Narradora

Any comecou, então, a pegar o sabonete e a buxa, e começar a lavar o corpo de Noah com muito cuidado pois ainda havia logins cortezinhos. O moreno evitou olhar para ela, já se sentindo cansado e enjoado de ficar em pé.

E entao, Noah se lembrou dos momentos dele com Josh naquele box. Ah, eram tão boas as memórias... tão boas que teve vontade de chorar por ter uma mínima chance de isso nunca mais acontecer.

E ele começou a chorar, e botar tudo pra fora. Any, preocupada, parou de ensaboá-lo e pegou no rosto dele com as duas mãos, como se fosse uma coisa preciosa.

— Noah, olha pra mim.- Disse.- Você acha que Josh gostaria de vê-lo assim? Acha que ele gostaria de ver você sofrendo desse jeito?

— Eu não consigo. Eu não consigo viver sem ele...- Disse chorando mais, e Any enxugou uma das suas lágrimas.- Como você conseguiu superar?

— Eu não superei, Noah. Só achei distrações.- Explicou.- Ninguém conseguiria superar, e eu choro até hoje por isso, depois de dez anos! Você não sabe quanta falta eu sinto da minha irmã, que era apenas uma criança. Imagine a culpa que eu levei em mim mesma!

Noah, pela primeira vez depois do acidente, conseguiu olhar nos olhos dela, e ver a dor que ela sentia. Por um momento, quis abraçá-la e dizer que vai ficar tudo bem, mas agora era Anh quem devia fazer esse papel, por mais que também ame Josh.

— Pode não parecer, mas eu estou sentindo a mesma coisa. Eu o amo tanto quanto você o ama, e eu só não choro porque se eu chorar você também vai chorar, e eu não quero te ver chorando. Então, eu finjo, como todas as vezes.- Ela explicou.- Eu te amo, Noah. Você não precisa dizer isso agora também, por mais que não sinta o mesmo ou porque simplesmente não quer falar, mas só saiba que você ainda é amado. Alguém ainda te ama, e não estou falando de amor de pai, ou de filho. Não seja eu, não afaste as pessoas quando está sofrendo.

Noah escutou essas palavras, mas não conseguiu falar nada. Por um lado, ela tinha razão, por outro, ele queria dizer que a amava, mas, no momento, não tinha certeza de que faria sentido amar Any sem Josh.

Ele ainda não conseguia dizer. Mas, se fosse há onze dias atras, conseguiria, e sem problemas.

— Parece que eu sou incapaz de sentir algo sem ele. Você não tem noção, do quanto isso dói. Eu quero ver os meus filhos, quero voltar a ser como era antes e brincar com eles. Mas a cada vez que eu vejo a cara de um deles, eu vejo Josh, em algum lugar. Na Liz, é nos olhos e no sorriso. Na Laila, é a atitude, o sorriso, e o nariz. No Nick, eu vejo a gentileza e a animação dele.

— Eles precisam de você, Noah. Eles te amam, muito, e querem você por perto. Sem Josh, eu sei que a casa ficou sem cor, mas se você apenas aparecer por um momentinho pra tentar se divertir com eles, as crianças ficarão tão mais felizes. Não precisa fazer por você, faça por eles.

O americano olhou bem nos olhos da cacheada, e então, concordou com ela. Pegou na sua mão, que estava no seu rosto, e beijou ela.

— Se fosse a onze dias atrás, nós nem estaríamos tomando banho mesmo...- Any tentou divertir Noah, que conseguiu tirar um sorriso dele, o que a animou muito.- Eu consegui.

— O que?

— Te fazer sorrir.- Ela disse, e então ele parou de sorrir, da mesma forma em que fizeram a um tempo atrás.- Você é uma das minhas estrelas, e eu nunca vou te abandonar, porque você já me ajudou muito no passado e, literalmente, salvou minja vida e me tirou do fundo do poço. Não vou te abandonar.

Noah teve uma vontade avassaladora de beijá-la ali mesmo, mas ainda se sentia preso ao fazer isso. Não que fosse como trair Josh, mas, ele ainda sentia esse vazio, e Any completava-o aos poucos sem ele perceber.

— Papai??- Ouviu um grito de Nick no quarto, e então os dois saíram daquele transe, e Any saiu do banheiro, se enxugando e vestindo sua roupa.

— Consegue se vestir?- Perguntou, e ele assentiu.

Mais tarde, a noite, Noah desceu para o andar debaixo depois de dias. Tanto que, quando desceu, as crianças ficaram chocadas e animadas ao mesmo tempo.

Ele viu em cada rosto a cara de Josh, principalmente quando Joalin chegou. Noah evitava principalmente ela, mas agora, os tentou deixar de lado, e foi assistir filme com todos.

Por um momento, aquela família pareceu que não passou por nenhum sofrimento, e que eles eram normais.

11 DIAS DEPOIS

Noah conseguiu esconder um pouco da sua tristeza perto dos filhos, mesmo se segurando para não chorar ao notar um pedacinho de Josh em cada um deles. Any ficava feliz com aquilo, e tomou mais liberdade para se aproximar mais de Noah.

A cacheada mal conversava com Joalin. As duas não tinham muito o que falar, e a loira estava praticamente na mesma situação que Noah, então não colaborava nada. A única pessoa que ela conversava normalmente, era Sabina.

— Boa noite, anjinho.- Any disse após dar um beijinho na testa de Nick.

— Any, posso te perguntar uma coisa?- A cacheada assentiu.- Você acha que o papai Josh se encontrou com a mamãe?

Ela não fazia a mínima ideia do que dizer a ele, estava praticamente perguntando se o pai morreu ou não, e isso era muito difícil de explicar para uma criança de apenas quatro anos.

— Eu não sei, Nick.- Deu de ombros.

— Mesmo sabendo que o Papai Josh ainda ama a mamãe, eu não sei se quero que eles se encontrem. Porque a mamãe tá morta, e se o papai encontrar ela é porque ele também tá morto.- Explicou.

Any não conseguiu evitar a pressão que colocou em si mesma, ainda; será que eu sou tão boa "namorada" quanto Sina era? Será que eu sou tão boa cuidando das crianças como ela era? Se perguntava.

Será que ela era suficiente para Josh, e Noah?

— Boa noite, Nick. A Any tá com muito sono hoje.- Bocejou, e então levantou da cama dele e foi até a porta, mas parou quando o pequeno disse:

— Tchau, Ny. Eu te amo.

Seu coração se encheu de uma forma que não sabia explicar, apenas sentia. Ela sorriu, e sentiu algumas lágrimas nos olhos, e então se virou, e disse:

— Eu também te amo, muito.

E então fechou a porta, e respirou fundo. Nick era o garotinho mais doce que já viu em toda sua vida, sem sombra de dúvidas.

Foi até "seu" quarto e fechou a porta. Se deitou na cama, pronta para dormir, mas então, ao se lembrar do que Nick disse, se lembrou de Josh. Toda a doçura de Josh estava claramente estampada em Nick.

Droga, Noah tinha razão. Josh está por todo lugar.

E então, sem nem perceber, começou a chorar. Sentia tanta falta dele; não era o mesmo sem o loiro. O sorriso mostrando os dentes branquinhos, os olhos azuis que era totalmente apaixonada.

Tentou chorar baixinho, e conseguiu. Ela tremia; e se Josh não acordasse? O que ela faria? Ela ainda tinha uma ponta de esperança, e quando não tivesse mais? Ficaria igual Noah?

Começou a respirar fundo e controlar a própria respiração, até que, de repente, ouve um barulho da porta batendo. Limpou as lágrimas rapidamente, e foi até lá.

— Posso dormir com você?- Noah falou, e Any percebeu os olhos vermelhos e inchados dele.

Não disse nada, apenas deixou entrar. Ele adentrou. Noah já conseguia andar sozinho e sem ajuda, e tomar banho e comer também. Só não conseguia correr, e fazer exercícios.

Ela fechou a porta, e ele deitou na cama, seguido por ela. O moreno cheirou o travesseiro, e tinha exatamente o cheiro de Any. Não queria nunca mais lavar aquele travesseiro com o cheiro doce de morango.

A cacheada se virou para ele.

— Não consegue dormir?

