🐻Capítulo 01🐿️
Jennie Point Of View
- Olá papai - Cumprimentei meu pai que está tomando seu café com o jornal na mão. Lendo sobre política, olhei para ele por alguns segundos e beijei sua cabeça.
- Olá, querida - ela respondeu sem tirar os olhos do papel.
Kim Jackson, um empresário bilionário que pode comprar e ter à sua disposição tudo o que quiser. Para ele não há objeções e nem para as filhas.
Meus pais nos concedem todos os nossos desejos e nunca recebemos um não como resposta.
As típicas crianças mimadas. Invejados por muitos, odiados por seres que não aceitam que somos melhores que eles e jogam o ódio para deixar escapar a frustração de não ter o que temos.
- Sua mãe está orgulhosa, pequena. Suas avaliações nos surpreenderam. Tão perfeito quanto você, querida - ele elogiou, olhando para mim desta vez e eu sorri por causa disso.
Eu não gostava nem um pouco de me gabar de algo que consegui por influência de papai. Minhas notas não eram tão perfeitas, pois eu não estava indo muito bem em números, então tive que me esforçar para não decepcionar meus pais.
- Obrigada papai. Você pode me levar para a aula?
Eu gostava de passar um tempo com meu pai no caminho de casa para a faculdade porque suas piadas eram tão ruins que chegavam a ser engraçadas por causa do esforço que ele fazia para contá-las.
Mas minha expressão se reduziu à tristeza quando ele balançou a cabeça.
- Outro dia. Sua irmã está te esperando no carro, Yeonjun irá te levar.
Comi a torrada coberta de geleia e andei pela sala da casa com passos apressados porque se fizesse aquele idiota esperar seria um verdadeiro pé no saco.
Os funcionários acenaram ao me ver passando pelo jardim bem cuidado enquanto a até embarcar no carro.
- Muito lenta! - Ela gritou alto e recebi uma bola de papel na cara seguida daquele som irritante que ele fez.
- Foram cinco minutos, Jisoo.
- Não me diga isso! - ela reclamou, jogando outra bola de papel na minha cara.
Às vezes me pergunto como consigo suportá-la, mas outras vezes esqueço, porque ela é a única amiga e meia-irmã que tenho.
Jisoo é filha do meu pai, mas não da minha mãe. Porém, é como se ela fosse minha irmã completamente porque a mãe dela morreu quando ela nasceu e logo depois, O meu pai se casou com a minha mãe.
O muito chato é que ela é dois anos mais velha que eu.
- Há alguns anos não lembrava que isso fazia parte de mim.
- Irmã, não foi culpa sua.
Ela levanta a sobrancelha com um sorriso torto e eu reviro os olhos exasperada quando ela se lança em um abraço.
- É tão fofo que você queira me encorajar.
- Sai Jisoo.
- Eu também te amo, Jen.
Eu bagunço sua franja para que ela a tire e o motorista apenas abre a porta para partirmos para o nosso destino, o que é um pé no saco.
Coloquei o braço da minha irmã em volta de mim quando começamos a andar e os olhos caíram sobre nós como sempre. Nossa popularidade não está apenas aqui nesta universidade. Recebemos elogios e cartas de outras partes.
Esta universidade é o nosso reino. Podemos fazer e desfazer, pois todos nos obedecem.
- Me avise se você for foder para que eu possa ter uma mentira bem formulada - aviso minha irmã que está começando a se afastar.
Ela sorri maliciosamente.
- Você é igual - ela pisca para mim e acaba se perdendo com aquela arrogância que faz muitos babarem.
Eu bufo. Sexo é para hormônios.
Meus amigos conversam e falam sobre como é agradável. Dou a minha opinião como se fosse uma especialista, mas isso está longe de ser verdade. Na minha vida nunca vi um membro, toquei em um ou provei um com a boca.
