05
...
Na festa vi o Rafael e a minha avó dançando muito animados, ele empurrava a cadeira de rodas dela, enquanto ela fazia movimentos agitados com os braços, tirei minha atenção deles, e fui falar com os convidados
- Olá Marry, como vai? - Falo me aproximando da tia do Nickolas, uma mulher um pouco acima do peso, loira de olhos verdes marcantes.
- Estou bem. - Fala. - E você? Feliz?
- Muito feliz. - Nós rimos. - E seus filhos, como vão?
- Há, provavelmente eu enlouqueça até que eles cresçam.
Eu ri e me retirei
Enquanto eu tomava uma taça de champanhe ao lado do meu marido, o Rafael chegou e pediu para dançar comigo, eu olhei o Nickolas e ele disse apenas com o olhar: Vai.
Eu fui, a música que passava era calma, doce e suave, dancei essa música nos meus 15 anos, com o Rick. Ele botou a mão em minha cintura, eu pus as minhas em seus ombros, e olhares fixos, olho no olho, em menos de um minuto, estavam todos vidrados em nós dois, eu saí antes que a música acabasse, me juntei a Nickolas e ficamos observando um casal de irmãos gêmeos dançando no centro do salão de festas, eles eram muito fofos.
Hora das homenagens, primeiro foi a mãe do Nickolas.
- O Nickolas? Bom, ele é um rapaz inteligente, educado, que tem tudo pra fazer de Molly uma mulher feliz, faça o meu Nick feliz também...
Eu susurrei: Farei...
Nickolas levanta e vai até o microfone, ele até tenta esconder o nervosismo, sorri pra mim e eu retribuo o sorriso.
- Molly, como você está linda. - Eu coro imediatamente, depois do comentario. - Esse seu sorriso encantador, seus olhos, eu amo tudo isso, e claro, amo tudo seu, sério mesmo. Eu pareço um adolescente amando outra vez, sem se importar com nada ou me preocupar com nada, você me trouxe essa paz Molly, você que é o silêncio em meio o barulho, é a paz em meio a guerra, é amor em meio ao ódio, eu te amo de todas a formas possíveis. - Ele continua me olhando, enquanto eu tento segurar as lagrimas que insistem em cair.
Todos aplaudiram e chegou a hora de ir embora.
Saímos no carro e fomos direto ao aeroporto, rumo? Italia, passamos quase um mês lá e foi muito bom.
Quando voltei pra casa, comecei a me sentir mal.
- Molly, você está bem? - Nickolas fala quando eu quase caio.
- Nada, só estou um pouco tonta. - Falo.
- Ok. - Ele sai para a cozinha e eu vou molhar o rosto.
Resolvo ir a casa de vovó, avisar que estou de volta.
- Vovó? Voltei. - Digo.
- Oi, que bom que chegou. - Ela fala, vindo me abraçar. - Esta gostando da nova casa?
- Há sim, é muito linda.
- E o casamento? - Pergunta com cara de tedio.
- Mil maravilhas. - Sorrio.
- É que tá no começo. - Ela fala rindo.
- Nem vem jogar praga.
- Jamais. - Nó rimos.
- E... Onde está o Rafael? - Pergunto depois de um tempo em silêncio.
- Bom, ele teve uma melhora incrível, saiu pra dar uma volta com a namorada. - Arqueio as sobrancelhas.
- Ele está namorando?- Pergunto quase como um sussurro.
- Sim, ele conheceu a filha de uma amiga minha e começaram a namorar.
- A quanto tempo?
- Logo depois que vocês viajaram.
- Há, espero que estejam bem. - Ela dá de ombros e vai para a cozinha.
Eu estava na cozinha preparando algo pra comer e o Nickolas chegou por trás me abraçando.
- Tá melhor? - Ele pergunta, colocando a mão em minha cintura.
- Estou sim, deveria ser apenas um mal estar.
Me viro pra ele.
- Nick, você conhece alguma Grace? - Pergunto.
- A filha da Catrina? - Ele fala.
- Sim.
- Conheço, estudamos juntos o primeiro ano. Por que? - Pergunta.
- Minha avó falou que ela está namorando o Rafael.
- Há, felicidade a eles, mas o que tem? - Fala.
- Nada, so queria saber se você a conhecia.