— Não mais.- Ele respondeu.- Perdi as esperanças.

— Mas, Noah...

— Ele não vai acordar, Any. Só... aceita.- Ouvir isso da própria boca doeu para o americano.- Você continua nessa negação, de que ele vai voltar uma hora.

— E eu acho que vai. E não é negação.- Ela falou, enquanto via Noah deixar cair uma lágrima, e a limpou.

Noah abraçou o travesseiro mais forte, se segurando pera não chorar mais.

— Quer um abraço?- Ela perguntou, e ele assentiu, logo largando o travesseiro.

Noah se agarrou nela como se fosse um urso de pelúcia, e deitou sua cabeca no peitoral de Any. A cacheada ficou acariciando seu cabelo, enquanto o moreno se libertava a chorar.

— Eu amo ele, Any. Ele não pode... não pode ir.

— Eu sei.- Limpou uma lágrima sua, tentando não chorar junto com Noah.

Ela era uma mulher muito forte, já havia passado por tanta coisa, e ainda estava lá, fazendo o bem para os outros sem querer nada em troca, apenas a felicidade.

— Você já me ajudou mais do que eu te ajudei, e isso é tão injusto.- Noah falou.

— O que? Você literalmente salvou a minha vida, me ajudou quando eu fui estuprada, e...

— E fiz uma coisa que prometo não fazer, e você ficou brava comigo e está fazendo isso agora por arrependimento de ter brigado comigo e eu ter quase morrido.- Apenas soltou tudo.

— Não, Noah. Eu não estou fazendo isso por pena. Eu estou fazendo porque eu te amo, e eu iria te desculpar vocês dois uma hora, porque não consigo ficar longe de você e do Josh.

Ele levantou o rosto, olhando (ou tentando, por causa do escuro) para os olhos dela.

— Você me ama mesmo?- A cacheada assentiu.

Noah não aguentou mais, e a beijou calmamente. O coração de Any literalmente explodiu de tanta felicidade, fazia tanto tempo que não ganhava um beijo por parte dele.

A cacheada aprofundou mais o beijo, querendo mais, e só conseguia se lembrar de que Josh poderia estar com eles também. E então, isso fez com que os dois acabassem com o beijo rapidamente, mas Noah ainda olhava para ela, como se os sentimentos por ela que tentava ignorar voltaram à tona.

— Você... Any... eu nunca achei que era capaz de amar mais ninguém além de Josh depois que Sina morreu, e então você chegou, com aquela gentileza no olhar, e tão sexy ao mesmo tempo que então eu... me encantei. Eu me apaixonei desde o primeiro instante em que te vi, e é por isso que eu não consigo negar que eu te amo, de verdade.

Ela não conseguia nem respirar direito. Noah a amava. Ele a amava, e ela só conseguiu sorrir, e beijar Noah mais uma vez.

— Se Josh estivesse aqui, eu queria contar para as crianças sobre nós três.- Ele disse.

— Então... né...- Ela enrolou.- Eu acho que meio que a Laila já sabe.

Ele levantou da cama assustado.

— O que? Como?

— Segundo ela, é impossível não notar o jeito que nós três olhamos um para o outro. E também porque ela achou minha calcinha no quarto de vocês. Aliás, boa sorte para explicar pra ela como a calcinha foi parar la.

Noah parecia chocado e aliviado ao mesmo tempo; Laila era a mais complicada dos três e a que tinha certeza de que não iria gostar nada daquilo.

— Mas ela disse que só quer que vocês dois sejam felizes, não importa com quem. Ela aceitou, Noah.- Any disse.

Pela primeira vez depois de muito tempo, o americano sorriu de forma radiante. Agora, poderia ficar com Any publicamente, sem se esconder de seus filhos.

No dia seguinte, os dois ainda dormiam abraçados, e ainda meio que "felizes", tirando tudo o que está acontecendo. Até que...

— NOAH! CADÊ VOCÊ, NOAH??- Os dois se levantaram da cama quase em um susto quando ouviram Joalin entrando no quarto desesperada vestindo sua roupa.

— Bom dia?- Noah disse esfregando o olho.

— O JOSH ACORDOU! SE ARRUMA!

