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[Cap23] - Com elas e por elas

A internação que era para Juliet acabou sendo da Emma também, pelo menos até que a crise de nervos passasse. Lidar com a separação da mãe e entender a gravidade da cirurgia da irmãzinha estava sendo demais para minha pequena viking e a psicóloga decidiu que seria bom mantê-la em observação por vinte quatro horas.

Antonela surgiu no fim da tarde com um elefante cor de rosa de pelúcia enorme, que Juliet amou e embora não quisesse envolvê-la mais com os meus problemas, quando me perguntou do porque de Emma também estar na pediatria, acabei desabafando sobre a turbulenta visita de Lacey.

一 Eu entendo que ela esteja doente, mas isso não dava o direito dela passar por cima da sua autoridade de pai, ela devia ter esperado até você achar que as meninas estavam preparadas. 一 Antonella falou baixinho, enquanto Juliet assistia um desenho no celular na companhia de seu novo brinquedo.

一 Eu não sei o que pensar, eu... estou com pena dela e quero muito ajudá-la, mas também com muita raiva e sei que não deveria estar afinal, deve estar sendo horrível para ela tudo isso... 一 Falei chateado.

一 Não deve se sentir culpado por estar triste com que ela está fazendo você e as suas filhas passarem. Eu entendo a situação dela, mas ela nem deveria ter voltado se não quer mais ser parte da vida das meninas, é óbvio que elas iam ficar confusas. 一 ela disse colocando a mão sobre a minha e eu penso que talvez devesse ser totalmente sincero, contando sobre o que aconteceu na noite passada e de como eu estava pronto e ansioso para ter a Lacey de volta na minha vida, não só na das meninas. No entanto, eu apenas sorrio fraco e não consigo dizer mais nada 一 Vocês vão ficar bem, sabe se quiser eu posso levar a Emma dormir lá em casa um dia desses, ela pareceu gostar da Sophia e...

一 Eu acho que não é uma boa ideia, pelo menos não por enquanto 一 falei com sinceridade 一 Eu não sei como ela vai estar quando acordar, mas de qualquer forma, acho que ficar na sua casa não vai ser bom para ela nesse momento.

一 Tem razão 一 concordou 一 ela não gosta muito de mim, não é?

一 Não é por você, ela meio que estava defendendo o território. Não queria que eu me aproximasse de ninguém porque queria a Lacey de volta... Acho que é o "normal" de qualquer criança, querer ver os pais juntos.

一 Cadê a princesinha do dindo? 一 Sam soltou um grito abrindo a porta com uma caixa de boneca.一 Ops, desculpem eu não sabia que já tinha alguém aqui 一 Ele mirou Antonella 一 E o que a Emma tá fazendo aqui?

一 Oi Sam. A Emma teve uma crise nervosa, está em observação até amanhã.

一 Ela chorou, chorou, chorou 一 Juliet dramatizou a cena torcendo as mãozinhas sobre os olhos 一 Aí a enfermeira fez um pic 一 fingiu que seu dedo era uma agulha e se lançou para trás deitando na cama 一 e agora ela tá brincando de bela adormecida, mas o papai disse que ela não vai dormir cem anos não, só até amanhã de manhã.

一 Ora, tadinha 一 Samuel deu um beijo em Juliet, outro em Emma e cumprimentou Antonella.

一 Bom, eu acho que já vou indo 一 a ruiva anunciou 一 preciso pegar a Sophia na creche, pode me acompanhar até lá em baixo?

Assento com a cabeça e pedi para Sam ficar de olho nas meninas, enquanto acompanhava Antonella até a saída do hospital. Descemos pelo elevador em silêncio e quando chegamos ao pátio ela voltou-se a mim com um ar de curiosidade.

一 Eu sei que não é a melhor hora, mas você falou tanto sobre como as meninas se sentiram com essa volta repentina da sua ex, mas não falou nada sobre o que você está como isso.

一 Eu te disse, estou preocupado com ela, com a saúde dela e tudo mais, mas estou com raiva por ela achar que não precisa do nosso apoio, tanto precisaríamos dela 一 falei é a ruiva franziu o rosto.

