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12 - Cicatrizes 🐞

Agora estamos rumo às respostas que todos estão aguardando. Já perto do fim, começo a sofrer antecipadamente de abstinência...

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🔻AGORA

– Onde você esteve esse tempo todo? – Adrien perguntou enquanto acariciava os dedos de M, tentando dissipar um pouco a atmosfera sombria do momento.

– Por aí... a maior parte do tempo passei em Amsterdã, num albergue. Terminei os estudos e no ano seguinte, parti. Não podia mais andar pelas mesmas ruas, fazer as mesmas coisas, pensando que você nunca mais estaria lá comigo, então desisti. Falei com meus pais que faria uma viagem, e não voltei.

– Depois daquele tempo você conheceu outras pessoas? Sabe... você não precisa responder se não quiser mas, houve alguém...?

– Não. Não houve mais ninguém depois de você.

Um misto de satisfação e alívio o invadiu.

– O que a fez voltar?

– Uma foto sua, num anúncio de revista. Na época o fato de você ter desaparecido da mídia reforçou minha teoria de que você não tinha sobrevivido, apesar de eu não ter te encontrado, você sabe... no vale da colina. Um dia eu estava folheando uma revista e o vi, só de jeans e sem camisa – a tristeza pela lembrança foi substituída por uma onda de calor – na foto havia uma luz difusa por trás, que deixava seu rosto nas sombras, mas eu o reconheceria de qualquer modo, mesmo você estando tão... diferente. É claro que eu tive medo de que o destino estivesse me pregando alguma peça, que eu estava enxergando coisas onde não existiam.

De fato, não era só a barba por fazer, propositalmente conservada, que o tornava diferente. Eram também os músculos, os pelos no abdômen, sensualmente formando um funil até o cós da calça; o cabelo, mais comprido e despenteado; a pequena linha máscula ao lado dos lábios, deixada ali depois de muitos sorrisos debochados. E aqueles olhos...Ele parecia agora um tipo de deus mitológico, um pedaço de mau caminho que ela queria só para ela.

– Foi então que voltei correndo pra Paris. Fui até sua antiga mansão e vasculhei em todos os lugares que nos eram familiares. Como não estava pronta ainda para anunciar minha volta, permaneci escondida. E quando eu já estava quase me convencendo de que não passara de um alarme falso, eu o vi no beco.

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🔺ANTES

Adrien tentou abrir os olhos mas uma luz branca ofuscou sua visão. Ele se esforçou para focar em qualquer coisa, a vista ainda se acostumava com a claridade. Finalmente pôde discernir uma parede verde, um sofá bege, uma persiana clara e os lençóis brancos. Ele não fazia ideia de onde estava.

A porta do recinto onde estava se abriu e por ela adentrou uma mulher de meia idade, vestida de branco com um avental verde-água.

– Bom dia! Como está se sentindo? Procure não se levantar por enquanto, por favor. Vou avisar o médico que está acordado!

Ele olhou o crachá pendurado no bolso do avental da mulher, e ao lado dela uma bolsa de soro gotejava algo que corria por uma mangueira até o acesso em sua mão. Estava em um hospital. O que estava fazendo ali? Dali a uns minutos um homem grisalho, magro e alto entrou no quarto.

– Doutor? O que houve? Como eu vim parar aqui? – Adrien perguntou.

O homem interrompeu o passo e o ficou encarando com intensidade. Aos poucos foi se aproximando da cama e, ao notar que o rapaz não esboçava nenhuma mudança de expressão ou reação, lhe segurou a mão.

– Você não sabe quem eu sou?

Adrien franziu o cenho, sem entender a pergunta.

– O senhor não é o médico?

O homem deu um sorriso que se resumia a um leve arquear de lábios.

– Você não se lembra do que aconteceu?

Quando o homem fez a pergunta, ele percebeu que não se lembrava realmente de nada. Buscou alguma memória, mas só encontrou uma imensa parede cinza. Ele não fazia a menor ideia do que tinha acontecido, de onde estava, de quem era o homem que segurava sua mão e, o pior, não se lembrava nem do próprio nome.

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◀️ 72 HORAS ANTES

Marinette enfim conseguiu se reerguer do chão. Sua mão trêmula ainda segurava o pedaço de pedra que usara contra Adrien. Na ponta levemente angulosa era possível ver um resquício de sangue.

– Adrien...?

A voz também estava trêmula e rouca por causa do quase estrangulamento. Os cortes no pescoço ardiam e era possível sentir a umidade na gola da camisa, que começava a pinicar por conta do líquido viscoso. Era provável que os pontos tivessem se rompido, por isso o sangramento.

Ela chegou à beira do barranco e não enxergou nada, existe apenas um imenso breu. Apalpou as roupas à procura do celular, então acionou a lanterna e começou a buscar na escuridão.

– Adrien?!

A voz era um grunhido estrangulado. Doía falar, quanto mais gritar. Determinada, segurou o aparelho com os dentes e, de costas, tentou descer a encosta escalando, tomando o cuidado com as pedras escorregadias. Era uma descida acentuada, mas não totalmente inclinada. Talvez ele tivesse apenas rolado um pouco. Ela esperava ansiosamente que sim.

Ela se segurava nas raízes da vegetação à medida que descia, parando hora ou outra para lançar luz ao fosso. Aparentemente não estava muito longe do chão. Ele deveria estar ali embaixo em algum lugar, e ela nem cogitou a possibilidade de ele estar acordado, a esperando com as garras prontas para terminar o que começara.

Por fim, depois de um tempo imensurável, seus pés bateram num chão plano e cheio de mato. Suas mãos estavam feridas pela escalada, mas ela não sentia as dores que deveria estar sentindo, pois a adrenalina e o desespero controlavam seu corpo. Ela só pensava em o encontrar.

Andou de um lado pro outro iluminando a área, até que a luz do celular bateu em uma mancha mais escura num amontoado de folhas secas. Sangue. Ela se aproximou e tentou encontrar algum tipo de rastro mas não conseguiu achar nada, as nuvens cobriam a lua e estava tudo muito escuro. Em desespero ela se ajoelhou próximo ao sangue e agarrou as folhas, numa tentativa de o segurar com ela. Nesse momento ela viu um pequeno brilho no meio da folhagem. Um brinco vermelho. Seu miraculous.

Ela o pegou e o enfiou na orelha. No mesmo instante surgiu Tikki, que estava em algum lugar desconhecido desde o momento em que Adrien se apossara do brinco. Marinette chorou quando a viu, mas não tinha tempo a perder.

– Tikki... me ajude! Transformar!

Ladybug se levantou como que renovada pelo poder do miraculous. Começou a fazer a busca pela floresta escura, lamentando o fato de que, entre os dois, Cat Noir era quem tinha a visão noturna. Por fim, exausta, resolveu esperar pelo amanhecer. Deitou-se ao lado de Tikki sobre as folhas secas. De repente, um cansaço sem precedentes a cobriu. Ela nem se lembrava a última vez que dormira ou comera. Exaurida, adormeceu rapidamente.

Apenas duas horas depois, a luz entre a copa das árvores a despertou. Ela se ergueu para mais um tempo de procura, e mais insucesso. Ele provavelmente fugira, certamente iria aparecer, iria atrás dela para se vingar e, por que não? Matá-la. Seu celular apitou avisando que a bateria estava quase no fim. O mundo real a chamava. Procurou o telefone do taxista em seus contatos e ligou. Era hora de voltar pra casa.

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Foi difícil explicar aos pais, ou pelo menos inventar uma história convincente, sobre os acontecimentos daquela noite. Ela estava desestabilizada e sabia que aquele papo de "eu caí" não ia colar. Não restou outra escolha senão ser o mais verossímil dentro do possível, dizendo que tinha sido atacada por algum maníaco desconhecido, consequência de ter fugido de casa, num surto rebelde e adolescente. Essa tinha sido a parte mais difícil, ver a mágoa nos olhos dos pais, tentando entender onde fora parar aquela sua doce, meiga e responsável garotinha.

Marinette tinha esperança de que houvesse uma busca pela floresta que levasse ao paradeiro de Adrien, a quem ela, obviamente, eximiria de qualquer responsabilidade.

– Filha, vamos ter que fazer exame de corpo delito.

Ela não queria. Não queria ser tocada, invadida, vasculhada, mas não teve escolha. Ao ser examinada, pediu para a médica ser discreta, mas a mulher teve que colocar tudo num laudo. Cada arranhão, as marcas dos galhos nos braços, os vergões roxos em seu pescoço causado pelas garras de Adrien, os cortes no rosto e nas mãos, as marcas de dedos em seu corpo. Quando precisou fazer o exame íntimo, Marinette chorou amargamente de vergonha. 

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Ao mesmo tempo em que Marinette era dissecada num hospital, Adrien era atendido em caráter de emergência em outro hospital, bem longe dali. Estava em Luxemburgo, e chegara ali no helicóptero da família.

