Capítulo 13
Noah Urrea
Eu senti falta. Senti muita falta desses momentos em família, era especial. É especial. Acho que, eu e Josh estamos tão focados em trabalhar que acabamos esquecendo de nos divertir com os nossos próprios filhos. Sinceramente, não me lembro da última vez em que eu e meu marido brincamos com eles desse jeito.
E, graças a Any, isso aconteceu. Depois de muito tempo, ela botou uma luz na nossa família. Com ela as coisas pareciam ser muito mais fáceis, tão simples, ela deveria ter o reconhecimento que merece.
Mas quando nós dois ficamos sozinhos na sala, eu juro, não sei por que, mas quando eu olhei para os seus lábios carnudos, eu só conseguia pensar em beijá-los.
Só mudei de direção, quando a televisão disse o nome do meu marido e de Any. Mostraram fotos dos dois juntos, de Josh segurando em sua cintura... mas, por incrível que pareça, eu não estava com ciúmes. Eu até... gostei, de ver os dois juntos.
No final, olhei para ela, que parecia não ter onde enfiar a cabeça. Murmurei qualquer coisa que veio a minha cabeça e depois perguntei se eles tinham se beijado. Dei a entender se eu queria saber se fui chifrado, mas muito pelo contrário, eu queria saber por curiosidade.
Porque Josh conseguiria beijá-la antes de mim. Ele seria o primeiro de nós dois a tocar aqueles lábios que me dão tanto desejo...
A mesma enrolou um pouco, mas logo disse a verdade. Quase. Ela disse que foi quase. Deveria confiar nela? Bom, eu confio nela para cuidar dos meus filhos, por que não confiaria agora?
Cada palavra que ela dizia, eu ficava mais encantado. Cheguei a quase morder o lábio apenas querendo sentir os seus nos meus.
Falei que não estava bravo, o que era verdade. Inventei que se eles tivessem me chifrado, aí sim teria ficado bravo. Mas a última parte não era verdade, eu só não queria que ela desconfiasse do que eu estou pensando.
Fingindo não estar mais confortável perante ao assunto, falo que está na hora de ela ir. Mesmo eu querendo que ela ficasse.
Ela caminhou para a porta, e eu disse para ela não contar a Josh que eu sei sobre isso. Se ele souber que eu sei, ele ficaria no meu pé pedindo desculpas por um mês inteiro e eu realmente não tenho paciência pra isso.
Eu queria dizer mais. Queria contar toda a verdade, a verdade que eu gosto dela mais do que eu achei que gostava. Mas não é gostar de amigo, mas diferente... eu não sei explicar.
Ah, Any. O que você está fazendo comigo?
Ela foi embora, e me deixou ali no sofá. Voltei a olhar para frente, mas percebi que meu membro estava excitado. Duro.
— Droga.- Praguejei.
Só com as palavras de Any eu fiquei excitado, só com suas palavras. Imagina se ela fizesse mais?
Mas não posso me masturbar pensando na Any. Não posso me masturbar pensando na babá dos meus filhos. É errado? Talvez, por eu ser seu chefe e não estar levando o profissionalismo muito adiante. Mas por outro lado, parecia tão certo eu beijar aquela boca...
Fui tomar banho, Josh estava deitado na cama de Nick, o pequeno disse que estava tendo pesadelos e pediu para que meu marido ficasse com ele.
Quando não tinha mais nenhuma peça de roupa no meu corpo, liguei a água quente do chuveiro e adentrei nele.
Não permiti me tocar. Não podia me tocar. Eu sabia que se passasse a mão em alguma parte do meu corpo, seja qualquer uma, eu pensarei que Any estivesse fazendo aquele toque. E eu não posso pensar nela enquanto me masturbo.
Então, deixei a água fazer o seu trabalho, percorrendo por cada milímetro do meu corpo. Meu membro cada vez mais ficava mais "calmo", se abaixava. Mas eu só conseguia pensar nela.
