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Capitulo Único; Fios verdes e café expresso

Dedico essa fic à alillakpoper , obrigada por escrever minsangs e me dar coragem para postar as minhas!

Aspirei o cheiro doce do chá ao mesmo tempo que a fumaça enevoava meu rosto e embaçava meus óculos. Com a mão direita, levei cuidadosamente a xícara até meus lábios, torcendo que ── diferente do que aparentava ── o chá não estivesse tão quente e fizesse um estrago em minha língua. Com o gosto de menta preenchendo minha boca e minha garganta em goladas tímidas, me permiti olhar para a janela do lado da minha mesa e encarei as ruas de Seul que, divergindo do meu chá, pareciam gélidas e arrepiantes; já estávamos no inverno? Os dias dentro daquele lugar parecem sempre os mesmos e só agora me toquei de que mais um ano de minha vida correu entre meus dedos.

Com um tilintar, fui avisado de sua chegada. Como sempre, ele usava jaqueta de couro e carregava um cigarro nos lábios que também eram decorados com um piercing. Havia uma tatuagem que aparecia de vez em quando em seu pescoço, mas eu nunca soube o que ela era, pois a jaqueta sempre atrapalhava minha visão. Seus sapatos All Star pretos já estavam desgastados e seu maxilar era tão marcado e afiado, que eu sentia que poderia me cortar só de encará-lo. Mas eu esquecia todos esses detalhes, quando avistava seu cabelo.

Os fios verdes ── agora já meio desbotados ── sempre chamaram minha atenção. Song Mingi chamava minha atenção.

Ele havia chegado no verão. No dia que eu o conheci o sol estava mais frio que o normal, o que me desanimava, já que eu não suportava nem o frio, nem os dias chuvosos. Foi a primeira chuva que houve naquele mês e trazido junto com os pingos de água, Song Mingi chegou no meu internato. Era um lugar rigoroso, com várias regras e de cunho religioso, então não foi difícil para ele chamar a atenção.

Mingi tinha piercings, anéis nos dedos, tatuagens, falava palavras de baixo calão e, a característica que mais me atraia, cabelos com cor de menta. Ele se recusava a rezar de manhã e se atrasava para as refeições, ele brigava todo dia e levantava o dedo do meio para qualquer um que resolvesse se meter em seu caminho. Ele era o que meus pais chamavam de má companhia, mas quando não se tem companhia alguma como eu, você passa a não ligar para os adjetivos bom e mau que antecedem elas.

As pessoas falavam mal dele todo dia, mas eu nunca conseguia ver aquele demônio que eles pintavam. Afinal, quando eu ia para aquela cafeteria, sempre encontrava ele lá, lendo algum livro, enquanto seus lábios pequenos e grossos bebericavam um café preto. Ele tinha uma aparência bela e por algum motivo, sinto que seu coração é tão atraente quanto.

Nós nunca trocamos mais que algumas palavras necessárias, como: “com licença” e “obrigado”. Ele nunca falava comigo, mas também nunca me tratava mal, o que ── considerando que se tratava dele ── era o mais próximo de amizade que ele tinha com alguém. Quando ele se sentou no mesmo lugar de sempre, duas mesas à frente da minha; pegou seu livro da Garota Que Roubava Livros e, depois que seu café preto e puro de sempre chegou, ele passou a ler.

Naquele dia eu lembro que senti, se arrastando pela minha medula, um arrepio na espinha. Na época, eu havia culpado o frio, mas pensando nisso agora eu sabia que não havia tido nada a ver com o clima. Acontece que Mingi havia desviado, por poucos segundos, seu olhar das páginas encardidas do livro, mirando seus lumes diretamente em mim, que curioso e intrigado como sempre, o encarava. Pois era assim que passávamos o intervalo; ele encarando seu livro e eu o encarando, o estudando, enquanto bebia meu chá de menta e admirava seu cabelo.

Quando ele sorriu para mim, minhas mãos tremeram e eu quase derrubava meu chá sobre meu corpo. Com os dedos trêmulos, depositei a xícara de novo na mesa. Quando tomei coragem e olhei em sua direção de novo, vi que agora ele havia fechado o livro e estava me encarando, do mesmo jeito que eu sempre fazia.

Song Mingi era como uma luz, e eu, a pobre mariposa desenganada, me sentia atraído por ele, mesmo sabendo que era errado e que, talvez, aquilo resultasse em problemas para mim. O seu jeito era magnético e tal como o chá de menta que eu tomava, não era comum, mas diferente e revigorante.

Minha bebida preferida era chá de menta.

E me perguntei se aquele garoto com cabelos mentolados, não fosse a outra coisa preferida na minha vida.

