𝟰𝟳, nathan.
Eu sou um fodido.
Estou tendo que lidar com isso há duas semanas, mais do que tudo. Era o maior tempo longe dela desde que eu soube que vou ser pai, e, honestamente, é uma merda.
Eu não sabia o quanto precisava dela até estar sem ela. Foi assim quando eu viajei para Omaha, mas era uma situação completamente diferente, ela não me odiava daquela vez.
Samuel mal olhava na minha cara e sequer falava comigo – e quando falava, era sempre um xingamento mais longo que o anterior. Meus outros amigos souberam do que tinha acontecido, e a maioria ficou bolado comigo, mas não durou muito até as coisas voltarem ao normal.
Provavelmente, a proximidade entre Sammy e ela fazia ele me odiar cada dia mais, talvez por saber exatamente como ela se sentiu, e sente, a respeito do que eu fiz.
Se fôssemos pessoas normais, eu teria todo o direito do mundo de dizer que ela é a culpada e que eu não fiz nada de errado. Mas não somos, e eu fodi tudo.
Não era a primeira vez, e nem será a última, que ela, praticamente, jogou na minha cara que tudo o que tivemos e o que possivelmente teremos é um erro. Tenho certeza de que ela se sentiu ainda pior do que eu quando ouvi, quando falou aquelas palavras.
Não era uma desculpa, é óbvio que não, mas eu estava bêbado e chapado. Haviam duas versões de mim naquele momento: o Nate da Veronica, e o Nate do mundo. Quando eu passei por aquela porta, o Nate da Veronica sumiu.
Eu percebi a burrada que tinha feito quando, no instante em que aquela garota italiana sentou no meu colo, eu vi os olhos dela se encherem de lágrimas. Tudo isso antes de eu ser incumbido a agir feito um babaca por eu mesmo. Quando eu abri os olhos, ela não estava mais lá.
A italiana, Valentina, teve a coragem de dizer, bem no meu ouvido, que entendeu o porquê da prima dela ter gostado de mim. Eu me arrependi no mesmo momento.
O pior de tudo é que eu sabia que Veronica não seria cruel ao me privar de acompanhar a gravidez, mas que não seria mais a mesma coisa, definitivamente não.
─ Acorda pra cuspir, Maloley. Ninguém aqui tá sustentando vagabundo não. ─ reviro os olhos quando escuto a voz de Gilinsky.
Ele sempre teve o dom de acordar as pessoas com palavras lindas como aquelas.
Eu estava pensando em uma desculpa para aparecer na cada de Veronica desde o dia do ocorrido, mas nada me vinha na mente. Nada.
Presentes só demonstraria o quão idiota eu sou, e se eu aparecesse lá de cara lavada ela bateria a porta sem pensar duas vezes.
─ Você tem cinco minutos pra se trocar, ou vai ficar aqui sozinho. ─ novamente, ouço a voz de Jack. Eu não sabia para onde eles iriam, mas não queria mais me remoer de culpa dentro do quarto.
Então eu iria me remoer de culpa seja lá onde eles estiverem indo.
Vesti uma calça preta e uma camisa branca, calcei o tênis e borrifei o perfume.
Abri a porta do quarto e desci os poucos degraus até a sala de estar. Meus amigos estavam espalhados pelos sofás, todos arrumados. Eu sentia o cheiro de, pelo menos, cinco perfumes diferentes.
─ Decidam como vamos separar, e ainda tem as donzelas pra ir buscar. ─ Samuel diz, sem me olhar.
Meu coração deu um pulo. Se ela fosse, eu não perderia a oportunidade de tentar me explicar.
No fim, dividimos da seguinte maneira: Johnson, Gilinsky, Nash, Hayes e Matt em um – no carro de Nash –, Eu, Cameron, Aaron e Shawn em outro - no de Cameron. Samuel estava no próprio carro, e iria sozinho buscar as meninas.
