quem procurava ela era eu para me foder.
A única coisa que poderia quebrar minha hipnose para ela era o que meu pai me disse. Obviamente ela não me perguntou, me disse. Obviamente ela não me convidou, pois quando ela me disse eu já tinha feito as inscrições e bastava ir embora.
Tocaram novamente a campainha e junto com ela bateram também na porta. Passou pela minha cabeça que ele poderia ser pai, mas ouvi dizer que ele estava viajando com meu tio porque... eu nem me importava com o quão feliz ele estava.
- Esconda-se - Ela ordenou de repente quando eu estava andando para a saída e ela me pegou antes que eu chegasse à porta com suas mãos agarrando uma das minhas.
" A esposa dela?" minha consciência perguntou. E eu neguei internamente. Se eu descobrisse algo sobre essa mulher; É que ela não gosta de compromissos.
E para mim, boa sorte ou não sei se foi azar, não obedeci e abri a porta.
Talvez eu não tenha sentido tanta vergonha e indignação ao ver a pessoa que estava na minha frente. Eu me senti empalidecer, ou mudar várias cores até ficar completamente branco quando uma mulher de cabelos pretos fez uma expressão de surpresa ao olhar para mim.
- Jennie? – Sua testa franziu quando ela empurrou a porta e eu não queria parecer igual a ela.
Eu também não esperei ela reagir para fugir com lágrimas escorrendo pelo meu rosto, mesmo quando ela estava me chamando de "amiga", - deixei entre aspas porque não sabia como era quando ela falava tão mal comigo. Talvez eu tenha causado isso, mas não tinha o direito de falar sobre isso com ninguém que cruzasse meu caminho.
A motorista era como a mulher disse e parecia tão confuso quando olhou para mim, mas eu não permiti que ele processasse isso porque me joguei em seus braços e chorei como uma idiota.
- O que está acontecendo, Jennie? - Ela me disse em seus braços, tentando acalmar meu choro que eu sentia que não conseguia parar.
- Leve-me com você... eu não quero ficar aqui... Hyuna... - Eu solucei entre seu peito, segurando minhas mãos em seu torso como uma tábua de salvação.
Ela foi a única que me relaxou, já que Jisoo, apesar de falar comigo algumas vezes, ainda não confessei para ela que a mulher já fez sexo comigo... algumas vezes.
Eu não poderia falar por causa da nossa situação, não tenho vergonha de falar, pelo contrário porque me conforta.
Minha querida irmã também faria isso, mas sei que ela vai pular em cima da mulher quando a vir para bater nela. E... não é ela... eu sou a fraca.
Fui eu quem a procurou na semana que aconteceu por causa de uma vontade incontrolável de estar com ela.
- Está bem.
Ela pegou a bolsa que eu carregava e me puxou pela mão para me arrastar para fora daquele hotel cheio de gente rica. Os olhares não estavam escondidos e os murmúrios eram bastante claros aos meus ouvidos.
Ela abriu a porta do passageiro e me ajudou a entrar. Ela entrou segundos depois de dar a volta no carro e começou nossa caminhada até a casa dela, onde estava com seu amigo-namorado.
Foi desconfortável pelo carinho deles, mas foi a melhor opção já que Jisoo não estava em casa e contar para a mãe não me livrou de nenhuma frustração.
- Sim... se ela é a culpada, ela não vale suas lágrimas... ela não vale elas.
Apertei os lábios para conter os soluços – apesar disso, as lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto – e me virei para olhar para ela. Eu não tinha o aparelho pelo qual pudesse me ouvir, então apenas neguei por causa daquela capacidade que tinha de entender palavras sem ouvir.
E ela não estava chorando por ela. eu chorei por mim, pela facilidade com que sou, por suas malditas carícias... por sua maldita presença que me deixa molhada só de vê-la. Choro de frustração e raiva de mim mesmo por precisar dela.
Olhei pela janela e solucei até chegarmos à sua humilde casa. Era horrível, e ela lhe dissera isso sem escrúpulos, mas ela apenas riu com óbvio divertimento.
Humildade não era algo que eu tinha. Mas ela faz, e de que maneira.
- Chocolate? - Ela apontou com as mãos em minha direção.
- Por favor - Respondi com uma careta parecida com um sorriso e ela desapareceu pelo pequeno corredor que levava à cozinha.
Esta é a quarta vez que venho aqui e ainda me surpreendo com o quão acolhedor é, mesmo com os poucos recursos com que foi feito.
- Tio Jackson estará aqui amanhã, quando você começar as aulas - Ela apareceu minutos depois com uma xícara fumegante e a deixou em minhas mãos, me informando de algo que eu não queria saber.
Hyuna não sabe que meu pai me bateu. E eu não gostaria de preocupá-la por causa de seu passado traumático com o pai.
