Ruby Fallon

Eu não tinha pensado que ele iria me arrastar para a cobertura, eu estava bem apreensiva, mas também estava bem surpresa com a casa dele.

Era bem decorada e tinha uma vista incrível para de Nova York, nem acreditava que estava em um prédio de luxo assim, apesar do meu ser bem legal.

Jonathan me puxa até a o sofá e me senta, franzo as sobrancelhas quando ele pega alguma coisa em uma cômoda e rapidamente prende ao meu pulso na perda da mesinha.

-Você me algemou?- grito.

-Para minha segurança.- ele sorri começando a tirar o sobretudo molhado.- Fique aqui então eu me troco.

-Como se eu pudesse sair!- falo enquanto ele sobe as escadas.- Um maluco me prendeu!- mexo as algemas.

Ele desaparece e eu começo a balançar a algema, deve ser uma dessas de brinquedo que é fácil de quebrar, apoio meus pés na mesa e puxo meu pulso.

Gemo de dor quando tento fazer muita força e percebo que não é uma algema vagabunda de mágico, mordo o lábio e observo a mesa.

Parece que a perna dela não tem fim, ou seja, não tem nenhuma coisa ao meu favor aqui, o que é exatamente perfeito, por que tudo isso estava nos meus planos....

Eu sou muito insistente, então ele vai cansar e acabando me liberando para ir embora, porém, eu vou ter soltado a algema antes.

-Eu nunca uso grampos quando preciso.- mexo nos cabelos molhados.- Idiota.

-Falando sozinha?- Jonathan chega com uma toalha.

Ele trocou o terno intendo por uma calça moletom preta e uma camiseta social que fica muito colada nele para que eu consiga olhar para algo além do seu peito...

-Me ajuda a ficar menos maluca.- digo com raiva.

-Aqui.- ele joga uma toalha para mim.

Comprimo meus lábios e uso uma mão para manusear a toalha, começo a secar meus cabelos e ele senta na mesinha de aninha frente perto da minha mão.

-O que você quer?- ele pergunta.- Dinheiro? Jóias? Publicidade?

-Eu quero saber o que você tanto esconde para me algemar em uma mesa.- balanço a mão e ele sorri irritado.

-Que tal um acordo?- ele se aproxima e não posso me afastar.- Eu dou a você uma quantia generosa e você esquece isso.

-Eu não quero esquecer. Por que parece que vai ser a próxima descoberta criminosa...

Jonathan segura meu queixo com força e com uma mão, minha respiração se perde quando encaro os olhos azuis claríssimos na escuridão do apartamento.

-Ruby, eu não estou brincando.- ele fala baixo.- Eu estou protegendo você de coisas piores. Então, eu vou dar dinheiro e você vai deitar em troca de esquecer tudo isso...

-Que coisas piores?- fico curiosa e ele bufa.

-É impossível dialogar com você.- ele levanta com raiva.- Não entende a palavra perigo?

-Eu já fui fotografar guerras, estava perto no dia do atentado às torres gêmeas, perdi meu pai, eu sou durona por que eu sou.- sorrio.- E você não vai colocar medo em mim com...Puta merda!

Me encolho quando ele mostra uma arma, minhas mãos se fecham em punho e ele se reaproximar apoiando a arma no joelho com o cano virado para mim.

-Entendo agora?- ele aponta com o queixo para a arma.- Você não vai mais xeretar nada disso, Ruby.

-Por que você tem uma arma?- pergunto.

-Ruby.- ele fala sério.

Eu estava tremendo, não sei se era por causa do frio da chuva e das roupas molhadas ou se era por que eu morria de medo de armas.

Já tinha estado em cantos com armas, mas quando eu tinha proteção e podia tirar foto segura...mas isso é diferente, ele está com uma arma e estamos sozinhos.

-Merda.- ele percebe.- Eu vou soltar você e vai trocar de roupa.

-Não tenho roupas de emergência.- murmuro enquanto ele pega a chave.

-Vou dar algumas minhas a você.- ele parece sério.

Antes dele me soltar a mão dele se afasta, o encaro aflita e ele me observa como se pesasse se eu era muito difícil de derrubar em uma briga.

-Você volta para a algema se fizer algo.- ele explica.

-Ok.- falo baixo.

Ele abre rapidamente e me leva pelo braço até às escadas, ele deixa a arma em cima da mesinha e nos afastamos pelo corredor do segundo andar.

Nos aproximamos de uma porta e ele a abre, engulo em seco quando vejo um quarto enorme, e desconfio de que nem seja o quarto dele.

-Você precisa parar de ser tão teimosa.- ele abre uma gaveta.- Vai parar de procurar por mim ou qualquer coisa relacionada.

-Mas...

-Você quer que eu mostre a arma de novo?- ele me encara e eu me abraço.- Fique longe de mim. Fique longe de tudo.

Fico calada e ele coloca uma calça moletom e uma camiseta enorme branca, mordo o lábio e ele me observa com calma enquanto aponta com o queixo para o banheiro.

Fecho a porta e deixo as coisas em cima da pia, fecho meus olhos e apoio as mãos nos joelhos enquanto respiro fundo tentando me acalmar.

Eu sabia que ele podia ser perigoso, mas agora eu sabia que ele podia ser muito perigoso, e ficava com medo disso, mas não tanto para desistir.

Tiro minhas roupas e coloco as roupas quente enquanto seco meu cabelo um pouco mais, limpo as lágrimas e abro a porta do banheiro.

-Você vai receber elas na sua casa, amanhã.- ele pega as roupas molhadas e coloca cima da cama.

-Se eu continuar xeretando...

-Por Deus, mulher!- ele fala com raiva.- Você vai parar de xeretar. Começando agora. Não faça mais perguntas.

Abro a boca e ele me encara com raiva.

-Vou chamar meu motorista e ele vai deixar você em casa.- ele pega o telefone no bolso.

-Eu não preciso de motorista.- falo e recebo outro olhar furioso.- Não foi uma pergunta.

-Mesmo assim, precisa.- ele manda uma mensagem.- De quanto precisa?

-Como?- levanto as sobrancelhas.

-Quanto quer em troca de parar de ser teimosa?- ele me encara.

-Não sou assim.- começo a me afastar.- Não preciso de dinheiro e vou voltar para casa sozinha.

Começo a tentar passar por ele e sinto sua mão quente no meu braço agora nu, meu corpo queima e ele me puxa para perto, colido com seu corpo.

A respiração quente dele toca minha bochecha enquanto ficamos lado a lado, ele virado para um lado e eu para outro, odeio o jeito que ele me faz sentir...

-Não discuta comigo, Ruby.- ele sussurra.- Você vai esperar o motorista.

-Idiota.- falo com raiva.

-Teimosa.- ele rebate.

-Imbecil.- continuo.

-Maluca.- ele me empurra e caio sentada na cama.- Espere aqui e não apronte nada.

Ele sai do quarto e eu aperto minhas coxas com força, engulo em seco e olho envolta percebendo que eu estava ficando louca de verdade.

Coloco os cabelos para trás e me abraço, não sei do que ele é capaz, mas não vou querer testar os seus limites, então continuo sentada.

💎

Jonathan Hayes

Deitado na cama eu ainda estava pensando nela, era estranha a forma com que ela me encarava e parecia que seus cabelos estavam pegando fogo.

Logo várias coisas invadiam minha mente, aqueles cabelos na minha mão, a boca respondona de Ruby me chupando e ela me encarando enquanto fazia isso.

Não conseguia parar de pensar nessa menina, se não era por causa disso, era por causa da irritação constante que ela me causava.

E ao mesmo tempo que eu ficava irritado, também ficava de pau duro, por que era impossível não ficar de pau duro com Ruby Fallon.

Sento na cama e passo a mão pelos meus cabelos, me recuso a aceitar que sinta atração sexual por Ruby Fallon, aquela menina é teimosa e maluca...

Pego meu telefone e mando uma mensagem para William avisando que tem que pegar a roupa de Ruby na lavanderia e deixar na casa dela amanhã.

E peço também para ele levar algo como um café ou um doce, não era um agrado, era apenas algo para fazer ela lembrar que iria ficar bem enquanto ficasse no canto dela.

Sim, no canto dela, bem longe de mim, por que eu era problemático e perigoso demais para uma garota como Ruby Fallon, ou poderia ser o contrário?