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Capítulo 1: Monterey e suas esquisitices

O cheiro de terra molhada invadiu meu quarto enquanto eu arru¬mava minha mochila. O dia seguinte marcava o início de uma nova fase na minha vida. Uma escola nova, em um estado novo. Des¬de que meu pai morreu, eu e minha mãe trocamos a movimentada Manhattan em Nova York por Monterey, na Califórnia. Uma casa pequena, numa rua calma e próxima a da minha avó, onde eu, minha mãe Rose e minha cadela Roxie nos sentiríamos em casa. Foi por isso que nos mudamos para cá. Pela vovó Lucy. Ela é mãe da minha mãe, e sempre morou em Monterey. Mamãe acha que ela pode nos ajudar nessa nova etapa sem meu pai, mas não acredito que ela possa ajudar em muita coisa. Não que eu possa ter certeza, já que nunca tive contato direto com ela. Sempre achei que ela fosse uma daquelas avós que passa o dia vendo novela mexicana e tricotando. Só que descobri que ela não era exatamente como eu imaginava. Depois de duas semanas nos vendo quase todos os dias, eu comecei a gostar dela. Afinal, como alguém pode não gostar da sua avó? A não ser, é claro, que ela tenha feito algo de muito ruim. O que não é o caso. Bom, pelo menos eu acho que não. Vovó Lucy é realmente muito misteriosa. 

Enfim, eu deveria estar me preocupando com o que vestir no primeiro dia de aula ao invés de me preocupar com os mistérios da minha avó. Como se ir para uma escola nova, num estado novo não fosse ruim o bastante, a es¬cola é além de tudo a melhor do estado. Também é a mais cara. Não sei como minha mãe os fez acreditar que eu sou uma boa aluna, mas acabei ganhando uma bolsa. Estou apavorada. Eu não sou exatamente o tipo de pessoa que liga para o que os outros pensam de mim. Só que é diferente quando você é a aluna nova. Você quer conhecer alguém para te fazer companhia. Para isso, você precisa fazer com que alguém venha falar com você. Para alguém vir falar com você, você precisa estar vestindo as roupas certas. Ótimo. A teoria é fácil, a prática está deixando a desejar. 

§

–– Julie! Julie! Primeiro dia de aula! –– minha mãe gritava pulando na minha cama. 

Abri meus olhos para poder encará-la por alguns segundos, antes de fechá-los novamente. Sério, o que eu fiz para merecer isso?

–– Anda Julie, é sério. Sua aula começa em 15 minutos. 

Saltei da cama, fazendo minha mãe quase cair dela. Que tipo de mãe acorda a filha para o primeiro dia de aula (numa escola nova, num estado novo) faltando QUINZE MINUTOS? Não dá para entender o que minha mãe tem na cabeça. Enquanto cambaleava para meu armário, reparei que não tinha escolhido uma roupa. 

–– Julie! Vamos logo! –– minha mãe berrava impaciente, sacudin¬do um copo de vitamina que ela esperava que eu tomasse. 

Oi? A culpa é dela de eu estar atrasada no meu primeiro dia numa escola nova! Ela que foi a mãe relapsa que não me acordou cedo o suficiente. Enfiei minha calça jeans que comprei no brechó perto de onde morava. Não era exatamente o que eu esperava, e talvez nem causasse uma boa impressão, mas eu não tinha tempo para escolher algo melhor. Vesti meu top branco, meio rendado em cima (que estava manchado em baixo), e coloquei um casaco esportivo verde, aberto o suficiente para que desse para ver o top, mas não a mancha. Não tinha tempo de escolher um sapato para combinar com aquilo tudo, então eu só calcei rapidamente meus All Stars pretos, totalmente surrados. Moda é para os fracos. Tinha certeza que na minha escola antiga em Nova York, não teria problemas em encontrar amigos. Só que não estava tão convicta em relação à Monterey. 

