3 - Conhecendo Sua Essência
Meu pai não vai gostar de saber que coloquei seu queridinho no devido lugar, mas ele me conhece o suficiente e sabe que eu não faria nada que prejudicasse nossa empresa.
Pensar no meu pai e lembrar do seu estado frágil me deixa completamente impotente. Ele diz que está melhorando, mas não tenho certeza disso. "Não precisa se preocupar, minha filha. A empresa está em ótimas mãos", são sempre suas palavras para mim.
Ele colocou sua vida na Ryan Corporate e sempre serei grata por ter sido agraciada com seu conhecimento e seu amor. Sinto falta das nossas reuniões diárias, de quando ele dividia suas decisões comigo, ou quando compartilhávamos momentos felizes de conquistas, e claro, de quando íamos para casa, acabados, após algum problema. Tudo com meu pai era maravilhoso e só de pensar em perdê-lo, sinto um aperto forte no peito.
A fim de afastar os pensamentos torturantes e deprimentes que estão surgindo em minha mente, saio do meu longo banho, coloco um baby doll de cetim preto e resolvo deitar no sofá da sala para ligar para Liv. Mas antes, preciso de uma taça de vinho.
Vou até a cozinha, abro uma garrafa e derramo o líquido rubro pela taça. Preciso me acalmar e, pelo visto, o meu conceito de banho relaxante foi para o espaço com a quantidade de preocupações que mergulharam junto comigo. Assim que começo a beber meu vinho, vou relaxando consideravelmente, me punindo por não ter tido essa ideia antes de ir para o banho.
Caminho de volta para a sala e deito no sofá com a taça na mão, esperando relaxar mais um pouco.
Meu apartamento não é pequeno e nem grande, mas muito aconchegante. Com um estilo charmoso e intimista, a primeira imagem de quem entra em minha casa é da cidade e seus movimentos. Como em meu escritório, as paredes são de vidro que vão do chão ao teto, o que confirma, definitivamente, que eu adoro apreciar NYC. Ao longo da sala de estar há um sofá preto retrátil, de quatro lugares, onde eu estou deitada, e uma poltrona de couro, da mesma cor, em um canto. As paredes que não são de vidro se assemelham a cimento. Na cozinha, luminárias vermelhas suspensas estão posicionadas em cima do balcão que divide a sala. Meu quarto é o lugar da casa que eu mais amo e é deslumbrante. A cama king size, abarrotada de almofadas, fica bem no meio do espaço e as paredes são pintadas de cinza e branco. Um sofazinho cor de chumbo, de dois lugares, fica no canto esquerdo e do outro lado, uma penteadeira branca com luzes em volta do espelho dá um ar teatral ao quarto, o que me faz parecer uma artista em seu camarim. Eu sempre sorrio com a ideia.
Não querendo mais enrolar, pego meu telefone e começo a discar o número de Liv, sabendo que tanto ela quanto Ticy estão ansiosas para saberem das novidades do dia mais estranho dos últimos tempos.
No primeiro toque, Liv atende.
– Hey, amiga!– ela exclama. – Estou super ansiosa para saber como foi a noite com o Jason e a reunião de hoje.
– Calma, Liv. – digo rindo. – Vamos sair mais tarde e eu conto tudo para vocês. Quero aproveitar para comemorar que uns dos meus mais novos clientes saiu na capa do NYT. Vim mais cedo para casa porque precisava descansar um pouco. Toda a adrenalina do dia está baixando agora e necessito dar uma dormidinha.
– Tudo bem, amiga. Te entendo. Tanta coisa rolando. Então vamos ao que interessa: você escolhe ou eu? – Liv se refere ao lugar que iremos logo mais. Sempre que saímos juntas, uma de nós escolhe o local do encontro da vez, mas hoje eu me sinto bem confiante e logo respondo:
– Eu escolho.
– Hum...assim que eu gosto. Eu já sei sua resposta, mas não custa tentar mais uma vez. Você realmente não vai me contar nada agora?
– O que você acha? – pergunto em um tom sarcástico.
– Já entendi. Você adora me torturar, Srta. Ryan. Mais do que ninguém, você sabe o quanto sofro de ansiedade. Você quer que eu tenha um ataque? Seja legal com sua amiguinha.
- Para de drama, Liv. Nossa, nem parece que você me conhece e sabe que não vou contar nada até nos encontrarmos.
- Ok, me rendo. Então, qual local e que horas?
– No NYBar, às 20h. Só vou descansar um pouco e nos encontramos. Até lá, Liv. Ah, e não esquece de ligar para a Ticy, please.
– Claro, garotinha. Até, Scar. – finaliza, usando o apelido que ela e Ticy me deram na época da escola e que permanece até hoje.