Descobri que sou bissexual, e duas pessoas desta universidade ainda tiveram o privilégio de me beijar quando eu estava descobrindo isso.
Eu vou até meu armário para pegar o que eu preciso e me deparo com Lisa que está indo para a mesma coisa. Tenho a sorte de compartilhar a primeira hora de aula com ela.
- Você está horrível. - Eu sou claro com ela porque gosto de ser. Fazer rodeios não é uma característica da Im.
A mulher de cabelos negros sorri concordante e há leves marcas em seus pulsos e parte do pescoço, só que cobertas por maquiagem.
- Foi uma noite longa.
Eu a ouvi suspirar cansada e ela se virou para mim. Um sorriso estampado em sua boca demonstrando algo diferente daquilo que seu corpo transbordava. Seu corpo exigia descanso e seu rosto expressava encorajamento.
- Acho que entendi, Jennie...
Comecei a andar quando já estava ficando tarde para a nossa aula de geometria e foi estranho vê-la tão animada. Digo a ela que explicasse o que queria dizer, já que os dons de adivinhação ainda estavam adormecidos em mim.
- A Indicada. Ela é especial e me trata como uma princesa. - Ela soltou um suspiro cheio de esperança e eu a vi sorrir como uma boba.
Eu fiz uma careta ligeiramente. Na verdade, um arrepio percorreu meu corpo por causa daquele comportamento estranho que alguém lhe causou.
- Não seja delirante. É claro que eles irão tratá-la bem quando seu objetivo for alcançado. Você nem sabe se ela vai voltar depois de foder você.
- Jennie! - Exigi que baixasse a voz, mas sabia bem que estando comigo ela deixou de ser outra pessoa e passou a ser o centro das atenções. - Não é assim. Vamos almoçar hoje.
Levantei a sobrancelha quando já estávamos sentadas perto da janela porque era meu lugar favorito e todos sabiam disso.
Eu me virei para vê-la franzindo a testa. Nessa época, temos um teste para uma tarefa que é um problema. - Como você vai almoçar com ela aqui?
Eu não decretei com o olhar óbvio que ela estava me dando naquele momento.
Como ela me pediu para cobri-la para que ela pudesse ir buscá-la? Eu só fazia isso com Jisoo às vezes quando estava com vontade.
- Por favor. Jennie, vai ser divertido. Você apenas tem que me levar e esperar por mim. Eu falei para meus pais que iria comer com vocês para não me mandarem continuar com aqueles idiotas - bufou, mostrando os mencionados. Eles estavam apenas vigiando a frente de onde a aula iria começar.
Não é que eu me importe em quebrar regras também. Eu não era a típica garota má.
Eu não gostava de bullying, isso era muito baixo para mim. Eu só me importava com o que acontecia comigo, não com quem estava ao meu redor.
- Claro - acabei aceitando porque surgiu a curiosidade de saber quem era aquela pessoa especial que a tinha assim. - Há quanto tempo você a conhece?
- Imagino que deva levar meses para eu tê-la - Eu não sabia que minha amiga gostava de BDSM, principalmente com uma mulher.
Eu pensei que era hétero.
- Semana passada, quando vocês saíram e me deixaram no mercado.
Meus olhos caíram sobre ela rapidamente e olhei para ela com horror. - Como você achou que ela era alguém especial quando você o conhece há apenas uma semana?
- Não deveríamos ter deixado você - lamentei, acariciando minha têmpora pelo nosso erro.
Diferente de mim não tem ninguém que valha a pena, para eles deve ser alguém que definitivamente não é conhecido no mercado. Então, a curiosidade aumentou para saber quem era aquela garota que a bajulou até ela ficar idiota.
- Bom dia - anunciou o professor com força para que soubéssemos que ele havia chegado e deveríamos parar a conversa.
Olhei para ele como um aviso claro de que não havia terminado a conversa e nos concentramos na aula que estava me causando problemas.
