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may 26th, 2022

This is falling in love in the cruelest way
This is falling for you and you are worlds away
In New York, be here
But you're in London and I break down
'Cause it's not fair that you're not around

Annabeth

A fachada do Névoa não tinha mudado quase nada em sete anos, continuando devidamente escondida entre dois prédios e um letreiro permanentemente apagado. Um segurança ainda podia ser visto do lado de dentro da porta, provavelmente para pegar os celulares dos clientes que chegavam.

A última vez que tinha pisado nesse lugar tinha sido há anos atrás, na noite do Met Gala de 2015, mas, para ser honesta, não lembrava exatamente de como tinha encontrado o bar em primeiro lugar. Já havia bebido demais naquela noite e diversos acontecimentos tinham simplesmente sumido da minha mente, o caminho do museu até o estabelecimento sendo um deles.

Era algo conflitante para mim, retornar ao bar depois de anos evitando seus drinks e todas as memórias que vinham com os nomes espalhafatosos, mas eu já tinha tido muito tempo para lidar com minhas próprias emoções e precisava enfrentar... o que quer que fosse acontecer naquela noite.

O segurança agarrou meu telefone ao entrar como se o aparelho pudesse se tornar radioativo do outro lado da porta, abaixando-se para guardar o aparelho em uma gaveta trancada e permitindo um vislumbre estranho por trás de seus óculos de sol. Percy havia me falado uma vez que os funcionários pareciam ter um único olho no topo do nariz e que o escondiam por trás de lentes escuras, mas eu somente tinha respondido que ele estava bêbado demais para contar até dois, quem dirá reconhecer um ciclope.

Porém, naquela noite, o homem realmente aparentava possuir um único globo ocular. Pisquei três vezes, tentando lembrar se tinha bebido alguma coisa durante o dia, mas o homem se espreguiçou e, em questão de segundos, tudo pareceu normal.

Estranho.

Meu dia inteiro estava estranho, e eu não podia culpar ninguém além de mim mesma.

Desde que Percy Jackson retornou para Londres, nós tentamos continuar conversando o máximo possível. Nos primeiros meses até mesmo conseguimos continuar nosso relacionamento, mas depois percebemos que aquela situação não estava sendo boa para nenhum de nós dois. Então, depois de terminarmos, a frequência de nossas mensagens diminuiu. Nunca nos mandávamos mais de dez mensagens por vez, a estranheza da separação sendo muito grande para lidar com 3480 milhas entre nós.

Depois que o turbilhão de sentimentos e ocorrências passaram, toda a nossa proximidade já havia esfriado. Só ouvia sua voz em reprises na televisão ou em séries mais antigas na Netflix, frequentemente me perguntando se o timbre tinha mudado. Se estava mais grossa ou mais rouca, se ainda se abaixava naquele tom gutural que fazia meus pelos se arrepiarem.

Isso até ele me informar que estava retornando para Nova Iorque.

Suas mensagens tinham sido tímidas, quase incertas. Percy tinha dito que tinha conseguido quitar o pagamento da casa antiga e que, agora que Estelle e Tyson já tinham 12 e 17 anos, respectivamente, ele sentia que Londres não era o lugar onde ele deveria permanecer.

Essa foi a primeira vez, depois de muito tempo, que conversamos por ligação.

Sua fala ainda era da mesma maneira que eu me lembrava, porém um pouco mais grossa e madura. O jeito que ele enunciava as palavras, no entanto, tinha continuado o mesmo e eu duvidava que isso um dia iria mudar.

A conversa foi rápida, mas não consegui evitar meu coração batendo acelerado, a emoção de estar falando com Percy sendo surreal demais para eu conseguir permanecer calma. Ele disse que queria conversar comigo pessoalmente e que odiava o modo como havíamos nos separado com tantas pontas soltas.

Marcamos a data e o local, e eu passei o dia inteiro aérea pensando no que iríamos falar, o que iríamos fazer e sobre o que ele gostaria de conversar.

O garçom me acompanhou até o balcão, não que eu realmente precisasse de um guia dentro do lugar onde havia ficado bêbada tantas vezes, mas decidiu seguir seu próprio caminho quando viu que eu não dava mais passos para frente. Na direção do homem de olhos verdes e barba curta que olhava para o seu copo de néctar como se fosse a coisa mais interessante no universo.

Tomando duas longas respirações, decidi que era melhor enfrentar logo a conversa como uma mulher adulta e madura. Cumprimentá-lo, beber um pouco e, quem sabe, até mesmo sair para dar uma volta pela noite quando tudo acabasse.

Porém não consegui me segurar, não ao ver o homem virar a cabeça assustado e olhar fixamente na direção dos meus passos.

— Não acha que tá muito cedo pra afogar as mágoas na bebida? — Perguntei, puxando o banco do seu lado e esperando uma resposta. Qualquer uma, menos a que deixou seus lábios em meio a um sorriso tranquilo.

— Nunca é muito cedo pra isso, Annabeth.

Nossa primeira interação reinventada.

Depositei um beijo em sua bochecha como cumprimento e ele fez o mesmo, sinalizando para Dionísio - que os deuses o tivessem, ainda estava trabalhando lá - me trazer o cardápio. Tudo foi estranho, a proximidade e as falas interrompidas um pelo outro, mas, depois que mais copos de bebidas chegaram, precisei me segurar para não rir da ironia de como tudo se tornou mais fácil.

Agora, sob o efeito de néctares e ambrosia, conversamos sobre tudo que fizemos nos seis anos em que passamos separados. Percy falou sobre a carreira abandonada, sobre a criação dos irmãos e sobre como quase atingiu o fundo do poço ao perder os pais, encontrando no melhor amigo Grover um pequeno escape para a sanidade.

Contei para ele sobre os dois álbuns secretos que eu vinha planejando pelos últimos três anos, Folklore e Evermore, e sobre como meu relacionamento com meus irmãos tinha melhorado de uns meses para cá.

Conversamos por horas, às vezes sobre coisas que se passaram enquanto estávamos longe e às vezes sobre memórias que tínhamos juntos, situações que somente nós dois éramos capazes de recordar.

Depois de um tempo - e depois de muitos drinks -, tomei coragem para fazer a pergunta que vinha rondando meu cérebro desde sua ligação: por quê?

Por que voltar agora e não há um ano ou dois meses? Por que marcar um encontro no névoa de todos os lugares? Por que tentar resolver as coisas depois de tanto tempo?

— Sabe, Annabeth, tem uma frase que minha mãe costumava dizer quando eu era pequeno: "Vá em frente com o que seu coração lhe diz, ou você vai perder tudo". Ela foi quem me ensinou sobre a importância do amor e de escutar os próprios sentimentos, essa frase foi a razão pela qual eu te fiz aquela aposta há uns anos — sua voz era firme, como se não tivesse bebido uma gota de álcool sequer. — Eu penso nela com muita frequência, e há umas semanas parecia que você estava me perseguindo. Eu ligava a televisão e um clipe seu estava passando, eu entrava em casa e Estelle tinha uma música nova sua no último volume, eu ligava o celular e a primeira notícia tinha o seu rosto. Nesse dia, essa frase ficou martelando no meu cérebro e eu percebi que não podia abandonar as coisas do jeito que tinham ficado.

Todo o som do ambiente tinha desaparecido, a voz de Percy exclusivamente fazendo seu caminho até os meus ouvidos.

— Eu segui meu coração quando decidi ir embora, quando quis ficar com a minha família e ser o irmão mais velho que Estelle e Tyson mereciam, mas estaria sendo injusto se não o seguisse quando ele me implorou para voltar.

Eu não podia ter esperado menos de Percy. Depois de tanto tempo, ainda era um romântico incurável.

Reconheci sua resposta com um aceno de cabeça, dando um gole na minha bebida para ter tempo para pensar.

— Você fez bem — comentei. — Em seguir o seu coração, eu digo. É quase sempre a melhor opção pra se tomar.

Seu rosto se abriu em um sorriso presunçoso, um que eu não sabia que sentia tanta falta.

— Aprendeu a ouvir seu coração, Annie?

— Um cara irritante num bar me encheu o saco até que eu aprendesse, sabe como é né?

— Acredito que ele também fez uma aposta com você — não consegui segurar a risada.

— Sim, e aposto que, competitivo do jeito que ele é, vai querer comparar os resultados mesmo depois de sete anos, não é mesmo?

— Touché, mademoiselle — seus olhos faiscaram com diversão e uma pitada de alívio. — E então? O que acha do amor?

— Acho que ele dói mais do que qualquer outra coisa — admite, revirando os olhos em sua direção.

— Mas admite que ele existe? — questionou, convencido.

— Por quê? Queria pagar sua prenda?

— Não, muito obrigado — Percy pareceu genuinamente desconfortável. — Já tive a minha cota de polêmicas enormes que rodaram a internet.

Arregalei os olhos ao perceber que minha condição era o que havia nos separado há tantos anos, a morte de seus pais quebrando todas as barreiras de privacidade que o antigo astro possuía.

— Mas talvez eu esteja interessado em cobrar o meu prêmio.

Ele levantou uma sobrancelha em minha direção e eu suspirei, abrindo um sorriso tímido ao conceder sua vitória.

— Eu, Annabeth Aretha Chase, estava errada sobre o amor e Perseu Paul Jackson sempre esteve correto — recitei. — Tá bom assim?

— Quase — ele respondeu.

— Quer que eu fale em francês também?

— Quero minha segunda recompensa — ele explicou, acrescentando à sua fala ao ver meu semblante confuso. — Um encontro.

— Percy, eu...

— Não precisa ser romântico ou nada do tipo, mas eu quero minha amiga Sabidinha de volta. O que me diz, temos um trato?

Suas palavras me transportaram de vez para o passado, seu semblante prometendo um futuro com a presença de uma das melhores pessoas que já havia conhecido. Olhei bem fundo nos seus olhos, azul reconhecendo verde como longos companheiros, antes de estender minha mão em sua direção.

— Fechado

This is when the feeling sinks in
I don't want to miss you like this
Come back, be here
Come back, be here
I guess you're in New York today
And I don't want to need you this way
Come back, be here
Come back, be here
— Come Back... Be Here

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