Entrei no carro da minha mãe, aborrecida. É realmente uma dro¬ga a gente ter acabado de se mudar e minha mãe não ter dinheiro para comprar um carro pra mim. Em Nova York eu também não tinha um, mas eu sempre ia com meus amigos Joe e Kat. Joe tinha repetido o primeiro ano do ensino médio, e por isso era um ano mais velho que nós e tinha um carro antigo que era totalmente lindo, ape¬sar de precisar ser empurrado algumas vezes. Impressionante como eu sentia falta de ir para escola com eles. Foi aí que eu me lembrei que estava indo para o último ano do ensino médio. Meu último ano na escola. Numa escola nova. Meu ano mais importante. MEU DEUS. Eu ainda não tinha pensado em como isso era apavorante. Para piorar tudo, não estava certa quanto ao que fazer na porcaria da faculdade. Por que a gente tem que escolher tão cedo, afinal de contas? De-zessete anos não é exatamente uma idade que você está totalmente madura para escolher o que fazer pelo resto da sua vida. Parece que o mundo inteiro não sabe disso. 

Mamãe me deu um beijo na bochecha quando o carro parou em frente ao colégio. Olhando pela janela descobri uma construção que devia ter, sei lá, mil anos. Com aquelas colunas grossas e as escada¬rias, parecia ter saído de um livro de história. Naquele momento tive medo de não me adaptar àquela escola. Temi que meu futuro por ali fosse uma desgraça. 

§ 

O sino que marca a hora da entrada dos alunos tocou, e logo aquelas escadas ficaram totalmente vazias. Eu fiquei lá com cara de boba, ainda me acostumando com a ideia de que era só o primeiro dia de uma rotina que eu teria que seguir por um ano inteirinho. Subi as escadas apressadamente e fui me espremendo entre aquele bando de calouros animados por estarem indo para o ensino médio (ah, coitados) e aquele bando de secundaristas e veteranos felizes por estarem encontrando os amigos após o período de férias. Uma pena que eu não tivesse nenhum amigo para reencontrar. Com um pou¬co de dificuldade, consegui chegar a uma porta que dizia Diretoria, onde eu bati delicadamente. 

–– Pode entrar. 

— Olá –– levantei minha mão, numa espécie de aceno –– Eu sou Julie, a aluna nova. 

A pessoa atrás do balcão abaixou os papéis que estavam tampan¬do seu rosto. De repente, uma senhora baixinha de cabelos ruivos muito encaracolados, usando um vestido justo demais para alguém da idade dela, chegou perto de mim.

— Olá Julie! –– ela disse animada. Reparei que ela batia no meu ombro, no máximo. –– É ótimo ter você como uma de nossas alunas. Espero que você se sinta à vontade. 

— Claro –– disse, tentando parecer simpática –– Então, a senho¬ra tem meu horário ou algo do tipo? 

— Ah, é claro –– ela disse totalmente avoada, mexendo em uns papéis sobre a mesa –– Aqui está.

Eu olhei para o papel que ela havia me dado: meu horário, junta¬mente com o número das salas e o número e a senha do meu armário.

— Muito obrigada –– eu disse, já saindo da sala.

— Julie! –– ela chamou antes que eu pudesse por um pé para fora. –– Quero que saiba que qualquer problema, é só você falar comigo. Meu nome é Carolina Markanders. Todo mundo me chama de Senho¬rita Markanders, mas você pode me chamar de Carol. 

CAROL? Que lugar estranho, meu Deus.

— Claro, Senhorita Markanders –– eu disse totalmente aboba¬lhada. Ela me olhou semicerrando os olhos. –– Quero dizer, Carol. 

— Como estava Nova York? –– ela disse se sentando de novo. –– Sabe, eu realmente adoro Nova York!

— Não há nada como a temperatura da Califórnia, não é mesmo? –– eu respondi ainda tentando ser simpática, enquanto saia de lá an¬tes que ela fizesse alguma outra pergunta inadequada.

Andei o mais rápido que eu pude, o que não era muito, levando em consideração que eu não sou exatamente atlética. Fui procurando meu armário quase que totalmente perdida e reparei que os corredo¬res estavam bem mais vazios. Imaginei que todo mundo já devia estar nas salas e que eu ia chegar atrasada logo no primeiro dia. Que ótima maneira de começar um ano novo, Julie, parabéns! 

Finalmente achei o número 214 e comecei a girar a combinação que estava anotada no papel. Quando o armário abriu enfiei minha mochila toda lá dentro e conferi no meu horário qual livro eu iria precisar primeiramente. Não que eu acreditasse que algum professor fosse realmente dar aula no primeiro dia de aula, mas de qualquer forma queria estar preparada. Tirei todos os livros da minha mochila e coloquei no armário, deixando na mochila apenas o de Física, o meu estojo e um caderno. Mais um sinal soou. Acreditei ser o do começo da primeira aula. Bati a porta do armário com força e me virei para começar a andar em direção à sala 5, seja lá onde ela ficasse. Foi quando eu vi que alguém bloqueava meu caminho. E esse alguém era um garoto. Lindo de uma forma totalmente perturbadora. E ele estava olhando para mim, mais exatamente para meus sapatos. Para meus All Stars pretos surrados! Socorro! 