Ela entrou na minha mente, agora não quer sair.
— Droga, Any. Por que que você está fazendo isso comigo?- Murmurei enquanto a água caia sobre o meu corpo.
Quando meu membro se abaixou por completo, comecei a tomar meu banho. Lavei meu cabelo e o meu corpo, mas não no meu penis, se eu tocasse lá, não aguentaria.
— Posso entrar com você?- Ouço uma voz e vejo Josh na porta do banheiro.
— Claro.
Ele entra já nu, e fecha a porta do box. Ficamos nos encarando por um tempo.
— A matéria do jornal já chegou?- Ele perguntou. Me fingir de desentendido, mas eu estava entendendo perfeitamente.
— Que matéria?
— Você sabe.- Neguei com a cabeça e ele respirou fundo.- Sobre eu e Any sermos casados...
— Aaaah, essa matéria. Bom, sim, mas... olha, se tá preocupado se eu fiquei incomodado, não se preocupe, eu não liguei. Foi só uma festa, certo?
Certo?
— C-claro. Óbvio. Não... não rolou nada.
Doia um pouco ele estar mentindo pra mim. Mas eu sabia que sua mentira não era só por ele, e sim por ela também. Se eu ficasse com raiva disso, ele acharia que eu ficaria com raiva da Any também é a demitiria. E nós dois sabemos muito que ela precisa desse emprego.
Pois e, eu conheço o meu marido.
— Confio em você.- Eu falei. Ele colocou sua mão em minha cintura, e me arrepiei com o toque.
Jesus, eu ficava excitado com os dois ao mesmo tempo. Não pode... isso não pode estar acontecendo de novo. Pode?
— Já falei que te amo?- Ele falou.
— Não.- Me fingi de bobo.
— Ah, não?- Neguei com a cabeça.- Você vai ver o quanto eu te amo agora.
Ele fez com que eu me agarrasse a sua cintura com minhas pernas e ficasse no seu colo, enquanto seu membro rígido já implorava pela minha entrada. Começamos a nos beijar e tocar o corpo um do outro.
Não foi bom. O sexo. Não foi bom, mas foi um pouquinho melhor que o outro. Deus, por que não conseguimos fazer um sexo descente agora?
Mas, na verdade, eu sabia por que estávamos tão "ruins" nisso. Nos dois desejávamos que mais alguém estivesse conosco nessa transa, e não era Sina Deinert.
Any Gabrielly
No dia seguinte, cheguei na mansão e Laila já estava acordada. Achei estranho, ela sempre era a última a chegar na cozinha pra tomar o café, e agora acordou bem antes dele.
— Bom dia, Laila.
— Bom dia.- Ela me respondeu.
Jesus, hoje vai chover.
— Você está bem?- Ela assentiu com a cabeça, sentada no sofá.
— Tô. Vem cá, eu quero te mostrar uma coisa... é que eu quero sua ajuda e não quis esperar eu chegar da escola para te perguntar.
Eu estava ouvindo bem? Laila pedindo a minha ajuda?
— Ahn... claro! O que foi?- Me sentei ao seu lado colocando minha bolsa na mesa.
— É que...- Ela mordeu o lábio nervosa.- Um menino escreveu um bilhetinho pra mim.
Um sorriso malicioso apareceu em meus lábios. Então quer dizer que ela já tem alguns admiradores...
— Hmm, quem é?
— Um menino da minha sala que se chama Luca.- Começou.- Ele chegou ano passado e a gente conversou no recreio as vezes ou brincou de pique pega. Mas ontem ele me entregou um bilhete dizendo que gostava de mim.
Ah, crianças. Tão inocentes.
— Olha ela, cheia de admiradores. Você ainda tem o bilhete?- Ela negou com a cabeça.
— Ele disse pra rasgar e jogar fora pra não ter perigo de outra pessoa ver. Nos dois temos muita vergonha.- Ela falou.
