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[Cap12] O pai que ela precisa - Pt II

O pai que ela precisa - Pt II

Na segunda deixei Juliet na escola e levei Emma a um laboratório de análises. Parte de mim, estava sentindo-se culpado por envolvê-la nisso, mas saber que aquilo poderia me livrar de uma vez por todas do tal Greyson, fazia valer a pena.

一 Se te perguntarem o seu nome, o que você diz? 一 repasso com ela as instruções no estacionamento.

一 Que meu nome é Juliet 一 ela diz com um sorriso 一  Mas papai você vive dizendo que mentir é feio.

一 Eu sei querida, mas não é mentira, é só uma brincadeira certo? 一 falei e ela semicerrou os olhos e fez uma cara de descrente, porque eu não podia ter uma criança burrinha que acredita em qualquer coisa como a maioria? 一 Filha, eu não posso te explicar agora, mas é importante pro papai que você finja ser a Juliet só hoje 一 pedi olhando nos olhos dela 一 você pode? 一 perguntei e ela afirmou com a cabeça e Nate revirou os olhos.

Adentramos na clínica e preenchi toda a papelada, Nate e assinou como testemunha, e com um cotonete, a enfermeira retirou amostras genéticas da minha bochecha e depois da de Emma. Por sorte não insistiram em pedir documento com foto quando disse que só tinha a certidão de nascimento, paguei pelo teste e tudo correu como o previsto. Saímos de lá e levei a Emma tomar um sorvete como o combinado.

一 Sabe que se ele pedir um exame pelo governo, não vai conseguir fazer isso.

一 Ele não vai pedir, quando o teste dizer que eu sou o pai da Juliet.

一 Ele pode não acreditar. E você não vai poder usar o exame para contestá-lo judicialmente porque se souberem o que você vez, 一 ele baixou o tom 一 vai acabar sendo processado ou até preso.

一 Ele não quer ser pai, só quer, uma filha para dizer que os soldadinhos dele não são tão inúteis como todos pensam. Quando ele ver que tá errado, ele vai desistir.

一 Do que estão falando? 一 Emma levantou o olhar desconfiada.一 Tá acontecendo alguma coisa?

一 Não meu amor, não está acontecendo nada.

一 Me deu sorvete antes do almoço, está acontecendo sim!

一 Não é nada que precise se preocupar, toma o sorvete que tenho que te levar para escola antes do almoço.

一 Vai me levar de volta pra escola? 一 Ela perguntou decepcionada e eu assenti positivamente com a cabeça 一 Estava bom demais para ser verdade.

Depois de deixar minha primogênita na escola, segui para o trabalho um pouco mais aliviado, em três ou quatro dias teria o resultado do exame para esfregar na cara do Greyson e isso o despacharia de volta ao Canadá. E eu, só teria de me preocupar com a cirurgia e os problemas cotidianos novamente. Tentei focar no trabalho e conversei com meu chefe sobre a possibilidade de tirar minha férias antecipadas, quando Juliet fosse operar, ele se mostrou muito empático com a situação e me ofereceu todo o apoio que estivesse ao seu alcance. Novamente vi a cara de luto que eu encarei nos primeiro ano da vida da minha caçula. A maioria das pessoas não está acostumada a lidar com situações assim e nem deveriam, afinal, uma criança tão pequena, passando por tamanhas dificuldades nunca deve ser visto como algo corriqueiro. Mas mesmo assim é difícil pros pais ter de encarar dia após dia, aquele olhar de desesperança nos olhos das pessoas. Ou pior, das histórias escabrosas do “filho do amigo do primo” que teve isso e morreu. Por favor, nunca, mas nunca, nunca mesmo traga esse tipo de peso para vida de alguém que está passando pelo perigo eminente de perder o que lhe é mais precioso.

Naquela noite me peguei indo ao quarto das meninas, me deitando na cama da Juliet e a enredando nos meus braços. Beijei os seus cabelos loiros e fiquei alí acordado por horas apenas sentindo o cheiro dela, decorando cada traço de seu rostinho sereno, cada curvinha dos dedinhos rechonchudos das pequenas mãos. Emma acordou e logo pulou para cama também sem falar nada de encaixou com um sorrisinho e adormeceu logo em seguida. Queria poder parar o tempo naquele instante.

***

Na quarta, me arrumei(muito a contragosto) para tal entrevista na escola chique em que o Samuel tentava matricular o Miguel. Apesar de achar uma loucura, Samuel era meu melhor amigo e eu havia perdido as contas de quantas vezes ele nos socorreu no primeiro ano turbulento da vida da Juliet. De certa forma, me sentia em dívida com ele, então lá fui eu, fingir ser algo que não era para um diretor de uma escola requintada, muito parecida com as que a minha mãe tentou me  fazer estudar e eu acabava convidado a me retirar em questão de dias.

Cheguei atrasado e Samuel já me esperava em frente a escola andando de um lado pro outro num terno bem alinhado, enquanto Miguel vestido com calça social, camisa de botões, gravata borboleta e suspensórios mexia no celular com a maior cara de tédio.

一 Cheguei 一 falei me aproximando.

一 Até que enfim, não te pedi para chegar meia hora antes para repassarmos as falas? 一 Ele arqueou a sobrancelha.

一 Não se preocupe que eu já decorei o roteiro que me mandou 一 respondi já meio irritado. 一 Eu não acredito que estou fazendo isso.

一 Obrigado tio Noah 一 Miguel envolveu minha cintura num abraço 一 Papai disse escola eu vou aprender a fazer robôs.

一 Obrigado nada moleque, quando minhas meninas terem quinze, dezesseis anos você vai ter dezoito, dezenove 一 falei e o loirinho franziu a testa sem entender 一 significa que você ainda é jovem para frequentar os mesmos lugares, mas vai ter o respeito e o medo dos moleques punheteiros da idade delas, ou seja você será meu infiltrado.

一 O que é punheteiro?

一 Não ouse explicar 一 Sam interrompeu.

一 Claro que não, isso é assunto de pai e filho, pergunta pro seu pai quando chegar em casa 一 falei dando dois tapinhas no ombro do garoto e sentindo o ódio do Samuel sobre mim.

一 Eu te odeio Noah 一 ele falou irritado.

一 Ah que ótimo, então nosso relacionamento acabou 一 digo dando meia volta e sou puxado pelo blazer pelo Miguel 一 Ah Miguel manda seu pai chamar o Edgar achei que gostasse dele. Ele é inglês pelo amor de Deus, quem melhor para ser aceito numa escola de almofadinhas 一 digo forçando para frente e ele me puxa para trás.

一 Vem, o papai quer muito que eu entre nessa escola tio Noah. E ele disse que o Edgar é gay demais  para passar na entrevista 一 enquanto me puxava de volta.

一 O seu pai quer é? 一 perguntei intrigado e encarei Samuel 一 Achei que queria fazer robótica?

一 Eu quero一 ele respondeu 一 mas não quero ter que me vestir como um idiota todo o dia.

一 Você tá uma gracinha filho, e Noah, tira esses anéis dos dedos, você tem que parecer sério esqueceu? E amarra esse cabelo direito 一 Sam me repreendeu enquanto ajeitava a gravata borboleta do Miguel.

一 Garotos da idade dele não querer parecer uma gracinha, só para constar 一 Disse e Miguel fez positivo com os dedos

Adentramos a escola que era um grande prédio de pedra ornamentado com algumas esculturas de leões em alguns pontos, onde garotos uniformizados com ternos azuis e meninas em saias pregueadas passavam por nós ordenadamente em passos rápidos. E Samuel nos dava as últimas

一 Tem certeza que ensinam robótica aqui? Tudo parece muito chato.

一 Ensinam Noah, vem é por aqui.

Samuel nos anunciou para secretária e depois de alguns minutos estávamos a frente do diretor e de sua vice, ambos de meia idade, trajando ternos com o emblema da escola.

一 Senhor Branch, sente-se por favor 一 disse a diretora.

一 Esse é meu filho Miguel e este é o… o.一 ele gaguejou.

