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Trinta e quatro.

— Papa! — Abrecei-o. Ele parecia estar radiante e eu sabia que tinha algo aí.

Na noite anterior ele havia me ligado, duas semanas após chegar, ele disse que queria que eu fosse vê-lo e perguntou o porque de eu não ter feito ainda. Eu estava com medo, não queria chegar lá e ele me expulsar, mesmo sabendo que ele não seria capaz disso.

— Como você está, Lud?

— Feliz por vê-lo, pai. E o senhor?

— Estou muito bem, esse tempo fora foi ótimo para mim. Até me desliguei do trabalho e peguei umas férias.

— Fico feliz por isso!

— Como estão as coisas com a Brunna?

— Estão bem.

— E os pais dela?

— Estão se adaptando.

— Jorge me ligou. Conversei com ele e Mirian, pedi para que eles entendessem o lado de vocês como eu havia entendido. Mirian disse que só não aceita o fato da traição que vocês cometeram comigo. Só que foi como eu disse para ela, se eu já superei, estou feliz e conheci alguém, por que ela estava se doendo tanto?

— Espera aí! Você disse que conheceu alguém?

— Que? — Ele fez careta.

— Renato, explique isso direito.

— Tudo bem — Ele sorriu — Estou conhecendo uma mulher aí.

— Quero nome, idade, como ela é, de onde.

— Você não acha que está curiosa demais, Oliveira?

— Não. Eu não acho. — Dei de ombros.

— O nome dela é Olívia, ela tem trinta e oito anos e é do Brasil. Já foi casada, porém não tem filhos e coincidentemente ela está se mudando pra cá.

— Como assim pra cá? — Arregalei os olhos.

— Não! Ela não está se mudando pra casa, é muito cedo pra isso estou apenas conhecendo-a.

— Ufa! Que susto. Já ia te chamar de louco.

— Mas ela parece ser uma ótima pessoa, pelo menos até agora só me mostrou seu lado bom. Ela é carinhosa, amorosa e quando soube que eu tinha uma filha ficou muito animada. Ela sempre sonhou em ser mãe, mas nunca conseguiu.

Arqueei a sobrancelha e ele riu.

— Não, eu não vou arranjar um outro filho, estou velho demais para isso.

— Até parece! — Revirei os olhos.

— Agora eu quero curtir, Lud.

— Você está certo, papa.

— E você?

— Eu o que?

— Não quer ter filhos?

— O que? — Arregalei os olhos — Você tá louco, pai? Está cedo demais para isso.

— Eu não perguntei se você queria filhos agora, eu apenas perguntei se você queria ter filhos.

— Claro que eu quero, mas não agora.

— Ainda bem que você pensa assim, não está na hora. Você precisa pelo menos terminar o seu último ano.

— Eu concordo. Inclusive, amanhã minhas aulas voltam.

— Não quero você de recuperação no seu último semestre.

— Não vou ficar, pai. Relaxe.

— Então tá bom, confio em você. — Ele beijou minha testa.

— Estou tendo vários sonhos com a mamãe.

— Eu também, filha. Ela está feliz por você assim como eu estou.

— Você me perdoou?

— E por que eu não perdoaria? Ludmilla, você é minha única filha. Na verdade, você foi a única razão para que eu continuasse vivo, Lud, se não fosse por você eu realmente não sei como estaria hoje. Quando sua mãe morreu eu perdi o chão, os sentidos eu queria morrer também. Só que quando chegamos no velório e eu estava ao lado do caixão chorando, você sentou em meu colo, me abraçou forte e disse que sempre estaria comigo e que me amava muito. Ah, Lud, aquilo foi o necessário para me renovar, foi você quem me salvou, eu jamais poderia te odiar e me afastar de você porque você está sendo feliz. Eu gostava muito da Brunna sim, mas ninguém vai conseguir me fazer sentir nem vinte e cinco por cento do que eu sentia pela sua mãe.

— Assim você me faz chorar — Eu disse limpando as lágrimas que caiam — Eu te amo e vou estar sempre com você. Papa, você é o meu herói.

— Eu também te amo minha princesa — Ele me abraçou.

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Antepenúltimo capítulo, amores.

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