- Meu bem, fica tranquila, ela é uma menina muito gente boa, nunca fiquei sabendo de nada dela, com certeza vai fazer ele feliz, se der certo. E a propósito, MUITO bonita - Ele falou dando um sorriso de canto de boca.
- Ah é? Então vai ficar com ela. - Digo empurrando ele.
- Eu estou brincando - Ele ri
- Por causa da sua brincadeira, vai dormir no sofá!
- Ah não, Molly! - Resmunga.
Fecho a porta.
- Molly, abre a porta vai... - Ele implora.
- Não! Pra você aprender. - Cruzo os braços deitada na cama.
- Não vai abrir? - Pergunta.
- Não.
- Ok então.
O que? O Nickolas desistindo fácil assim? Tem algo muito estranho.
- Nick? - Falo abrindo a porta devagar.
- Bu! - Dou um pulo e olho pra trás.
- Ai seu idiota! - Grito.
- Você não abriu, tive que entrar pela Janela, agora você vai ver.
- O que? Não. - Ele corre atrás de mim até que consegue me alcançar e jogar em cima da cama. A campainha toca e eu o empurro e vou correndo abrir, ele corre atras de mim e abrimos a porta juntos
- Oi - Eu falei rindo
- Oi. - Rafael fala.
- Oi Rafael, como vai?
- Vou bem, oi Nickolas! - Ele cumprimenta Nickolas com um aceno.
- Oi. - Nick fala.
- Vim chamar vocês para jantar. - Fala.
- Eu estava preparando uma gororoba ali, quando uma certa pessoa me fez raiva. - Encaro Nickolas.
- Não fui eu - Nickolas faz cara de inoscente.
Rafael ri.
- Vocês vão? - Ele pergunta.
- Vamos sim, aonde é? - Pergunto.
- No restaurante ao lado da pensão que era da minha mãe.
- Há, certo.
Fechei a porta e fui me arrumar.
Já no restaurante o Rafael estava sentado ao lado da garota com quem estava namorando, ela era bonita, não podia negar, e muito educada. Comemos e rimos muito, até que já estava bem tarde e então cada foi para casa. Já em casa o Nickolas ia entrando no quarto quando bati a porta na cara dele.
- MOOOOOLLYYYYYYYYY. - Ele grita.
- Ok Nick, mas da próxima vez...
Ele me puxou, botou a mão em minha cintura e me olhou com cara de pervertido.
- Não vai ter próxima vez, sua babaca.
Nos deitamos. Ao amanhacer voltei a me sentir mal, os enjoos e tonturas não me deixavam em paz.
- Molly, não posso ir trabalhar com você assim. - Nickolas fala encostado na porta do banheiro.
- Pode ir Nick, eu vou ficar bem, vou ao médico mais tarde. - Lavo a boca.
- Tá bom, fica bem. - Ele me dá um beijo e sai.
- Bom Trabalho! - Digo.
Quando o Nickolas saiu, minutos depois o Rafael chegou e começou a conversar comigo, falamos da doença dele, e como ele já estava melhor, falamos sobre o namoro dele com a tal da Grace, ele me falou que estava indo bem, eu disse que deseja felicidades, e bom, nós pareciamos amigos de infância, ele estava bem com a namorada, eu casada, não vou interferir e nem ele iria interferir na minha vida, nosso caso já estava mais que acabado, já havia afundado todas as possibilidades de algum dia ter uma reconciliação, enfim, ele continuava na casa de minha avó, eu ia visitar ela e fomos os dois até lá, encontramos a Grace pelo caminho e ela foi conosco, eles riam o caminho inteiro.
Passaram-se meses, Rafael estava mais distante, seu olhar pra mim era o mesmo, com carinho, digamos até, "amor", ele continuava me amando, eu ainda o amava, e por ciúmes eu quase disse a ele o motivo de ter tanto ódio, eu quase disse, estávamos eu e ele, sentados na varanda, conversando, então ele começou a falar sobre a Grace...
- Sabe a Grace? - Ele começa.
- Sim, o que tem ela? - Digo.
- Ela é muito linda não acha?
- Sim, realmente muito bonita, mas o que a Grace tem haver com comida Italiana? - Murmuro.
- Sei lá, ela me falou que é a que ela mais gosta, então... Desculpa. - Ele abaixa a cabeça.
- Não se desculpe, você está gostando dela. - Eu me levanto - Você está gostando dela?