Descobri o nosso destino quando Cameron parou atrás do carro de Nash, bem em frente a um boliche karaokê. Eu tinha visitado o lugar umas duas vezes em toda a minha vida – não por ser ruim, mas pela falta de interesse e, as vezes, falta de companhia.
Concordamos em esperar Samuel lá dentro, já que o tempo estava frio – afinal, já passava das sete da noite.
─ Vê se não vai falar merda e estragar o clima, Nathan. ─ Shawn diz, se sentando do meu lado esquerdo em uma das maiores mesas. Incluindo Valentina, éramos quatorze agora. ─ Se ela quiser falar com você, ela virá. Não força a barra.
Ele estava certo.
Samuel e as quatro meninas passaram pela porta cerca de quinze minutos depois. Ela estava linda.
Veronica olhava ao seu redor, provavelmente reconhecendo cada rota de fuga se algo desse errado. Ela vestia uma calça legging, que começava a ficar um pouco apertada demais em seu corpo, uma blusa de manga longa, bastante larga nos pulsos, e um tênis da Balenciaga branco e preto, combinando com a sua roupa. O cabelo dela estava esvoaçante, preso por alguma coisa na parte de trás, mas ainda solto, e a única coisa visível em seu rosto era um gloss transparente.
Percebi Gilinsky abrir um sorriso sarcástico, mas foi interrompido antes que pudesse soltar alguma piadinha.
─ Uma só palavra, Jack Finnegan Gilinsky, e eu vou ter certeza de que você jamais tenha filhos! ─ Maggie esbravejou, sentando na cadeira que ele havia guardado para ela.
─ Eu só ia dizer que você tá linda. ─ ele murmura e Maggie revira os olhos.
Pelo menos não era só eu que estava na coleira.
Veronica se sentou duas cadeiras a minha esquerda do outro lado da mesa. Samuel em seu lado direito e Olivia no lado esquerdo. Ela havia ganhado guarda-costas e sequer tinha percebido.
Valentina se sentou na ponta da mesa, um pouco deslocada, embora tenha feito amizade com a maioria dos meninos, apesar do que aconteceu - obviamente, depois de escutar Veronica dizer que ninguém ali deveria tomar suas dores.
Voltando de novo o meu olhar pra ela, eu não consegui evitar sorrir. Ela estava com a mão direita passeando pela barriga, que já estava consideravelmente maior do que estava da última vez que nos vimos, naquela maldita festa.
─ Cuidado na hora de ir embora, Ronnie. ─ Cameron começa. ─ Vai que eles acham que você roubou uma das bolas de boliche.
Todos riram, incluindo eu. Menos ela.
─ Aproveite os seus dias de liberdade, Dallas, ─ ela semicerra os olhos. ─ mas quando essa criança nascer, é melhor você já estar bem longe de Los Angeles.
Dessa vez, nem ela aguentou e riu conosco.
A mesa em que estávamos era bem perto da passagem até as pistas de boliche, ao mesmo tempo que também era bem perto do karaokê. Ouvi dizer que um dia foram duas coisas diferentes, mas uma pessoa comprou e juntou os dois; só então o lugar ficou famoso.
Perdi a noção do tempo, e quando percebi, todos já estavam de estômago cheio e passando pelo túnel de concreto, com luzes coloridas dentro, que levava até a área do boliche.
As duplas foram formadas – Olivia e Sammy, Maggie e G, Valentina e Nash, Hayes e Johnson, Matt e Aaron e, por fim, Cameron e Shawn. Eu escolhi não jogar daquela vez, já que não teria par – Veronica não conseguiria jogar a bola do jeito certo, e duvido que seria minha dupla se conseguisse. Por isso, me sentei no sofá de couro bordô dois lugares à sua esquerda, em silêncio.
Mas, em algum momento, um de nós dois falaria algo.
bom dia o sol já nasceu lá na fazendinha e feliz 14k pra gente
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