- Nos meus últimos dias. Irei para a Europa terminar minha graduação. Não sei como papai conseguiu uma vaga para mim no meio do ano - Eu disse lentamente, já que não tinha usado linguagem de sinais em muito tempo.
Hyuna sorriu levemente e sentou-se ao meu lado, dessa vez ela colocou o aparelho no ouvido.
- Até quando vou te receber em meus braços cheia de lágrimas?
Ela olhou para mim com tristeza e uma de suas mãos pegou uma das minhas para me avisar que ela não estava me reivindicando. E dado o seu tom era impossível pensar isso, antes parecia que ela sofreu ao me ver assim.
- Quando eu for para a Europa. - Contive as lágrimas ao lembrar que não afetaria em nada ela não ter contato comigo.
Tão diferente de mim que fico molhada só de ouvir aquela voz linda que ela tem.
- Hoje... foi uma das amantes dela....- Eu ri ironicamente da lembrança que tive, apertando meus dedos entre eles sem desviar o olhar deles.
Quando eu ia para seu apartamento estava sempre sozinha ou terminando o banho. Obviamente, nessas ocasiões havia sinais claros de que seu banho se devia ao encontro anterior e ela estava indo para o segundo quando apareci em seu apartamento.
Não me importei porque ela me fez não fazer isso com o prazer que ela me deu. Além disso, por não conhecer uma de suas... amantes, minha mente as omitiu.
Anulou a possível existência de outras meninas.
Foi uma ocasião diferente quando ela foi ao escritório do pai com aquela loira no braço. A inveja me cegou e me levou a fazer o que eu não tinha ideia de como fazer, mas estava morrendo de vontade de fazer.
Agora, desta vez foi diferente porque eu estava saindo do apartamento dela e me deparei com uma de suas amantes, ninguém menos que minha querida amiga Lisa.
Isso me fez sentir mais como uma prostituta. Ela havia parado de usar uma e estava esperando pelo outra.
-... à minha frente. E percebi que... o prazer é a única coisa que importa para ela.
Não me importei que ela estivesse interessado no prazer, mas pelo menos que ela mostrasse que só fazia isso comigo.
- Sim... Você está...
- Não! Não diga essa maldita palavra! - Eu exigi com os dentes cerrados, olhando para ele ameaçadoramente, apesar do meu estado choroso.
Maldito destino não poderia me foder com isso.
Eu a vi suspirar, ela colocou um dos braços em volta dos meus ombros e sua cabeça caiu ao lado da minha.
- Tudo bem, Nini. O que você acha que sente então?
- Nada - menti. - São apenas meus hormônios. - Afinal, ela é a única com quem já fiz sexo.
- E por que você chora quando passa pela sua cabeça que ela está com outras garotas?
As palavras não saíram por alguns segundos enquanto eu ponderava a resposta a essa pergunta. E isso não me incomodou. Senti uma pontada no peito, mas nada mais. Além disso, chorei por causa do meu comportamento com ela... como me transformei no que ela queria porque era difícil recusar.
Era um corpo cheio de luxúria... intoxicado com seu perfume e feições perfeitas. Foi isso que me tornei quando estava com ela.
- Não me importa. Minhas lágrimas não são por isso...
Frustração? Porque?
Apertei minhas pálpebras e ambas as mãos cobriram meu rosto enquanto o inclinava para frente.
- Hyuna... Você não está me ajudando. - refutei, olhando mal para ela.
- OK. - suspirou. - Podemos ir para a academia para você liberar um pouco daquelas coisas que você carrega aí...
Ela aponta para o meu coração com um leve sorriso. E eu só tive que concordar com sua proposta. Eu tinha que ter aquela ideia que ela estava me passando de acordo – segundo ela – com o que eu sentia.
E isso era inaceitável para mim! Ela nunca aceitaria algo assim com aquela mulher que era definitivamente o nível mais baixo que ela já havia caído.
- Vou ligar para Jisoo.
- Esqueça. - Levantei a sobrancelha ao ver como ele tirou meu telefone de mim - Ela está nos esperando, Nini.
Eu fiz uma careta, confusa. Eu nem percebi quando ela ligou para Jisoo. Em que momento ela fez isso?
Ela me devolveu meu telefone com uma careta e me mostrou a tela. Recebi várias chamadas perdidas e uma recebida.
"Park Roseanne. Chamando"
Meu peito se contraiu no mesmo momento em que acelerou.
“Punição...recompensa”, minha consciência lembrou. Ela provavelmente iria me punir por não obedecê-la. E então ela faria suas maravilhas em mim. Tirei os olhos do aparelho e coloquei-o no bolso do moletom, deixando-o completamente silencioso.
- Vamos.
- Tem certeza que não vai responder ela?
- Eu não preciso fazer isso. Já vamos.
Mesmo quando minha virilha ficou úmida pela imaginação de seu castigo em mim, eu não iria responder. Pelo menos eu manteria minha dignidade quando não estivesse com ela.
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