— E o que exatamente quer que eu te ajude nisso?
— Eu nao sei. Só senti que deveria te contar. É que,- Ela olhou para os lados.- se eu contasse isso pros papais, eles com certeza iriam até conversar com os pais do Luca, tentar afastar eu e ele o máximo possível. Isso seria muita vergonha, e todo mundo sabe que conselhos masculinos nao valem. Eu poderia contar pra Monica, mas ela é meio velha, você é nova.- Eu queria rir um pouco, mas segurei.
— Entendi. Olha, vocês ainda são novinhos, não tem que pensar em namorar. Quando você tiver uns 12, 13 anos, aí vai aparecer uns peguetes e aí sim eu te ajudo. Você já é linda, vai ser o alvo de todos os meninos.- Ela sorriu meio envergonhada.
— Obrigada. Você também é bonita.- Ela disse.
— Seus pais ainda estão dormindo?- Laila assentiu com a cabeça.- Eles vão trabalhar hoje, certo?
— Acho que sim, mas espero que não. Sinto falta deles em casa.- Ela olhou para o chão meio triste.
Eu sabia que depois de toda aquela raiva tinha algum sentimento que não seja aquele. Ela desabafaria comigo uma hora.
Mas pelo contrário dela, eu estava torcendo para os dois irem. Primeiro que não queria encarar Josh tão cedo, e Noah... bom, ontem se estalou um clima entre a gente.
— Olha, essas férias vocês podem se reaproximar de novo. Aposto que vão dar um descanso pros seus pais. Só não sei Josh, porque ele é dono de uma empresa. Mas vai dar tudo certo, tá?- Ela assentiu com a cabeça.
— Any...- Pausou.- Obrigada. Eu nunca achei que diria isso, mas você não é tão chata é irritante quanto eu pensei.
— Digo o mesmo.- Ela riu fraquinho.
— Mas pra onde você tinha ido com o papai Josh aquela noite toda bonita?
Ah, eu quase esqueci de dizer. Nenhum dos adultos contaram para as crianças sobre isso, principalmente pra Laila.
— Ah... era um favor que eu tinha que fazer pra ele, nada demais.- Menti para ela.
Não gostava de mentir, mas era necessário. Vocês sabem o quão brava ela ficaria se soubesse que eu teria que fingir ser esposa de seu pai, ela voltaria a me odiar.
— Entendi.- Exclamou.
— Bom dia.- Noah chegou com Liz no colo, e a mesma veio até mim.
— Oi, pequena.- Dei um abraço nela, que retribuiu.- Dormiu bem?
— Uhum. Mas quelo dormir.- Ri fraquinho.
— Mas você precisa ir pra escola, pra virar a cirurgiã que você quer ser.- Ela murmurou alguma coisa que não entendi e enterrou mais sua cabeça no meu pescoço.
— Vamos tomar café.- Noah disse e eu me levantei, fazendo Liz ir para o chão e ir com Laila na frente para a cozinha.- Bom dia, Any.
— Bom dia.- Sorri amarelo.
— Er... vamos?- Assenti com a cabeça e fui na frente, quando passei por ele, senti sua mão gelada nas minhas costas e me arrepiei. Estava meio frio hoje, e a com sua mão gelada...- Oh, desculpa. Eu lavei as mãos agorinha.
— Não, tudo bem.- Falei.
Então fomos para a cozinha e eles começaram a comer, eu não estava com fome. Então dei a desculpa que já tomei café da manhã pra eles pararem de insistir.
Sabe, eles me tratam como se eu fosse da família. Não que eu não goste disso, é que isso nunca aconteceu em nenhum trabalho que eu já tive.
De alguma forma, eles pareciam ser importantes pra mim
Nick chegou, mas apenas ele, sem o Josh. Quando eles terminaram de tomar o café de manha, as crianças foram para a escola com André. Noah subiu e eu fiquei lavando a louça, ela disse que chegaria mais tarde ontem então alguém tem que cuidar da casa.