一  Sou Noah Johnson 一 Estendi a mão com um sorriso simpático.

一 É um prazer tê-los aqui, eu vou levar o pequeno para a entrevista individual e vocês ficam aqui com o diretor Moretti. Vamos Miguel? 一 Ela o chamou e o garoto olhou desconfiado e Samuel assentiu com a cabeça e ele o seguiu.

Assim que saíram o diretor nos encarou de cima a baixo e voltou o olhar sobre os papéis em sua mesa.

一 Bom, nossa escola é um exemplo de educação há mais de trezentos anos, nossos critérios de avaliação são rigorosos, seu filho fez um teste muito bom, ele tem um QI, acima da média.

一 Ele realmente é um garoto muito inteligente, ele conserta todos os equipamentos do restaurante. Claro que boa parte deles foi ele mesmo que quebrou abrindo para ver o que tinha dentro, mas no fim ele acaba consertando, então, acho que isso é bom 一 Samuel relata nervoso.

一 Não temos dúvidas sobre as aptidões do seu filho, mas as notas dele na escola atual não são correspondentes com o que apresentou no teste. Isso geralmente acontece quando a criança não tem um ambiente familiar adequado para que desenvolva todo o potencial e a nossa escola preza muito sobre os valores da família.

一 Quando fiz a inscrição disseram que a escola buscava diversidade e que...

一 Não, senhor Branch não temos nenhum tipo de preconceito com a estrutura familiar de nossos alunos, mas...

一 Mentira 一 interrompi fingindo um espirro 一 desculpa essas mudanças de tempo 一 falei ao diretor.

一 Como eu ia dizendo se seu filho não corresponde às expectativas, não sei se a Chilton School seja o melhor lugar para ele. Talvez acabe se sentindo deslocado.

一 Ele tem um ótimo ambiente familiar, talvez eu não cobre dele tanto quanto deveria, eu tenho um restaurante que toma boa parte do meu tempo e ele acaba fazendo a lição de casa nas mesas de lá na maioria das vezes e.. mas eu posso me organizar, ele quer muito entrar nessa escola e se derem uma chance para ele….

一 Certo, pode me contar um pouco sobre a mãe do Miguel? A vida familiar de vocês.

一 Eu tive uma relação bem breve com a mãe dele, ela ficou com ele até ele ter um pouco mais de três anos e depois ele veio morar comigo, a mãe dele mora em Napoli, eles não tem muita relação, mas ela costuma pegar ele nas férias e manda presentes.一 Samuel fala hesitante.

一 E como ele se sente com relação ao Noah? 一 O diretor perguntou e eu me ajeitei na cadeira.

一 Eles sempre se deram muito bem.一 Samuel mentiu e eu revirei os olhos.

一 Quer dizer algo senhor Johnson? Aqui na sua ficha diz que é engenheiro, mas eu tenho quase certeza que já vi você em algum lugar….

一 Eu faço comédia, shows de stand up. Sou quase famoso por isso 一 falei e levei um cutucão do Samuel e um olhar de desprezo do diretor.

一 Ah… conta piadas… E sobre sua relação com o Miguel?一 o diretor questionou.

一 O meu começo com o Miguel não foi fácil, ele grudou chiclete no meu cabelo, me trancou no armário, me derrubou numa piscina no meio do shopping. Não foi nada fácil, e ainda não é, e ele é lindo, loiro de olhos azuis e eu tenho duas filhas que adoram ele, então, acho que isso vai ser um problema no futuro, mas esse é o garoto mais inteligente e criativo  que eu conheço e a sua escola estaria perdendo muito se não o aceitar 一 falei e o diretor nos encarou novamente.

一 Bem, com certeza o Miguel parece um garoto especial, mas como eu disse nossa escola trabalha com um certo padrão comportamental que seu filho e sua família parecem não se encaixar, sem falar nos custos, seu restaurante tem uma clientela bem “popular” 一 ele enfatizou a última palavra 一 pelo que percebi e não é o tipo de socialização nem poder aquisitivo que nossos alunos estão acostumados, talvez o melhor pro Miguel seja continuar na escola onde está.

