𝟮𝟰, veronica.
Cinco dias havia se passado desde o desastre de segunda-feira. A treinadora entendeu o meu lado, ela tinha de entender; ela jurava que eu estaria dentre os sortudos, e eu sequer cheguei a pisar no campo.
O resultado das bolsas sairá hoje, sábado, às seis. Assim como também sairão os resultados da prova geral que fiz ontem. O processo é simples, se eu tirar mais de cinquenta por cento nessa prova, eu vou ser levada diretamente para a UCLA, onde eu vou mostrar alguns dos meus desenhos e, com sorte, posso ganhar metade de uma bolsa.
Depois daquele jantar na casa dos meninos a minha mente voltou a relaxar e eu pude lidar com a aproximação de Nathan de novo; quando eu deixei escapar que teria esse provão na sexta, ele fez questão de me ajudar a estudar a semana inteira, mesmo já tendo feito o mesmo há dias atrás.
─ Ansiosa? ─ Sammy pergunta ao meu lado.
Ah, sim. Quando ele soube – por Nathan – que o resultado seria divulgado hoje na escola, os dois fizeram questão de me acompanhar. Olivia não estava atrasada, era eu quem estava adiantada demais.
─ Muito. ─ esfrego as mãos, suando frio. ─ É a minha única chance.
Minhas duas mãos foram tomadas, uma por cada um, em reconforto. Em pouco mais de dez minutos Olivia chegou junto de Maggie, e o meu nervosismo aumentou; agora, a expectativa era por mim e por elas.
Olivia queria entrar para Juliard, e eu a apoiava cem por cento, mesmo que isso signifique que ela vá embora para outro estado. Maggie, por outro lado, sonhava em fazer pediatria na UCLA ou em uma universidade tão boa quanto.
Quando os portões foram abertos, não entramos de imediato. O pátio estava cheio, e eu sabia que ter de me espremer entre as pessoas para enxergar um papel que talvez não tenha o meu nome apenas aumentaria a minha ansiedade. Por fim, esperamos que o número de pessoas diminuísse consideravelmente, de modo que pudéssemos transitar livremente pelo pátio sem esbarrar em ninguém.
Hesitei um pouco ao me aproximar do mural. Olivia e Maggie correram até ele, e pelos pulinhos das duas eu sabia que ambas haviam conseguido. Suspirei, nervosa.
─ Quer que eu olhe? ─ assinto, sem saber direito qual dos dois se ofereceu. ─ Qual é o seu terceiro? ─ levanto dois dedos, e sinto a pessoa se distanciar.
Percebo que foi Nathan quando Sammy me abraçou e eu senti um perfume que, definitivamente, não era o dele. Em menos de dois minutos Nathan estava de volta, junto com Liv e Maggie.
─ Você conseguiu. ─ ele diz, com um sorriso largo. ─ Você conseguiu!
Não penso muito, apenas pulo em seus braços e deixo algumas lágrimas caírem, sentindo o alívio me consumir por inteiro.
─ Isso merece uma comemoração! ─ Sammy diz, tão animado quanto nós.
─ Ótima ideia! Assim já emendamos com o seu aniversário, Ronnie! ─ arregalo os olhos, perdida no tempo. Quando entramos em agosto?
─ Quando é o seu aniversário? ─ os dois perguntam, juntos.
─ Quatro de agosto. ─ confusa, olho o ecrã do celular; dois de agosto. O meu aniversário é em dois dias e eu não fazia a mínima ideia! ─ Porra, eu preciso de uma bebida!
Apesar de ter dito, eu não ingeri nada alcoólico, ainda sentindo o mesmo que senti na casa dos meninos, que, aliás, é onde estamos agora.
Maggie não pôde vir, teve algum tipo de emergência em casa, mas Olivia veio. Estavam todos aqui; Nash, Hayes, Cameron, Shawn, Matt, os dois Jacks, Sammy e Nate. E Olivia não podia estar babando menos em Samuel e Nash, sim, ela quer – e vai – pegar os dois.
─ Eu nunca vi ninguém fazer esses dois de idiota. ─ Shawn comenta, observando a habilidade de Olivia em demonstrar interesse nos dois, mas esconder um do outro. ─ É o melhor dia da minha vida.
Rimos juntos.
Desde que nos conhecemos, Shawn tem sido sempre uma boa companhia quando estou na casa do meninos. Afinal, eles sempre estão: a) bebendo e fumando no jardim de trás; b) vendo fotos de garotas gostosas no Instagram; ou c) falando sobre as garotas gostosas no Instagram.