Assim que acabei, nao havia mais nada pwra fazer, entao peguei meu livro e ia me sentar no sofá, porém acabei esbarrando com Noah. Ele estava com duas malas atrás.
— Desculpa. Como eu sou desastrada.
— Não, desculpa eu. Só queria te dar tchau, eu... eu vou viajar pra auxiliar em uma cirurgia. Só volto daqui dois dias, sexta feira.
Não sei por que, mas fiquei meio... triste?
— Ah, tudo bem. Onde é?
— Nova York. Meu voo é daqui uma hora.- Me informou.- Já me despedi do Josh. E dos meninos.
— Ah... então... até daqui dois dias?- Ele riu fraquinho olhando para baixo.
Puta que pariu, ele é lindo.
— Até daqui dois dias então.- Ele ficou me olhando, como se eu quisesse que eu falasse mais alguma coisa. Eu queria falar, mas não sabia o que.
Não queria que ele fosse.
— Até.
Respirei fundo e então passei por ele, querendo ir para o sofá, mas aí ele me interrompeu, fazendo-me virar para trás.
— Any? Não quer falar alguma coisa, ou... sei lá. Qualquer coisa.- Fingi pensar, mas neguei com a cabeça.
— Não que eu me lembre, tem alguma coisa que eu deva falar?- Ele pareceu querer falar, mas então desistiu.
— Nada. Esquece. Eu vou indo.- Assenti com a cabeça.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa ou fazer qualquer coisa, ele se aproximou. Se aproximou bastante e eu até pensei que ele queria me beijar, mas aí, seus braços cercaram a minha cintura.
Sem nem pensar duas vezes, eu abracei de volta. Seu abraço era tão bom, tão quentinho, dava vontade de ficar ali o dia inteiro.
— Não sei por que, mas vou sentir sua falta nesses dois dias.- Espera, o que? Minha falta?
— Ah, pense que é só um final de semana.- Pausei.- Mas também vou sentir sua falta, sabe, você é um... bom amigo.
Não queria dizer isso. Não mesmo.
De repente, ele se afastou de uma forma meio brusca, como se estivesse com raiva de alguma coisa, não sei.
— Tchau. Tenho que ir.
Virou as costas para mim e saiu pela porta.
Mas, o que que eu fiz?
[...]
Estranhei o fato de Josh não ter descido, ele deveria ir trabalhar, não? É quarta!
Mas não vou me preocupar com ele, ele sabe cuidar de si mesmo muito bem. Fui até o quarto dos pequenos e iria arrumar a cama de Laila, porém eu vi umas manchas rosas. Logo em seguida, no seu criado mudo, vi um batom rosa aberto.
Deve ter sido Liz.
Sai do quarto e fui até um armário que tinha fora, não tinha uma fronha para eu trocar.
— Droga.- Murmurei. Logo em seguida a porta ao lado se abriu, e eu vi uma figura loira, que parecia ter acabado de acordar.
Ele estava sem camisa, apenas com uma bermuda, seu cabelo meio bagunçado e estava olhando para todos os lados, até que parou em mim.
— Oh, olá Any.
— Oi.- Disse meio seca.
Estava pronta para sair dali, passei pela porta do mesmo, mas aí senti meu braço sendo puxado pela sua mão, então, tive que me virar, e olhei para sua mão me segurando.
— Any... vamos fingir mesmo que nada aconteceu? Sério?
Fiquei sem o que dizer, sério que ele quer falar disso agora? Justo agora? Eu já deveria ter percebido. Só há apenas nos dois na casa, praticamente. Hora perfeita para conversarmos.
— Olha, eu tenho trabalho pra fazer, então, pode me largar por favor?- Pedi com educação.
— Por favor, vamos conversar sobre isso.
— Não tem nada para conversar. O que aconteceu na festa, fica na festa, tá?