Tive certeza de que a maioria não prestou atenção ao homem que sempre se esforçou para explicar algo que – segundo ele – é bastante fácil de aprender e colocar em prática.
Obviamente, era só ele pensando.
Depois da longa aula agora andamos pelos corredores cheios de alunos babando em mim e nos deparamos com o resto do meu grupo de amigos. “Os mimados”, dizem eles. Aquilo que o invejoso cria porque não tem o que nós, com um estalar de dedos, conseguimos facilmente.
- Festa às oito na casa dos Yoos.
Reviro os olhos. Lá vão eles de novo com o tema da procura de sexo. Adoro muito eles, mas não suporto quando falam de tamanho ou umidade. Às vezes dou minha opinião para passar despercebida como uma virgem inexperiente no assunto, mas não estou com vontade de fingir.
- Eu não vou. Eu tenho problemas que...
- Você vai foder com o Kai?! - Exclamaram os quatro com seus olhares curiosos sobre mim.
Eu fiz uma careta. Quem é Kai? Naquele mesmo momento lembrei-me de que uma vez o havia mencionado e desfiz a expressão confusa para substituí-la por uma de obviedade.
- Você duvidou...! Você conseguiu outro, vadia? - Joohyun sugeriu com choque evidente em seu rosto.
'Eu nem peguei o primeiro', sorri arrogantemente e revirei os olhos para não demonstrar que estava mentindo.
- Não. Ele é igual, tem o privilégio porque faz boas orais - expliquei como uma especialista olhando minhas unhas.
Eu a ouvi rir das minhas palavras e Lisa colocou o braço em volta do meu para que pudéssemos sair da multidão.
- Por que você não o apresenta aos seus amigos? Prometemos não olhar muito para ele, além disso, nunca tocaríamos no que é seu - esclareceu com firmeza e voltei meu olhar para todos.
- É verdade. Além disso, você nunca nos mostrou uma foto de uma de suas conquistas...
- Não tenho necessidade de conquistar - deixei claro no momento.
Eu sou Jennie Kim. Posso ter qualquer um sem ter que conquistar. Só preciso dizer o que preciso e eles me darão. Não conheço a palavra conquista e isso não me interessa.
Eu arrogantemente evitei suas perguntas até que tivemos que ir embora para assistir à próxima aula. Era uma área que eu lidava sozinha e que me frustrava porque não tinha com quem conversar.
Fiquei com a bochecha apoiada no braço durante quase toda a aula, até que parei quando estava tive que anotar os relatórios que precisávamos trazer. Eu mal adormeci. E eu não me importei que eles me vissem porque quem estaria em apuros seria ele.
Sento-me para recuperar o fôlego em um banco perto da entrada, olhando o jardim cheio de lindas flores quando alguém ousa sentar ao meu lado.
- Cai fora - ordenei sem sequer me virar para olhar para o ser inferior que acreditava ter o direito de respirar meu ar.
Onde eles terão seu ego? Ouvi um pedido de desculpas temeroso segundos depois e suspirei. Poderia estar rodeado de muita gente, mas prefiro ter meu pequeno grupo de amigos e não de hipócritas que só querem popularidade.
Eu odeio quando eles pensam que podem ficar perto de mim.
- Você deveria demonstrar interesse, irmãzinha.
Revirei os olhos porque... perdi a conta. Continuei vendo as rosas que estavam lindas. Mas um puxão no meu cabelo me tirou da hipnose, me lembrando que minha irmã chata ainda estava ao meu lado.
- Quando eu permiti que você se sentasse? – Virei-me para olhar para ela exasperada e Jisoo colocou um braço em meu ombro com um enorme sorriso.
- Sabe, acho que você não me ama quando me trata assim... - Olhei para ela incrédulo, e ela percebeu. Revirei os olhos de novo - Mas você faz gestos assim e eu esqueço. - Sua risada me causa gastrite, mas é inevitável sorrir diante de seu entusiasmo por me deixar mais sentimental.
