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9 - Frio 🐈‍⬛

Quase chegando ao encontro de dois tempos. O ponto alto (pelo menos um dos...).

Prepare seu coração.

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🔺ANTES

Marinette estava se preparando para dormir. Não conseguira comer, nem conversar com sua mãe. Trancou a janela e fechou as cortinas. Não queria ver ninguém. Hoje não. Estava exausta, física e emocionalmente. Os dois dias combatendo o monstro da rejeição tinham esgotado suas energias, não pela luta em si, mas pelo conflito mental de estar lutando ao lado de Cat Noir.

Não ia dar certo.

Ela sabia que estava sendo fatalista demais, mas não conseguia encontrar paz naquela situação. Talvez não tivesse maturidade pra lidar com um relacionamento tão profundo, afinal. Isso e salvar Paris ao mesmo tempo. Talvez fosse muita coisa para uma garota de apenas dezesseis anos.

– Marinette, você não precisa ficar assim... – Tikki falou com sua vozinha doce – pense um pouco, talvez esteja fazendo tempestade em um copo de água. Dê um tempo a si mesma e vai ver que as coisas se ajeitarão.

Esse era o problema. Não tinha tempo para dar. Não sobrava tempo nenhum, nem para respirar. Missões, escola, projetos e namoro. Todas as horas do seu dia eram preenchidas com Adrien. Seria normal sentir-se sufocada, mas não era o caso. Ela sentia uma co-dependência doentia entre eles. Nunca parecia suficiente.

Numa autoanálise percebeu que não estava sendo totalmente honesta, inteira. Ela ainda não conseguia ser Marinette com ele. Era como se uma parte dela estivesse guardada, preservada, com medo de se ferir. Por fim, ela enfiou uma camiseta de malha e se deitou. Adormeceu quase que instantaneamente, num sono sem sonhos.

Era madrugada quando um relâmpago cruzou o céu, clareando o quarto. O trovão que o seguiu fez Marinette dar um salto sob os lençóis. Chovia forte agora, e o ruído do vento na janela deixava o ambiente meio assustador. Ela se levantou para olhar através da vidraça e quase teve um infarto. Um vulto negro estava do lado de fora da janela, sentado no parapeito, imóvel sob aquela forte chuva.

Marinette abriu a janela apressadamente. O vento levantou as cortinas e a chuva invadiu seu quarto com impetuosidade.

– Pelo amor de Deus! Você vai ficar aí ou vai entrar logo?!

Ele permaneceu imóvel.

– Adrien! ADRIEN! Está todo encharcado e me deixando encharcada também!

Ele saiu da letargia e pulou no quarto sem qualquer ruído. Marinette fechou a janela rapidamente mas já estava toda molhada. Ele também estava molhado, e muito gelado. Ela estranhou o fato de ele não estar tremendo de frio. Notou que ele segurava um pequeno pedaço de papel... talvez um retrato, e que seus olhos estavam frios como o aço.

– Adrien... o que aconteceu?

De repente ele pareceu despertar de um transe. Ficou contemplado-a por um tempo, sem falar, e depois deu dois passos e a envolveu num forte abraço.

– Adrien, espere...O que está acontecendo? Por que você está aqui, a esta hora, tomando chuva na minha janela?

Ele não respondeu, de novo. Percebeu que não conseguiria falar pra ela. Nem sequer se lembrava como tinha chegado ali. O seu silêncio começou a deixar Marinette desconfortável. Isso e as roupas molhadas somado ao mau-humor que ela ainda nutria. Irritada, ela sabia que daria uma de insensível, mas resolveu que precisava estabelecer alguns limites.

– Adrien... eu estou cansada. Você se importaria de ir embora?

Ele não esperava por aquilo. Não estava pensando direito, era verdade, mas as palavras dela o atingiram de forma profunda. Ignorando a vontade dela ele tentou abraçá-la novamente, mas ela se esquivou. Uma onda de desespero começou a sufocá-lo levando-o a uma nova tentativa de segurá-la, agora com mais força.

– Adrien, pára! Você está me machucando!

Ele não estava escutando. Começou a puxá-la pra si, até que ela o golpeou no peito, com força. O impacto fez com que ele batesse as costas na parede, o que o fez sair do torpor. Marinette o encarava muito assustada e magoada.

_ Vá embora! – Ela murmurou, com voz trêmula.

– Marinette... aconteceu uma coisa... eu preciso falar com você sobre...

– Hoje não. Eu não quero ouvir. Vá embora, por favor!

– My Lady...

– EU NÃO SOU SUA LADY! – Finalmente ela vomitou as palavras que estavam fazendo mal à sua alma. – Deus sabe o quanto eu o amo, mas você precisa entender que eu não sou sua heroína, seu prêmio ou o que quer que você esteja fantasiando! Eu sou uma garota comum, que estuda numa escola comum, com um guarda-roupas comum e sonhos juvenis pra lá de comuns! A única coisa que me torna diferente dos outros é um maldito Kwami!

Tikki se retraiu e se encolheu num canto. Marinette percebeu o que acabara de dizer.

– Tikki...

Lágrimas subiram aos olhos de Marinette. O que havia de errado com ela? Ela sabia que estava sendo mesquinha, mas estava muito concentrada em sentir pena de si mesma pra prestar atenção em volta. Aquela era uma Marinette que ninguém nunca tinha conhecido, nem mesmo ela.

E nem Adrien. O gelo voltou aos olhos verdes, e as sombras outrora inibidas o abraçaram sem controle. Rápido como um felino, ele abriu a janela, pulou o parapeito e desapareceu na escuridão.

——

Ele sentia muito frio agora. Não causado pelo clima ou pela umidade da sua roupa. O gelo vinha de dentro dele.

"Ninguém o ama..."

A voz invadiu seu subconsciente. Ele sentiu garras apertando suas entranhas, sufocando sua razão.

"Ninguém lhe dá valor..."

Ele olhou para o retrato que encontrara mais cedo, ainda em sua mão. Sua alma se debatia procurando um caminho de volta à consciência, mas a voz sombria continuava o atormentando.

"Nem mesmo ela o amou... Sua Ladybug não precisa mais de você. E por que ela o amaria? Por que qualquer pessoa o amaria?"

– Maldição, pai! Eu sou o seu filho!

As garras sombrias o apertaram impiedosamente e ele caiu de joelhos numa poça. Por um tempo que ninguém saberia mensurar ele permaneceu ali, prostrado, até que soltou a fotografia dos seus pais, já amassada e borrada por causa do temporal. Ela foi se dissolvendo sob os grossos pingos da chuva ao mesmo tempo em que a sua dor esmaecia lentamente. Um invólucro de indiferença o envolveu, abraçando-o de baixo para cima, pouco a pouco até que finalmente não sobrou mais nada.

Ele não sentia mais nada.


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Eu não queria fazê-los passar por isso, mas os conflitos e tristezas nos tornam a pessoa que somos. Me perdoem pelo capítulo triste, mas as coisas talvez melhorem... ou não... vamos ver não é?
Bjuss

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