─ Ei, Mendes! Se você roubar a minha amiga de mim, você já pode começar a se despedir da sua família. ─ Samuel ameaça, trançando um pouco as pernas ao vir até nós. ─ Ela é minha amiga!
─ Nossa amiga, Wilkinson! ─ Shawn retruca, e eu não posso aguentar a risada ao lembrar do meme do Burro do Shrek comunista.
─ Se acalmem, garotos. Tem Ronnie pra todo mundo. ─ digo alto.
─ Como é? ─ Nate indaga. Pelo tom de sua voz e sua língua embolando, presumi que ele estivesse bêbado.
─ Porra, achei que o posto de talarico era do Hayes! ─ Gilinsky entra na brincadeira, levando um tapa do Grier mais novo. ─ Sei que esse não é o jeito mais apropriado de revelar, mas estamos namorando.
Resolvo ir na onda e pulo nas costas de Jack, rindo. Nash e Hayes começaram a rir, enquanto Shawn revirava os olhos, Sammy aparentava estar com ciúme, Matt não estava na sala e Nate apenas observava.
─ Provavelmente devo te chamar de sogrão a partir de hoje, não? ─ Jack continua, me segurando em suas costas.
─ Vão se foder. ─ ele diz, seco, e vai para a cozinha.
─ Nate é um saco quando bebe. Um amor quando fuma, mas insuportável quando bebe. ─ G resmunga, me descendo de suas costas.
─ Eu cuido disso. ─ murmuro antes de ir atrás dele.
Nate estava escorado na pia, de frente para a porta. Quando me vê, se prepara pra sair, mas eu não deixo.
─ Aconteceu alguma coisa? ─ pergunto, me recusando a acreditar que aquilo era ciúmes.
─ Se aconteceu alguma coisa, Veronica? ─ claramente, ele estava prestes a dar uma lista de coisas que estavam o incomodando, mas ele não diz nenhuma delas. ─ Não. Não aconteceu nada.
─ Tem certeza? ─ insisto, de braços cruzados.
─ Por que não teria? ─ reviro os olhos pela sua arrogância. ─ Vai, seus amigos estão te esperando.
Era a confirmação que eu precisava.
─ Eu sabia! ─ ele me olha como se eu fosse louca. ─ Você, Nathan Maloley, está com ciúme de mim.
E então, depois de uma aparente eternidade em silêncio, ele começa a rir.
─ Você é ótima contando piadas, sabia? ─ novamente, reviro os olhos. ─ De onde você tirou isso, maluca?
─ Ah, então eu estou mentindo? ─ ele não hesita em balançar a cabeça em concordância. ─ Por que eu mentiria?
─ Por que eu sentiria ciúmes de você? ─ ele me imita ao cruzar os braços. ─ É, você é linda, legal, inteligente e transa bem pra caralho, mas se tem uma coisa que eu não sinto é ciúmes, Veronica.
─ Ah, é? E o que você sente? ─ me aproximo e ergo a cabeça, o confrontando.
─ Simpatia. ─ ele responde, na lata. ─ Ah, e tesão também, claro. Mas ciúmes? Nem um pouquinho.
Molho os lábios, sem desviar o olhar de seus olhos.
─ Então você não se importaria se eu levasse o Shawn lá pra cima, né? ─ seu corpo enrijeceu e eu segurei o sorriso vitorioso.
─ Você é livre, pode fazer o que quiser com quem quiser. ─ ergo a sobrancelha, não satisfeita.
Desisto de seja lá o que eu estava tentando provar para eu mesma e apenas suspiro, abaixando a guarda, pronta para voltar para a sala e deixar essa versão chata dele sozinha.
Porém, antes que eu pudesse dar um passo na direção contrária, ele segura o meu pulso e me gira. Eu estava de costas para ele, podia sentir sua respiração no meu pescoço e uma de suas mãos segurando fortemente a minha cintura.
─ Vá atrás do Shawn, Veronica. ─ ele sussurra no meu ouvido. ─ Vá atrás de quem você quiser, mas nós dois sabemos de uma coisa...
Ele faz a sua típica pausa dramática, passando a mão pela minha bunda, minha barriga, meus peitos e, por fim, o meu pescoço, onde ele envolveu os dedos sem fazer pressão alguma. Com certeza eu não precisaria lavar a minha calcinha hoje.
─ Só eu sei como te foder.
eu amo uma baixaria
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro