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Capítulo 12

      O grupo de mochileiros seguia os três nativos, sussurrando entre si para que estes não os ouvissem. O garotinho ia à frente, cantarolando uma música numa linguagem estranha aos jovens desafortunados. Compreenderam que era um dialeto indígena.

      Os habitantes do povoado ao qual se dirigiam não eram, segundo Isaac Brown (o homem que lhes dirigira a saudação e os convidara a irem com eles), descendentes dos quileutes, mas de uma tribo vizinha chamada macai.

      — Nossos povos foram inimigos no passado, e quase se extinguiram em guerras pelo acesso aos rios e aos melhores territórios de caça — Isaac informou a Nicolas quando este perguntou a eles sobre os povos nativos que habitavam a região.

      — Nós acolhemos com mais entusiasmo as novas tecnologias — o macai acrescentou —, ao passo que nossos vizinhos ainda gostam de suas armas centenárias — ele se referia ao arco e flecha. — Não que eles sejam todos atrasados. Muitos jovens, quando completam maioridade, vão morar no centro de Brookville ou em Seattle, e arrumam trabalho e família por lá. São poucos os que voltam.

      Os jovens ouviam com atenção as histórias de Isaac. Os outros dois pouco falaram. 

      O que chamava atenção e causava um certo medo no grupo eram os rifles pendurados nos ombros do trio de nativos. Pamela intercalava com Tommy um olhar assustado, e o jovem americano, percebendo esse sentimento na garota, a puxou para si pelo ombro.

      A chuva fina havia parado e o sol começava a aparecer por entre as nuvens, que aos poucos se desfaziam por causa do calor progressivo. Os únicos vestígios de que o tempo há poucos minutos estivera horrível eram a estrada enlameada e os pingos pesados que caíam das copas das árvores frondosas.

      — Espero que não tenhamos atrapalhado o que vocês estavam fazendo — Nicolas preferiu ser cauteloso com suas palavras.

      — Já estávamos voltando — Isaac o tranquilizou. — Tem dias em que a caça é ruim, e infelizmente, hoje está sendo um deles.

      Giovana entreabriu a boca.

      — Então, vocês são uma comunidade de caçadores? — a garota perguntou.

      Para Giovanna, era curioso conversar com pessoas que falavam abertamente sobre caça e carregavam espingardas nos ombros de um jeito tão natural, uma vez que no Brasil tanto a caça quanto o porte de armas era proibido.

      Mas os Estados Unidos eram um país bem diferente do Brasil. Só havia dois partidos políticos — Republicano e Democrata —, o presidente era eleito pelos delegados dos Estados, em alguns destes existia a pena de morte e a democracia parecia funcionar.

      — Sim, vivemos da caça e da pesca — Jeff, o segundo mais falador do trio, retrucou.

      — Não estou vendo postes, nem fios — Roberto, que se mantivera quieto por quase uma hora, observou com um tom mal humorado. — Vocês tem televisores, geladeiras, essas coisas?

      O verdadeiro motivo da pergunta do rapaz musculoso e sem muito trato com americanos era saber se havia telefones no local para o qual estavam se dirigindo (e no qual não chegavam nunca).

      — Não temos postes, nem fios, mas temos um gerador de energia. Nossa internet é via satélite e funciona bem.

      Depois que os assuntos se esgotaram, todos se recolheram num silêncio opressivo. Andaram mais alguns metros pela estrada até chegarem à entrada de uma trilha estreita no meio da floresta, que dava apenas para uma pessoa passar por vez. Pamela e Giovanna davam passos cautelosos pelo caminho escorregadio, sem correrem risco de escorregar. Os rapazes eram mais arrojados: davam passadas largas.

      — Falta muito pra chegarmos? — Roberto fez outra de suas perguntas inoportunas.

      — Já chegamos — Isaac informou.

      Assim dizendo, o homem quebrou com a mão um galho a sua frente e um grupo de casas feitas com troncos de árvores se apresentou diante de todos. Eram cinco ou seis casas no total, todas do mesmo tamanho e estilo, parecidas com as cabanas de caçadores que se vê em filmes ambientados em florestas. A chaminé de uma das construções expelia fumaça pela chaminé, evidenciando que alguém cozinhava.

      — Uau! É bem simples — Laura comentou à meia voz com Giovanna, para que os três moradores não ouvissem.

      — Guarde suas opiniões estéticas pra você. Qualquer coisa é melhor do que ficar andando a esmo naquela estrada — a estudante de Medicina a cortou sem humor algum.

      — Ei, calma. Só fiz uma simples observação.