一 Vocês nem deram uma chance para ele 一 interrompi irritado com a conversa 一 Fala sério, só marcaram essa entrevista para não passarem como homofóbicos preconceituosos, mas o Miguel perdeu a vaga no momento que o meu amigo aqui, assinalou que namorava um cara e que não era rico o suficiente para que a sua conta bancária o tornasse um custo benefício aceitável para essa escola.

一 Noah, por favor… 一 Sam me segurou.

一 Senhor Johnson nossa escola é um exemplo na aceitação da diversidade, mas precisamos manter...

一 Aceitação da diversidade? Que diversidade? Só vi crianças brancas e ricas aqui, vestidas como num campo de concentração de experiências científicas. Quer saber, não somos namorados ou sei lá o que ele disse que éramos, Samuel não trouxe o namorado dele porque sabia que jamais aceitariam um garoto que o pai namora com um dançarino, e achou que talvez um engenheiro causasse melhor impressão, mas já tinha um não na ficha antes mesmo de entrarmos aqui 一 falei me levantando.

一 Noah!  一 Sam me repreendeu.

一Samuel, olha sabe que não tem nada que eu não faria por você ou pelo Miguel, mas sinceramente, você não quer o nosso garoto nessa escola, sendo podado e encaixotado no meio dessa gente falsa. Sei que a escola pública não tem sido fácil para ele, e sei que você não tá nem aí para robótica, mas quer ele aqui porque acha que vai ser mais fácil pra ele estar numa escola onde os colegas não façam piadas com o fato do pai dele ser o que é e não ter vergonha disso. Mas sabe de uma coisa? Você tá criando um garoto forte e não precisa “facilitar” nada porque ele tem orgulho de você.  Então acredite em mim, não quer ele numa escola onde ele vai ter que mentir sobre o pai incrível que ele tem para entrar, em troca de uma falsa aceitação. 一 Falei e os dois me encararam, Samuel bufou e saiu pela porta decepcionado e eu fui atrás dele.

一  Sam, espera….一 o segui através da porta até o largo corredor.

一 Ele queria entrar para essa escola, Noah. Eu quero o melhor para ele, quero que ele tenha oportunidades que eu não tive, essa escola ia trazer isso.

一 Acho que você queria mais que ele. Eu também quero o melhor pras minhas filhas e sério não me importo de ter que sair fora das regras para isso, sei que se preocupa com o que as pessoas falam, que conforme ele cresce tá ficando mais difícil e que morre de medo que ele sinta de vergonha de você, mas ele não tem motivos para isso, mas vai ter se você começar a ter vergonha do  seu namorado gay porque ele é “gay demais”.一 Falei e ele parou como se refletisse.

一 Ah… Droga… Você tem razão. 一 sentou-se no banco ao lado do corredor 一 Sabe a última coisa que meu pai me disse é que tinha vergonha de mim, eu não quero que o meu filho tenha vergonha de mim também.

一 E ele não tem, porque você é um bom pai e o Edgar é um bom para vocês, Miguel adora ele.

一 É eles se dão bem, mesmo. Miguel nunca tentou botar fogo nele. 一 disse com um sorriso brincalhão.

一 Anda, vamos tirar o nosso garoto daqui antes que façam uma lavagem cerebral nele 一 falei o puxando do banco 一 E essa foi a primeira e ultima vez que finjo ser seu namorado.

一 Com certeza, jamais namoraria um muro puxado feito você.

一 Tatuagens são legais.

一 Me diga daqui há trinta anos quando sua pele estiver enrugada e tudo parecer borrões amassados. 一 ele retrucou.

Chegamos na sala onde Miguel estava sendo entrevistado, o garoto está sentado numa cadeira, com uns quatro professores uniformizados a frente dele com cara de apavorado. Sam adentrou a sala pegou o moleque e colocou sobre o ombro e disse em alto e bom tom que o filho dele era bom demais para aquela escola, deixando os professores confusos e Miguel mais ainda.