Após falar com Liv, esquento uma das deliciosas comidas que Diane, minha empregada, deixou no congelador. Três vezes por semana ela limpa meu apartamento e deixa várias refeições prontas, o que é um alívio desde que resolvi ter meu próprio canto, logo após a faculdade.
Assim que termino de comer, deito na minha cama gigante, com várias almofadas em volta – como adoro– seguindo o script que montei em minha cabeça, para logo mais sair e comemorar com minhas amigas. Sim, eu estou sentindo que essa noite promete.
***
Chegando na entrada de um dos mais badalados bares de NYC, o NYBar, me despeço de Alfred, meu motorista, deixando avisado que entrarei em contato quando estiver saindo do bar com as meninas. Logo avisto minhas amigas, que, diga-se de passagem, estão arrasando. Liv, com seus 1.75m, magra, cabelos negros, na altura do pescoço, e uma franja que chega quase nos olhos– estes que são azuis-esverdeados e estão sempre marcados com sombra preta e delineador da mesma cor– está usando um vestidinho de mangas ¾ curto preto, todo de renda. Já Ticy tem outro tipo de beleza. Ela está com um vestido justo e florido, que chega no meio de suas coxas e destaca seu corpo pequeno e cheio de curvas bem distribuídas. Além dos olhos castanhos, seus cabelos loiros acobreados são lisos, mas ela sempre faz questão de ondulá-los e chegam até a metade de suas costas. Resumindo, minhas duas amigas são de parar o trânsito.
Elas estão de costas e, querendo fazer uma brincadeirinha, dou um tapinha na bunda de cada uma e grito:
– Olá, meninas!
– Nossa, Scar, que susto!!! – esbraveja Liv quase gritando.
– Poxa, já estava levantando meus braços para o alto pensando que era algum ladrão. – choraminga Ticy toda dramática com a mão no peito.
– Relax, garotinhas. – eu digo – Vocês estão muito assustadas. Vamos entrar?
– Espera aí. Deixa eu te ver. – exige Liv, sorrindo e me examinando dos pés à cabeça. – Mas meu povo, como ela está poderosa! Quem você quer matar, hein, Scar?
– Ah, Liv. Pare de ser exagerada, mas obrigada pelo elogio. – agradeço, rindo. – Na verdade, depois de descansar um pouco me senti bem melhor e já que hoje quem escolheu o encontro foi eu e tenho motivos para comemorar, resolvi caprichar no look. – respondo com um sorriso no rosto, como há semanas não sorria. Toda a tensão se dissipou e eu que mais quero é aproveitar essa trégua.
Eu estou com um vestido de seda verde-água, que fica dois palmos acima dos joelhos. Ele é totalmente sensual e realça ainda mais minha pele naturalmente bronzeada. As alças são finas e nas costas não há tecido algum, a não ser as alcinhas que pendem cruzadas até quase o cóccix, onde então inicia o zíper da saia do vestido. Meus cabelos estão soltos, em leves ondas, destacando os brincos de brilhantes que caem como cascata. O toque final ficou por conta do meu par de saltos Louboutin 12 cm, vermelho, que deixou o visual ainda mais sexy. Sim, realmente me sinto poderosa.
Por ser outubro, o tempo está fresco e agradável, e a noite, linda. Eu estou me sentindo tão leve que não vejo a hora de me divertir um pouco.
– Vamos subir agora porque quero saber tim-tim por tim-tim do que aconteceu ontem à noite e na reunião de hoje de manhã. –Liv anuncia determinada.
– Vamos! – dizemos eu e Ticy em coro.
O NYBar fica no alto de um prédio na Quinta Avenida. É um bar conhecido por ser o ponto de encontro dos homens e mulheres mais bonitos e bem vestidos da cidade, porém a atração principal fica por conta da vista. O espaço é dividido em dois ambientes, um fechado e outro aberto. No primeiro, há uma boate luxuosa, com lustres suntuosos, sofás de couro pretos, paredes de um vermelho escuro e um bar para quem não quer ficar na parte de fora. No segundo, há outro balcão servindo drinks e aperitivos, onde se vê nitidamente o Empire State. E como boa apreciadora dessa cidade maravilhosa, não é novidade dizer que eu adoro esse lugar.
Decidimos sentar na parte externa, pois ainda é cedo e a boate só enche mais tarde, mesmo sendo uma quinta-feira. Afinal, a Grande Maçã nunca dorme.
Assim que nos sentamos, o garçom pergunta o que cada uma deseja.
– Vamos querer três Cosmos. – respondo por todas.
– Ok, senhoritas. Mais alguma coisa?
– Por ora, não. – responde Liv, apressadamente, para ouvir, finalmente, o que eu tenho a dizer.
– Pode começar, Scar. – pede Ticy, batendo palminhas, mal esperando o garçom se retirar.
– Ok. A noite com Jason foi horrível. – digo logo de cara.
