Ruby Fallon

-Sabe o que você podia fazer?- pergunto quando sento ao lado de Taylor.

-Não.- ela fica concentrada no computador.

-Pare de sair com Jones.- falo gentilmente e ela me encara.

-Bee.- ela vira para mim e sei que vai vir conversa.- Ele e eu estamos saindo sério.

-Eu sei, mas você pode arrumar tanto cara melhor.- explico.- Um cara que não seja tão idiota, e nem tão imbecil, que também não seja a encarnação do mal na terra...

-Ok, chega.- ela sorri.- Eu gosto de Jones.

-Não!- falo alto demais e ela cobre minha boca.- Você não pode gostar dele!- falo com a mão dela abafando minha voz.

-Mas eu gosto, e você vai ter que aceitar se quer ser minha melhor amiga.- ela me encara.

Taylor e eu somos como unha e carne, ela me apoiou nos momentos difíceis e eu vou apoiá-la nos momentos difíceis dela também. E depois que o momento difícil passar e ela perceber que Jones é um bosta...eu vou matar ele de porrada.

-Ok.- suspiro.- Mas assim que ele errar eu vou estar esperando com a cadeira...

-Oi, meu amor.- Jones chega.- Trouxe um bolinho para você.

-Ah...- Taylor olha para mim como se dissesse "eu avisei".- Obrigada. Vou pegar algumas coisas que imprimi e volto já.

Taylor levanta levando o bolinho e Jones senta na cadeira dela, semicerro os olhos e ele sorri para mim afastando uma mecha de cabelo do meu rosto.

-Acho bom que pare de tentar me virar contra ela.- ele explica.

-Se você não disser suas verdadeiras intenções para ela...

-Vou dizer assim que você transar comigo.- ele oferece e eu começo a rir.

-Nem nos seus sonhos eu seria tão imbecil.- me levanto rapidamente.- Você vai ver, Jones, eu vou acabar com sua vida se fizer ela sofrer.

Ele não liga para o que falo e volto para minha mesa, pego minha bolsa e as coisas para ir entrevistar o departamento de polícia para a matéria civil.

Coloco os cabelos para trás e a única coisa que consegue me acalmar é saber que mais tarde vou ter uma noite relaxante com Jonathan.

Ele falou que ia dar um susto em Jones e eu queria que fizesse isso logo. Aquele babaca não ia machucar minha amiga, não enquanto eu me chamasse Ruby Fallon.

-Espere!- Jones fala pegando as coisas.- Eu vou com você.- cantarola.

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Jonathan Hayes

-Eu quero que você faça toda a nova coleção de prata.- explico.- Vai contrastar com as pedras mais opacas que vieram na mercadoria.

-Ok.- Tori fala anotando.

-E eu quero uma peça única como essa.- mostro o desenho que fiz.- As esmeraldas tem que ficar exatamente do mesmo tamanho para a do meio chamar atenção.

-Fácil de fazer.- ela assente.- De quem é esse pescoço?- ela sorri enquanto pergunta.

Tinha imaginado o pescoço de Ruby enquanto desenhava, acho que imaginei o colar todo para Ruby. Os rubis iriam roubar o brilho dos cabelos, e verde ficava lindo nela.

-De ninguém.- balanço a cabeça.- Eu também preciso de...

-Senhor?- William entra. Ele nunca entra sem ser chamado ao menos que seja uma emergência.

-O que houve?- pergunto.

Ele olha para Tori e dispenso ela com um aceno de cabeça, ela leva os desenhos e anotações enquanto William se aproxima da mesa lentamente.

-O que?- levanto.

-Ruby agrediu Jones.- ele explica.- Na frente de uma delegacia.

-Como assim?- arregalo os olhos.

-Um amigo policial disse que conhecia ela pelas revistas e decidiu me avisar.- ele limpa a garganta.- Ela está presa.

-Tem fiança?- pergunto pegando meu sobretudo.

-Tem.- ele assente enquanto anda comigo.- Jones não foi preso.

-Dizem o que aconteceu?- entramos no elevador.

-Ela disse no depoimento que ele passou a mão nela várias vezes.- William explica e travo meu maxilar.

-Preciso que faça algo para mim.- abaixo a cabeça enquanto fecho o sobretudo.- Quero que vá na casa desse Jones.

-Completo?- pergunta já entendendo.

-Sim, quero que destrua tudo.- o elevador abre e pego as chaves da mão de William.

Nos separamos e eu vou até o carro abrindo a porta, não estava acreditando que Ruby tinha sido presa por ser assediada, a polícia sempre foi idiota, mas isso...