- Não sei... Ela mexe comigo, sabe? É como nós dois antes. - Ele fala sorrindo.
- NAO COMPARE VOCÊS DOIS, A NOS DOIS. - Falo alto.
- Ei. - Ele levanta. - Me desculpe, realmente não foi legal isso. Mas é que ela me veio falar de casamento e de filhos, ela disse que queria ter filhos comigo. - Ele sorri.
Dei uma risada sarcástica.
- Coitada, ter filhos com você? Só se for pra você abandonar como fez co... - Me calei.
- Como fiz com quem, Molly? - Ele fala calmo.
- Com ninguém. - Digo e reviro os olhos.
- Eu jamais faria isso, Molly, jamais, sempre quis ter filhos. Sempre quis que você fosse a mãe de meus filhos.
Vovó interrompe
- Molly e Rafael, parem com a gritaria, os vizinhos já estão comentando. - Ela fala e olha ao redor.
- Desculpe, Vovó. - Digo.
- Desculpe, Dona Raquel.
- Eu já vou indo. - Falo.
- Espera Molly... - Ele segura minha mão.
- Rafael, esquece essa nossa conversa, por favor. - Digo e saio.
*Rafael*
- Dona Raquel, quando eu fui embora, aconteceu alguma coisa e eu não sei? - Pergunto a ela. Ela hesita um pouco e logo depois fala.
- Por que a pergunta? - Diz.
- É que a Molly, falou uma coisa estranha, disse que se a Grace engravidasse eu iria abandona-la, ela ia dizer que eu fiz isso com alguém, mas ela não disse quem. O que houve? - Pergunto.
- Rafa, cabe a ela te dizer isso, eu não vou falar nada. - Ela diz e se retira.
- Então eu fiz isso com alguém? - Murmuro.
*MOLLY*
- Nick! - Grito.
- O que houve? O quê foi? Quem morreu? - Ele vem correndo e para se apoiando na parede com a respiração ofegante.
- Ninguém ué. - Digo.
- Então por que cê tá aí gritando, Mulher? - Ele fala.
- Pra você vir assistir comigo.
- Aí meu Deus. Que filme é esse?
- P.S: eu te amo. Estou chorando com esse filme Nick. - Ele ri.
- Você é besta.
Uma hora depois...
- Meu Deus, que filme lindo. - Ele está limpando as lagrimas no rosto, seguro o riso.
- E eu sou a besta, né? - Cutuco ele com o cotovelo.
- Há, cala a boca. - Ele diz.
A campainha toca e eu corro para abrir.
- Eu abro. - Grito.
Vou correndo até a porta.
- Rafael? O que está fazendo aqui? - Falo sorrindo.
- Precisamos conversar! - Ele fala. Parece irritado.
- Sobre o que? - Pergunto. Ele me puxa pra fora de casa com força e fecha a porta.
- Você estava gravida? Estava gravida quando foi embora? - Ele pergunta me segurando.
- O que? De onde tirou isso? - Falo desviando o olhar.
- Responde Molly, você estava GRAVIDA? - Ele grita.
- ESTAVA! - Grito de volta. - Mas não sabia, vim saber depois, sabe o dia em que eu fui passar minha férias? A gente teve aquela noite, logo depois eu fui embora, eu tentei te avisar, mas você foi embora, VOCÊ ME LARGOU!
- Onde está o meu filho? - Ele murmura.
- Não importa. - Falo cruzando os braços.
- Molly Foller, onde está o meu FILHO? - Rafael se aproxima e me segura pelos ombros.
Nickolas abre a porta
- Ei, que confusão é essa? - Ele pergunta olhando pra nós dois, Rafael se afasta devagar.
- Não é nada não amor, pode voltar pra dentro. - Falo forçando um sorriso.
- É só um texto que eu estou ensaiando pra uma peça Nickolas, relaxe. - Rafael diz e coça a cabeça.
- Há, sei. - Nick diz e cruza os braços.
- Pode entrar amor, eu já vou. - Dou um beijo nele e sorrio.
- Tá... - Ele fala e entra fechando a porta atrás dele. Volto a olhar para Rafael que está com as mãos no cabelo impaciente e confuso, ele me olha também.
- Rafael, vai embora, já faz anos isso, não importa mais. - Digo.
- Pra mim importa, Molly, eu quero o meu filho - Os olhos dele enchem de lágrimas.