- Com quem você vai sair?
Ela parou de se agarrar a mim e me forçou a olhar para ela. Havia descrença e indignação naquele olhar castanho.
- Sem ninguém, irmãzinha. Minhas aulas terminaram. Parece que a irritantemente egocêntrica Park não comparecerá. O que é um verdadeiro milagre - ela encolheu os ombros, levantando-se do banco para se esticar.
Ela diz que odeia aquela mulher porque se acha mais importante que ela.
Olhei para trás e, como imaginei, algumas pessoas viram aquela coronha que ela carregava. Nós dois sabíamos o que estávamos fazendo, mas me incomodava que eles fossem até discretos, olhando para a bunda dela como se quisessem que eu usasse o rosto deles como cadeira.
- Você? Onde você está indo?
Olhei para ela novamente e balancei a cabeça na direção de onde Lisa estava vindo com um grande sorriso que melhorou sua aparência cansada.
- Ela quer almoçar com alguém.
- A estúpida pensa que ela é especial porque ela fode bem - eu disse ironicamente com uma careta e Jisoo bateu na minha cabeça, balançando a cabeça lentamente.
- Não seja insensível.
- Sou realista...
- Você não sabe, porque não faz isso... - Ela permanece em silêncio quando lhe dou um olhar penetrante. Ela sabe que não gosto que me chame de virgem, mesmo que seja verdade - O que estou tentando dizer é que pelo menos encoraje e não seja tão realista.
- Você está aceitando que é uma ilusão - sorri quando a pessoa de quem estávamos falando veio correndo em nossa direção.
- Os amigos se apoiam, Jennie... Olá, linda... - ela cumprimentou tão rapidamente com um sorriso fofo como se nada tivesse acontecido e envolveu minha amiga em um abraço apertado.
- Jichu... Como você está? As aulas não te deixam livre – retribuo o abraço com a mesma força com um beicinho formado.
- É um pé no saco, mas vale a pena. Eu tenho que ir... - Ela beija minha bochecha mesmo eu tendo fugido dela e bagunça meu cabelo com minha exasperação - Não se atrase, ou contarei ao papai.
Não respondi a isso porque sabia que não faria isso, ou nós duas teríamos que perder se o fizesse, e duvido que quisesse isso.
Nossos pais não negam nada que queremos. Assim como também podem nos levar embora como punição. Aconteceu uma vez, embora nós duas tenhamos feito birra, só tiramos mais coisas de nós.
A partir daquele momento decidimos nos encobrir para não causar problemas como aquele dia.
- Devemos pegar um táxi.
Parei na entrada principal da universidade e fiz uma careta com o que ouvi e ri. Isso foi uma piada de mau gosto.
- Eu tenho motorista, Lisa...
Apontei para onde Yeonjun deveria estar e minha amiga ergueu a sobrancelha, afirmando o óbvio motivo pelo qual ela sugeriu pegar um táxi.
Jisoo pegou o motorista. Eu rosnei de aborrecimento e meu meu pé bateu no chão.
- Vamos.
Ela riu ao ver meu humor e entramos no táxi que ela parou.
- Por que você não contou aos outros?
Ela fez uma careta e se virou para olhar pela janela. Havia muitas pessoas na rua. Passamos pelos prédios luxuosos e bem estruturados, também do papai.
- Eles iam querer conhecê-la - ela olhou para ela novamente com uma sobrancelha levantada. É certo. Ela parou de olhar para o que achava marcante além e houve nervosismo - E... Ela... Disse que não deveria falar nada...
Inclinei meu rosto e bufei.
- Ela nem saberia...
- Ela sabe. Sim, ela sabe... – ela sorriu nervosamente, evitando olhar para mim novamente. Eu fiz uma careta com isso.