Respirei fundo quando ele se levantou. Olhei para o relógio no meu pulso, percebendo que o intervalo ainda não havia acabado e que ainda tínhamos alguns minutos antes que uma freira ou um padre viesse nos buscar. Acontece que o internato era bem próximo daquele café e só por causa disso alguns alunos eram liberados para sair. Por ser obediente, eu tinha esse privilégio. Já Mingi, por ser desobediente, tinha a coragem de pular os muros do internato e fugir para cá, ele sempre voltava quando dava a hora, entretanto.

Me perguntei aonde ele estava indo, talvez só decidira voltar mais cedo hoje, mas quanto mais ele andava, mais minha respiração descompassava, pois percebi que ele estava andando até minha mesa. Com um sorriso nos lábios, ele sentou no mini-sofá a minha frente, colocando seu café e seu livro sobre a tábua de madeira.

Passou a língua no piercing que havia no seu lábio inferior antes de falar: ── Você é Kang Yeosang, não é? ── me perguntou.

Apanhei minha xícara mais uma vez, torcendo que a quentura de meu chá acalmasse meus nervos. Depois de um gole, resolvi responder:

── Sim, e você é Song Mingi. ── resmunguei. Ele estreitou os olhos para mim, como se me analisasse.

── O que está bebendo, pequeno? ── meus dedos tremeram e meu coração ficou socando meu peito ao ouvir o apelido. Ajeitei meus óculos que escorregavam pelo meu nariz e coloquei minhas mãos nas minhas bochechas que queimavam como o inferno.

── Chá. ── respondi, estranhando aquela conversa. Song Mingi nunca conversava, pelo menos não comigo. ── Chá de Menta.

── Menta. ── ele repetiu. ── Você sempre pede isso. E sempre toma sorvete de menta com gotas de chocolate. ── falou, retirando do bolso uma caixa de cigarros. Pegou um entre os dedos da mão direita e o levou aos lábios, já que o que fumava antes havia sido todo tragado. Na sua mão esquerda o isqueiro foi aceso e, em pouco tempo, ele também acendeu o cigarro.

── C-como sabe disso? ── perguntei tossindo um pouco quando ele sugou o cigarro pela primeira vez e largou a fumaça no meu rosto. O cheiro de tabaco se misturando ao de menta, fazendo, sem eu perceber, aquela se tornar minha fragrância favorita.

── Oh, desculpe minha falta de educação, aceita? ── perguntou-me, levando o cigarro até perto de mim. Neguei com a cabeça. ── Ok, então. ── deu de ombros, trazendo o cigarro que estava acomodado nos seus dedos de volta aos lábios. Tragou mais uma vez antes de voltar a falar. ── Você sempre vem aqui, Yeosang. E sempre fica no mesmo local. É meio difícil não saber sobre você. ── me respondeu.

── Não que eu não esteja gostando, mas...

── Por que estou falando com você? ── me cortou. Assenti, meio desconcertado, ao ver seu cigarro ir, vir e voltar de novo aos seus lábios rosados. ── Bem, pequeno, de todos aqui neste internato de merda, você é o único que nunca me julgou, nunca apontou o dedo para mim, nunca esfregou na minha cara minhas imperfeições e meus pecados. Não que eu ligue muito para meus pecados, não ligo, gosto deles, na verdade, mas não gosto que se metam na minha vida. ── me disse.

── B-bem, também me julgaram quando fui mandado para cá... ── arrisquei a dizer.

Acontece que minha família era muito religiosa e preferiram fingir que eu não existia por um tempo, mas afinal era difícil ignorar um ser-humano por muito tempo, então tentaram “me curar”, e por isso acabei aqui.

── Você? Você é um anjo, Kang Yeosang. Duvido que alguém odeie você neste inferno... ── ele falou, afastando seu cigarro dos lábios e pegando sua xícara de café, dando um gole.

── E-eu gosto de homens, Song Mingi. ── soltei. Ele levantou os olhos da bebida e a afastou dos lábios, parecendo compreender o assunto.

Nervoso, apanhei de novo minha xícara de chá e procurei consolo em meu gosto e cheiro preferido, mas meu chá já havia acabado e eu precisaria lidar com a minha realidade. Tentei me acalmar. Eu já fui muito odiado, o que seria mais um olhar de repulsa, certo? Pensar que viria dele, entretanto, me deixava um pouco mais mal do que das outras vezes.

── Oh, então é por isso que você está aqui? Que idiotice. ── respondeu. Me assustei ao ver o jeito que ele reagiu aquilo. Quando sabiam do fato, geralmente os garotos me chamavam de aberração e desfaziam qualquer tipo de laço que tinham comigo. ── E daí que você gosta de homens? Eu também gosto, não há do que se envergonhar por isso, Yeosang. ── me falou, apagando seu cigarro no cigarreiro que havia na mesa.

── É pecado. ── eu repeti, citando as palavras do meu pai e as do padre.

── Foda-se. ── Mingi respondeu. Levantei a cabeça, olhando nos seus olhos. Decidi mudar de assunto.

── Café é sua bebida favorita? ── perguntei, mexendo em meus dedos para me acalmar. Alguns minutos e daria a hora de entrarmos de novo no internato.

Ele fez que não com a cabeça, depois olhou para a xícara de café preto que já estava quase seca: ── Não, minha bebida favorita é milkshake de morango. ── respondeu

Quem diria? Song Mingi, que era conhecido como a pessoa mais amarga daquele internato, gostava de uma das bebidas mais doces que eu já havia tomado. Com certeza a fama daquele garoto não combinava consigo.

Meu nervosismo cresceu ao passo que as palavras diminuíram e um silêncio desconfortável foi jogado na mesa à nossa frente. Então olhei pros seus cabelos, vendo a beleza de seus fios verdes. Quando percebeu para onde eu olhava, ele deu um pequeno sorriso.

── Por que gosta tanto do meu cabelo? ── me questionou. Arregalei os olhos, ajeitando mais uma vez meus óculos no meu rosto.

── D-do que está falando?

── Você sempre está olhando para meus cabelos, nas aulas, aqui. Sabe, queria pintá-los mais uma vez. ── ele falava mexendo numa mecha. ── O que acha, pequeno? ── soltou o cabelo e pôs o cotovelo na mesa, encostando a cabeça em sua mão enquanto me encarava.

── E-eu... eu gosto d-dele assim. ── me arrisquei a dizer. Mingi sorriu.

── Por quê?

Com o coração batendo rápido, me engasguei com as palavras. Levei minhas mãos até minha xícara já vazia, tentando esquentar minhas mãos que gelaram de repente. Por que fico tão nervoso quando ele fala comigo? Sou mais velho que ele, com certeza, mas pensar nele, falar com ele, essas coisas requerem coragem e um coração calmo.

Eu no momento não tinha nenhum dos dois.

── S-seu cabelo parece menta... ── eu respondi, baixo o suficiente para ser um sussurro por causa da vergonha que eu sentia. Não sei se ele ouviu. ── Menta me acalma. ── acrescentei e parei de falar antes que as palavras me escapassem o controle, antes que eu dissesse:

“Você me acalma.”

Mingi sorriu. Seu sorriso era tão fofo, diferente dos olhares de raiva que ele dava antes de brigar com alguém ou de sua cara fechada enquanto passava sua língua na bochecha, seu sorriso era gentil e, como meu chá, esquentava meu corpo.

── Já pensou em pintar o seu, pequeno? ── ele me perguntou. Neguei com a cabeça.

── Não posso. Não é permitido no internato.

── Ora, vamos lá! ── ele pegou em minhas mãos, me puxando até a porta. ── Vamos dar motivos de verdade para eles terem te jogado neste lugar.

Corri, com meus óculos quase caindo. O frio do lado de fora do café era congelante, assim como o medo que eu sentia, mas ele não durou muito tempo. Assim que saímos, demos de cara com a madre superiora que estava indo nos buscar. Infelizmente ── ou felizmente ──, Mingi era muito mais alto e muito mais forte que eu e mesmo comigo lutando para ficar, o garoto de cabelos esverdeados me puxou, correndo loucamente comigo enquanto os gritos da madre superiora ficava cada vez mais baixo.

Eu sabia que eu teria problemas com aquilo, sabia que meu pai provavelmente me ligaria, reclamando, sabia que agora eu passaria mais tempo ainda naquele internato, sabia que eu perderia meu direito de ir para o café e sabia que me arrependeria depois. Mas pela primeira vez em muito tempo, me senti bem e feliz em fazer algo. Com as mãos, Mingi e eu fomos até um cabeleireiro e com o pouco dinheiro que eu tinha guardado escondido, paguei para pintar meu cabelo.

Quando, já de noite, nós sentamos em um banco na rua, decididos a voltar o mais tardar possível para o internato, Mingi me ofereceu sua jaqueta, pois eu tremia loucamente já que o frio da noite, unido a minha consciência de que me daria mal em pouco tempo, não foram uma boa combinação para meu sistema nervoso. Com a mão direita ele me fez deitar a cabeça em seu ombro, afirmando que eu deveria dormir um pouco.

── Seu cabelo ficou lindo. ── ele me disse, olhando meus fios, agora rosados. ── Cheira a morango. ── falou, risonho.

Aspirei o aroma dele, tirando a dúvida que sempre pairava na minha mente e dei um pequeno sorriso, ao perceber que eu estava certo.

Song Mingi e seu cabelo cheiravam a menta.

Mesmo quando chegamos de madrugada e recebemos reclamações, Mingi não largou minha mão, alisando ela enquanto assumia toda a culpa e responsabilidade pela nossa fuga. Naquele dia eu descobri duas coisas:

Song Mingi me acalmava com seu cheiro de chá de menta.

E eu o animava com meus cabelos e meu jeito, que o faziam lembrar da doçura do milkshake de morango.

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