      — Tá, Laura. Já entendi.

      Nicolas olhou ao seu redor, e para as casas. Era uma comunidade isolada e as casas tinham antenas de captação de sinal de internet, mas tinha dúvida de que funcionassem.

      Notou que ao lado de uma das casas havia um barracão, onde se via um trator com tração nas quatro rodas e um jeep. Três crianças, que brincavam, ao verem os estranhos, pararam e os observaram com curiosidade, correndo em disparada em direção à casa que ficava mais distante.

      O rapaz ficou intrigado. Por que um trator e um carro se não há estradas? Mas bastou um olhar mais atento dele para que vislumbrasse, bem à frente, uma estrada não tão larga e nem tão estreita, pavimentada de cascalhos. É por ali que eles vão ao centro de Brookville comprar mantimentos, conjecturou.

      — Por favor, aproximem-se — Isaac Brown pediu aos mochileiros, pisando no primeiro degrau de uma escadinha de pedra, acima da qual se erguia sua casa.

      Nicolas trocou um aceno de cabeça com o restante do grupo. Hesitantes à princípio, acabaram aceitando o convite do descendente dos macais. 

      Eles entraram um a um na casa de madeira. Seus olhos tinham uma mistura de receio e curiosidade. Nada de móveis requintados, esculpidos em arte, mas uma mobília feita com madeira da própria mata. Uma cabana americana, de fato, Nicolas disse à si mesmo. Pelo menos não havia uma cabeça empalhada de alce.

      — Susie! — Isaac andou até uma divisória de cômodos. — Temos visitas!

      Não decorreram dois segundos e uma mulher de vestido, traços macais, surgiu na sala. Ela lançou um olhar inquiridor ao marido assim que viu seis estranhos com bermudas, sungas e biquínis. Pamela era a que estava mais nua, por assim dizer, pois estava apenas de fio dental.

      — Quem são? — Susie quis saber.

      — São turistas — Isaac Brown retrucou.

      — Mochileiros — Pamela fez uma correção.

      — Certo, mochileiros — o anfitrião deu um esboço de sorriso. — Eles são mochileiros que vieram do Brasil e se hospedaram num hostel em Brookville, mas foram expulsos e sofreram um sequestro num dos quiosques. Os bandidos largaram eles assim na estrada.

      Susie encarou o grupo, as sobrancelhas franzidas.

       — Por que foram expulsos?

      Giovanna pigarreou.

       — A dona do hostel recebeu traficantes como hóspedes e eles exigiram nosso quarto.

      Susie franziu ainda mais os olhos. À Giovanna pareceu que ela não os queria ali por mais um minuto.

      — Susie, traga algo para eles comerem — o marido pediu com voz neutra.

      A mulher tornou a fixar seus olhos negros nos visitantes. 

      — Não queremos incomodá-los, apenas nos deixe ligar para a polícia — Giovanna insistiu.

      — Eu já volto — Susie lhes deu as costas.

      Alguém bateu a porta, Isaac saiu de onde estava e a abriu, deixando que seus dois companheiros de caça entrassem com sacos plásticos pretos às costas.

      — Trouxemos roupas pra vocês vestirem — Jeff abriu o saco. — São velhas, mas estão limpas.

      Os seis se aproximaram com brilho nos olhos. Sem cerimônia, cada um escolheu um conjunto, e logo todos estavam vestidos e calçados.

      — Obrigado — Nicolas agradeceu em nome do grupo. — Não sabemos como lhes agradecer.

      Jeff nada respondeu, se limitando a sorrir. Giovanna, agora confortável com uma calça de moletom e uma camiseta branca, não deixou de notar que Isaac olhava e gesticulava para o aposento onde Susie entrara.

      — Muito bem — o anfitrião decidiu —, vou ligar agora mesmo para a polícia. Com licença — girou nos calcanhares.

      — Talvez seria melhor que nós…

      Mas Giovanna não completou a frase. Isaac Brown se virou para ela, seus olhos adquirindo uma sugestão estranha, dura, que fez a garota empalidecer e se perguntar se não estava sendo inconveniente.

      — Eu explico tudo com base no relato de vocês — ele assegurou. — Se acomodem. Minha casa é simples, mas aberta a todos.

      Susie voltou com uma bandeja com muffins e deixou-a numa mesinha no centro da sala para que os jovens se servissem. Pamela hesitou em pegar um doce. Não porque não estava com fome, mas porque era fresca. O cheiro do muffin e a vontade de lastrear o estômago, no entanto, foram mais fortes e ela aceitou o oferecimento, como todos.

      — Huuuummmm! Delicioso! — fez Laura.