– Mentira! – exclama Liv surpresa, fazendo sua boca ficar em formato de O.
– Sério! O cara só queria saber de falar sobre ele, querendo me ensinar a passar cremes para isso e aquilo. Foi decepcionante. Um cara lindo, mas sem nenhuma conversa que valesse a pena. Por fim, me convidou para assistir a um dos seus ensaios fotográficos e nem ao menos perguntou o que eu fazia ou do que eu gostava. Enfim, foi um saco. Terminei a noite abrindo uma garrafa de vinho para relaxar e dormir em paz, mas acabei entornando a garrafa inteira, o que me fez acordar com uma dor de cabeça absurda. E foi essa minha noite.
– Nossa, Scar. Nunca iria imaginar que Jason fosse um babacão. – lamenta Liv. – Na agência ele é sempre tão centrado e as mulheres se derretem tanto por ele. Achei que seria uma boa ideia se eu marcasse o encontro. Me desculpa, amiga.
– Que isso, Liv. Fica tranquila. Não teria como você saber disso, ele realmente aparenta ser outra pessoa. Mas na verdade é a futilidade ambulante.
– Será que pelo menos para o trabalho sujo ele é bom? – insinuaTicy e todas nós caímos na risada.
– Só se ele ficar de boca fechada. – caçoo, rindo tanto que minha barriga dói, assim como as duas malucas ao meu lado.
Os drinks chegam em boa hora e antes de brindarmos fazemos nossa "cerimônia" de sempre:
– Que a amizade dure e que meu homem você nunca roube, amém.
Acho que não dá para recriminar um ritual que se estende por mais de dez anos. Eu sei que nem rima tanto assim, mas faz parte da nossa história e a melhor coisa de uma amizade é ter memórias para recordar, sejam elas boas ou ruins. Eu amo essas garotas e o que nossa amizade representa.
Fazemos as taças tilintarem e começamos a beber. Cosmopolitan sempre foi a nossa bebida preferida. Nós sempre achamos o drink sexy e afrodisíaco e costumávamos brincar dizendo que a série Sex and the City – onde as protagonistas adoram o mesmo drink – havia plagiado o nosso ritual.
– E a reunião, Scar? – Ticy pergunta, sem rodeios, e eu começo a desabafar.
– Então, pensei que seria mais fácil e mais difícil.
– Como assim? – indaga Liv.
– Quando entrei na sala de reuniões, toda a diretoria da empresa já estava me esperando e fui cumprimentando um a um, mas quando me deparei com Paul, minhas pernas deram uma vacilada e eu quase caí. Foi uma sensação horrível. Vê-lo novamente após tanto tempo e perceber como ele está ainda mais bonito e maduro, pelo menos fisicamente, e ao mesmo tempo lembrar da sua traição. – respondo numa voz baixa e reflexiva, bebendo um pouco da minha bebida.
– Nossa, amiga. Mas e ele? Como reagiu ao te ver? Você percebeu alguma coisa? – Agora é Ticy quem pergunta.
– Percebi que ele estava com uma expressão de dúvida. Não sabia o que esperar de mim, sabe? Acho que pensou que eu não iria cumprimentá-lo, não sei. Mas fui mais forte, me recompus e apertei a mão dele como se fosse de qualquer outro colega de trabalho e ainda o chamei de Sr. Mayer.
– Ui! É isso aí, Scar. Parabéns, querida! Você mostrou que não é apenas Scarlett, mas sim, Scarlett Ryan, a sucessora da Ryan Corporate e futura chefe do canalha. – parabeniza Liv, entusiasmada, fazendo todas nós rirmos. – Um brinde a uma nova mulher.
– Esperem. Não contei que dei um nocaute nele. – falo em voz alta para que elas me escutem em meio à barulheira que já começa a sair da boate.
– Como assim?!!! – esbravejam Liv e Ticy, embasbacadas.
– Calma, não fisicamente. Mas foi muito melhor. – conto para elas que Paul havia me chamado para conversar após a reunião e eu neguei, e ainda pedi para que ele não me chamasse pelo primeiro nome, mas somente de Srta. Ryan. Elas olham uma para a outra em silêncio e do nada começam a rir de se contorcerem e eu acabo entrando na mesma loucura.
Após o acesso de riso, todas brindamos novamente e entornamos nossos drinks. Uma vibra com a vitória da outra e é assim que nossa amizade permanece há anos. Aproveitando o brinde, lembro que eu tenho que comemorar também a contratação de meu cliente, Robert Dumas, para o famoso Clube de Futebol do Barça e peço mais três drinks.
Assim que os cosmos chegam, anuncio:
– Um brinde a mim. – E mais uma vez, todas damos uma gargalhada e bebemos.
Muitas risadas e cosmos depois, nos damos conta de que o relógio está apontando 1h da manhã. Já estou sentindo o efeito do álcool e eu e as garotas resolvemos ir para a parte interna onde fica a boate.
