O que houve com ela?
Certo dia lá estava ela, sentada nas escadas do colégio chorando, desejando estar invisível para todos. Lá estava ela, se perguntando o que tinha feito de errado, se perguntando se tudo era culpa dela. Quem conhecerá hoje, acharia que ela nunca teve amigos, que sempre foi aquela solitária em um canto qualquer da sala. Quem ela se tornou? Quem fez com que ela mudasse tanto?
Um dia, sorridente, já no outro, triste. Um dia, bem, já no próximo, esquecida. Será um amor? Ou problemas em casa? Por que depois de um tempo desistiram dela? Sempre buscaram ajudar, mas diziam que ela recusava ajuda. Será que o problema era ela?
Recebemos a notícia de que ela tentou se matar, mas por que? Isso ninguém nunca soube. Queríamos ajudá-la, queríamos alertá-la de que aquilo não era o certo, de que aquilo não resolveria seus problemas. Mas ela recusava ajuda. Recusava amor. Ela se recusava a sentir.
Onde ela está agora? Será que está bem? Será que, quando ela se mudou, ela deixou para trás o desejo de se machucar assim como nos deixou? Será que algum dia vamos vê-la novamente? Se, um dia você a encontrar, diga a ela que a mudança lhe fez bem, que mesmo sendo bonita chorando, ficava ainda mais bela quando sorria. Diga a ela que eu sinto sua falta, mas que não aguentava vê-la daquele jeito.
Não obtive as respostas das minhas perguntas. Mas, no final, o que houve com ela?
Aos que perderam alguém para o suicídio,
Julia Antenucci.
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