      O elogio não fez um único músculo no rosto de Susie se mexer. Ela ouvia com aparente frieza as conversas entre seus hóspedes e retirou-se da sala quando o marido voltou.

      — Conversei com o chefe de polícia — Isaac anunciou, num tom de voz alto para que todos escutassem. — Informei a situação de vocês, contei que estão sem documentos; mandarão viaturas para vir buscá-los o mais rápido possível.

      Uma alegria contagiante invadiu os jovens. Pela primeira vez em muito tempo sorriram, esperançosos de que logo seu pesadelo chegasse ao fim.

      Susie voltou com uma garrafa de café para que eles se servissem, e saiu novamente; desta vez permaneceu na cozinha. Isaac Brown, como bom anfitrião, pediu mais uma vez para que eles ficassem à vontade.

      Giovanna, apesar de não sentir mais medo, não estava totalmente à vontade naquela casa, e sentia que Pamela também não. As duas pediram licença e saíram para respirar ar puro.

      — Isso tudo é tão louco, não acha? — Giovanna segurou a mão da amiga, enquanto as duas andavam margeando a floresta. — Nós duas aqui, neste fim de mundo.

      Pamela assentiu, um meio sorriso se formando em sua boca.

      — Ninguém vai acreditar quando a gente contar que fomos sequestradas nos Estados Unidos — a loura riu.

      — Devem estar preocupados. Nossos pais, amigos…

      — É. Devem.

      As duas andaram por um bom trecho, conversando, confessando seus medos e seus sentimentos pelos rapazes com quem estavam se relacionando. Giovanna disse que estava sentindo algo forte por Nicolas e confessou que haviam transado na praia na noite passada. Pamela se admirou da ousadia da amiga.

      — Mulher, você é louca. Assim, sem conhecer o cara direito? — a loura brincou.

      — Você não pode falar nada — Giovanna deu de ombros —, já que transou com o Roberto.

      — É, mas eu enxergo a vida de um jeito diferente, tipo, eu quero, eu faço e pronto. Mas você, sempre tão ponderada?

      Giovanna parou e balançou a mão de Pamela, fazendo-a olhar bem dentro de seus olhos.

      — O Nicolas tem tudo o que eu busco num homem. Ele é corajoso, leal, companheiro e chama pra si a responsabilidade de tudo. Eu me sinto protegida perto dele.

      Giovanna abriu seu coração para a amiga. O pedido que havia feito para saírem juntas não tinha como objetivo apenas respirar ar puro, mas também poder se abrir com sua amiga. 

      Apesar do infortúnio pelo qual estavam passando, do medo que sentiram e ainda sentiam, elas vislumbravam logo estarem de volta ao Brasil. Giovanna cogitava escrever um livro contando sobre aquela aventura. Um episódio tão marcante não podia ser esquecido, talvez as pessoas se interessassem.

      Enquanto as amigas riam, a porta da casa de Isaac Brown se abriu e os outros quatro mochileiros saíram.

      — Isaac disse que pode ser que a polícia demore horas para chegar aqui — Nicolas advertiu as duas.

      As amigas cruzaram um olhar.

      — E o que vamos fazer até lá? — Giovanna perguntou.

      — Bom, podemos andar um pouco por aí — Nicolas deu um sorriso. — Tem uma cachoeira aqui perto, podemos nadar um pouco. Que tal?

      A ideia agradou Giovanna. Seus olhos cintilaram de satisfação, e aceitando o braço de Nicolas em seu ombro, eles tomaram distância dos demais e seguiram pelo caminho indicado pelo rapaz.

      Pamela e Tommy cruzaram um olhar cúmplice, trocando sorrisos.

      — Vamos? — o americano perguntou.

      A garota loura assentiu, oferecendo-lhe a mão. Eles entrelaçaram os dedos, seguiram atrás do primeiro casal.

      Apenas Roberto e Laura ficaram para trás. O homem musculoso bufou, aborrecido, coçando a nuca e pondo uma mão na cintura.

      — Parece que só nós dois não somos um casal — ele observou.

      — E continuaremos a não ser — Laura revirou os olhos. — Você não faz o meu tipo, Roberto.

      A morena começou a andar, tomando uma boa dianteira. Roberto estendeu as mãos, boquiaberto e estupefato.

      Os jovens chegaram à beira de um rio, sobre o qual caía uma cascata. Tiraram suas roupas, as garotas ficando de biquíni e fio dental, e os rapazes de bermuda e sunga, e mergulharam nas águas do rio, sem desconfiar que eram observados por vários pares de olhos. 

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