Any e Noah olharam um para o outro e, antes que pudessem piscar, já estavam de pé. Noah correu para o quarto em busca de uma roupa, e Any pegou a primeira peça que viu no guarda-roupa.

Se vestiram na velocidade da luz. O coração dos dois palpitavam de alegria, e por um momento esqueceram que as crianças ainda dormiam. Liz, que acordou ouvindo os berros de Joalin, saiu de seu quarto esfregando seus pequenos olhinhos.

— Liz, querida! Vá acordar seus irmãos! O papai acordou!- Noah gritou ao ver Liz saindo do quarto.

A pequena sorriu, e foi correndo acordar Laila, contanto a novidade a irmã. Ela quase não acreditou, e já foi se vestir. A loira foi acordar Nick, que gritou um "YES" bem alto e, como tinha o gesso na perna, tinha que esperar alguém ajudá-lo.

Joalin o aprontou rapidamente, enquanto Any trocava Liz. Todos sorriam radiantemente. Quando perceberam, já estavam no carro, e Joalin acelerou com tudo. (Ela estava dirigindo já que Noah ainda não podia, e Any ficou encarregado de colcoar os três na cadeirinha).

Estacionou de qualquer jeito quando chegou, e os seis saíram correndo do carro. Any catou Nick para o seu colo, apressada e não querendo gastar tempo com a cadeira de rodas. e entrando no hospital. Joalin foi até a recepção.

— Josh Beauchamp, quarto 316. Ele acordou, né?

— Um instante.- Ela disse, e segundos depois um médico apareceu, o mesmo médico que o operou.

— Bom dia.- Ele disse, sorrindo.

— O Josh está bem? Ele acordou?- Any perguntou atônita enquanto carregava Nick no colo.

— Josh acordou, ainda não sabemos bem o porque, mas ele está bem fraco. Então, as visitas poderão ser apenas da família, duas por vez, por enquanto.- Ele disse.

— Eu sou irmã gêmea dele.- Joalin falou.

— Eu sou o marido dele, e esses são nossos filhos. Eles querem muito ver o pai, doutor. Por favor, deixem todos entrar.- Noah implorou.

— Sinto muito, mas poderá ser apenas dois por vez.

Joalin, Noah, e Any se olharam. Vai ter que ser o moreno e a loira primeiro. A cacheada teria que fazer esse sacrifício, e então assentiu com a cabeça.

— Eu fico com as crianças aqui, podem ir.

Noah sentiu uma ponta de remorço. Ela amava Josh tanto quanto ele, e ele iria primeiro. Não era justo. Mas o americano tinha que ir.

— Ok.- Disse, e então os dois foram.

No caminho, Noah podia sentir o próprio coração bater de uma forma surreal. Iria ver o seu esposo, acordado, finalmente. Depois de tudo que eles passaram.

Joalin não podia conter o sorriso, e tentou arrumar seu cabelo, já que nem isso conseguiu direito. Ela apertou a mão de Noah, e ele apertou também.

Assim que abriu-se a porta, podiam ver Josh inclinado na cama, com o rosto pálido e a boca seca, mas com os olhos azuis abertos. Joalin correu até o mesmo, o abraçando muito forte. Enquanto Noah ficou parado, sem conseguir se mover. Estava emocionado demais.

Josh retribuiu o abraço de sua gêmea, enquanto ela o enchia de beijos, perguntando se ele estava bem e se precisava de alguma coisa. Ele apenas negou com a cabeça, e disse um "não" rouco. Beijou a testa dela, com saudade da irma, e então seu olhar foi pra a porta.

A loira se afastou, para que Noah pudesse ir. Josh apenas sorriu, e disse:

— Achou que ia se livrar de mim tão fácil?- Rouco.

Noah não conteu as lágrimas, e foi abraçá-lo imediatamente, como se fosse uma urgência. Ah, sentiu tanta falta daqueles braços o cercando, do abraço quentinho dele.

— Eu te amo. Eu te amo muito.- Finalmente o beijou, sentindo a boca seca dele. Mas isso não era um problema. Não naquela hora.

— Eu também te amo, Noah. Sempre vou te amar.- Ele disse acariciando o rosto dele.- Mas você está com um bafo, que pelo amor de Deus...