O que de fato aconteceu foi que Gabriel Agreste, ao acompanhar os planos de Cat Noir, resolvera deixar seu observatório do mal naquela noite. Ele se manteve sempre a alguns passos de distância, espreitando, esperando quando poderia finalmente se apossar dos seus tão desejados miraculous. Quando Adrien despencou morro abaixo, ele o alcançou primeiro, e em seus braços o levou para longe dali. 

Gabriel caminhou pela floresta até um ponto onde a vegetação acabava e dava numa estrada de terra. Ali um carro estava estacionado, oculto pela folhagem. Gabriel colocou o garoto desacordado no banco traseiro e, com muita dificuldade, conseguiu arrancar o anel do seu dedo, desfazendo a transformação. Guardou no bolso o tão desejado artefato e correu para levar o filho a um hospital. 

A verdade é que nunca quisera lhe fazer mal. Descobrir que o próprio filho era Cat Noir tinha desestabilizado todos os seus planos tão cuidadosamente arquitetados. Ele tinha sido o responsável em transformar o próprio filho numa cópia de si mesmo.

Fora exatamente assim que surgira Hawk Moth. Um herói contaminado pela dor.

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– Você é o meu filho... Adrien. Nós vivemos aqui mesmo, em Luxemburgo. Você estava fazendo uma trilha quando se perdeu do seu grupo. O encontramos numa busca, você estava bem machucado. Trouxemos você aqui para o hospital. Você está bem agora, em breve iremos para casa. – Gabriel respondeu à pergunta feita pelo garoto confuso.

Era óbvio que a família possuía uma casa em Luxemburgo. Isso não vinha ao caso. A questão era que, como Adrien não se lembrava de nada, os planos que Gabriel tinha de encarcerá-lo poderiam ser adiados.

Adrien levou vários pontos na curva da cintura, onde fora atingido. Teve também deslocamento da clavícula, costelas quebradas e uma torção no pulso. Nada que repouso, imobilização e analgésicos não curassem depois de um tempo. O que não poderia ser remediado era o seu passado, que desaparecera como fumaça. Mas, pensando bem, que vantagem haveria em se lembrar?

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▶️ UM ANO DEPOIS

Adrien estudava numa escola em Kirchberg, ao mesmo tempo em que seu pai que trabalhava com moda o mantinha "guardado". Fora um ano inteiro sem se lembrar de amigos, relacionamentos, conquistas, absolutamente nada. Seu horário era cuidadosamente gerenciado para que não sobrasse tempo livre entre os estudos, natação, esgrima, arte, língua estrangeira e luta. Só lhe sobrava tempo para fazer as tarefas e dormir. Foi assim que Gabriel conseguiu o manter longe de qualquer coisa que pudesse conectá-lo ao seu passado.

Mas, tudo o que se faz escondido, uma hora é revelado à luz do dia. Adrien constantemente tinha seus sonhos invadidos por mãos carinhosas que o tocavam, intimamente. Foram várias as vezes em que ele acordou suado e assustado, com memórias de cor rubra, geralmente premiado pelo constrangimento das ejaculações noturnas ocasionadas por alguma garota de olhos azuis.

Numa tarde num fim de semana, Adrien estava caminhando pelos corredores da residência em que viviam ele, o pai, uma secretária taciturna, um motorista guarda-costas calado e mais alguns serviçais. Tanta gente pra atender duas pessoas... era bizarro. Ele passava por uma porta entreaberta e, sem entender muito o porquê, resolveu entrar no recinto. Era o escritório do seu pai.

Caminhou até a estante e ficou observando as lombadas dos livros. Havia livros de tudo quanto era assunto ali, enfileirados meticulosamente respeitando a ordem dos autores. Ficou distraído com as opções e resolveu pegar um. Folheou por um tempo e quando foi devolvê-lo ao lugar, viu um objeto brilhante na prateleira de cima, quase que escondido. Ele o alcançou.

Um anel.

Adrien ficou rodando a joia entre os dedos, sentindo uma forte atração pelo objeto. Era como se a joia se aquecesse ao seu toque. Num impulso, ele a enfiou no anelar direito, e o anel começou a se aquecer mais e escurecer. Assustado, ele o tentou remover, mas algo começou a formigar a partir da joia para o seu braço, e depois por todo o seu corpo. Caiu de joelhos e viu uma segunda pele escura subir por seus braços e pernas. Que diabos era aquilo?

Quando a indumentária se fechou em seu tórax, ele foi acometido por uma avalanche de imagens. Chuva, dor, lua, árvores, vermelho, olhos profundamente azuis, lágrimas, sangue... A força das lembranças lhe tirou o equilíbrio, e ele caiu sobre a mesa, derrubando vários objetos. Logo estava no chão, de joelhos, mãos trêmulas, fronte gotejada de suor.

"MyLady..."


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