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Parte 1

Eric

21 de dezembro de 2024

Eric estava nervoso. Muito nervoso. Seus pés gelados comprimiam os dedos enquanto ele andava pelo quarto em círculos, da janela à cômoda do outro lado do aposento. Quando se cansou de olhar para a rua através das cortinas ou já não sabia mais o que fazer olhando para as próprias gavetas, o rapaz entrou no banheiro, inclinou-se diante da pia e molhou o rosto bruscamente; como se a água pudesse levar suas angústias. Depois, voltou para o quarto e se jogou na cama de solteiro, esparramando-se sobre o edredom azul-marinho. Seu coração disparava, sentindo angústia e raiva. Era um sentimento estranho: ao mesmo tempo que queria enfiar a cabeça no travesseiro e chorar de frustração, desejava profundamente socar aquela maldita porta do guarda-roupa que se recusava a ficar fechada.

Ao invés disso, Eric respirou fundo. Aprendera na terapia algumas técnicas anti-socos e anti-ódio-por-si-mesmo utilizando-se de seus queridos e sempre prestativos pulmões. Aquilo não resolveria todos os seus problemas, claro — e às vezes ele ainda enfiava a cabeça no travesseiro e chorava de frustração — mas, naquele momento, ele precisava tomar uma decisão. Não podia ficar preso àquela situação para sempre; estagnado e sem respostas, machucando a si mesmo. Por que lidar com as emoções, sobretudo quando se está terrivelmente apaixonado, era tão difícil?

Eric fechou os olhos, engolindo o bolo que ameaçou a formar em sua garganta. Sentiu um gosto metálico na boca; consequência das mordidas involuntárias que dava nos lábios. De olhos cerrados, sua mente o levou para o destino de sempre — a um rosto, a um nome, a uma voz: Elisa, a mulher a qual Eric estava apaixonado desde o outono. Ele queria muito que tivesse sido apenas uma paixonite boba que duraria uma estação, mas não foi o caso. O outono passou e trouxe o inverno. O inverno, e primavera. E agora, naquele solstício de verão, o seu coração ainda queimava por aquela mulher que um dia cruzou seus olhos cor de chocolate com os seus.

Desde então, Eric não se sentiu mais o mesmo. Definitivamente, ele não era o mesmo Eric daquelas manhãs de outono — tão bobo e tão imaturo... Bom, talvez ainda fosse um pouco. Afinal, Eric ainda não sabia lidar com tudo o que estava acontecendo. Sua paixão por Elisa crescia cada vez mais, e ele não sabia até onde poderia suportar esperar por ela. Ser apenas "um bom amigo", como ele havia proposto, nunca seria uma alternativa apropriada. Pelo menos, não para Eric. No começo, ele achou que ficaria satisfeito com o mínimo de atenção dela, mas estava muito enganado. Agora o rapaz tinha a oportunidade de estar mais próximo dela; o que era impensável para o Eric passado. Agora ele tinha a oportunidade conversar com ela sempre que desejava; atendê-la todas as vezes que ela ia ao Café Essência, e até mesmo convidá-la para sair. Eric já perdeu as contas de quantas vezes se encontraram na livraria e conversavam sobre leitura. Quantas vezes já se encontraram no parque para conversar; para tomar sorvete e caminhar enquanto viam o pôr-do-sol. Tudo isso para nada. Nos últimos meses, as coisas tinham ficado um pouco estranhas — Elisa de repente parecia menos interessada em estar com ele. Eric apreciava os momentos que ainda tinha com ela, é claro, mas a cada dia que passava seu coração ficava mais exigente.

Eric queria tocá-la. Queria abraçá-la por mais tempo. Queria beijá-la. E bem que ele tentou se aproximar mais, demonstrando um interesse íntimo. Mas Elisa sempre recuava, dando uma desculpa qualquer. Então, Eric desistiu; não gostava da ideia de forçá-la a alguma coisa por pena dele ou algo do tipo. Elisa havia acabado de sair de um relacionamento um tanto conturbado e Eric sabia que ela precisava de um tempo para respirar. No entanto, ele achava que já havia dado tempo o suficiente. Elisa já tinha recuperado o oxigênio, e agora ele se sufocava — com tantos sentimentos e com tantos desejos reprimidos. Com isso, ele precisava tomar uma dolorosa decisão: afastar-se logo ou avançar para uma última tentativa. Precisava ser sincero com ela; e sabia que não aguentaria esperar uma oportunidade para resolver aquele dilema pessoalmente.