一 Eu não estava falando sobre como se sente com a situação, mas sim em relação a Lacey. Ainda ama ela,? Acha que tem chances de voltar? Eu não quero ficar no meio disso 一 ela falou com sinceridade 一 por mais que o que está rolando entre a gente não seja nada sério, acho que seria esquisito a gente continuar se vendo, se vocês têm a intenção de voltar 一 Completou e eu tentei processar o que eu ia dizer sem muito sucesso. É claro que eu queria voltar com a Lacey, tudo era mais fácil e divertido quando criamos as meninas juntos. Mas ao mesmo tempo, eu conhecia bem demais a Lacey para saber que seria muito difícil ela mudar de ideia, se nem Emma conseguiu fazer isso, não sei quem poderia. E também havia Antonella, parada na minha frente com aquela ruguinha que surgia na testa dela toda vez que ficava nervosa ou brava. Não tínhamos uma história, mas eu me senti atraído por ela desde o instante que pus os olhos, e nem mesmo o seu mau humor contínuo e suas patadas gratuitas conseguiram desfazer aquele encanto inicial. Definitivamente, eu não queria magoá-la, muito menos cortar relações definitivamente com ela

一 Eu não vou mentir para você, eu ainda gosto muito da Lacey, nós passamos por muitas coisas juntos... e eu ainda não desisti de fazer ela parar com essa loucura de se isolar de toda a família. Mas... eu também gosto do que está rolando entre a gente, e eu não tô falando só do sexo, não que o sexo não tenha sido bom foi ótimo 一 falei enrubescido, com a minha total falta de controle sobre o que saia pela minha boca 一 o que eu quero dizer é que, você é uma mulher incrível, inteligente e é rabugenta mas de um jeito fofo e engraçado, e eu gosto muito de estar com você, gosto das nossas conversas madrugada a fora e de como a gente consegue entender os problemas e cotidiano um do outro. E eu acho que não estou pronto para perder isso, mas eu vou entender se não quiser mais me ver ou falar comigo...一 Falei e ela deu um sorriso fraco.

一 Você tá passando por muita coisa, vamos deixar para pensar nisso depois que as coisas estiverem mais calmas, até lá, eu estou aqui pro que precisar viu? 一 ela me disse me dando um beijo rápido nos meus lábios 一 Me mantenha informada sobre as meninas e se cuida 一 disse quando avistou o táxi estacionar a nossa frente.

Voltei para o quarto e Samuel ajudava Juliet a trocar a fralda da tal boneca,

一 Viu o meu presente papai, é a boneca mais bonita do mundo inteirinho! 一 ela disse empolgada com o novo brinquedo.

Emprestei meu celular para distraí-la e fui com o Sam para a sacada, falamos um pouco sobre o incidente com Emma e ele concordou em ficar com ela por uns dias, porque eu simplesmente confiava muito mais nele e no integrante da Asfarc reabilitado vulgo Miguel, para estarem com ela nesse momento difícil do que na minha mãe. Não que eu duvidasse só amor da Susan pela Emma, mas minha mãe era uma verdadeiro desastre quando o assunto era sentimentos, sem falar que agora ela considerava Lacey um peso pra nossa família carregar. Deixar a Emma naquele que estado de nervos com ela, estava totalmente fora de cogitação. Me renderia uma briga feia com a minha mãe, mas eu tinha que pensar no melhor para Emma naquele momento.

Antes da noite cair recebemos a visita de Derek e Vick, não contei sobre a doença de Lacey, afinal, não era direito meu sair espalhando essa história para todo o mundo. Principalmente porque ela fez questão de manter em segredo por todos esses meses. Juliet ganhou mais um brinquedo, desta vez um jogo de tabuleiro, que se tornou na hora "o melhor jogo do mundo".

As nove, Juliet já dormia agarrada a irmã e eu exausto porém insone, pensando na reação da Emma, nos exames da Juliet, Lacey e minha mãe as quais eu vinha ignorando as chamadas. Por momentos até imaginei se Amber pensava na Juliet, se estava preocupada com a cirurgia ou se para ela já não fazia a menor diferença. Pensei na Carol, e em como Emma estaria mais equilibrada se tivesse tido a chance de crescer sentindo o amor dela. Eu pedi a ajuda dela em meus pensamentos, ou oração como queira chamar.

Já eram quatro da manhã e eu oscilava entre pensamentos, passado, futuro, às vezes um choro baixo para evitar de acordar às meninas. Eu odiava me sentir impotente, odiava saber que amanhã teria que deixar Emma aos cuidados de outros para poder ficar com Juliet no pré operatório, odiava o fato de não poder tomar a dor é os desafios delas para mim. Respirei fundo e, conferi as meninas que dormiam profundamente, fui até o jardim externo fumar um cigarro. Sentei-me num banco de madeira e deixei a nicotina preencher meus pulmões, torcendo para que ela pudesse acalmar a minha mente inquieta.

一 Isso vai te matar 一 ouvi claramente a voz de Carolina e senti um arrepio percorrer meu corpo, me virei rapidamente e vi uma moça com traços asiáticos em um jaleco de enfermagem.

一 Você está bem? 一 ela perguntou e eu já não ouvi mais o mesmo tom.

一 Estou 一 esfreguei a testa ainda intrigado 一 desculpa e que quando você falou comigo a primeira vez eu ouvi a voz de uma conhecida, acho que estou mais cansado do que imaginava.

一 Eu só perguntei se estava bem 一 ela disse com um olhar curioso.

一 Não, quando você disse que isso ia me matar. Mostro o cigarro entre os dedos 一 Eu juro que ouvi a voz da minha ex, ela sempre me dizia isso.

一 Eu não disse isso, na verdade vim aqui fazer exatamente o mesmo e odeio quando as pessoas ficam falando que isso vai me matar. Sou enfermeira, sei disso 一 ela falou tirando um de cigarros do bolso一 Você e o pai da garotinha com atrofia cardíaca né?

一 Sim e da surtada também 一 comentei porque vi uma enfermeira se referindo a Emma daquela maneira mais cedo.

一 Desculpe as minhas colegas, sabe é que a gente vê tanta criança doente que às vezes, achamos que as sadias não tem direito de se comportar mal ou ter um acesso de raiva. Mas eu entendo, tenho uma filha , o mundo das crianças não é tão fácil e descomplicado como gostamos de acreditar. 一 Ela disse e eu apaguei o cigarro.

一 É verdade 一 concordei 一 Vou tentar dormir um pouco 一 falei me levantando e voltando para o hospital pensativo.

Quando abri a porta, Emma estava sentada na cama no escuro, olhando para os lados confusa.

一 Oi meu amor 一falei baixinho, me aproximei e beijei a testa dela 一 Como está?

一 Com fome 一 ela respondeu com a voz cansada 一 Juliet ainda estava ferrada no sono, então vesti um casaco em Emma e fomos até uma máquina de guloseimas automáticas, deixei que ela escolhesse o que quisesse e voltamos pro quarto tentando não fazer barulho para não acordar a loirinha.

Emma começou a comer e eu não sabia exatamente o que eu deveria fazer, ou se era a hora para ela falar sobre o que estava sentindo, eu deveria insistir? Esperar o tempo dela mesma? Bom ela estava comendo e isso era bom, não era?

一 Filha sobre o que aconteceu hoje...一 Decido conversar.

一 Desculpa ter quebrado aquelas coisas 一 ela interrompeu com os olhos castanhos cheios de culpa 一 Eu precisava quebrar as coisas papai, tinha uma coisa aqui me amassando 一 ela falou colocando a mãozinha sobre o peito.

一 Eu entendi filha. Sabe às vezes o papai também sente vontade de quebrar coisas e cá entre nós o mundo seria mais feliz se a gente pudesse quebrar alguma coisa quando estamos com raiva,... Mas não é assim que funciona, até porque o papai é pobre e se você sair por aí quebrando tudo, vamos acabar morando embaixo da ponte.一 falei e ela deu um risinho tímido e depois voltou a ficar séria.

一Eu não sou uma boa menina 一 ela disse largando o pacote de biscoitos sobre a mesinha 一 por isso que a mamãe não me quer mais.

一 Você é uma garotinha maravilhosa meu amor, e a Lacey ama muito você. Mas o mundo dos adultos é complicado demais. Ela não pode mais ficar com a gente como antes, pelo menos por enquanto, mas ela ainda nos ama muito e podemos ter ela nas nossas vidas de outro jeito 一 falei tentando convencer a mim mesmo.

一 Mas, ela não quer mais ser a minha mamãe?

一 Ela ainda quer e ela vai ser a sua mamãe para sempre, só que ela não pode mais ficar com a gente. Como a mamãe Carol.

一 A mamãe Carol tá no Céu e eu sei muito bem que a gente não pode ir morar no Céu com ela sem ante oh 一 ela falou fingindo cortar a própria garganta e logo fechou os olhos e colocou a língua para fora, retratando a morte como nos desenhos animados 一 Ela não quer mais a gente papai e eu não posso querer alguém que não me quer 一 Ela deu os ombros. Sinceramente eu ia adorar ouvir aquilo da boca dela se ela fosse uma adolescente depois da sua primeira desilusão amorosa, mas ela ainda ia completar sete anos e por mais prodígio que fosse, percebi que mais uma vez ela estava reprimindo o que sentia. Vinha fazendo isso a meses quando não se permitiu sofrer pela falta da Lacey por acreditar fielmente que ela voltaria e estava pronta para fazer de novo fingindo que não se importava mais com a mãe. Eu sabia bem no que aquilo ia dar, mas como eu podia ajudar a minha filha a lidar com sentimentos se havia passado anos da minha vida anestesiando os meus para não lidar com eles? E de certa forma continua fazendo, não de forma tão destrutiva como na adolescência mas eu ainda não era capaz de lidar com eles sem influência externa. Eu recorria ao cigarro toda a vez que ficava nervoso, e às vezes alguns goles de uísque, mesmo que de forma controlada eu sabia que na maioria das vezes não bebia pelo prazer da bebida, mas sim para ficar mais fácil dormir, mais fácil de lidar com os problemas cotidianos. Vivia fugindo das reuniões de família e até mesmo do Derek nos últimos tempos, simplesmente porquê não conseguia lidar com a dor de ter que encarar a mágoa que eu carregava da Clhoe e mesmo sem querer do próprio Derek por ela ter escolhido a ele e não a mim. Por ele se dar ao luxo de estar acabando com um casamento feliz, uma vida plena e cheia de amor que eu buscava e falhava incessantemente.

Me senti totalmente inútil vendo o rostinho entristecido da minha pequena que precisava desesperadamente que alguém a guiasse por um caminho que eu ainda não sabia andar.

一 Vem cá 一 a puxei para meu colo e beijei o topo da sua cabeça.

一 Acha que ela iria embora se ela tivesse um bebezinho dela de verdade? 一 Ela perguntou com a voz baixa e eu fiquei sem resposta 一 Acho que ela ficaria, ou levaria ele com ela 一 completou.

一 Filha... 一 queria ter uma resposta, mas não tinha, afinal, por mais que Lacey amasse as meninas, a insistência dela em ter um filho dela no nosso último ano junto, me fazia pensar se ela teria a mesma atitude se houvesse uma criança a qual ela também fosse totalmente responsável. 一 Que tal fazermos um pacto secreto 一 falei baixinho.

一 Quem vamos matar? A Lacey? 一 Ela perguntou intrigada 一 Papai eu estou zangada, mas acho que uma surra tá de bom tamanho, não precisamos matar ela. Deixa pros leões quando ela voltar para África e pras novas filhinhas magrelas que ela tem lá.

一 Não vamos matar ninguém tá? Nem dar surras. E eu acho que você precisa mesmo de um psicólogo, mas voltando ao assunto, o papai também está muito triste com tudo isso. E tudo bem, nós podemos ficar tristes e chorar e querer quebrar coisas e tudo bem! Que acha de quando a maninha melhorar fazermos uma coisa juntos? Só nós dois?

一 Só nós dois?!一 falou empolgada 一 Sem a Juliet?!

一 Sim só nós dois! Eu sei que você e a Lacey faziam muitas coisas juntas e é sempre ficava mais com a Juliet, e que às vezes eu mimo ela mais do que a você, mas você entende que o papai ama vocês duas do mesmo jeito não é? E eu quero estar e fazer coisas com você também, o que quer fazer?

一 Eu não sei 一 Ela falou colocando a mãozinha sobre o queixo pensativa 一 nunca foi só nós dois, eu era da mamãe e você da Juliet.

一 Não filha, não era assim, talvez parecesse porquê eu tava sempre no hospital ou levando ela nos médicos ou ficando com ela em casa enquanto vocês saiam porque ela não podia sair e eu não queria que você e a Lacey tivessem que ficar trancadas também, mas vocês duas são minhas e eu sou de vocês. Tá bom? E antes do papai namorar a Lacey era só nos dois, você não lembra porque era bebezinha, mas a gente se divertia pra caramba!

一O que a gente fazia, papai?

一 Muitas coisas, íamos em lojas de departamentos, andávamos de metrô todos os dias, você foi pro trabalho comigo muitas vezes, pulávamos de big jumping, descíamos cataratas num bote, assistimos Peppa pig um bilhão de vezes, comíamos brócolis dando risada, esquiamos, mergulhamos, nossa fizemos muita coisa juntos.

一 Mentira, eu jamais comeria brócolis rindo 一 Ela falou soltando uma risada gostosa.