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Jonathan Hayes

O policial me leva pelas celas e mantenho minhas mãos dentro dos bolsos do sobretudo enquanto o policial para há um metro de uma.

Vejo Ruby jogando cartas com uma mulher vestida com mini roupas, limpo a garganta e ela olha para mim. Os olhos dela parecem se iluminar e Ruby levanta.

-Eu falei pra eles...

-Calada.- balanço a cabeça.

-Os fodões me prenderam por que eu bati no cara que passou a mão em....

-Ruby.- a encaro enquanto o policial abre a cela.

Ela cruza os braços ficando calada e o policial parece estar com medo dela, Ruby passa por ele e então dá língua como uma criança mimada.

-Ruby.- falo com raiva.

-Ok.- ela vira para dentro da cela.- Tchau, Kristina!

-Tchau, Bee.- ela sorri para Ruby.

Agarro o braço dela e começo a puxá-la pelo corredor da delegacia, já coloquei as coisas dela no carro e não quero que ela dê nem um pio dentro da delegacia.

Quando saímos eu semicerro os olhos vento que tem vários fotógrafos, claro que eles iam achar a maldita delegacia de onde eu estava tirando Ruby.

Coloco ela dentro do carro e entro rapidamente dando a partida e arrancando os pneus pela rua. Ficamos os dois calados enquanto eu dirijo.

-Não foi culpa minha.- ela fala com raiva.- Eu só chutei o saco dele!

-Eu sei.- falo com a voz mais baixa.

-Aquela idiotas me prenderam! Até me algemaram!- Ruby olha para trás.- Estou com cheiro de delegacia.

-Eu percebi.- viro uma esquina.

-Minha casa é pra lá.- ela aponta para a direção contrária.- Jonathan...

-Qual é a merda que você tem na cabeça?- paro em um sinal.- Eu falei que podia cuidar de Jones pra você...

-Mas eu decidi cuidar dele sozinha!- ela se ajeita no banco.- Sabe quantos caras passaram a mão em mim? Quatro!- ela mostra os dedos.- Eu quebrei o nariz de três e quero quebrar o de Jones.

-Bem, isso foi antes de mim.- desvio o olhar dela.- Não vai ser um nariz quebrado ou um chute no saco, Ruby.

Ela fica calada e olha para o lado, seu pé começa a bater irritantemente no chão do carro e aperto a direção enquanto acelero para chegar mais rápido em casa.

-A gente vai subir, você vai tomar um banho e comemos alguma coisa.- explico.

-E depois William vai me levar para casa.- ela fala séria.

-Casa? Ruby, vão ter vários fotógrafos na sua porta.- mexo a cabeça.- Você vai dormir lá em casa.

-Sem chances.- ela bufa.- Para o carro, Jonathan.

-Ruby, se aquieta...

-Para o carro!- ela grita.

Entro em uma vaga na frente de uma livraria e ela começa a chorar escondendo o rosto nas mãos e curvando o corpo para encostar os braços nas coxas.

Engulo em seco e percebo que odeio ver ela chorando desse jeito desesperado, toco as costas dela e subo minha mão até sua nuca. Ruby sobe e me abraça enquanto passo os braços por ela.

-Eu odeio isso.- ela fala chorando.- Ele não foi preso...

-Sinto muito, Ruby.- sussurro beijando seus cabelos.- Ele vai pagar por isso.

Ela continua chorando e acaricio suas costas, ela continua soluçando e eu fecho meus olhos afundando meu rosto em seus cabelos enquanto ela me aperta.

-Eu fiz muita cena?- ela pergunta.- Tem muita matéria sobre isso?

-Só algumas.- tento acalmá-la.- Já já eles esquecem.

-Obrigada por pagar a fiança.- ela se afasta limpando as lágrimas.

-De nada.- começo a tirar o carro da vaga.- Agora a gente vai pro meu apartamento, você vai tomar um banho e a gente janta. Ok?

-Ok.- ela funga ainda limpando as lágrimas.

Ver ela chorando daquele jeito me dava raiva daquele idiota do Jones por fazer isso com ela. Mas William ia dar um aviso, e não tinha acabado por aí. Ele ia ver o que ia acontecer por fazer Ruby chorar.

Agora eu tinha que pensar nela, tinham várias fotos dela e matérias sensacionalistas para me preocupar, mas tudo isso era idiotice comparado a como Ruby estava se sentindo.

Então ia dar minha atenção total à ela.