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Oito

           

— Você está legal?

Saul e eu andamos lado a lado, e nossos ombros só não se esbarraram até agora porque eu estou realmente concentrada em evitar que essa tragédia aconteça.

Quero dizer, eu não preciso de algo além daquela visão de suas costas retesadas para colocar caraminholas na minha cabeça. Mas quando ele toca no assunto da noite anterior... bem, é inevitável que eu me distraia.

Em especial por sua coragem. Isso ou algo assim.

Digo isso porque é incomum para caramba que alguém volte a falar sobre uma de minhas crises de pânico. As pessoas se sentem inseguras, constrangidas. Como se deixar o assunto de lado simplesmente fizesse com que a realidade desaparecesse.

Então, ele me pega desprevenida, sim, e eu piso em falso. É o suficiente para que nossos braços se choquem um contra o outro, o que me deixa completamente inquieta, mas o cowboy sequer parece notar.

— Sim, estou bem — sussurro e, de soslaio, aproveito para espiá-lo. — Obrigada por ontem à noite, a propósito.

— Imagina. Espero que você tenha dormido bem... — Saul também me olha com o canto dos olhos enquanto diz essas palavras e eu apenas aperto os lábios em resposta. Esse é o exato instante em que ele estende a mão em uma inesperada atitude cavalheiresca para que eu ande a sua frente.

Tudo muito esquisito, com muito barro, odor de estrume e, especialmente, uma sensação de euforia em meu estômago que eu não posso exatamente chamar de bem-vinda.

Às minhas costas, o cowboy me guia o tempo inteiro, dizendo o local exato por onde devo seguir até que avistamos uma espécie de pré-moldado.  

Mesmo antes que cheguemos ao velho estábulo, o cheiro forte de gado já começa a recender. Tão incômodo quanto o estrume no começo, mas quando finalmente alcançamos o lugar, eu já não estou prestando tanta atenção assim.  Acontece que mais uma vez Saul se adianta em estender uma das mãos, dessa vez a fim de abrir a portinhola de madeira, a qual sustenta para que eu passe primeiro.

— Ora, se não temos um cavalheiro entre nós! — espeto enquanto pressiono os olhos ao sentir o couro da minha bota italiana se afundar no barro que parece ainda mais úmido neste ponto.

— Você não é muito difícil de impressionar — retruca ele, zombeteiro, e eu preciso conter o impulso de desferir uma cotovelada em sua costela.

A julgar pela camada de músculos ao redor dela, essa certamente não seria uma ideia saudável.

— Espero que isso não tenha sido caro. — Saul faz uma careta ao apontar com a cabeça para a minha bota.

— Não — minto. De jeito nenhum vou dar a ele o gostinho de se divertir um pouco mais às minhas custas. — Pode ficar tranquilo.

— Ah, eu estou — solta de um jeito malandro e se espreme entre mim e um monte de feno para passar a minha frente. Sinto uma comichão patética no exato segundo em que seu abdome roça em minha camiseta. 

Ah, minha nossa! Ele precisava mesmo ser tão ridiculamente atlético?

— Bernadete — diz Saul, despertando-me de meus devaneios.

— O quê? — pergunto, confusa, no que Saul escancara um sorriso em parte divertido, em parte abismado com minha distração.

— Essa é Bernadete!

Há, a poucos metros de mim, uma senhoria esguia e muito simpática, encarando-me com curiosidade.

— Ah, oi! — digo, num sobressalto, e estendo uma mão para cumprimentá-la. — Olá, muito prazer!

— O prazer é todo meu! — responde ela, sem disfarçar a empolgação. Os olhos vagam de mim para Saul e eu noto que ele enrubesce um pouquinho. Estou quase disposta a abrir a boca para explicar que não estamos perto de ser qualquer coisa parecida com seja lá o que ela estiver imaginando, quando ele se adianta:

— Mag é uma amiga de Niven! Que... que veio conhecer a fazenda.

— Ah, sim — sussurra a senhora, um tanto quanto decepcionada. — Seja bem-vinda, então.

Abro para ela um sorriso em agradecimento, e logo Saul começa a discursar sobre seu trabalho com o manejo do gado e a produção de leite. Depois ele me guia para a ponta oposta do estábulo, por um caminho estreito que acaba em uma espécie de galpão.

— E é aqui — solta ele, sem disfarçar o orgulho —, que a mágica acontece.

Nós entramos no recinto amadeirado para nos depararmos com centenas de formas de queijos em prateleiras. Saul me explica que após a pasteurização do leite, uma cultura de bactérias é acrescentada a ele para converter a lactose de sua composição em ácido láctico. Eu juro, tento não sentir nojo dessa informação, quando ele começa a falar sobre o coalho que irá transformá-lo em uma massa grossa.

É mesmo muito bonito. O cowboy, por assim dizer. É o clássico clichê de homem da fazenda, com esse abdômen absurdamente esculpido e o queixo quadrado.

Convenhamos! Era para ser um cowboy, mas não precisava ser tão bonito.

Enquanto ele mexe a boca, falando várias coisas que eu provavelmente deveria me esforçar para compreender, não paro de pensar no quanto me lembra um professor bem articulado. Um daqueles pelo qual eu provavelmente me apaixonaria.

— Então a gente separa o soro e transfere a coalhada para as formas e...

— O que foi? — pergunto quando ele se interrompe de repente.

— Está ouvindo alguma coisa do que eu estou falando?

— É claro que sim! — protesto em autodefesa. Sinto minha bochecha corar, talvez pelo flagra, talvez porque só esteja... quente? — Estou inclusive tomando nota.

— Não vejo como. — Saul cruza os braços na frente do corpo e ergue uma sobrancelha em desafio.

— Nota mental, meu caro... — retruco, admito que foi uma resposta cavada e não consigo negar a satisfação por ele ter caído como um pato. Passo por ele simulando despretensão, já que passa longe de ser do meu interesse que ele note que enrubesci. Então digo uma coisa qualquer, só para desconversar: — E então, qual é o segredo?

— Segredo?

— Sim... o que faz de vocês assim tão bons no que fazem?

— Bem, além de ser a única produtora de queijo artesanal da região?

Solto uma risada, mas ele de repente fica sério. Sério demais, e chega a passar pela minha cabeça que tenha percebido minha conversa fiada. Seu olhar é firme e ao mesmo tempo... tão... natural... que o perigo do efeito que exerce das fibras dos meus músculos me faz recuar dois ou três passos.

— O segredo está no trato dos animais.

— Deixa eu adivinhar... — pondero. — Isso graças a você?

Saul então escancara um sorriso vitorioso e estende a mão para tocar meu ombro.

— Bingo — diz, com duas batidinhas amistosas, antes de virar de costas e me deixar sozinha com os queijos.

Eu não sei exatamente o motivo da necessidade que temos de estar sempre um acima do outro, mas o fato é que ela impera entre nós.

Agora, porém, parece que alguém virou o jogo. E, para meu desprazer, não fui eu.


~~~

Oiie, gente!

Estava preocupada de não conseguir postar nesse fds... mas felizmente... estamos aqui!! <3



Como o combinado, as postagens serão feitas a cada quinze dias, até as coisas ficarem mais fáceis e eu conseguir diminuir esse intervalo.

Obrigada por compreenderem!

O próximo capítulo vem no dia 26!

Contem-me o que estão achando!

Vocês são o meu maior incentivo!


<3

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