06
...
- Isa? - Falo. - O que faz aqui?
- Eu vim visitar você. - Fala sorrindo. - Fiquei sabendo que se casou. - Ela faz uma pausa. - Você sabe, cidade pequena, as noticias correm rapido.
- É, eu sei. - Digo.
- Posso entrar? - Ela pergunta.
-Claro. - Balanço a cabeça.
Entramos e eu faço sinal para ela sentar no sofá, ficamos frente a frente, a expressão dela muda e parece culpada.
- Molly, eu queria me desculpar por tudo o que fiz antes, sério mesmo, você não imagina como eu me... - Ela para.
- Molly, você sabe onde a Dona Raquel botou as toalhas? - Rafael interrompe. - Isa? - Ele arqueia as sobrancelhas.
-Rafael? - Ela olha pra mim e pra ele com um sorriso.
- Ele está morando com a minha avó, como eu me casei, vovó não podia ficar só. - Eu intorrompo seu olhar malicioso e ela olha rapidamente pra mim.
- Hum. - Fala. - Como vai Rafael?
- Bem e você? - Ele diz sem sair da escada.
- Bem. - Ela fala, baixo.
- As toalhas estão no guarda-roupa dela Rafael. Ela sempre deixa lá. - Falo interrompendo o silêncio.
- Obrigado. - Ele diz e dá as costas subindo. - Até logo, Isa.
- Até!
- Então Isa? Você dizia? - Pergunto.
- Ha, claro! Eu me arrependo de tudo, aquele dia, eu queria muito voltar a ser sua amiga, eu me casei mas, ai, é um relacionamento tão complicado, na verdade "era" um relacionamento complicado. Eu morei com ele no Canáda durante 3 anos, mas foram os 3 anos mais conturbados, muitas brigas, até que eu resolvi vir embora e deixei ele lá... - Ela abaixa a cabeça como se lembrar fosse insuportavel.
Eu não estava nem um pouco interessada em saber da triste vida que ela levou, mas em poucos minutos ela contou a história da vida dela toda, e eu estava quase dormindo, sério mesmo, teve uma hora que eu fechei o olho e ela me perguntou se eu estava cansada e eu disse que meu olho estava doendo, mas mesmo assim ela continuou falando...
- [...] Então Molly? - Ela diz.
- O que? - Tiro os olhos da parede rapido e volto a olhar pra ela.
- Você me perdoa? - Ela morde o labio inferior.
- Isa, eu fiquei com raiva sim, mas eu já te perdoei. - Falo.
- Aí que bom, então a gente voltou a ser amiga? - Ela vem pra cima de mim.
- Epa. - Levanto a mão pra ela parar. - Eu não disse isso, na verdade, a nossa amizade não existe mais ou quem sabe nunca existiu.
- Há... Bom, pelo menos eu tentei... - Ela solta um suspiro.
- E foi bom isso, foi sim. - Digo.
- Eu já vou indo, tenho certeza que ainda vamos nos encontrar! - Fala, levantando.
- A cidade não é tão grande Isa, claro que vamos... - Sorrio.
Ela dá um sorriso e sai.
- Molly, ela já foi? - Rafael fala cochichando atrás da parede.
- Já, bom, agora podemos conversar... - Falo.
- É o que eu quero! - Ele senta no sofá e eu faço o mesmo.
- Eu não abortei, se é isso que está pensando... - Expliquei a ele sobre tudo e no final soltei um suspiro. Foi um alívio ter contado tudo a ele. - E foi isso!
Rafael estava com os olhos cheios de lagrimas, quase sem fala, um silêncio tomou conta do lugar. Estávamos os dois magoados demais pra falar alguma coisa, então deixamos que os nossos olhos dissessem tudo, expressarem o sentimento por mais visível que ele fosse.
- E-eu - Rafael gagueijou. - Eu sinto muito Molly...
- Tudo bem... Já passou. - Limpei as lágrimas que escorriam pelo rosto. - Agora que sabe de tudo... - Fui falando enquanto me levantava e ia em direção a porta, e Rafael me acompanhava. - Melhor eu ir embora.
- Molly... - Rafael me olhou com aquele seu belo sorriso, como aquele sorriso mexe comigo, mexe com o meu psicológico e ele grita, como que pedindo um beijo, como se necessitasse de um beijo dele, será que ele ouviu os meus pensamentos? Rafael botou suas duas mãos no meu rosto, levando a minha boca e a dele a um encontro, não paramos pra ver se tinha alguém olhando, não nos preocupamos com isso.
Mas tinha alguém olhando e esse alguém iria fazer de nossas vidas um inferno daqui pra frente.
- Molly. - Nickolas falou sentando na cama ao meu lado. - Posso falar com você?
- Claro. - Deixo o livro de lado e olho pra ele. - O que foi?
- Você estava com o Rafael mais cedo?
- Estava sim, porque?
- Molly... - Ele abaixa a cabeça e segura em minhas mãos. - Está acontecendo alguma coisa entre vocês? Ou aconteceu?
- O que? - Eu faço uma expressão espantada. - Claro que não Nick, eu e o Rafa, somos amigos. Apenas isso!
- É que... - Ele começa.
- Nickolas, você não confia em mim. - Puxo minha mão da dele, e ele me olha com uma lágrima escorrendo.
- Molly, eu confio em você, eu vim te perguntar por que... Você sabe. - Ele bota as mãos no rosto parecendo preocupado. - Molly, eu amo você. Eu amo tanto você que, esse amor é louco, eu sinto vontade de ter você. - Ele limpa a garganta. - Para sempre comigo.
- Nick...
- Espera, não terminei. Você é linda já te falei isso hoje? - Ele me olha com aqueles olhinhos de um verde escuro. - Você é muito linda, mas não pense que estou apenas por beleza, NÃO! Você é exatamente tudo o que eu queria encontrar, tudo o que eu pedi que Deus me desse, você me fez enxergar com mais clareza o que é amor de verdade. Molly você é uma peça rara que deveria ser guardada as sete chaves, por que você é valiosa de mais para esse mundo, e se hoje o mundo fosse atingido por um meteoro e metade do planeta fosse destruído completamente e eu tivesse que escolher entre viver sem você e morrer junto com você, escolheria morrer com você. - Ele olha pra mim e solta uma gargalhada baixa. - A não ser é claro que tivesse uma forma de se salvar, daí eu salvaria nos dois, mas onde eu quero chegar? É que eu simplesmente não consigo viver sem você, sério mesmo. - Ele pega em meu queixo e levanta minha cabeça que estava baixa e logo nós nos encaramos. - Como eu já disse, eu te amo.
Eu me senti tão mal, tão mal, ele simplesmente acabou de fazer uma declaração pra mim e eu simplesmente estava mal, por que eu não merecia, não mereço um cara como o Nickolas. Amo ele, amo ele de verdade, estou aprendendo a amar, mas Rafael ainda está aqui e com ele aqui, tudo fica mais dificil.
Rafael continuava sendo ameaçado por cartas que chegavam do correio dizendo: "Não acaba aqui!"
Ele estava realmente muito preocupado, pois a vida dele estava em risco e talvez a de seus próximos também...
...
RECADO PARA OS NOVOS LEITORES.
Eu escrevi essa historia a um ano atrás, se virem algum erro ortografico, peço que me desculpem, eu estou concertando e reescrevendo algumas coisas aos poucos.
P.S: Não esqueçam de votar e comentar nos capitulos, isso ajuda muito.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro