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💗CAPÍTULO VI💗

Capítulo Quatro.


Pouco tempo depois, Celina surgiu nos primeiros degraus da escada, no andar de cima. Ela olhava tudo com atenção, deslumbrada com o tamanho da casa. Era tudo muito luxuoso. Os pais da Celina eram bem de vida no passado, mas a casa onde moravam, nem chegava perto de tudo aquilo que estava em frente aos seus olhos. Era de ficar de queixo caído.

Celina usava um roupão, que com seu tamanho, ficou enorme nela, mas ela envolveu o roupão bem em sua cintura e amarrou. Com os cabelos ainda molhados pelo recente banho e descalça, ela finalmente estava se sentindo bem, viva! Era bom poder pisar no chão gelado, dava a sensação de leveza e liberdade.

Na noite passada, Celina não tinha nada nos pés, enquanto estava fugindo. E não encontrou nada para calçar, mas estava muito bem e confortável. Era bom sentir o chão gelado!

— Seja bem vinda à minha casa. — Kaleb falou, enquanto observava a Celina, olhando tudo ao seu redor. Estava tão distraída que nem mesmo havia notado ele ao pé da escada, no andar debaixo.

— Isso tudo é lindo... e enorme! — Comentou ela, descendo os degraus, chegando onde o Kaleb estava esperando por ela.

— Que bom que gostou! — Kaleb comentou, por vê-la tão animada e feliz.

Queria fazer uma proposta a ela e, ver como ela estava se sentindo bem em sua casa, poderia pôr seu plano em prática.

Durante o café, Kaleb resolveu esperar para falar com ela. Queria que ela se alimentasse direito, afinal, ela estava muito magra.

— O que pretende fazer agora? — Kaleb perguntou, querendo ver se conseguiria o que estava pensando.

— Eu não sei! — Murmurou ela, tristonha. Sem saber o que será da sua vida agora. Ela não pensou nessa parte, apenas fugiu para se livrar do Jorge.

— Tenho algo em mente que poderá ajudar nós dois, mas não quero que se sinta obrigada a dizer sim. Se não quiser, é só dizer não. — Kaleb falou, meio receoso.

— E o que é? — Perguntou ela, curiosa, olhando para ele com expectativa.

Na sua mente o plano parecia ótimo, mas agora, que precisava falar, parecia loucura. Mas não custava nada tentar, então, Kaleb falou tudo de uma vez.

— Minha tia está tentando me casar de todas as maneiras e, você tem seu padrasto louco! "por pouco tempo, pensou ele". Então, eu estava pensando... — Sem conseguir terminar a frase, Kaleb, olhou para ela, tentando ver a reação dela sobre a conversa, mas ela estava calma. — Que poderíamos nos casar. — Disse ele por fim e, Celina arregalou os olhos, espantada por sua proposta.

— Eu não sei...

— Por favor, deixe-me explicar, antes que pense mal de mim. — Pediu ele, sem deixá-la terminar o que ia dizer e ela assentiu com a cabeça, afirmando que ele podia continuar. — Não tocarei em você! Seria só um casamento de aparências. Faria minha tia sair do meu pé e, em troca, te dou minha proteção. Prometo que seu padrasto nunca mais irá encostar em você. — Kaleb prometeu e realmente cumpriria sua promessa. Aquele homem nunca mais vai tocar em um fio de cabelo dela!

— Não seremos marido e mulher... você sabe... — Perguntou ela, envergonhada, em estar tendo aquela conversa.

— Não! Talvez um abraço ou algo assim, para manter as aparências perto das pessoas, principalmente minha tia, nada mais que isso. — Explicou a ela.

— O Jorge nunca mais vai chegar perto de mim? — Perguntou, olhando intensamente nos olhos dele.

— Nunca! Ele nunca mais vai chegar perto de você. — Kaleb garantiu a ela, sem desviar seu olhar, querendo mostrar a ela, que estava sendo verdadeiro.

— Então por mim, tudo bem. — Concordou ela e Kaleb ficou surpreso por ela concordar tão rápido, mas ele não ia discutir!

A verdade era que, para Celina, a proteção do Kaleb, era algo que precisava. Só em pensar em como sofreu, nas tantas noites que passou fome, ou as surras que levou a cada vez que dizia não. Fazia seu corpo estremecer. E com o Jorge lá fora, ela ainda se sentia insegura em tentar se virar sozinha. Olhando em seus pulsos, que, cortou com um pedaço de espelho, foi sua última tentativa em se livrar. Só em pensar no velho de setenta anos, o qual, o Jorge queria que ela se casasse, lhe causava arrepios. E por medo, que seu padrasto a pegue novamente, se estiver sozinha, ela aceitou! Não tinha nada a perder.

Quando Celina estava se cortando, Jorge chegou na hora impedindo-a de terminar. Decidida, ela o empurrou e aproveitou a porta aberta e, saiu correndo. Mesmo não sabendo para onde iria, ela fugiu! Só não aguentava mais aquela vida! E se chegou até ali, então, ela não iria desistir e a proposta que Kaleb acabou de fazer a ela, seria sua segurança. Para não passar mais, por aquele inferno.

— Está mesmo bem, com a minha proposta? — Kaleb perguntou, querendo ter certeza.

— Sim! Eu preciso da sua proteção e se eu posso te ajudar, farei de todo meu coração. Devo minha vida a você, Kaleb. Se o Jorge tivesse conseguido me pegar ontem… eu teria terminado o que comecei! — Disse ela, passando as mãos sobre os pulsos enfaixados.

— Ele nunca mais vai encostar num fio de cabelo seu! — Kaleb falou, com convicção.

— Eu sei! Confio em você! Por isso estou aceitando sua proposta. — Disse ela, sorrindo docemente para ele e, Kaleb sorriu, se dando conta que estava mesmo muito afetado pela presença daquela garota. Não era de sorrir daquela maneira!

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