Ele riu.

— Não deu tempo nem de escovar dente quando soube que você acordou.- Explicou.

E então, de repente, Josh se lembrou do por que estar ali e do que aconteceu. Se indiretos, e disse:

— E as crianças? Elas estão bem? Estão machucadas?

— Elas estão ótimas, Josh. Nick só tem um gesso na perna, Laila machucou o braço e quase o perdeu, mas está tudo bem. E Liz tem alguns cortes pelo corpo.- O loiro fez uma cara de tristeza. Não conseguia imaginar seus filhos machucados.

— Eu quero ver eles. Agora.- Apertou a mão dele.

— Calma, o médico só deixa entrar dois por vez e da família. Você vai vê-los, mas primeiro eu preciso matar a saudade de você.- O beijou mais uma vez.- Você não sabe pelo que eu passei...

— Espera, o que? Como assim pelo que passou? O acidente não foi, tipo, ontem?

Noah e Joalin se olharam assustados. Os médicos não contaram para ele?

— Josh, você está dormindo ha quase um mês.- Joalin disse, e ele se assustou. Um mês?

— Um mês? Um mês sem os meus filhos, vocês, e... meu Deus.- Ele botou a mão na testa.

— Calma, amor.- O consolou.

— Noah, e a Any? Como ela tá? Ela soube?

— Claro que soube. Ela está na sala de espera, com as crianças, tão ansiosa quanto eu.- Explicou, e Josh sentiu seu coração se encher de amor novamente.

— Ela deve ter sentido tanto remorso.- Explicou.

Noah se sentiu culpado por não perceber isso, já que estava ocupado demais sofrendo em seu quarto, nem ligando para os seus filhos e ela.

— E ela sentiu. Mas fingiu que não. Só pelo olhar eu percebo isso. Ela finge não sofrer pra não atingir os outros, e isso é muito ruim pra ela.- Joalin explicou.- Eu ouvia ela chorando todas as noites, já que o nosso quarto fica um do lado do outro. Ah, ela tá morando lá na mansão enquanto você não estava acordado.

Josh sentiu uma coisa estranha dentro de si. Não suportava ver Any chorando de jeito nenhum. Se lembrou do dia em que consolou ela depois que ela dois stuprada.

— Você já sabe?- Ele perguntou para a irmã.

— A pergunta certa é; quem não sabe? É tão óbvio. Vocês dois são tão boiolas por ela. Tudo que ela pede, vocês fazem em um minuto.- Noah e Josh se olharam, e perceberam que era verdade.- E ela faz a mesma coisa. Vocês reclamam de alguma coisa, qualquer coisinha, da casa ou dos filhos, ela vai lá e conserta. Sempre.

Ficaram felizes em ouvir isso. Mas Noah mais ainda, já que só ele sabia que Any os amava. Mas logo logo Josh saberia, na hora certa.

Enquanto isso, na sala de espera, Any não conseguia parar de roer as unhas. Laila olhou, e disse:

— Como você está apaixonada.- Surpreendida.- Depois eu culpo papai Josh por você não ter mais unha.

Any conseguiu rir.

— Como você não está aflita? É a filha dele, deveria estar mais ansiosa do que eu.- Perguntou.

— Porque eu sei que uma hora eu vou ver ele. E você devia parar com essa ansiedade, Any...- Falou preocupada, colocando a mão na da cacheada, sentindo o tremor que Any não conseguia parar.

— Eu não consigo. E se ele não me desculpar?- Perguntou mais para si mesma.

— Desculpar do que?- Confusa.

— É que seus pais fizeram uma coisa que eu não gostei e fiquei brava com eles antes do acidente acontecer.- Tremeu mais ainda ao se lembrar.- Você não precisa se preocupar.

— Any, para de tremer!

A cacheada respirou fundo, tentou se acalmar, mas não conseguia. Estava tendo um ataque de pânico no meio do hospital na frente das crianças. Que ótimo.

Laila apertou mais a mão dela, com a intuição de fazê-la parar.

— Laila, chama algum médico, por favor. Qualquer um.