— Gostei dos seus sapatos –– disse ele, fechando o próprio ar¬mário, ao lado do meu, antes de sair andando.

Ele disse isso, eu juro. Só isso. “Gostei dos seus sapatos” e foi em¬bora! Deixando-me lá com a maior cara de pateta observando seus largos ombros se distanciarem. Reparei nos seus sapatos enquanto ele ainda estava por perto. Eram mocassins. MOCASSINS. O tipo de gente que usa mocassins na escola não deveria gostar dos meus All Stars! Que tipo de garoto realmente repara em sapatos? Que droga, nem tive tempo de responder nada arrogante! Ou perguntar aonde era a porcaria da sala 5. 

Perguntar a localização da sala 5 com certeza era uma boa ideia. Eu estava totalmente perdida. Todas as salas e corredores daquela escola pareciam iguais. Quando finalmente comecei a andar, nem havia mais sinal de ninguém nos corredores, nem do garoto dos mocassins. Eu ia ter que achar a sala sozinha, o que era totalmente impossível para uma novata. Li o que estava dizendo na primeira porta que avistei. SALA 30. Sala 30! A sala que eu deveria estar era a sala cinco, o que, pelo que eu me lembrava de matemática, é bem menor que trinta. Comecei a correr, mas o problema é que eu nun¬ca fui realmente boa em esportes e, quando eu estava chegando perto da sala 10, já estava colocando todos os bofes para fora. Ainda assim continuei correndo. Finalmente avistei a sala 5. 

Girei a maçaneta da porta tremendo. Que droga, logo no meu primeiro dia eu já estava atrasada! Entrei vagarosamente pela porta, torcendo para que eu pudesse sentar rapidamente na primeira cadeira vaga sem ser notada por ninguém. Infelizmente assim que eu fechei a porta silenciosamente, o professor tossiu atrás de mim. 

— Boa noite senhorita –– ele disse, gerando várias risadas na sala. 

— Bom dia, senhor –– eu disse, querendo enterrar minha cabe¬ça no chão –– Desculpe, estou atrasada. 

— Eu sei disso –– ele disse, batendo a régua na mão –– Espero que a senhorita tenha uma boa explicação. 

— Na verdade, é porque eu sou nova aqui –– eu disse quase sem respirar, tentando avistar alguma cadeira vazia. 

— Certo. Prazer, sou seu professor de Física, John Montgomery –– ele disse sorridente. –– E já que você já interrompeu a minha aula, não gostaria de aproveitar e fazer uma pequena apresentação sua para a turma? 

— Não, obrigada –– eu disse, começando a andar para a última cadeira, a única vaga. 

— Por favor, eu insisto –– o professor disse ameaçadoramente. 

Gelei. 

— Certo –– eu comecei totalmente apavorada, olhando fixa¬mente para o professor, sem dar uma olhadinha sequer para a tur¬ma. Mas eu sentia que o olhar de todos estava em mim. Queimavam no meu rosto. –– Meu nome é Julie Kremman, tenho dezessete anos e sou de Nova York. 

Foram as treze palavras mais difíceis que eu já disse em minha vida. Quando terminei, minhas mãos estavam ameaçando começar a suar e tudo que eu queria era estar bem longe dali.

     — Isso é uma roupa ou você roubou de algum mendigo? –– gritou uma voz feminina, seguida por vários risos. 

— Mochila legal. É da época que você foi escoteira? –– um idiota gritou lá de trás. 

— Caramba, onde você comprou esse casaco? O efeito surrado que eles deram é demais! –– uma garota loira disse. –– Oh. Acho que não é efeito. 

Sorri torto, tentando não fazer uma cara muito fechada. Joguei minha mochila em cima da mesa e sentei quieta. A turma ainda ria e fazia piadinhas sem graça. Graças a Deus, o senhor Montgomery interferiu, me agradeceu pela apresentação e continuou a aula dele. Quer dizer, eu estava tendo aula. No primeiro dia de aula. Do úl¬timo ano na escola. Em um estado novo. Numa escola nova. Numa sala cheia de babacas. Como exatamente queriam que eu prestasse atenção em corpos em órbita, ou sei lá mais o quê? Minha cabeça estava trabalhando a mil por hora. Ela dizia que Física não era o mais importante no momento. 