一 olhei pro corredor cheio de armários e o chão escorregadio e não resisti a sair correndo por ele e deslizar de joelhos como um astro do rock, Miguel prontamente me imitou e Sam revirou os olhos dizendo que não tive infância, mas bastou insistir um pouco para ele também tentar, no exato momento que o diretor surgiu no corredor, o que nos fez sair correndo fazendo algazarra pro outro lado até o estacionamento.

Me despedi dos dois e segui pro meu dia de trabalho, que passou tranquilamente até receber uma ligação da escola falando que Juliet e Emma se envolveram numa briga. Dirigi até a escola e encontrei as duas descabeladas, sujas e com pedaços de folhas nos cabelos.

Me abaixei na frente delas e conferir se estavam feridas, tinham alguns arranhões e esfolados mas pareciam bem.

一 O que aconteceu? 一 Perguntei encarando Emma, afinal ela era briguenta desde que nasceu.

一 Uma garota estava incomodando e eu bati nela 一ela falou 一 só que ela tinha amigos.

一  Emma!

一 Eu sei eu errei devia ter batido mais forte nela ai as outras iam ficar com medo e não entrariam na briga 一 ela falou e eu arregalei os olhos.

一 Não era isso que eu ia dizer 一 falei e fui chamado a diretoria.

Entrei na sala do diretor e elas ficaram esperando no banco de fora, para minha surpresa quem havia começado a briga era a Juliet e não a Emma, por não querer deixar as outras meninas subirem no playground que ela  intitulou como sendo seu castelo. Acontece que todo o tirano uma hora ou outra tem sua queda, e as outras meninas partiram para cima dela e Emma entrou na briga para defender a irmã. Nisso acabou machucando de verdade uma das meninas com uma pedra e estava prestes a ser expulsa da escola.

一 Não podem expulsar uma menina de nem sete anos diretor da escola! 一 falei irritado.

一 Não vamos expulsá-la estamos a convidando a se retirar, o senhor tem algumas semanas para achar um novo colégio se não fizer isso vamos a expulsar, o que não vai ser bom para o currículo dela 一 falou imperativo

一 Ela só estava defendendo a irmã doente!

一 Senhor Johnson não é a primeira vez que a Emma mostra agressividade extrema, estamos acostumados com crianças brigando o tempo todo, mas a Emma é extremamente agressiva quando fica nervosa, ela acaba machucando de verdade os colegas. Ela briga como se fosse uma viking lutando por sobrevivência 一 Ele disse e eu tive que segurar o riso pelo fato de minha pequena ter recebido esse apelido já no primeiro dia de vida.

一Olha eu vou procurar ajuda, uma terapia, sei lá, não podem expulsá-la.

一 Encontre outra escola senhor Johnson. Podemos ficar com a Juliet, talvez o distanciamento faça bem para elas, já que boa parte das brigas da Emma, são causadas direta ou indiretamente pela ânsia que ela tem de defender a irmã. 一 Ela disse e não sabia se ficava bravo ou orgulhoso da Emma estar sendo gentilmente expulsa do colégio 一 Senhor Johnson tem que pensar no melhor para sua filha, a mãe da menina queria abrir um processo, por sirte a terapeuta da escola conseguiu a convencer que não, mas se isso chega ao juizado de menores, o senhor pode ter problemas.

Levei as duas para casa e lá sentei com elas e conversei sobre a não violência, embora eu não fosse o cara mais indicado para isso, afinal, minha paciência se limitava a elas e não costumava pensar duas vezes antes de meter um soco na cara de algum idiota que me tirasse do sério.

Nate chegou mais tarde e falamos sobre o que deveria ser feito para controlar a agressividade da Emma, que estava ficando cada vez pior. Ela sempre foi nervosinha, mas desde que Lacey foi embora estava bem pior, e acertar uma pedrada na cabeça da colega era a gota que faltava para que eu parasse de fingir que as coisas iam melhorar magicamente. Coloquei Juliet na cama e levei a Emma pro meu quarto, onde ela me olhou entediada já esperando outra bronca.

一 Vai me dar outra bronca?

一 Não.

