Parte 10
Elisa & Eric
Epílogo
2 de dezembro de 2025
Elisa sentiu a água gelada bater em suas costas quando Eric pulou na piscina. Ela encolheu-se, prestes a jogar água na cara dele — como se ambos não estivessem molhados o suficiente. O rapaz emergiu de repente diante dela, sorridente. Elisa sentiu seus dedos agarrando sua cintura, abraçando-a. Pela primeira vez desde o Natal, eles estavam sozinhos. Fernanda, Jonas e Julia voltaram à cidade onde tinham uma moradia fixa, deixando Elisa por conta da casa de campo. Cada dia que passava, amava mais cuidar e morar naquele lugar. Muito diferente do sufocante e deprimente apartamento que morava com seu ex-namorado. Ela ainda se perguntava como conseguia suportar aquela prisão.
Não só a prisão da casa, mas de seu coração. Elisa sentia-se cada vez mais leve e despreocupada com um futuro relacionamento. Naquela noite de Natal que beijara Eric pela primeira vez, ela ficou reflexiva quando o rapaz partiu; perguntando-se mais uma vez se estava preparada para se entregar daquela maneira. Perguntava-se se não tinha se deixado levar pelo espírito natalino e se não estava confundindo as coisas. Mas essa dúvida logo passou. De fato, Eric a atraía. Para ela, ele era um rapaz bonito — gostava de seu sorriso, do formato dos seus olhos, da cor de sua pele, dos seus cabelos... Mas não era só isso. O jeito dele a cativava. O modo como ele a tocava e a olhava; como se Elisa fosse o ser mais precioso do mundo.
— Nem acredito que vou passar essa semana inteira com você — ele disse, o rosto próximo do seu. — Acho que vai enjoar da minha cara.
— Não vou — Elisa apertou seus braços. — Vai ser bom pra gente se conhecer melhor. E podemos aproveitar a piscina nesse calor.
Eric olhou para o céu sem nuvens. Quando não chovia, o calor castigava a cidade.
— Eu nunca imaginei que te veria de biquíni — ele confessou. — Nem em meus sonhos.
— E eu nunca te vi sem camisa — Elisa devolveu. — Nem em meus sonhos.
— Ah, eu sei que estou fora de forma... Quero dizer, magro demais. Mas minha avó está me dando uma dicas para aumentar o peitoral e definir o abdômen.
— Quem disse que me importo com isso?
— Hum... — Eric deu de ombros. — Espero ser o seu tipo, então.
— O meu tipo é quem me trata bem. E eu já disse que te acho lindo — a moça encarou-o, perguntando-se se ele estava se comparando com o seu ex. E de certa forma, Eric estava. Samuel podia ser um babaca, mas era boa pinta e tinha braços do tamanho de troncos de árvores milenares. — E eu amo um cabeludo.
— Essa é novidade — Eric afastou-se um pouco e mergulhou na água, emergindo novamente em seguida. Passando as mãos no cabelo em uma falsa sedução, ele piscou. — Nunca mais corto o cabelo.
Elisa riu. Eric aproximou-se para beijá-la, agarrando seu rosto. Não duvidava que ela estivesse falando a verdade; não sentia que a moça era adepta à mentiras só para agradá-lo. O rapaz sentiu seus lábios corresponderem ao seu beijo surpresa. Ele nunca se sentiu tão feliz. E Elisa nunca se sentiu tão confortável nos braços de alguém.
— Brownie — Elisa sussurrou sobre os lábios dele. — Eu quero brownie.
— Sim senhora, senhorita chocólatra — Eric não estava se esquecendo da promessa que fizera no dia anterior. — Mas a promessa envolvia eu beijá-la para recompensar todos esses meses de tortura.
— Não exagera. Eu nem te enrolei tanto assim.
Eric a abraçou ainda mais, observando aquele rosto que ele admirou por tanto tempo, à distância. Ainda não conseguia acreditar que poderia tê-la tão próxima. Ainda parecia um sonho toda vez que a tocava ou a beijava. O passo número três... Eric pensou, sorrindo por dentro. Elisa ser oficialmente a minha namorada. Talvez ele pudesse dar aquele próximo passo daqui a um mês. Ou até antes. Passando aquela semana juntos, eles poderiam se aproximar mais. Apesar de se conhecerem há meses, nunca tiveram um contato tão íntimo desde o Natal.
— Vamos fazer brownie — ele falou baixinho, hipnotizado por aqueles olhos castanhos. Olhá-los dava-lhe uma sensação tão boa que Eric sentia-se nas nuvens.
Elisa sentia o coração errar as batidas todas as vezes que o rapaz a olhava de forma tão intensa. Sorrindo, a moça deu um rápido beijo em seus lábios e puxou-o para fora da piscina. Algo os atraía um para o outro; como se ambos tivessem necessidade de estar sempre próximos.
O sol brilhava intensamente no céu. Puppy estava esticado na varanda, ofegante e cansado após correr atrás dos pombos. O clima de verão se instalara naquele segundo dia do ano, trazendo os dias quentes. Os ventos de outono passaram, trazendo um novo Eric à vida. Elisa sentia-se livre, o coração leve; menos ansiosa com o futuro que a aguardava. O destino realmente havia reservado uma grande surpresa para ambos.
O amor fazia parte de um grande ciclo de plantio e colheita, exigindo paciência e coragem. Eric e Elisa colhiam seus doces frutos; cujas sementes foram plantadas quando a morte e a renovação aconteciam — dentro e fora de seus corações.
Fim.
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