Decidido, Eric pegou o celular e procurou pela sua conversa com Elisa. Eles não se falavam há quatro dias. Ainda sentindo o peito pesado, o rapaz começou a digitar. Mas, ao ver a foto de Elisa, ele parou. Queria que a raiva que sentia preenchesse suas palavras e desse a elas um tom firme, deixando claro que Eric não estava gostando nada daquela situação. Sem controlar os próprios dedos, o rapaz tocou na foto para vê-la maior. Um frio percorreu a sua barriga ao observar aqueles lábios cor-de-rosa, aqueles dentes brancos, os cabelos negros escorrendo pela lateral do corpo. Ela segurava um cachorrinho cor de café, o qual havia adotado no dia em que Eric a levou para conhecer o abrigo de animais resgatados da cidade.

Um dia depois, Eric tentou beijá-la. Sem sucesso, óbvio.

— Elisa, o que diabos você fez comigo? — ele disse encarando a foto. — Não consigo... Não consigo!

Obrigando-se a ignorar a foto, Eric olhou para a última conversa deles: ele a tinha convidado para ir a uma feira beneficente de livros em um domingo. Seria no dia seguinte. Elisa havia dito — aparentemente, sem muito entusiasmo — que lhe daria a resposta em breve.

E depois, nada. Nenhuma resposta, nenhum bom-dia. Aproveitando a irritação que ameaçava manifestar-se novamente, Eric digitou:

Eric: Elisa, precisamos conversar. Eu não me sinto bem com isso tudo. Nem me respondeu se quer ir à feira ou não. Você não está interessada, ou a minha companhia não a agrada? Preciso que seja sincera comigo, por favor.

Ao enviar a mensagem, o rapaz largou o celular. Esperou por cinco minutos, mas é claro que Elisa não iria responder de imediato. Cansado de tentar achar soluções para o seu problema amoroso — e sabendo que, se ficasse mais dois minutos naquele quarto, provavelmente surtaria — Eric resolveu sair para dar uma caminhada. Precisava tomar um ar e desestressar com uma corrida. Quem sabe depois ele poderia passar no Café Essência para conversar com Nicolas no final do expediente dele — já que Eric estava de folga naquele dia. Precisava tirar Elisa da cabeça pelo menos por trinta minutos.

Ao sair do quarto e cruzar a sala do apartamento, foi vítima do olhar curioso e intrometido da irmã mais velha.

— Ei, aonde você vai? — Amanda perguntou, jogada no sofá vermelho da sala. — Achei que estava de folga.

— Eu estou — Eric olhou para a pequena árvore de Natal no canto da parede. As luzinhas coloridas irritavam seus olhos. — Vou caminhar.

— De chinelo? — Amanda olhou para os pés do irmão. — Quer mesmo conquistar a morena com esses dedos peludos?

Eric revirou os olhos.

— Amanda, fica na tua — ele fez um gesto de desdém com as mãos e sumiu da vista da irmã. Na estante baixa da área de serviço, Eric pegou seu par de sapatos de corrida e os calçou abruptamente.

Ansioso para descer as escadas logo e sair do prédio, Eric quase atropelou a sua avó no hall de entrada. Sônia carregava sacolas do supermercado mais próximo, mas parecia ter corrido uma maratona ao julgar pela vestimenta e as canelas bem torneadas.

— Eric, querido! — ela deu um sorriso, erguendo as sacolas pesadas em cada braço. — Finalmente achei panetones saudáveis. Comprei granolas para você, será bom para o seu intestino preso e...

— Vó, eu vou correr agora, tudo bem? — ele deu um sorriso amarelo, louco para sair logo. Sabia que a avó ficaria horas falando sobre receitas low carb se Eric desse uma brecha. Também não se ofereceu para carregar as sacolas pesadas, pois sabia que a avó carregava o dobro do peso na academia.

Sônia deu um sorriso orgulhoso, deixando o neto sair do prédio. Eric, seu querido menino, ex-sedentário, estava tão maduro! Mal sabia ela que o rapaz estava completamente quebrado por dentro. Assim que saiu da avenida principal, entrando em uma das ruas paralelas, Eric começou a correr. O céu estava cinzento, anunciando mais chuva. Ele se viu tentado a subir rua acima, rumo à casa onde Elisa estava morando. Resistindo a mais um desejo estúpido, Eric acelerou os passos e só parou quando não aguentava mais.

Levemente atordoado, Eric apoiou as mãos nas próprias pernas e olhou ao redor. Quase todas as casas estavam adornadas com enfeites de natal — luzinhas ainda apagadas, renas de jardim, bolas vermelhas nas árvores e até papais noéis gigantes no telhado. A única coisa que Eric escutava era a própria respiração e um trovejar distante.

Ele costumava adorar o Natal e o clima de final de ano. No entanto, pela primeira vez, ele não se sentia nada animado para presentes misteriosos e jantares deliciosos à noite. Eric só queria uma coisa: que Elisa devolvesse o seu coração.

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