一 Tá chamando o papai de mentiroso é?

一 Acho que está exagerando nos fatos senhor Johnson 一 Ela disse com aquele ar de mini advogada que ela gostava de fazer.一 E acho que sei o que eu quero fazer com você 一 Ela fez uma pausa 一 patinar, eu gosto muito de patinar, mas a mamãe Lacey não deixava pq ela dizia que eu era muito pequena e ia me quebrar toda.

一 As mães não sabia de nada, se vc quer patinar, vamos aprender a patinar, e Zé quebrarmos alguma coisa... Vamos ter um gesso maneiro pros colegas assinarem.

一 As crianças não fazem mais isso papai, é coisa de gente velha 一 Ela revirou os olhos.

一 Ah você vai ver gente velha 一 falei e comecei a fazer cócegas em suas costelas e ela foi na risada 一 Cadê o velho? Ahn? Cadê o velho? 一 perguntei ouvindo aquele som gostosos da risada dela preencher o vazio do meu peito. Demorou segundos para a algazarra acordar Juliet que esfregou os olhos e imediatamente levantou da cama e se pendurou no meu pescoço.

一 Eu segurei o monstro da cosquinha Emma, agora faz cócegas nele! 一 Ela gritou a irmã.

一 Isso é um levante é? Ah vocês vão ver... 一 Falei soltando os bracinhos dela e vendo Emma escapulir para debaixo de uma das camas dando gargalhadas altas. Corri pelo quarto atrás delas, enquanto elas fugiam com gritinhos agudos e risos, passando por baixo e saltando por cima das camas, lançando travesseiros e bichos de pelúcia contra mim. A bagunça só acabou quando uma enfermeira apareceu na porta com cara de poucos amigos nos mandando fazer silêncio. Deitamos os três na cama auxiliar e assistimos Frozen pela quinquilho enésima vez até que finalmente peguei no sono.

Acordei por volta das nove quando trouxeram o café para Emma, que também seria a última refeição de Juliet pois entraria em jejum absoluto para a cirurgia.

Dei café a elas e uma enfermeira veio buscar Emma para conversar com a doutora Hernandes, um pouco antes de minha mãe entrar pela porta irritada pela falta de notícias e pelas atendentes do hospital a impedirem de entrar antes do horário de visita.

Levamos Juliet a sala de jogos e conversei com minha mãe, como eu imaginei, ela ficou furiosa com Lacey pelo surto da Emma. Culpou-a pelos possíveis traumas das meninas e tentou me convencer a cortar totalmente as relações com ela. Não estava a fim de discutir, e para evitar outro transtorno ao revelar que Sam viria buscar Emma assim que a médica a liberasse, disse que precisava dela comigo para quando Juliet fosse encaminhada ao centro cirúrgico.

一 Filho... Eu queria te dizer que tudo vai ficar bem, mas temos que estar preparados para tudo e é claro que eu vou ficar com você 一 Ela disse segurando minha mão.

一 Ah mãe, eu tive que assinar um papel que diz que eu autorizo que façam um procedimento que pode matá-la, eu sei bem o que pode acontecer, mas eu nunca vou estar preparado para perder alguém que eu amo. 一 falei baixinho sentindo um nó trancar a minha garganta 一 Será que da para fingir que você não é realista só um pouquinho? 一 pedi sentindo meus olhos arderem ao ver Juliet a alguns passos brincando serena com blocos de montar.

一 Vem cá 一 Susan me enredou num abraço apertado 一 Vai dar tudo certo, meu bem. Ela é forte e vai estar nas mãos da melhor equipe médica que o dinheiro pode comprar, viu perder boa parte dos seus aniversários em viagens de negócios finalmente vão valer para alguma coisa 一 disse com um leve sorriso 一 Eu amo você e amo as meninas, eu sei que pareço fria as vezes, mas vocês são tudo para mim.

一 Só nós? 一 perguntei sabendo que a empresa era como uma filha para ela e ela revirou os olhos.

一 Okay, vocês e a Johnson's, você tinha que estragar o momento fofo 一 Ela me deu um soquinho no ombro 一 Vai dar tudo certo 一 disse segurando meu rosto entre suas mãos e encostando a sua testa a minha 一 Ela pode ter nascido em Roma, mas é Canadense e somos um povo bem teimoso.

Emma saiu da consulta com uma prescrição médica para terapia duas vezes por semana, fiquei brincando com elas na sala de jogos até que Sam apareceu para buscá-la com Miguel pela mão.

一 Você não parece doente 一 ele disse ao ver Juliet.

一 Eu não estou, só vou ter que trocar uma peça por uma melhor, né papai?一 Ela fala com naturalidade e despreocupação.

Nós despedimos e Emma deu um monte de beijos na irmã antes de deixar o hospital. Minha mãe voltou para o hotel tomar um banho e voltaria mais tarde quando estivesse mais próximo da cirurgia. Depois das duas da tarde começou a ansiedade, Juliet estava faminta, e eu cada vez mais nervoso. Tentei distraí-la com jogos, desenhos, mas o estômago dela roncando cada vez mais alto não deixava ela esquecer da fome, foi quando ela começou a chorar.

一 Por favor papai só um biscoito 一 Ela dizia num pranto dolorido que já durava mais de meia hora 一 chamei a enfermeira e antes que chegasse ao quarto a interceptei no corredor. Perguntei se não havia como dar alguma coisa leve, um biscoito, uma gelatina, qualquer coisa para enganar o estômago pelas próximas horas e ela disse categoricamente que não. Juliet ficaria anestesiada por diversas horas e ter algo no estômago poderia aumentar os riscos da cirurgia.

De maneira nenhuma eu queria aumentar os riscos, então apenas concordei com a cabeça e me voltei ao corredor de onde avistei Greyson postado a frente a porta do quarto acompanhado da namorada e de um homem de terno cinza.

Apressei o passo é o impedi de bater na porta.

一 O que você tá fazendo aqui?! 一 Questionou já irritado e ele voltou o olhar para o homem de terno cinza que tomou a frente.

一 Esta é uma liminar concedida pela justiça de Roma que autoriza o senhor Greyson Miller a visitar e acompanhar a menor até que o processo de reconhecimento de paternidade seja finalizado e ele possa pedir judicialmente que seus direitos como pai biológico da menina sejam garantidos. 一 falou me estendendo alguns papéis que eu peguei com força.

一 Isso é ridículo, que juiz concederia direitos a um estranho de entrar em contato com uma criança? 一 falei correndo os olhos pelo papel.

一 Um juiz que viu um teste de DNA. 一 A namorada completou e eu a olhei intrigado 一 No dia que fomos ao bar, pegamos um chiclete que ela mascou, material descartado, que pode ser usado sem a sua autorização e embora não sirva para provar judicialmente, serviu para convencer o juiz de que o Greyson deve sim acompanhar a filha pela qual ele está lutando nesse momento difícil. 一 Completou ela com agressividade.

一 Isso só pode ser brincadeira! Cadê a Porta do segurança para tirar vocês daqui?! 一 Gritei irritado.

一 Noah, olha eu não quero confusão. Só quero ver a minha filha, ela é minha eu sei que é difícil para você mas é a verdade, pode ler 一 Greyson falou me alcançando uma pastinha de laboratório. Eu a peguei com força da mão dele é rasgei-a ao meio logo em seguida.

一 Dane-se o que diz aí e foda-se essa liminar, ninguém vai me dizer se sou o não o pai da minha filha e juiz nenhum tem direito de te conceder uma liminar por conta de um exame não autorizado, eu vou ligar agora para minha advogada e ela derruba essa porcaria em dois minutos! 一 Gritei chamando a atenção da enfermeira que me mandou fazer silêncio.

一 Eu só fiz isso porque eu estava desesperado, porra Noah você sabe que ela pode morrer e eu posso nem ter a chance de ouvir ela me chamar de pai.

一 Porque você não é o pai dela porra! 一 Gritei irritado sentindo meu peito disparar 一 No máximo, um doador de esperma, e isso não te dá direito nenhum sobre ela, agora cai fora daqui! Eu te dei uma chance cara, te deixei se aproximar dela e o que você fez? Usou essa oportunidade para me sacanear? Para sacanear o cara que tá criando com todo amor a "sua filha" 一 falei em tom irônico.

一Noah, escuta eu não quero briga eu só quero ver a Juliet, se coloca no meu lugar cara. Eu sei que eu agi muito mal com a Amber e talvez, tenha sido minha culpa ter demorado tanto tempo para saber que eu era pai de uma garotinha, mas eu mudei, eu quero recuperar o tempo perdido. Não quero tomar o seu lugar eu só quero ter o meu lugar na vida dela. 一 ele falou em tom de súplica e eu vi a porta se abrir e a loirinha colocar o rostinho rechouchudo na fresta da porta.

....

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