𝟭𝟲, veronica.
Sexta-feira chegou, e por mais incrível que pareça, o clima entre eu e Nathan não ficou estranho. Ao contrário, nós realmente parecíamos dois amigos de longa data, quando fazia só uma semana que nos conhecemos.
─ Você vai mesmo comer duas porções de batata? ─ ele reclama, roubando minhas batatinhas.
─ Vou, e se você roubar mais uma, você vai ter que se acostumar a bater punheta com a esquerda. ─ falo, de boca cheia.
Ele ergue as mãos, rindo. Nathan se levanta assim que a campainha toca, e para a nossa surpresa, tanto as minhas amigas quanto os amigos dele entraram, juntos.
─ Mas o que...? ─ faço uma careta.
─ Nos encontramos no portão. ─ Liv explica, se sentando ao meu lado e roubando minhas batatas. ─ Maggie trouxe as pizzas.
Os minutos seguintes foram uma completa bagunça, mas quando percebi, estávamos todos reunidos na sala, as duas pizzas em cima da mesa – junto com uma porção de batata – e dois refrigerantes, enquanto Nathan colocava um filme de comédia na televisão.
─ Acho que eu vou vomitar. ─ Maggie diz, olhando para a minha combinação de pizza de calabresa com batata frita.
─ O que? ─ resmungo, de boca cheia. ─ É muito bom!
─ É, pra um cachorro com fome. ─ Sammy responde. ─ Que tipo de fetiche é esse? Credo.
─ Parem de implicar com a minha ótima combinação e comam a pizza fajuta de vocês. ─ retruco antes de dar mais uma mordida.
O tempo passava cada vez mais rápido. Depois que o filme acabou, as caixas de pizza, a cesta da porção e as duas garrafas de refrigerante estavam vazias, ainda sobre a mesa. Agora, Nathan havia instalado o videogame na televisão e Samuel disputava uma partida com Olivia.
─ Eu sou melhor no Mortal Kombat. ─ ela garante, vendo que a sua derrota estava bem explícita. ─ E no Guitar Hero. Arrebento nos dois.
─ Larga de ser mentirosa! ─ Maggie diz, sorrindo alegre. ─ Eu tenho umas coisinhas que ajudam na digestão...
Eu sabia que ela estava falando de maconha, a única coisa que eu não sabia era que os três – além de Olivia – também curtiram.
─ Bando de maconheiro vagabundo. ─ brinco, observando os três garotos saírem de casa junto com Maggie. ─ Se as roupas no varal ficarem com cheiro de maconha eu juro que mato vocês! ─ grito para que todos me ouçam.
Olivia estava me encarando profundamente. Eu havia dito a ela sobre a minha recaída na quarta-feira, mas não cheguei a contar os detalhes.
─ Conta agora. ─ ela se joga novamente ao meu lado. Desando a contar tudo para ela, desde a hora em que desci até quando dormimos no sofá quando o sol nasceu. Foi uma puta última vez. ─ Usou camisinha?
Pela minha expressão, ela entendeu a resposta.
─ Porra, Veronica!
─ Ele não gozou dentro, mas comprou a pílula mesmo assim. Relaxa. ─ digo, mesmo que também sentisse uma pontada de desespero dentro de mim.
─ Eu não confio em ti, Ronnie. ─ ela diz, sem me olhar. ─ Por isso que eu coloquei um pacotinho com cinco camisinhas na sua gaveta. ─ arregalo os olhos. ─ O que? Vai que você não aguenta e dá de novo?! Vai saber...
Não respondo e muito menos questiono. Na verdade, eu deveria agradecer. Eu vinha dizendo que não faria nada com ele há quase uma semana, e o que aconteceu? Pois é.
Ainda que o meu subconsciente insista em me lembrar todas as noites de como eu sou uma completa filha da puta por estar fazendo isso com a minha mãe, eu não consigo entender como eu posso estar tão.. disposta por esse homem.
─ Puta cheiro de maconha... ─ Olivia reclama. Ela é aquela pessoa que enjoa do cheiro quando não é ela que tá fumando.
─ Cala a boca, Olivia, você fuma mais que nós quatro juntos. ─ Maggie retruca, claramente alterada. ─ Porra, eu queria tanto um unicórnio.
Parei para reparar cada um deles. Maggie fala mais do que a boca, isso eu já estava mais do que acostumada. Jack aparentava ser o bobão quando está chapado; o que ri atoa, de qualquer coisa. Sammy, por outro lado, era o analisador; ele estava em pé, olhando cada quadro pendurado na parede e fazendo comentários para si mesmo. Agora, Nathan é o bravo.
Ele estava sentado, como sempre, na poltrona de couro. Ele mexia no celular como se estivesse no seu estado normal, mas tinha uma carranca pior que qualquer outra.
O celular de Maggie tocou, e ela fez questão de gritar para Deus e o mundo de que era a sua mãe. Depois de alguns resmungos, ela alegou que tinha de ir embora, e como Olivia ganhou carona dela, tinha de ir junto.