- Rafael, esquece isso... - Digo quase implorando.
- Eu não vou esquecer, voce sabe que não vou. Vou procurar por ele, até cansar, e vou achar. - Ele aponta o indicador pra mim.
- Não, não vai... - Abaixo a cabeça.
- Por que? Só não vou achar se ele estiver morto. - E da um sorriso irônico. - Desvio o seu olhar do meu. - Molly, não me diga que... - Eu entro dentro de casa e passo correndo pro quarto, aquele dia eu chorei, chorei como nunca, chorei como no dia em que perdi o meu bebê, eu não abortei, eu estava feliz, minha mãe estava feliz, todos estavam, eu tentei ligar, mandei mensagem, então eu recebi a mensagem do Rafael, dizendo que ia para Estados Unidos, morar com o pai, trabalhar, pra pagar os medicamentos da mãe, nos íamos ser felizes, íamos sim, mas ele foi embora, ele recebeu minha mensagem, mas achou que eu estava brincando. Meu filho morreu por que meu corpo tornou-se um rio de mágoas, eu não tinha forças, eu perdi a batalha, por tanto, quase entrei em depressão, quando eu estava melhorando, me acostumando com a dor, sofri um acidente, cai no piso molhado, me levaram as pressas para o hospital, fiquei desacordada. Quando acordei, recebi a triste notícia que meu filho havia falecido, e eu nem cheguei a ver o rostinho dele. Eu me senti péssima, eu queria morrer, outra vez mandei uma mensagem a Rafael falando sobre o acontecido. Eu culpei ele, culpei por tudo, ele era a razão de eu ter perdido meu filho, por que quando eu cai eu estava pensando nele, eu odiei, odiei com todas as forças, eu queria que ele morresse, mas antes teria que sofrer, ele tinha que sentir o que eu senti.
- Molly, meu bem, abre a porta. - Nick fala. Estou dentro do quarto as horas, não sai pra comer, nem nada. Apenas fiquei aqui, deitada, agarrada a um travesseiro que parece ser a coisa mais segura do mundo, o sol já se escondeu, talvez seja melhor eu sair agora.
- Oi Nick. - Falo calma quando abro a porta.
- O que houve? - Ele se aproxima. - Estava chorando?
- Nã... - Minha voz falha. - Não.
- O que está acontecendo? - Pergunta segurando meu rosto.
- Nada. - Digo e encosto a cabeça no peito dele, passo meus braços em volta de sua cintura. - Só me abraça bem forte.
- Calma, eu estou aqui. - Ele me aperta mais perto de si.
Você não imagina como aquilo mexeu comigo, entende agora? Entende por que odiei o Rafael? Ele foi embora. Ele me deixou.
Eu fui atrás do Rafael, sai correndo de casa, o Nickolas tinha ido na casa da mãe dele, uns primos haviam chegado e eu disse que ia logo em seguida, era quase oito da noite. Eu estava chegando na esquina, vi o Rafael atravesando a rua enquanto um carro vinha em sua direção em alta velocidade.
- Rafael! - Gritei.
Ele olhou pro lado, e o carro desviou, por pouco não o atropelou, ninguém desceu do carro, o carro apenas saiu em alta velocidade mais uma vez. Não conseguiram ver a placa do carro, mas ninguém nunca tinha visto por aqui, que estranho, pareceu que só queria dar um susto nele, mas quem seria?
- Rafael, você está bem? - Falo. Ajudando ele a se levantar.
- Sim, estou bem. - Diz. - Quem era no carro? - Ele pergunta e eu dou de ombros.
- Não sei.
- Alguém deve ter visto.
- Não sei, acho meio impossivel. - Falo. - Foi muito rapido.
Levei Rafael pra casa de minha avó, chegando lá, ela não estava. Que estranho, ela não sai de casa sem avisar.
Rafael não sabia onde ela tinha ido, e ela sempre deixa cartinha dizendo onde vai, mas dessa vez não deixou. Alguém bateu na porta enquanto eu bebia água, fui até a porta abrir.
- Isa? - Digo.
...
RECADO PARA OS NOVOS LEITORES.
Eu escrevi essa historia a um ano atrás, se virem algum erro ortografico, peço que me desculpem, eu estou concertando e reescrevendo algumas coisas aos poucos.
P.S: Não esqueçam de votar e comentar nos capitulos, isso ajuda muito.
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