Essas palavras que eu mesma disse doeram em mim. Doeram muito. E acho que nele também.
— Certeza?- Assenti com a cabeça.
— Tenho. Josh, você é casado e tem três filhos pra cuidar. Agora, me solta, por favor?
Meu coração pedia para ele soltar, mas a mente pedia para ele não largar e me puxar para seu quarto Lara fazer seja lá o que.
Na maioria das vezes, meu coração sempre está certo. Vou na dele.
— Tudo bem.- Ele finalmente soltou meu braço.- Desculpa se te assustei, é só... eu só queria saber se aquilo quase aconteceu por conta da bebida, ou...- não terminou de falar.
— Não sei. Você que se aproximou de mim, deveria saber.
Sai dali determinada a não falar mais com ele. Qualquer coisa que esteja acontecendo entre nós, está errada. Muito errada. Eu não posso ter uma relação com o meu chefe casado e ainda mais pai.
Pensei no Noah. Ele ficaria tão triste ao saber que nos beijaríamos mesmo naquela festa, no carro. Mas ainda bem que eu desviei, porém, a minha vontade continuava. Só que, agora, era de beijar os dois.
Não entendo o que está acontecendo comigo, não era para eu estar sentindo isso. Mas eu só consigo pensar nos dois...
Tão bonitos.
Tão gentis.
Tão gostosos.
Mas proibidos. Não posso mais arriscar isso. Tenho que me afastar, se não serei culpada de um divórcio que trará muita tristeza.
Nunca senti algum sentimentos por duas pessoas ao mesmo tempo, e a minha primeira vez, e ainda mais quando eu sei que não posso namorar com eles. Minha vontade é grande, mas eu não posso.
Não. Posso.
[...]
Dois dias se passaram. Pois é, eu estava mesmo com saudade do Noah, mas não entendi por que ele saiu tão bravo quando eu disse aquela frase.
Dois dias sem o Noah bater na porta desesperado por ter esquecido a chave foram demais pra mim, eu sentia falta de sua voz, seus abraços, sua gentileza, tudo.
Dois dias e muita coisa. Quarenta e oito horas apenas pensando nele e Josh junto comigo era muito pra mim. Queria proibir e afastar de mim mesma esses pensamentos ridículos, mas não consigo.
Eu e Josh não conversamos mais depois daquilo, apenas cumprimentos como "Bom dia", "Ate mais", "Te vejo amanhã".
Não queria ter dito aquilo, ele é um homem sério, mas tem um bom coração. Eu gosto dele, não sei se é como amigo, mas gosto. Entao, ele ficar ignorando as minhas perguntas as vezes, era demais pra mim também.
É sério, teve um dia, no caso ontem, eu achei que estávamos bem, bem do tipo amigos. Mas ele foi grosseiro e curto na maioria das minhas perguntas. E Laila percebeu isso.
Flashback on
— Bom dia, senhor Beauchamp.- Eu falei quando ele desceu as escadas.
— Bom dia.- Disse curto e grosso, passando por mim para ir à cozinha.
Depois de tomar o café, ele apenas se despediu das crianças e foi embora trabalhar. Nem se despediu de mim.
Mais tarde, quando ele chegou pela noite, cumprimentou as crianças como sempre com abrações e beijos. Quando ele colocou sua bolsa/mochila (sei lá o que era aquilo) na mesa, perguntei pra ele:
— Teve um bom dia de trabalho, senhor?
— Não lhe interessa, Any.- E saiu dali para os quartos.
A partir daquele momento comecei a ficar em dúvida mesmo se ele estava com raiva de mim. Agra estava mesmo. Mas naquele dia eu só disse o que tem que ser feito, ele vai ficar emburrado comigo só por que não queria conversar sobre aquilo?
— Por que o Papa Josh soou grosseiro com você?- Laila me perguntou.