Restaram apenas eu e os três patetas, que agora estavam todos sentados.
─ O que foi? ─ pergunto assim que percebo estar sendo observada pelo três.
─ A gente podia fazer uma orgia muito louca qualquer dia desses, né? ─ Sammy diz, aleatoriamente. ─ Quando você conseguir andar sozinha, é claro.
E então, depois de alguns segundos de total silêncio, os quatro começaram a rir.
─ Eu tô rindo, mas eu tô falando sério! ─ Samuel continua, mas ignoro.
─ Deus me livre de ver esse teu fazedor de xixi, tô fora! ─ Gilinsky diz, rindo como se houvesse escutado a piada mais engraçada do mundo. ─ Sem ofensa, Ronnie.
─ Não ofendeu. ─ respondo, rindo fraco.
Já passavam das dez quando Sammy e G foram embora, restando apenas eu e o diabo.
─ Está com sono? ─ Nate pergunta depois de fechar a porta para seus amigos. ─ Posso te levar pra cama se quiser.
Eu não perderia a oportunidade de tirar uma com a cara dele.
─ Larga de ser pervertido! ─ ele revira os olhos, voltando para o lugar que estava sentado, enquanto eu sorria de maneira presunçosa.
─ Você entendeu o que eu quis dizer! ─ ele retruca, zapeando os canais da televisão com o controle remoto.
─ Não estou com sono. ─ respondo, me acomodando no sofá. Nathan para em um canal de filmes onde passava cinquenta tons mais escuros, e eu não pude deixar de sorrir.
─ E eu sou o pervertido, né? ─ ele provoca, observando a minha reação ao filme. ─ Você gosta dessas paradas, é?
Franzo o cenho, tentando entender se ele falava sobre o gênero do filme, ou sobre o que ele retratava.
─ Essas coisas de apanhar, Veronica. ─ ele esclarece, deixando nítida a impaciência com a minha lerdeza.
─ Se eu disser que gosto vou parecer uma masoquista esquisitona? ─ desvio o olhar para as minhas unhas.
─ Vai.
─ Então sim, eu curto. ─ ele ri, genuinamente. ─ Eu sempre gostei de sair com a bunda roxa e o pescoço dolorido depois de uma foda, mas eu nunca me aprofundei em BDSM, sei lá, é demais pra mim.
─ Sei o que quer dizer. ─ ele suspira. ─ Você tinha que ver a minha versão de dezesseis, dezessete anos. ─ ele solta uma risada nasal, parecendo se lembrar daquela época. ─ Eu não matava uma mosca.
Comprado a nossa última experiência há dois dias, aparentemente o seu comportamento mudou bastante.
─ E o que aconteceu? ─ pergunto, interessada. Aquela era a primeira vez que nós conversávamos abertamente sobre sexo – e nossas experiências –, mesmo que implicitamente.
─ Ah, você sabe, eu perdi a virgindade. ─ ele mexe os ombros, banalizando a conversa. ─ Homens são superestimados quando se trata de sexo, então eu meio que tinha essa obsessão de ser o fodão entre quatro paredes.
E conseguiu, pensei.
─ Mas eu tive alguns suportes. ─ ele torce o nariz, como se indicasse que pararia por ali.
E ele está muito enganado se acha que a minha curiosidade vai esperar a boa vontade dele.
─ Tipo?
Ele ponderou um pouco, provavelmente pensando se deveria dizer ou não. Não deve ser de todo mal, certo?
─ No segundo ano eu perdi a virgindade, mas eu já tinha chupado umas duas meninas antes, então eu fiquei muito reconhecido no colégio. ─ ele começa, se ajeitando na poltrona. ─ E então a bendita popularidade começou e, com ela, vieram muitas garotas. Entre elas, Diana Luh, a irmã de um colega meu.
Ergui a sobrancelha, imaginando como isso acabaria.
─ Continuando com a minha obsessão em ser o melhor, tinha vezes que eu via vídeos pornô só pra aprender como fazer direito... ─ segurei o riso, vendo que ele estava, de fato, se abrindo comigo. Ele falava como se tudo tivesse sido um trauma, e talvez realmente tenha sido. ─ E, óbvio, a quem Christian Grey não incentivou?
É claro que teria alguma piadinha.
─ Enfim, foi Diana, junto com cinquenta tons de cinza, que me mostraram que bater em mulher só dá certo na cama. ─ Nathan finaliza e eu abro mais os olhos, surpresa pelo seu jeito de falar.
─ Só isso? ─ indago, com a curiosidade me corroendo. ─ Esse seu colega não ficou bolado por você foder com a irmã dele?
─ É por isso que hoje somos colegas. ─ ele esclarece, me surpreendendo. ─ Éramos melhores amigos de infância, nós crescemos juntos. Os três.
─ Então você pisou feio na bola. ─ murmuro, desviando o olhar.
Nathan suspira novamente.
─ Eu sei.
eu sei que ultimamente os capítulos têm sido monótonos e parados mas eu juro pela deusa q logo logo as coisas vão melhorar ok bjs
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