1: CREPÚSCULO E A MORTE DO GÊNERO VAMPIRICO
No mundo do terror exite uma coisa que gosto de chamar de "os 4 grandes". Esse termo se refere basicamente aos quatro maiores monstros das histórias de terror no geral VAMPIROS, LOBISOMENS, ZUMBIS E DEMÔNIOS [na maioria das histórias os fantasmas são chamados de "entidades diabólicas ou demoníacas" logo fantasmas e demônios são praticamente a mesma coisa].
Clássicos como Drácula de Bram Stoker, A Loba Branca De Kostopchin de Sir Gilbert Campbell e Um Lobisomem Americano em Londres (filme de 1981 da Universal) se esforçaram bastante para transformar vampiros e lobisomem em criaturas que causassem medo no coração dos homens. Até mesmo o rei do horror, Stephen King, mergulhou de cabeça nesse "movimento" com seus livros "Salém" (A hora do vampiro, aqui no Brasil) e Cycle Of The Werewolf (A hora do lobisomem) [Não me pergunte quem traduziu esses títulos].
Porém no dia 5 de outubro de 2005 a escritora americana Stephanie Meyer deu início a um atentado terrorista contra a boa literatura vampirica e licantropa que perduraria até 2 de agosto de 2008 com sua série literária Twilight (Crepúsculo).
A série de livros pode até ter chegado ao fim, mas a adaptação cinematográfica e todos as outras histórias que nascerem inspiradas em Crepúsculo transformaram dois dos "4 grandes" em motivo de piada no mundo inteiro.
Veja bem, a forma como você gasta seu tempo e seu dinheiro não é da minha conta, você é livre para gostar do que quiser, minha crítica é para quem produz isso.
Saiba que também acredito que os autores são livres para escreverem o que quiserem, mas quando você transforma uma fera movida pela necessidade de se alimentar de carne humana em um poodle castrado… aí você foi longe de mais. Quando você transforma um morto-vivo sugador de sangue humano na Tinker Bell você definitivamente foi longe demais.
O que Meyer e seus "discípulos" fizeram com os vampiros e lobisomens é imperdoável. Tenho quase certeza que você que está aí lendo esse texto agora, não se lembra quando foi a última vez que viu um filme DE TERROR com vampiros ou lobisomens lançado depois de 2008. Você provavelmente viu Diários De Um Vampiro, TeenWolf ou qualquer obra de qualquer outro discípulo da Meyer.
O ponto é: DEPOIS DE CREPÚSCULO VAMPIROS E LOBISOMENS NÃO CONSEGUEM MAIS ASSUTAR NINGUÉM NOS FILMES OU LIVROS, PORQUE NÃO DÁ MAIS PARA LEVÁ-LOS A SÉRIO.
Quando alguém falava em vampiros e lobisomens 50, 60 anos atrás, a primeira coisa que nos vinha à cabeça era "monstros assassinos devoradores de gente". Hoje, quando alguém fala disso, o que nos vêm à cabeça é "adolescentes ou jovens 'bonitões' que brigam por uma donzela sem sal". [Né, Edward Cullen e Jacob Black? Né Stefan e Damon Salvatore?]
O que mestres do horror levaram séculos para construir, Stephanie Meyer destruiu em 3 ANOS.
"Os vampiros estavam ok até a Stephanie Meyer estragar eles. Não preciso desvalorizar o gosto de ninguém, mas eles são todos tão românticos e bregas… E ele fica todo 'brilhante'" Stephen King.
Talvez você se pergunte "quem é esse tal de king pra criticar Crepúsculo?"
Ninguém, ele é apenas um cara que escreveu 57 livros… todos Best-sellers. Ah ele também é o rei do horror, como já mencionei antes. Tá bom ou quer mais? Se quiser mais posso te dizer que existem mais de 100 filmes baseados em seus livros.
E só maís um pequeno detalhe, se você escrever "Stephen" em qualquer lugar do seu celular, sem errar, seu teclado muito provavelmente vai sugerir o "King", faz o teste aí.
Mas os vampiros e lobisomens não são os únicos afetados pela romantização dos monstros, os zumbis também estão sofrendo do mesmo mal, claro, em estado reduzido, felizmente.
Ao contrário dos dois anteriores, os zumbis só passaram a ganhar muita popularidade após os filmes Madrugada Dos Mortos (o original dos anos 70, não o remake de 2005), A noite Dos Mortos Vivos e da série de jogos Resident Evil de 1996. Daí para cá, houve uma explosão de popularidade tão grande desses monstros na literatura, cinema e videogames, que hoje estamos até saturados.
Mas em 2013 alguém teve a brilhante ideia de transformar um cadáver pútrido em um par romântico pra uma adolescente no filme Meu Namorado É um Zumbi.
Aí você me pergunta: "Isso não é um pouco nojento?"
Aí eu te respondo, nããão, quê isso. Eles colocaram um cara bonitão no papel do zumbi…
E por algum motivo, que eu não faço ideia e também não quero tentar entender, o zumbi não estava apodrecendo no decorrer do filme.
"Ainnn, Félix, deixa de ser chato. O que tem de mau nisso?"
Filhão, vou ter que desenhar para você entender? Eles colocaram um zumbi, um ZUUUUMBI! UM FODENDO ZUMBI pra ser o par romântico de uma garota em um filme. Se você acha isso normal eu até respeito sua opinião… mas você está errado.
Vou citar só esse exemplo por dois motivos:
1 - Felizmente é o único que eu me lembro agora.
2 - Não tenho saco para pesquisar isso na internet e passar ainda mais raiva.
Mas não é apenas romantização, a "idiotalização" dos zumbis em filmes como Zumbilandia e a saturação do gênero também faz com que as pessoas percam cada vez mais o medo dos zumbis.
No fim das contas, os demônios são os únicos que ainda causam algum medo.
Dúvida?
Então veja os novos filmes de terror da Warner Anabelle 2, invocação do mal… e todos os outros lá.
Mas infelizmente já tem algumas obras fazendo com os demônios o mesmo que fizeram com os outros "3 grandes", a série Supernatural (Sobrenatural) é uma delas. No início era um exemplo a ser seguido e agora se tornou um exemplo de o que não fazer.
O fato é que coisas desse tipo, romantização e "idiotalização" de monstros, sempre existiram, mas só ganharam uma popularidade realmente grande nas últimas décadas. E infelizmente isso está matando a literatura de terror.
Bem, por hoje é só…
Espero que tenham gostado.
Digam aí o que acham disso tudo.
Concordam? Discordam?
Deixem aí que quero saber.
Até a próxima.
Bye…
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