- Eu odeio lugares assim. - Ela ainda me arrastou com ela para aquele bar-restaurante quando tentei fugir, o que era bem comum para alguém como eu. Olhei para as pessoas ao meu lado com tédio e superioridade. Como Lisa poderia se apaixonar por alguém com poucos recursos?
Não entendo.
O gerente nos orientou para a posição reservada e cada momento me deixava mais exasperado.
Este lugar não é para alguém como eu. Inspirei profundamente, suportando o cheiro de perfumes baratos. Eu estava tentando evitar os seres inferiores quando senti um cotovelo ao meu lado.
- Fique perto.
Me senti ofendida quando ela me deixou sozinho enquanto caminhava em direção à mulher que estava de costas para nós. Estufei as bochechas em claro desacordo e tive que fingir que continuava.
Essa deveria ser a intenção, mas algum idiota esbarrou em mim no momento em que a mulher se levantava para cumprimentar minha amiga.
Ouviram-se suspiros de espanto e a vergonha que me dominou foi a primeira vez que senti quando minhas palmas e joelhos bateram no chão, portanto, minhas bochechas ficaram vermelhas.
- Que estúpida.
Olhei tão rapidamente para aquela voz zombeteira e olhos quase cinzentos estavam sobre mim. Ela estava com uma roupa bastante casual. Moletom, joggers e tênis. Tudo preto. Até o boné na cabeça.
Eu ainda estava ajoelhado no chão enquanto olhava para a mulher.
- Sinto muito... - Lisa me ajudou a levantar enquanto pedia desculpas, me lançando um olhar de pesar e esfregando meu ombro discretamente em busca de apoio. Ela parecia tão nervosa.
Tudo isso enquanto ela olhava para a mulher que expressava zombaria.
Idosa. Eu não sabia exatamente quantos anos ela tinha, mas ela era mais velha que nós.
Cerrei os punhos por causa daquele olhar arrogante em mim. Ela correu através de mim tão lentamente que senti um arrepio percorrer toda a minha espinha até que ela mordeu o lábio inferior enquanto seus lábios se curvavam em um sorriso.
- Pequenina - ela gesticulou enquanto movia os lábios e a raiva veio muito rapidamente.
Só meu pai tinha o direito de me dizer isso.
Fiquei indignada quando ela se sentou como se nada tivesse acontecido e Lisa a seguiu.
Eu queria me mover, mas me senti paralisada. Como se estivesse colado ao chão. Fiquei apenas olhando para minha amiga e para a mulher que bebia em seu copo com elegância.
- Senhorita, posso lhe oferecer para fazer uma reserva.
- Sem chance.
Saí muito mal-humorada, cheio de vergonha e furioso com aquela mulher estúpida. Muito mais para os estúpidos que apenas me encararam, em vez de me ajudarem a levantar.
Não me importei muito em deixar Lisa à deriva com aquela mulher. Peguei meu celular para ligar para o motorista. Jisoo que viria me buscar neste lugar cheio de gente vulgar e desrespeitosa.
Pude ver como estava lotado de gente. Por que é tão popular quando eles têm um serviço péssimo? Cruzei os braços, ignorando as vaias e insinuações que foram lançadas em minha direção e só me irritaram mais.
Eu não sabia exatamente quanto tempo demorou para esperar, mas senti que quando Jisoo chegou, aquela mulher e Lisa saíram.
Yeonjun abriu a porta para mim e antes de entrar aquela mulher olhou para mim. Ela sorriu e piscou para mim, dando uma tragada no cigarro enquanto minha amiga a seguia com os olhos no chão e as mãos na barriga.
- Sim, vamos. Papai estará aqui em 20 minutos. - Jisoo me avisa, me tirando do meu excesso de raiva com aquela mulher.
Subi rapidamente e não olhei para elas. Isso só iria me incomodar.
- Você está furiosa, irmãzinha.
- Fique quieta.
Aquele dia foi o dia mais embaraçoso e chato da minha vida.
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