— Ah, deve ter sido um dia estressante pra ele.- Laila fingiu acreditar, mas no fundo eu sabia que não tinha. Ela não é bobinha.
No dia seguinte, (hoje), logo de manhã, eu estava servindo café para Liz na chácara já que a mesma gosta de molhar o pão nele e depois comer.
— Quer café, Josh?
— Senhor Beauchamp, por favor, Senhorita Soares. E não, não quero tomar alguma coisa vindo de você.
Me senti ofendida. Todos gostavam tanto do meu café.
— Mas Papai, tá muitu bom.- Liz disse.
— Mas agora o papai não quer, tá bom filha?- A loirinha assentiu e voltou a comer.
— Então quer algum biscoito antes de ir pro...
— Senhorita Soares, eu sei cuidar da minha alimentação sozinho.- Me interrompeu me olhando com raiva.
— Chega, pai!- Laila gritou batendo na mesa.- Pra que tanta grosseria com ela? Ela não fez nada! Literalmente nada! Além de estar sendo grosseiro, ofendeu ela e aposto que ela está muito mal agora. Ela demorou pra fazer esse café e é mais delicioso do que o da Mônica.
Nossa, normalmente era ao contrário. Digo, o Josh dando bronca na Laila por ela estar fazendo mal educação comigo.
— Laila, volte a comer antes que eu perca a paciência com você também. E não estou sendo grosseiro.
— Tá sim! Para com isso, as pessoas tem sentimentos, sabia?
— Jura? Porque quando você ficava fazendo mal educação e grosserias com ela, não se lembrou disso, não e?- Laila bufou rolando os olhos.
— Só para com isso. Agora eu aprendi que eu posso magoar as pessoas, tá? Mas você, claramente não. Só para. Ela foi a melhor babá que eu já tive, e você tratando ela desse jeito até parece que quer demiti-la. E se ela for demitida eu saio junto. Quer dizer, eu vou vim visitar o papai Noah, mas você não. E vou levar todos os meus brinquedos e você vai ficar morrendo de saudades de mim!- Bateu na mesa mais uma vez e saiu pisando duro.
Josh apenas suspirou fundo.
— Aceito o café.
Flashback off
Já que é sexta, as crianças estão mais agitadas possíveis. Também pelo fato de Josh ter anunciado que vai ter uma surpresa, mas Laila não queria saber. E também porque Noah chegaria logo logo.
— Papai! Cadê a surpresa?- Nick perguntou.
— Espera, vamos esperar o papai Noah chegar.- Eles bufaram mais uma vez.
Os três estavam sentados no sofá, e Josh na frente deles. Eu estava na mesa atrás, na cadeira, mesmo com raiva, Josh tinha pedido que eu ficasse porque eu também teria que ajudá-los.
Alguém bateu a porta. Josh olhou para mim como se estivesse pedindo para eu ir atender. Me levantei e fui até a porta, a abrindo e vendo Noah. Brotei um sorriso.
— Esqueci a chave.
— De novo.- Ri fraquinho, mas ele não.
Sério que os dois estão assim comigo? Jesus, o que que eu fiz de errado?
Ele apenas passou por mim, então respire fundo e fechei a porta, já ouvindo os gritos que os três pestinhas deram quando foram abraçar o Noah.
Voltei para a mesa e me sentei lá. Fingindo que não existo.
— Oi, amor.- Josh foi até ele e lhe deu um selinho.- Tudo bem? Como foi de viagem? E a cirurgia?
Noah colocou a bolsa de mão dele para baixo, ficando meio triste.
— Não conseguimos salvar o paciente. Sinto como se eu estivesse fracassado. Viajei até lá especialmente pra tirar aquele tumor e não consegui.
— Ei, não foi sua culpa. Você não sabia que isso iria acontecer, não fica triste não, tá?- Abraçou Noah, mas senti o seu olhar em mim, por cima do ombro do Noah.