L: Não liga não. Todos são uns idiotas. 

Meu Deus, alguém tinha me passado um bilhete! Olhei para mi¬nha frente, de onde ele tinha vindo, e vi que era uma menina que fa¬zia um estilo meio roqueiro, com o cabelo cheio de cores, parecendo um arco-íris, e as unhas pretas compridas. 

J: Acho que eu consegui perceber. 

Mandei o bilhete de volta. Nem sabia se deveria correr o risco de passar bilhete na sala com uma garota que eu não conheço. Só que per¬cebi a necessidade de um amigo se eu queria sobreviver naquela escola. 

L: Você deve estar me achando louca, mas talvez eu seja um pouco mesmo. Meu nome é Leah Prumman. Porque raios você deixou NY? Lá é muito mais legal! 

Seu nome ser Leah explicava o L antes das suas mensagens. Por que eu mudei? Era um assunto meio delicado, mas eu sabia que esta seria apenas a primeira vez que eu teria que responder essa pergunta. As tristezas de ser novata. 

J: Sou Julie Kremman. Não que você já não saiba. Ah, vir pra cá foi neces¬sário. Meu pai morreu, e minha mãe quis vir morar perto de minha avó. 

L: Uau, desculpa. E você está bem com isso, ou sei lá? Sabe, não sou muito boa nessas coisas delicadas. 

     J: Tudo bem, mas estou melhor do choque sim. Sinto falta dele e tudo mais. 

L: Imagino que sinta mesmo. Sabe, sinto muito. Você vai ter que engolir essa escola e esses idiotas que a frequentam. 

J: Certo. Acho que depois de um tempo vou me acostumar. Então, a gente não devia prestar atenção na aula? 

L: Você é uma nerd ou o quê? É só o primeiro dia. 

J: Mas é Física, e eu sou péssima em Física. 

L: Você pode se preocupar com isso depois, certo? E aí, já fez amizade com alguém ou eu sou a primeira pessoa a falar com você? 

Bom, desconsiderando o garoto babaca e estranho dos mocassins... 

J: A primeira. 

L: Claro, bando de orgulhosos. Você viu como essas garotas atacaram você, né? Inseguras. Acho que elas acreditam que você é uma ameaça para elas. 

J: Ameaça? Mas eu não fiz nada. 

L: E quem disse que você precisa fazer alguma coisa? Só o fato de você ser, hum, carne nova no pedaço, já é preocupante o bastante. 

J: Pelo amor de Deus! Eu não sou nem de longe tão bonita e bem vestida como elas. Mesmo que eu quisesse (e não quero), nunca seria capaz de competir com nenhuma delas. Por nada. 

L: Ah, tá brincando que você não percebeu como o Torrez ficou olhando quando você entrou aqui! 

J: Oi? Quem é Torrez? 

L: Você provavelmente é a única pessoa nesse lugar inteiro que não sabe quem é Torrez. Arthur Torrez. Mas todo mundo o chama de Torrez. “O sol¬teiro mais cobiçado do colégio.” Foco nas aspas, não é invenção minha. Ele está sentado a noroeste da sua cadeira. 

Olhei para noroeste da minha carteira. Bom, pelo menos o lugar que eu achei que era noroeste. Não acreditei. 

J: Quem? O de mocassins? 

Tentei relembrar melhor as coordenadas cartográficas enquanto ela não me respondia. Porque era impossível que “o solteiro mais cobiçado do colégio” tivesse se dado ao luxo de fazer um comentário sobre meus All Stars! 

L: Ele mesmo. Ficou te fitando como se já tivesse te conhecido, ou sei lá. 

Minha nossa, vai ver ele considera um comentário rude sobre um par de sapatos uma maneira interessante de fazer uma amizade. 

J: Ele tem algum problema, ou coisa assim? 

Vai ver ele realmente tem algum problema mental. 

L: Não que eu saiba. Quer dizer, exceto o fato de que ele já pegou todas as garotas a seu nordeste. Todas elas. E todas elas são amigas, mas quando o assunto é o Torrez, elas esquecem que são amigas e só ligam para quem vai conseguir o prêmio. Quer dizer, ele. 

