💗CAPÍTULO VII💗
Capítulo Sete.
Alice queria contar toda a história ao Scott, precisava dizer a ele! Não conseguia guardar mais para si mesma, estava sendo sufocante. Sentada junto dele na mesa de jantar, ela iria contar toda a verdade.
— Eu tinha quatorze anos na época. — Começou a contar. — Sou a segunda de cinco filhos. Meu irmão mais velho, na época, tinha dezesseis e os outros são mais novos do que eu. — Foi contando alguns detalhes do seu passado.
— Como ele escolheu você? Digo, por que ele comprou você da sua família? — Scott perguntou, tomando um gole de café. Queria ficar calmo e o café ajudava.
— Meu irmão e eu estávamos em frente da casa, se é que aquilo podia ser chamado de casa. — Disse ela, se recordando da velha casa, com vidros quebrados, paredes sem rebocos, sem água ou luz. Um péssimo lugar para alguém viver. — Foi quando ele passou, fazendo poeira com o carro. Meu irmão ficou brabo e jogou uma pedra no carro. Eles pararam e os seguranças queriam bater no meu irmão. Eu pedi a eles que não o machucasse, foi quando o Klaus saiu do carro. — Contou ela e Scott conseguiu ver o pequeno corpo dela estremecer. — Ele me olhava estranho, aquilo me assustava. — Contou ela, sentindo seus olhos ardendo por conta das lágrimas. — Meus pais saíram, ouvindo o barulho. Foi então, que ele liberou meu irmão e falou que ia me levar. Eu fiquei apavorada, meu irmão ficou louco e começou a bater nos seguranças, mas é claro que não adiantou, meus pais não fizeram nada. — Disse ela chorando, ao se lembrar de como eles se importaram tão pouco em um completo estranho levar a filha deles embora.
— Eles simplesmente ficaram olhando alguém te levando embora? — Scott perguntou incrédulo.
— Meu pai no começo, ainda falou que eles não podiam me levar, mas quando o Klaus tirou do bolso do terno um maço de dinheiro e entregou a ele…
Alice não conseguiu nem mesmo terminar o que estava dizendo, ao lembrar dos seus pais, quando ela pediu para eles ajudarem e eles só ficaram olhando. Seu irmão foi o único que tentou lhe ajudar.
— Eles só ficaram olhando. Preferiram o dinheiro do que a mim! Me venderam como uma mercadoria, um objeto, algo qualquer, sem importância. Não se importaram que um homem rico estava comprando uma criança. — Disse ela, com ódio, tanto dos seus pais, quanto do Klaus que a levou a força.
Scott ouvia tudo com atenção. Não queria perder nenhum detalhe. Sua raiva era grande, mas ele não queria deixá-la mais nervosa, então, ele tentava respirar calmamente para não perder o controle.
— Ele me levou para sua casa e disse que eu seria dele. Tentei fugir muitas vezes, mas sempre era pega e apanhava. — Contou ela, em um soluço profundo de tristeza.
— Desgraçado! Filho da puta. — Scott praguejou, sem conseguir conter a raiva que transbordava do seu peito.
— Era horrível ter que me deitar com ele, ainda tenho pesadelos de quando me tocava. — Falou e Scott conseguiu enxergar a dor em seus olhos. — Eu não aguentava mais aquilo. O pai dele parecia que sentia orgulho do filho, cada vez que eu aparecia machucada. Foram anos terríveis, mas o pior deles foi quando eu fiz dezesseis anos...
— O que ele fez? — Scott perguntou, com um fio de voz, com medo da resposta.
Alice não gostava de se recordar dos seus piores momentos, mas ela queria ser sincera e iria contar tudo ao Scott.
— Eu estava grávida. — Contou ela e Scott a olhou surpreso. — Eu não sabia, até tomar uma surra, por me negar a deitar com ele. Naquela noite, ele me bateu tanto, que perdi a consciência. Fiquei duas semanas em coma e quando acordei, descobri que tinha perdido o bebê. — Alice contou a ele os piores momentos que passou em sua vida. Depois que acordou, desejou nunca ter voltado do coma.
— Desgraçado. — Scott falou, em um momento de fúria, dando um forte murro na mesa, fazendo os objetos em cima dela tremerem.
Alice se assustou, por sua ira e se afastou, com medo.
— Me desculpe. Não quis te assustar. — Disse ele, olhando ela, se afastar assustada. Scott viu em seus olhos o medo refletido.
Ele respirou fundo, tentando se acalmar, para ela poder terminar a história. Não queria que ela sentisse medo dele. Jamais iria machucá-la. Ele poderia ser tudo, mas nunca encostou em uma mulher, para machucá-la.
— Ele não me tocou mais, depois que eu voltei para a casa. Só que tudo o que aconteceu, mexeu muito comigo e eu não tinha mais vontade de nada. — Falou, erguendo seu olhar, para ver a reação dele com o que ela ia contar. — Eu tentei me matar, cortei meus pulsos. — Contou ela, tocando seus pulsos e Scott conseguiu ver os sinais, as cicatrizes que ficaram. — Uma empregada da casa me achou e me levaram para o hospital. Falaram que eu estava com depressão, me davam calmantes, me levaram a uma psicóloga…
Scott sentiu sua raiva diminuir ao ouvir que ela tentou acabar com a própria vida. Seu peito doía por suas palavras, ao saber que aquela garota tão meiga já sofreu tanto, ao ponto de desejar tirar a própria vida.
— Eu não estava depressiva, bem, eu acho que não! — Disse ela, com um meio sorriso. — Só não aguentava mais aquela vida, então eu só queria desistir! — Contou, suspirando profundamente.
— Vou te proteger, Alice. — Disse ele, passando o dedo suavemente no rosto dela, secando as lágrimas do seu rosto. — Nunca mais vai passar por isso.
Ela tocou a mão dele, sorrindo docemente, por ouvi-lo dizer que irá protegê-la.
— Em uma tarde, eles me levaram na psicóloga, eu aproveitei e fugi. Fazia dias que eu não tomava aqueles remédios que me obrigavam a tomar. Eu vomitava todos depois que me deixavam sozinha. Fui atrás do meu irmão e ele me ajudou. Me deu um pouco de dinheiro e me escondeu, mas eles sempre me encontravam, aí, eu tinha que fugir de novo. Naquele dia que me atropelou, eu estava fugindo. Eles me encontraram no apartamento em que eu estava com uma outra garota. Não tive tempo de pegar nada. — Explicou o que aconteceu quando se conheceram. — Fugi pela janela e corri o mais rápido que podia. Nunca mais voltarei para aquela casa. Se eles me pegarem, eu me mato! — Disse ela, com a certeza de suas palavras. Nunca mais queria viver aqueles momentos.
— Nunca mais vai voltar! — Scott falou, puxando-a pro seu colo. — Você ficará comigo e protegerei você, minha menina.
— Gosto quando você me chama de sua menina. — Contou ela, sorrindo para ele. — Nunca pensei que teria vontade de viver, mas com você, eu tenho esse desejo. — Disse ela, se afastando um pouquinho, olhando profundamente nos olhos dele. — O que tivemos na noite passada foi muito especial para mim.
Scott sorriu por suas palavras, ficou feliz em ouvir que ela deseja viver e se depender dele, ela será uma vida muito feliz.
— Minha menina. — Disse ele, sorrindo ainda mais, beijando os lábios dela com carinho. — Devo confessar que também foi especial pra mim. — Falou sendo sincero. — Preciso ir à boate. Uma amiga está voltando hoje. Você quer ir comigo? — Perguntou, não querendo deixá-la sozinha.
— Quero sim! — Disse ela, empolgada em sair do apartamento.
Scott já tinha pedido ao Oscar que descobrisse tudo sobre esse tal de Klaus, antes mesmo de saber a história toda, agora, era certo acabar com a vida dele! Não queria que a Alice soubesse o que ele iria fazer, para não assustá-la ou deixá-la com medo, mas os dias daquele desgraçado estavam contados.
Capítulo Oito.
Alice estava encantada com a boate. Nunca, nem em sonhos, esteve em um lugar como aquele, já que grande parte da sua vida, viveu trancada na casa do Klaus.
— Bom dia, chefe. — Erick falou, animado, ao ver o Scott com a Luna, “como todos a conheciam”.
— Bom dia, Erick . Essa é a Ali… A Luna. — Corrigiu ele, antes de terminar, não querendo contar o nome verdadeiro dela. Ainda não era a hora.
Alice olhou para o Scott e entendeu o que ele estava fazendo, não contando seu verdadeiro nome, para protegê-la.
— Bom dia. — Disse ele sorridente, cumprimentando a Luna.
— Bom dia. — Disse ela, com simpatia.
— A Hellen já chegou? — Scott perguntou, indo com a Alice até o bar.
— Já sim, ela deve estar…
— Olha se não é o homem da minha vida. — A Hellen apareceu, sorridente.
Alice olhou para aquela linda mulher, loira de corpo escultural. Um verdadeiro mulherão e não teve como não bater aquele ciúme.
— Está de volta, viva. — Scott falou e a mulher se aproximou, com os braços abertos. Scott a abraçou e Alice queria entrar no meio, afastá-lo aquela mulher. O ciúmes a corroía por dentro.
— Você me deu um baita susto. — Scott falou, se lembrando de quando o Oscar ligou contando o que tinha acontecido.
— Eu sei, mas estou de volta, firme e forte. — Disse ela, se afastando e Alice respirou aliviada, pelo fim do abraço.
— E você deve ser a famosa Luna. — Disse ela sorridente, ao olhar a pequena garota sentada no banco.
— Vejo que o Erick, já contou tudo. — Scott falou, olhando para seu segurança que deu um sorriso amarelo.
