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Prólogo

O que esperamos da vida além do básico pode se tornar nosso pior pesadelo...

A casa estava escura como sempre, retirei meus sapatos e deixei a porta encostada para que Luin pudesse entrar. Meu amado meio irmão filho do marido da minha falecida mãe, não o considero se quer meu padastro.

- Nyssa? Vai mesmo ficar chateada? - joguei minha bolsa nele e subi as escadas com raiva, eu odiava esses joguinhos entre ele e seu pai. Essas festas beneficentes me tiravam toda a paciência porque no fundo eu sabia que ninguém realmente bom saia beneficiado.

- Fica longe de mim, Luin! Eu vou descobrir no que vocês estão enterrados e quando eu o fizer vou embora daqui! - uma mulher de vinte e cinco anos presa na casa dos pais. Eu tinha o meu trabalho como designer mas sempre que eu tentava sair de casa um deles aparecia para estragar meus planos.

- Se eu fosse você ficaria bem quieta no quarto ou vou ai te dar uma surra! - como se ele precisasse de muito para fazer isso, enquanto eu estivesse morando com eles teriam acesso a todos os bens dos meus pais mas se eu fosse embora tudo iria junto comigo.

- Já mandei ficar longe de mim! - fechei a porta com força e comecei a tirar os brincos de diamantes, algumas lágrimas escorriam pelos meus olhos mesmo sem que eu não quisesse chorar. Meu pai fazia muita falta. Assim que terminei de tirar as joias a porta é aberta com violência, Luin e Leonel aparecem no quarto com um rosto de poucos amigos.

- Nunca mais saia correndo da festa desse jeito novamente, Nyssa você a marca registrada do bom pai que eu sou. - sua mão encontrou com meu rosto e meu corpo foi ao chão, o vestido se embaraçou em minhas pernas me impedindo de sair do lugar. - Não gosto que desobedeça, não gosto que me responda e muito menos faça perguntas aos meus sócios. O que fazemos não interessa a você.

Os meus soluços cortavam o ar, deitada no chão eu fui deixada. Trancaram a porta do quarto e eu sabia que só sairia daqui depois de dois ou três dias. Ouvi eles falando sobre uma Presente durante o jantar e comecei a fazer perguntas aos sócios, depois de ouvir varias vezes que isso não me interessava acabei discutindo com eles e sai correndo da festa sob os protestos gritantes de Leonel.

Odiava meu jeito mas é como meu pai sempre me dizia, não importa o tempo ou as circunstâncias quem nasceu para ser sempre irá ser. Eu basicamente nasci para ser uma idiota, aguento os dois a pouco mais de cinco anos tentando mandar em minha vida, tentei me mudar três vezes e fui espancada e arrastada de volta. No outro dia eu apenas sorria e fingia que nada estava acontecendo para poder trabalhar como uma pessoa normal.

Sonhava com o dia em que alguém iria correr e me salvar dessa rorre de tortura, embora os contos de fadas fossem o sonho de todas as garotas eu já tinha desistido de esperae meu príncipe encantado no cavalo branco. Suspirei subindo na cama e enxugando meu rosto no travesseiro azul, tinha pego esse hábito depois que me trancar no quarto se tornou frequente.

A barriga começou a reclamar e lembrei não ter comido muito no jantar, resmunguei algumas coisas e levantei torcendo para que a porta estivesse aberta mesmo eu tendo certeza que não. Rodei a fechadura e ouvi a chave cair, me abaixei e passei os dedos na vrecha da porta alcançando a chave por um puro milagre. Abri a porta devagar e sem fazer barulho, meus cachos grossos passaram primeiro como um segurança e meu corpo foi logo depois.

Levantei o vestido e desci as escadas indo direto para a cozinha, o caminho não era longo mas estava escuro e quando cheguei perto escutei alguns barulhos estranhos. As luzes estavam acesas e uma porta que eu achava ser a dispena estava aberta, me esgueirei por ela e desci as escadas que eu não sabia existir. Umas luzes azuis brilharam no final e chamaram minha atenção, foi quando eu descobri que a curiosidade realmente mata.

Luin estava abusando sexualmente de uma espécie presente, ela gritava mas estava toda amarrada e amordaçada. Tapei minha boca para não gritar mas não consegui segurar meus pés que me fizeram esbarrar em uma estante, antes do troféu cair eu o segurei e tentei bater em Luin com ele mas fui lenta. Ele soltou a pequena mulher que por ironia era um pouco mais alta que eu, sua mão segurou meu braço e a outra meu cabelo.

- Desgraçado! Era isso que estava fazendo? Você e seu pai são uns nojentos infelizes! Deixe-a em paz! - gritei, a pouca coragem querendo enganar o próprio corpo. A verdade era que eu sabia sim algumas coisas de defesa pessoal mas minha falta de força e coragem me deixavam tão inútil quanto uma criança.

- Vou sim, a partir de agora vou usar você. - um grito escapou quando ele me jogou sobre a mesa de metal, a presente estava caída no chão ainda chorando enquanto eu fritava e me debatia sobre a mesa. - Quer salvar um animal? Vai começar a ser tratada como um!

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