Assim que a loira saiu, continuou a tremer. Ela levou o olhar até as duas crianças que brincavam na brinquedoteca tranquilamente. Nick sentado, e Laila quase correndo, obviamente.

E então, começou a perder o ar, como se o mundo estivesse se fechando contra ela. Antes que percebesse, uma enfermeira veio ao seu encontro, com uma máscara de oxigênio.

— Any? Consegue me ouvir?- A enfermeira disse. como ela sabia seu nome? Ah, não importa.- Respire fundo, comigo. Um, dois.

As duas ficaram fazendo isso repetidamente, enquanto Laila apenas assistia com lágrimas nos olhos. Não gostava de ver Any sofrendo. E Any não gostava de ver ela sofrendo, então tentou com todo o seu esforço, parar.

Quando começou a respirar novamente, queria que aquela máscara estivesse com ela para sempre. É tão bom respirar nela, até melhor do que sem.

— Obrigada, qual seu nome?- Perguntou.

— Neena.- Disse a enfermeira.

— Ok, Neena, muito obrigada. De verdade.

— Any, eu gostaria que você fizesse uma consulta ao nosso doutor Quill, se ainda possível.

Não precisou nem pensar direito que já percebeu; ela queria que Any fosse a um psicólogo.

— Você acha que eu estou doida, não é?

— Não! De jeito algum. Eu só quero ter certeza de que foi um ataque de pânico aleatório devido ao que você está passando ou se você tem...

— Ansiedade.- Assentih com a cabeça, como se fosse um absurdo.- Escuta, eu não tenho ansiedade.

— Você tem ataques de pânico recentes? Sempre, todo dia, a mesma hora, pelo mesmo motivo?

Ela pensou; tem tido vários todas as noites desse que Josh estava dormindo. Parando para pensar agora, talvez ela tenha razão. Será que Any tinha ansiedade?

— Não importa. Eu estou aqui para ver o meu...- Pensou antes de responder.- O meu namorado, no qual eu amo, e não vim aqui para fazer consulta.

A enfermeira, derrotada, saiu. Any sentiu-se satisfeita. Não tinha como ela ter ansiedade. Tinha? E se tiver, como ela começou?

— Laila.- Chamou.- Me prometa que nunca contará isso para ninguém, nem pros seus pais. Por favor.

— Ok. Mas você já tá bem?- A cacheada assentiu com a cabeça.

— Claro que eu estou.

As duas esperaram mais um tempinho até Noah e Joalin voltarem. Assim como prometido, Laila não contou nada.

— o médico deixou Josh ver os três de uma vez, mas com bastante cuidado.- Noah falou, e então olhou para Any.- Infelizmente você não está autorizada a entrar, mas a gente inventa alguma coisa. Você vai ver Josh, Any. Nem que eu mude meu nome para Antônio.

— Antônio Jacob Urrea. Amei.- Joalin ironizou.

E então os três filhos foram ver o seu querido pai. Noah se alegrou tanto ao ver os filhos tão felizes novamente, que quase chorou de novo. Josh tinha o seu coração mais curado do que nunca, agora que os viu.

Enquanto isso, Any estava lá, sozinha, apenas esperando para ser chamada. Meia hora se passou, e nada. Será que Noah se esqueceu que ela estava ali?

Então, algum tempinho depois, Noah e Joalin saíram com as crianças. Todos com um sorriso estampado no rosto, e isso fez com que ela se levantasse e fosse até eles.

— Any! O papai acordou, e ele ta otimo!!- Nick disse entusiasmado.

— Sério?- Ficou tranquila ao ouvir isso.- Que bom, meu amorzinho.

— Me desculpe a demora.- Noah falou.- Joalin vai pra casa com as crianças, e eu vou ficar aqui dando um jeito de você entrar. Ok?

Any concordou, feliz que finalmente vai ver o seu amor, depois de um longo mês. Mesmo reclamando, as criancas foram embora com Joalin, e então Noah começou a bolar o plano.

— Joalin disse, da ultima vez, que eu era da família, mas adotada. Poderíamos usar isso outra vez?- Any perguntou.

— Podemos tentar.- Any sorriu, e já estava indo até o médico, mas Noah a parou.- Ei.

— O que foi?

