Capítulo Cinco.


DIAS DEPOIS...


— Kaleb, você tem certeza disso? — Daiana perguntou, desconfiada.

— Tenho sim, tia! — Kaleb respondeu, convicto de sua decisão.

— Não está tentando me enganar, não é mesmo? — Perguntou ela, duvidosa. — Não está se casando com essa menina para tentar me tirar do seu pé? — Daiana perguntou, olhando nos olhos do Kaleb, tentando encontrar algo, uma insegurança, um sentimento que fosse, mas kaleb sabia bem como esconder seus sentimentos.

— Claro que não, tia! Eu gosto da Celina e ela gosta de mim. Não era isso que a senhora queria, me ver feliz e casado? — Perguntou ele, tentando desconversar, mudar de assunto. Ela estava muito desconfiada e, ele não podia deixá-la descobrir sobre sua mentira.

— Não vi nem mesmo você dar um beijo na sua noiva. Não sabia dessa garota em sua vida há uma semana atrás e, agora vai se casar? — Daiana perguntou, arrumando a gravata do sobrinho. — Só quero que seja feliz, você sabe disso! — Disse ela,  carinhosa, sendo atenciosa por gostar tanto do seu sobrinho. Era seu único parente vivo.

— Eu sei, tia! Agora vamos ou iremos chegar atrasado no meu próprio casamento. — Kaleb falou, querendo pôr um fim naquela conversa.

— Nunca! É tradição a noiva chegar atrasada, não o noivo! — Daiana comentou alegremente, por estar casando seu sobrinho. Ela tinha suas razões para não querer deixá-lo sozinho.

Os dois saíram do quarto, descendo as escadas e seguiram até o jardim, onde será a cerimônia.

O casamento não era nada muito luxuoso. Alguns sócios dos negócios do Kaleb, sua tia e, o Scott, alguém que é quase da família. Scott estudou na mesma escola que Kaleb e desde então,  são amigos e sócios. São como irmãos, Kaleb só não sabe bem como é esse sentimento, entre irmãos. Ele nunca foi muito ligado a família.

Celina não entendia muito de cerimônias, mas precisou cuidar do seu próprio casamento. Por sorte, ela teve a Graça, que trabalha a muitos anos como governanta na casa do Kaleb. Ela lhe ajudou em tudo e tinha ficado muito lindo.

Uma cerimônia simples, com arranjos de flores silvestres. Aquelas flores sempre foram suas preferidas! Em meio ao jardim, um corredor com um tapete branco, algumas cadeiras enfileiradas e, no lugar do cerimonialista, um pergolado de madeira com lindos arranjos de flores brancas. Seu vestido nada muito elegante, apesar do Kaleb insistir, Celina não queria gastar com uma coisa que iria usar apenas uma vez. Com a parte de cima rendada e algumas, poucas pérolas e, a parte de baixo em tule cor creme. Não era nada muito caro, mas não deixava de ser lindo e elegante.

Já Kaleb, não precisava de muita coisa para chamar atenção, seu belo smoking preto e uma camisa branca já eram o suficiente. Loiro, um metro e oitenta, com um físico de dar inveja, aqueles perfeitos olhos cor de mel, sem dizer naquele sorriso, de tirar suspiros.

— Você tem certeza? — Kaleb perguntou, para a Celina, segurando sua mão com carinho. Ela sorrindo docemente lhe respondeu!

— Sim!

Ela tinha certeza, nos poucos dias que passou em sua casa, foi tratada por todos com muito respeito e carinho. Não que o Kaleb tenha sido rude, nem nada do tipo, mas ele se manteve um pouco distante, mas ele disse a ela, que o casamento seria apenas de aparência. Então, ela não podia ficar chateada.

O tão esperado beijo, foi apenas um beijo de carinho, na testa da Celina. Para eles,  algo normal, mas para a Daiana, foi algo que deixou uma pulga atrás da orelha.

[...]

— Bem, minha surpresa vem agora! — Daiana falou, empolgada. Se fosse apenas fingimento aquele casamento, por ela, se tornaria real. — Reservei um quarto de hotel maravilhoso para a lua de mel de vocês. — Contou ela, olhando para ver a reação do Kaleb, mas ele se manteve ilegível.

Kaleb sabia das intenções de sua tia, mas não iria discutir com ela. Ele tinha certeza que ela estava fazendo aquilo,  apenas para descobrir se o casamento era verdadeiro, mas ele não se entregaria tão facilmente!

— Mas nós não íamos ter lua de mel. — Celina falou, assustada, nervosa, pelo rumo da história. Olhando para Kaleb, pediu por ajuda em silêncio.

— Tia. Já falamos sobre isso, eu tenho muito trabalho e...

— Nem vem com essa de trabalho! Já conversei com o Scott, que ficou encarregado de tudo. Vocês estão de lua de mel, nada mais justo em aproveitar e serão três dias apenas. O helicóptero já espera por vocês. — Disse ela, animada, enquanto o Kaleb e a Celina apenas deram um sorriso amarelo, sem saber como reagir. — E já ia me esquecendo. — Daiana continuou, chamando um dos empregados que entregou uma pequena mala de viagem a ela. — Esse é meu presente para você, Celina. — Entregou para Celina, que ficou agradecida pelo presente, mesmo sem saber o que era.

— Obrigado, senhora Daiana. — Agradeceu ela, pegando a pequena mala, olhando com expectativa e curiosidade para saber o que era seu presente.

— Me agradeça depois. — Daiana deu uma piscadela e um sorriso travesso. Se o casamento fosse apenas uma farsa, com toda certeza, por ela, se tornaria real!

Celina, não sabia ao certo o que tinha naquela pequena bolsa, mas ficou um tanto curiosa para saber, depois daquele sorriso travesso da Daiana.

— Tia, nós nem mesmo temos malas prontas. — Kaleb tentou argumentar, uma última vez. Não queria ir viajar, ainda mais naquele horário, já passava das sete da noite.

— Já está tudo pronto. Pedi para arrumarem tudo, as malas já estão no helicóptero. — Daiana falou, sem dar chance a ele de tentar arrumar outra desculpa.

Kaleb tinha que ter uma bela conversa com seus empregados quando voltar. Fizeram tudo às escondidas. Sem ter como dizer não, a única maneira, era ir na tal viagem que a dona Daiana fez às escondidas.