Olhei para nordeste e tudo que eu consegui ver foi um monte de cabelos escorridos, com cílios maquiados e roupas justas. 

J: E alguma delas já conseguiu? 

Por que eu estava interessada, meu Deus? Leah podia achar que eu realmente me importava. O que não era verdade. Sério. 

L: Ele já namorou a Bárbara. A que está usando um lápis de pompom rosa. (Meu Deus, como ela é ridícula). Ele a chutou depois de no máximo dois meses. Aliás, acho nem foi tanto tempo. Parece que é difícil mantê-lo preso por muito tempo. 

Graças a Deus, o sinal tocou. O lance dos meus All Stars era vergonhoso demais para ser compartilhado com alguém. Levantei da cadeira, junto com Leah. 

— Biologia. Ótimo –– ela disse sarcasticamente. –– O que você tem agora? 

Eu conferi meu horário. 

— Língua estrangeira. E depois História. E depois... –– eu ia dizendo enquanto Leah ia conferindo no dela. 

— Certo. Então nós não temos mais nenhuma aula juntas até o almoço. Encontre-me aqui para nós entrarmos na cantina juntas. Sabe como é, o almoço pode ser bem cruel para as novatas –– ela disse frisando o “bem” e se despedindo. 

Então tá, lá estava eu seguindo para meu armário. Por que ele ti¬nha que ser tão distante da sala 5? Por que eu não peguei logo todos os livros? Coisa de novata. Jurei a mim mesma que no dia seguinte faria diferente. Quer dizer, se eu sobrevivesse até lá. 

— Se não é a garota do tênis legal. 

Virei e avistei Arthur. Ou Torrez. Ou Arthur Torrez, tanto faz. Não era à toa que ele era o solteiro mais cobiçado do colégio. Alto, musculoso na medida certa, cabelo castanho bagunçado e uns olhos verdes maravilhosos. O único defeito é que ele parecia realmente gostar de tirar sarro dos meus tênis. 

— Se não é o cara dos mocassins –– eu disse, semicerrando os olhos para ele.

E ele riu. Ele riu. Era dono do sorriso mais lindo que eu já tinha visto na vida. 

— Meu nome é Arthur, Julie –– ele disse. Ele lembrou-se do meu nome –– Mas todo mundo me chama de Torrez. 

— Por quê? Arthur é um nome muito mais bonito. –– eu disse sem pensar direito no que eu estava fazendo. O sorriso dele tinha me confundido. 

Perigo, perigo! 

— Vá entender –– ele deu de ombros –– Então, pra onde você está indo agora? 

— Para o meu armário e depois para a sala 26. 

— Certo, ela é bem ali –– disse ele, apontando. Como se eu não soubesse onde é a sala 26. Quem ele pensa que é com esse sorrisinho ridículo na cara? O salvador da pátria? 

Momento de arrogância mental para afastar pensamentos peca¬minosos provenientes do sorriso dele. 

— Eu sei disso –– eu disse, me dirigindo ao meu armário para trocar de livros. 

Ele encostou-se ao armário do meu lado, girando rapidamente a combinação dele. Eu não estava muito certa se devia tentar continuar uma conversa. Eu não estava muito certa se queria continuar uma conversa. Especialmente quando um envelope rosa com um coração escrito “volte pra mim” caiu do armário dele e ele pegou do chão e jogou pra dentro de volta, murmurando algum tipo de xingamento. Então ele bateu o armário e virou-se na minha direção, quando eu já estava me virando para ir embora. 

— Te vejo por aí, Jul. 

JUL? Olhei para ele por cima do ombro metade chocada metade indignada. JUL? Faça-me o favor! Por que ele acha que pode me cha¬mar de Jul? De repente, ficou bem claro. Só porque ele já se envolveu com TODAS as garotas dessa escola e as que ele não se envolveu querem que ele se envolva, não quer dizer que ele vai fazer isso comigo também. Não MESMO.

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Oi gente! Estavam me pedindo, então acatei! Este é o primeiro capítulo do romance Mocassins e All Stars, de minha autoria. Para saber mais sobre o livro, a página do facebook é: www.facebook.com/MocassinseAllStars.

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Espero que gostem! Em 2015 pretendo usar mais o wattpad para novos projetos!
Até breve! Obrigada!

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