— Venha cá. — Hellen falou, se aproximando da Alice, querendo um abraço. Meio sem jeito, Alice retribui o abraço tão caloroso. — Bem vinda. Eu sou a Hellen, e a partir de agora, sua melhor amiga. — Falou, se afastando, sorrindo docemente para a Alice.
— Obrigado. — Alice agradeceu atenciosa, por seu carinho.
— Vou ter que deixar vocês, preciso treinar, fiquei um bom tempo no hospital. Passe o numero do meu celular para a Luna, precisamos combinar de fazer alguma coisa juntas. — Disse ela, para o Scott.
— Pode deixar. — Scott falou feliz em saber que a Alice estava se dando bem com a Hellen.
A Hellen trabalha a bastante tempo na boate e virou quase alguém da família, assim como o Erick e o Oscar. Scott tinha muito apreço pela Hellen, por tudo o que ela passou quando era mais jovem e ainda assim, é uma mulher forte e sorridente.
Hellen deu um último abraço na Alice, deu um beijo no rosto do Scott e saiu, dando tchau e jogando beijinho aos dois.
Aquela garota foi muito simpática, mas Alice não conseguia não sentir ciúmes daquela mulher tão linda. Aquele shorts, mostrando aquelas belas pernas, aquilo era de dar inveja até mesmo a ela.
— Só para você saber. Eu não sou fã de loiras. — Scott falou, puxando a Alice para ele, prendendo seu corpo no balcão do bar. — Não precisa ter ciúmes. — Falou ele, parecendo ouvir os pensamentos dela.
— Não estou com ciúmes! — Falou, tentando ser convincente, mas falhou miseravelmente.
— Não está? — Perguntou ele, provocando. — E eu que pensei, que se importava comigo. — Falou, fingindo estar decepcionado, magoado com ela.
— Mas eu me importo. — Alice confirmou a ele.
— Então está com ciúmes? — Perguntou, olhando para ela, dando um sorrisinho de canto.
Alice não conseguiu mentir e acabou rindo ao ver sua cara de pidão.
— Aquela garota é linda, Scott. Qualquer mulher teria ciúmes dela. — Alice falou, lembrando da Hellen, do quando ela é linda.
— Mas você não é qualquer mulher, é minha mulher! — Falou, sussurrando próximo ao ouvido dela. — Sou só seu, minha menina. — Disse ele, colando seu corpo ao dela, beijando sua boca, um beijo quente, desejoso. Mostrando-a, como estava excitado por ela.
— Scott. — Disse ela envergonhada, olhando para os lados, quando ele pegou em sua bunda e apalpou, mas o Erick já tinha saído dali fazia tempos.
Scott sorriu ao vê-la tão envergonhada, mas sua vontade por ela só aumentou vendo-a tão inocente e envergonhada.
— Vamos para o meu escritório. — Falou, pegando-a em seu colo.
Ele chegou no escritório rapidamente com a Alice em seus braços e fechou a porta, louco para tê-la novamente.
— Eu preciso ter você. — Scott sussurrou baixinho, abrindo a camisa.
— Eu também preciso de você. — Alice falou sorrindo, olhando para aquele homem maravilhoso a sua frente. Só de lembrar do que fizeram na noite passada, ela já estava pegando fogo.
— Você é muito gostosa. — Scott falou, sem conseguir desviar seus olhos do corpo dela, que estava tirando a roupa vagarosamente, torturando-o pela espera em vê-la nua.
[...]
Enquanto um momento bem quente e excitante acontecia no escritório, no palco da boate, estava bem diferente.
A Hellen chegou toda empolgada e feliz contando sobre a Luna e em como o Scott estava sorridente ao lado dela, só que a Ava não gostou nada de saber.
— Não adianta ficar com essa cara, Ava. O Scott nunca te quis e você sabe bem disso. Está na hora de partir para outra, deixar essa paixão recolhida e seguir em frente. Ele nunca será seu. — A Hellen falou, provocando sua colega e as outras meninas deram risada, sabendo que a Hellen estava falando a verdade.
— Vai se ferrar! — A Ava falou com raiva, saindo do palco, batendo os pés.
A Ava sempre quis o Scott, mas ele nunca se deixou levar. Algumas garotas da boate já tinham se deitado com ele, antes do Kaleb deixar tudo e o Scott ser o chefe. Depois disso, nunca mais misturou negócios com prazer, mas a Ava ainda tinha esperança de conquistar o Scott. Mesmo nunca tendo dormido com ele, para ela, Scott era o amor da sua vida e faria de tudo para tê-lo.
Ava saiu do palco, caminhando até os banheiros, estava muito irritada e muito brava pelas palavras da Hellen.
— Aquela idiota não pode falar assim comigo! Vou provar que ele ainda vai ser meu. Não vai ser essa qualquer, que vai tirar o Scott de mim. — Falou, entrando no banheiro.
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