Quando eles se afastaram, Josh sussurrou alguma coisa para ele:
— Vamos contar.- Ele assentiu com a cabeça, então os dois foram para frente dos pequenos.
— Bom, como vocês sabem, nós dois...
— Pula pra parte mais legal! Não quero discursos, isso só faz a gente ficar mais curioso.- Laila falou.
— Como eu estava dizendo,- A ignorou- nos praticamente nunca temos um momento de família juntos. Então tentamos aproveitar ao máximo.
— Aí, pensamos que seria muito legal fazer uma viagem!- Noah disse, os três ficaram boquiabertos e começaram a pular de alegria.
Sorri, eles eram tão bonitinhos.
— Pra onde que a gente vai?- Nick perguntou.
— Pro Havaí!- Josh falou.
— Selio? A Júlia me falo que lá tem muita plaia.- Liz se pronunciou dando pulinhos.- Eu vou quele cata conchinha!
— Tá bom, você pode.
— E quando vamos?- Laila perguntou.
— Na próxima semana de julho.- Eles ficaram quietos.
— Tá perto?- Nick perguntou. Eles ainda não sabiam os meses de cor, apenas Laila, mas ela ficava confusa com semanas.
— Tá. Só mais sete dias e vamos.
Eles ficaram comemorando, correndo pela casa inteira e dando pulos de alegria. Não sei se eles ficaram feliz por terem um momento em família ou viajar pro Havaí.
Meu sonho ir pra lá. Mas tem apenas um problema: avião.
Morro de medo de aviões, isso não é de sempre, comecei a ter medo depois dos dezoito quando aconteceu uma coisa. Mas não preciso falar disso agora.
— Any, você ouviu? A gente vai pro Havaí!!- Nick veio até mim.
— Sim! Que legal, vai nadar no mar né?- Ele assentiu com a cabeça.- Quando você for, promete que traz conchinha pra mim?
— Sim, sim eu prometo! Vou pegar as conchinhas mais bonitas que eu ver.- Sorri.
— Papais, a Any pode ir com a gente?- Laila apontou pra mim com um sorriso muito bonito no rosto.
Os dois se olharam, Nkah ficou confuso, acho que é porque ele não sabia que tínhamos feito as pazes, finalmente.
— Não sei, ainda teríamos que comprar outra passagem, alugar outro quarto pra ele, e...
— E isso não seria muito problema.- Noah cortou Josh. Depois sussurrou alguma coisa em seu ouvido, o que fez Josh assentir com a cabeça.- Se ela quiser, a gente da um jeito.
— De jeito nenhum! Não precisam pagar pra mim, é muito caro, e também eu vou arrumar um passatempo pra ficar em casa. Não se preocupem. É um momento em família de vocês, não quero atrapalhar.- Murmurei.
— Nos temos dinheiro de sobra, tá tudo bem.
Sinto que ele esta fazendo isso apenas por educação.
— Vamos, Any. Por favooooooooor!- Nick deu pulinhos na minha frente com as mãos juntas como se estivesse orando.
— Pu favo Anyyyy.
— Não sei...- Murmurei.
— Pensa e amanhã ou depois você fala pra gente.- Noah se levantou.
Josh ficou calado o tempo inteiro.
Não faço ideia se quero ir nessa viagem, mas se eu for, não vai ser só por causa das crianças...
E aí? Gostaram?
Gente Agr q fui ver cara mais de 500 votos e 3.000 leituras! Muito obrigadaaaa! Vcs são tudo, sério.
Vou tentar algum dia fazer maratona, mas por enquanto não dá kkkkk
Gostaram da live de ontem? Gnt eu amei, aquele high note da Any, a Sav tava muito linda tbm, e o Alex.... Nem tenho palavras pra descrever kkkkk
Fiz uma apresentação nova, vai lá ver e veja a bosta que ficou kkkk
Enfim, votem e comentem bastante!
Bjs e até o próximo
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