Assim que chegamos, a pista está bombando com a música Feel so close, do Calvin Harris, que eu adoro e sempre escuto nas minhas corridas diárias.
"I feel so close to you right now now (Eu me sinto tão perto devocê agora)
It's a force field (É um campo de força)
I wear my heart upon my sleeve, like a big deal (Eu sou bastante passional, como se fosse grandescoisas)
Your love pours down on me, surrounds me like a waterfall (O seu amor derrama em mim, me cerca como uma cachoeira)
I feel so close to you right now (Eu me sinto tão perto de você agora)"
Enquanto estamos dançando, vários caras tentam chegar em mim e nas meninas, mas hoje nós só queremos nos divertir, a não ser, claro, que a gente encontre alguém realmente interessante e que valha a pena. O lugar é bem civilizado e quando nós dizemos "não" para algum cara, ele logo se afasta, sem alardes e sem constrangimentos.
De repente, a pista fica lotada de corpos dançando no mesmo ritmo quando começa a tocar Runaway, de Galantis, e eu simplesmente amo essa música e sempre digo que ela é minha, então começo a me perder na letra.
"I wanna run away (Eu quero fugir)
I wanna run away (Eu quero fugir)
Anywhere out this place (Para qualquer lugar fora daqui)
I wanna run away (Eu quero fugir)
Just u and I, I, I, I, I (Só você e eu, eu, eu, eu)"
Quando a música chega numa parte mais lenta, aproveitando que estou calibrada de drinks, desço até o chão usando toda a minha sensualidade e vou subindo bem devagar, rindo com minhas amigas.
Toda a tensão do dia se esvai e agora eu só quero esquecer de tudo o que me preocupa: o fato do meu pai – que é minha única família – estar doente, a responsabilidade de estar à frente de uma empresa enorme, o fardo de que agora terei que trabalhar diretamente com um ex-namorado traidor, e, a dificuldade em encontrar alguém que me faça feliz.
Quando sinto que as batidas estão crescendo, eu, Liv e Ticy começamos a cantar e a pular junto com a galera, como se nada mais importasse.
Fechando os olhos para tornar a sensação de liberdade ainda melhor, giro minha cabeça de um lado para o outro, acompanhando o ritmo da música.
Eu estou totalmente entregue ao momento, quando de repente sinto um corpo pressionar o meu. Eu não sei se a pessoa está querendo passar em meio à multidão e está encontrando dificuldades ou se quer algo mais, então paro de dançar por um momento, mas a música está boa demais e o efeito das bebidas está me deixando tão relaxada que eu não quero nem saber, então volto a fechar os olhos e a dançar, imaginando que a pessoa que está atrás de mim vai se tocar e sair fora.
Porém, indo contra minhas expectativas, o corpo misterioso não desgruda do meu, pelo contrário, começa a seguir todos os meus movimentos.
Braços fortes, vestindo uma camisa social branca dobrada começam a deslizar da minha cintura até a bainha do meu vestido curto. Segurando o fôlego, me permito sentir essa sensação única, pensando que depois posso colocar a culpa nos cosmos que já consumi.
Eu nunca me permiti ser tocada dessa maneira por um estranho, mas de alguma forma, não tenho forças para fazê-lo parar. Pelo seu perfume, percebo que o desconhecido tem uma personalidade forte e, como sempre consigo identificar fragrâncias – sim, eu sempre acerto –, não posso deixar de notar que este não é um cheiro que eu já tenha sentido. É como uma essência deliciosa e máscula, assim como seu toque.
A mistura da dança com seu toque determinado me faz suar além do normal, mas para ele parece que nada disso importa, pois sua língua começa a trilhar um caminho pelo meu pescoço, lentamente, até chegar bem perto do meu ouvido, onde ele solta um suspiro, quase que gemendo, o que me faz estremecer na hora.
Não aguentando mais essa tortura prazerosa, tento me virar para ver quem é esse cara que está acabando com meu juízo, mas as mãos do sujeito apertam minha cintura e me seguram na mesma posição, impedindo que eu me vire. Então percebo que ele não quer acabar com o mistério. E se ele quer brincar, eu também vou, afinal, o que eu tenho a perder?
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Olá, garotinhos e garotinhas!!!
O que vocês estão achando?!!!
Essas meninas são demais, não são? E esse final arrasador?!! Eu entenderei se quiserem me bater, mas ficarei super agradecida se quiserem demonstrar o que estão sentindo aqui nos comentários.
Daqui pra frente a história ficará bem intensa. Afinal, com quem Scarlett estará "brincando"?
Cuidado para não mexer com fogo, Scar!
Beijinhos e aguardo os coments de vocês, e claro, seus votinhos superpoderosos :)
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