— Me desculpe.- Pausou.- Me desculpe mesmo por tudo o que eu te fiz, tudo o que eu falei pra você. Eu fui tão grosso, tão escroto, e... eu me arrependo tanto. Eu fui um ignorante. Você se abrindo para mim, e tudo o que eu soube dizer foi coisas idiotas assim que eu abri minha boca. Me perdoa Any, por favor, eu te amo muito, e você não me merece. Eu só faço besteira, faço coisas que prometi não fazer, prometi ficar com você até nos momentos ruins e obviamente foi ao contrário, e nem tive tempo de agradecer. E você ainda me perdoa, sempre.

A cacheada sorriu, tão aliviada ao ouvir todas essas palavras. Não sabem como o coração dela palpitou no momento em que ele se expôs. E Noah estava mais nervoso, só que agora, nao.

Ela apenas brotou um sorriso, e o beijou, na frente do hospital inteiro. Mas não teve vergonha. Noah e ela sorriram durante o beijo, mas foi tão curto, pois Any não aguentava mais ficar sem Josh também.

— Agora vamos logo com isso, que eu quero ver ele, Noah.

O moreno assentiu. Os dois foram até o médico e o informaram, ele concordou, felizmente. Atravessaram o corredor, e Any não conseguia parar de sorrir.

Estava tão ansiosa para ter os braços do loiro de novo por ela, os lábios colados no dela, que, assim que abriu a porta e o viu consciente, não esperou mais nada; foi correndo até ele, o abraçando muito forte, e começando a chorar, que nem Joalin.

Josh podia ouvir seu próprio coração bater tão rapidamente. Abraçou a cacheada de volta, com saudade e amor.

— Eu senti tanto a sua falta. Você não sabe como foi difícil.- O loiro colocou uma mão na cabeça em a dela, acariciando e imaginando como deve ter tido tanta pressão.— Eu estou tão feliz em te ver assim.

— Você me desculpa, Any? Pelo que eu fiz?- Perguntou, aproveitando o máximo aquele abraço.

— Claro, claro. O que você quiser.- Respondeu, e então se afastou. Quando viu seu rosto, sua face se fechou.- Nunca mais faz isso comigo, seu idiota! Quase me matou de susto!

Deu um empurrãozinho nele, que gemeu meio que rindo, feliz por tê-la de volta.

— Any.- Chamou.- Eu tenho que te contar uma...

— Eu te amo.- Ela soltou.- Eu te amo, muito. E não vou mais esconder isso. Eu estava, sim, enrolando para contar, mas cada vez que eu ia eu ficava me perguntando se era recíproco, e então eu desistia. Mas agora, agora eu não enrolo mais nada.

Josh ficou boquiaberto, enquanto fazia Any esperar por uma reação. E então, ele apenas sorriu, de uma forma tão radiante que já entregava seus sentimentos;

— Eu também te amo, Any. Até a lua, e volta
(N/a: ai gatilho)

Os dois sorriram, e então finalmente se beijaram. O beijo foi com tanta paixão, tanta saudade, que poderiam ficar dias e dias sem se desgrudar.

Algumas horas se passaram, e os pais de Josh e Noah já estavam lá. Josh ficou feliz em vê-los de novo, com toda a família reunida.

Alguns dias se passaram, e ninguém poderia estar mais alegres que eles. Era como se o mundo tivesse cor de novo. O loiro se recuperou tão rápido, que pode ir para casa seis dias depois.

Assim que entrou em casa, o canadense respirou fundo. Era como se fosse outro ar, outro mundo só dele. Sorriu, e entrou.

Joalin já havia ido embora da mansão, morando em seu apartamento. Any sempre estava dormindo no hospital, então não retirou suas coisas do quarto de hóspedes ainda.

— Senta no sofá, Josh. Quer uma água? Eu pego pra você, se quiser.- Noah murmurou para ele, enquanto apontava para o sofá.

— Alguém avisa pro pai de vocês que eu não perdi a perna?- Falou para as crianças, que riram.

— Mas ele tem razão, você tem que se sentar. O médico disse que você não pode se esforçar muito.

— O "muito" não inclui andar.- Ironizou.