一 Vai me bater?! 一Ela arregalou os olhos apavorada. Eu sempre as ameaçava com o “vocês vão ver o chinelo cantar”, mas nunca toquei um dedo nelas, mesmo assim funcionava para acalmar quando estavam muito fora dos trilhos.

一Não vou bater em você, eu jamais bateria em você ou na sua irmã. Sei que digo que vou fazer isso e que as vezes eu grito e perco a paciência, mas alguma vez eu bati em você?

一 Não.

一 Bater é errado, e eu sei que digo que vocês tem que saber se defenderem e eu acredito que tem mesmo, mas nem tudo se resolve com tapas e socos filha. Você machucou a sua coleguinha.

一 Mas ela estava machucando a Julie.

一 Devia ter chamado um adulto, mandado elas parar, não jogado pedra nelas.

一 Mas… pai… Como eu ia adivinhar que aquela cabeçuda tinha a cabeça mais mole do que a pedra? 一 ela perguntou inocentemente.

一 Eu acho que você podia ter imaginado sim. Eu vou ter que te deixar de castigo.一 Falei e ela deu os ombros sem se importar, afinal ainda nem tinha vencido o último castigo que dei 一 Você vai ficar um tempo com a vovó 一 disse e ela arregalou os olhos.

一 Tá me mandando embora de casa? Porque eu briguei na escola… 一 Vi ela encher os olhos de lágrimas.

一 Não filha não é só por isso, a sua irmã vai ter que operar, eu não vou ter tempo de cuidar de você, vai ser bom ficar com a vovó um tempo. Você adora a casa enorme dela, não adora?

一 Não papai, por favor não me manda embora de casa 一 ela se agarrou nas minhas pernas 一 Eu vou me comportar eu prometo, eu vou ser um anjinho.

一 Filha é só um tempo, só até sua irmã operar e ficar recuperada, depois o papai te busca, eu prometo.

一 Não, por favor papai 一 ela começou a chorar e se agarrar em mim 一 eu vou me comportar, por favor…

一 Querida não é culpa sua, o papai só tem medo de não dar conta, entende? Você precisa de atenção e eu não vou poder te dar, vai ser só umas semanas filha, vai adorar o Canadá.

一 Não 一 Ela implorava me pedindo colo, a peguei e a abracei forte 一 Tudo bem, o papai vai achar outro jeito tá? 一 Acabei cedendo, mesmo sem ter ideia do que faria. Nate, veio estudar e não ser babá da minha filha, Samuel mal dava conta do Miguel e Vick e Derek estavam no meio de uma crise no casamento. Eu não tinha ideia do que fazer com Emma além de a deixar um tempo com a Susan no Canadá.

Esperei ela dormir, pois ficou muito nervosa, achei que ela ia gostar da ideia de ficar um tempo com a avó. Minha mãe era sua puxa-saco oficial e as duas se davam bem e apesar de Emma ser tão rebelde quanto eu era, nela minha mãe via a rebeldia como algo bom, feminista, empoderador e não com desvios de caráter de um garoto mimado. De qualquer forma estava fora de cogitação, Emma entrou em pânico e percebi que mandá-la para lá si serviria para aumentar a sensação de abandono que ela vinha carregando há meses.

Respirei fundo e percebi que eu ainda tinha uma opção, uma opção que eu odiava ter e que eu jurei que nunca precisaria recorrer. Mas ter que engolir o orgulho fazia parte do que era ser um pai. Pedir ajuda para minha mãe biológica me causava arrepios em cada pelo do meu corpo, toda vez que olhava para ela me doía por dentro, fazia que eu me sentisse pequeno, sozinho. Uma das piores dores que um ser humano pode carregar, é saber que foi rejeitado e o pior, vendido, tratado como uma mercadoria pela pessoa que mais devia te amar no mundo. E por mais que eu tentasse bancar o adulto bem estruturado, aquilo ainda fazia minha alma sangrar. Mas ainda assim, não era pior de que imaginar que minha pequenina podia também se sentir assim, pelo meu medo egoísta de ter que encarar e pedir ajuda para Clhoe.

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