Assim que organizaram tudo para Josh no quarto dele, e as crianças estavam assistindo TV, disse para os dois:

— Então... é isso. Acho que vou começar a arrumar minhas coisas para ir embora. E ir ao mercado. Deve ter tanta coisa podre lá na geladeira.- Se lembrou de todos os alimentos com data de validade que havia lá.

Os dois se olharam; não queria de jeito nenhum que ela fosse embora. Não agora, mas nunca. Não queriam se despedir dela toda noite, e de vez em quando ter um oi de manhã. Queriam mais.

— Any, sobre isso.- Josh começou.- A gente quer que você venha morar junto conosco

A cacheada se surpreendeu, arregalando os olhos. Uau, eles já tinham pulado tantas fases, mas, tudo bem, não havia problema.

— Sério?

— Sério. A gente quer te ver todo dia, não queremos te ver só nós dias de semana à noite. Agora, nós somos mais do que apenas amantes, e eu aprendi a dar valor a vida e também que ela é muito curta. Então, não quero perder tempo.- Continuou o loiro.

Ela pensou; então, se ela morasse lá, continuaria sendo baba das crianças e eles continuariam pagando ela? Ou moraria lá como namorada deles e não seria mais baba?

— Eu não sei... eu ainda serei baba dos meninos?

— Se você quiser. Só saiba que você é bem mais que uma baba pra nós.- O moreno pegou na cintura dela com o sorrisinho malicioso que ele tem.

— Se for para morar aqui, também quero ajudar com as finanças. E o salário não dá pra pagar nada.- Ela coçou a cabeça.

— O que? Não. Não queremos que você pague nada, só venha morar com a gente.

— Não, eu quero ajudar. Hm... que tal, se eu arrumar um outro emprego? Eu sou formada em psicologia, e posso arranjar horários para alguns dias em que as crianças estejam com aulas extracurriculares para ter meus clientes. De manhã! E nas segundas, quartas e sextas, que são quando eles tem natação! Genial! Noah, qual a possibilidade de você ver se no hospital que você trabalha, tem uma vaga de psicóloga pra mim?

— Wow, calma, você tá indo muito rápido.- O moreno disse.

— Eu só aceito morar aqui nessa condição.

Os dois se olharam, mesmo querendo que ela não pudesse pagar nada para eles. Noah dei de ombros então, e disse:

— Posso ver com o departamento de psicologia do hospital. Mas não prometo que vai ter um emprego lá.

Ela então sorriu, e abraçou os dois ao mesmo tempo, dando beijinho nas bochechas dos dois.

— Eu amo vocês demais, vocês são minhas estrelas, sabiam? Só vou então lá no meu apartamento pegar tudo, e botar pra vender. Ah, e também que tenho que ver os imóveis. Será que sua irmã aceita uma geladeira de presente?- Perguntou para Josh, e nem esperou a resposta, já saindo do quarto e pensando nas mil coisas que ainda tem que fazer.

— Minhas estrelas?- Josh perguntou, confuso, enquanto Noah apenas sorria, já que só ele sabia o significado daquilo.

— Isso quer dizer que ela nos ama muito, e faria qualquer coisa por nós, praticamente. É um termo da mãe dela, depois pede pra ela explicar direito.- Falou.

E então, tudo parecia tão perfeito, que estavam até estranhando. Mal sabiam eles que, a partir daí, tudo melhoraria.

Estamos chegando na reta final de "Minhas estrelas" 🥺🥺

Hj eu to de bom humor e resolvi colocar só coisa boa, diferente do que eu fazia nos outros cap, e me desculpem por isso Kkkk

Gnt vcs sabem da fofoca q o Josh soltou no Twitter? MANO ELE SOLTA METADE DA FOFOCA E SAI CORRENDO eu sou muito curiosa.

Pelo que eu sei, o Noah, a Any e a SABY pararam de seguir a XIX gnt, qq isso?

E gnt, isso daq também aparece pra vcs qnd vcs pesquisam o insta da Soso no do Josh?

Enfim,estou tentando ser mais ativa aqui no Wattpad pra soltar cap pra vcs mais rápido.

Votem e comentem bastante!!

Um beijo e um queijo 🧀