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Bebedeira

Ruby Fallon

-Que merda de cerveja custa trinta dólares, Taylor?- falo alto por causa da música.

-Esse canto é mais caro....

-Mais caro? Isso aqui é extorsão!- falo com raiva.- Eu nunca mais bebo nada....

-Com licença.- o barmen coloca uma bebida chique na minha frente.- Mandaram para você.

Ele se afasta e eu olho para o líquido transparente e para o guarda chuva vermelho que decora ele, olho envolta tentando achar.

-O que você estava dizendo?- Taylor sorri.

-Eu disse que não ia beber nada que eu comprasse.- explico pegando no cabo do copo.- Não paguei nada por esse...

-Hum, ok.- ela sorri.

Tiro o guarda-chuva e dou um grande gole, Taylor da tchauzinho para alguém e diz que vai dançar, logo eu estou sozinha e com aquele drinque ótimo.

Tem muito álcool e gosto de morango, é exatamente meu tipo de bebida perfeita, nem sei o nome disso, mas quero muito mais.

-Parece que gostou.- um cara fala atrás de mim.

-Um pouco.- coloco o copo de volta no balcão e me viro.

-Que tal eu pagar outro a você?- ele senta ao meu lado.

-Está querendo me embebedar e me levar para a cama?- assim que pergunto, ele fica assustado.- Tudo bem, adoro quando me paparicam assim.

-Vou lembrar disso.- ele olha para o barmen e aponta para meu copo vazio.- Nunca vi você por aqui.

-Testando novas coisas.- coloco os cabelos para trás.

O barmen então substitui meu copo vazio por um novo e observo antes de voltar meu olhar para ele, assim que volto a olhar para o cara vejo alguém atrás.

E entrando justamente na boate que eu estava Jonathan Hayes, ele está com uma calça social e com um suéter de malha preto que marca o peitoral...

-Licença.- começo a levantar.

-Para onde você vai?- ele parece confuso.

-Salvar minha carreira e tudo que eu tenho.- pego o copo e viro tudo.- Obrigada pelas bebidas!

Entre no mar de pessoas e vou sendo sacudida para lá e para cá, reviro os olhos irritada por ter tanta gente no caminho da porta de incêndio.

Engulo em seco e visto minha jaqueta, arrumo os cabelos para que fiquem quase na frente do meu rosto e espero que ele não me veja de onde quer que esteja.

Aviso para Taylor assim que estiver dentro de um táxi, saio do mãe de gente finalmente e passo por uns dois casais se pegando antes dos banheiros.

-Bee!- Taylor me encontra.- O que você tá fazendo aqui?

-Eu preciso ir embora.- explico.

-Mas e a porta da frente?- ela aponta.

-Tenho manias com a porta de trás.- sorrio e ela ri bêbada.- Você está bem? Não acha melhor vir comigo?

-Não, Cole está cuidado de mim, ele é um doce.- ela começa a falar.- Melhor primeiro encontro...

-Qualquer coisa é só me ligar, e se ele avançar e você não gostar, bate na garganta ou no pau...

-Ok, Bee.- ela ri.- Vejo você amanhã?

-Claro.- coloco as mãos dentro dos bolsos.- Me manda mensagem quando chegar em casa.

-Pode deixar.- ela entra no mar de gente de novo.

Volto para meu caminho e abro a porta de incêndio, o vento frio bate no meu rosto e me encolho enquanto passo pelos carros estacionados aqui atrás.

O vento forte passa e meu cabelo voa para trás, assim que saio do estacionamento e começo a pegar a outra calçada vejo alguém...

007. Droga!

Ele olha para mim e parece surpreso, viro de costas e começo a andar para o outro lado, se ele for legal e não falar para Jonathan eu vou amar ele pra sempre.

Viro a esquina e caminho até uma lojinha de conveniência, entro lá e abro a geladeira com porta transparente pegando uma cerveja.

Vou até o caixa e pego uma nota de vinte no bolso de trás da minha calça, ele me dá o troco e coloca a cerveja em um saco, sorrio agradecendo e saio pela rua.

O bom de estar em Manhattan é que o Central Park é bem ali, começo a andar pela trilha e tem várias pessoas ainda por aqui.

Abro a cerveja e tomo um pouco, então sento em um banco da praça e fico observando as árvores enquanto bato o pé na calçada.

Tenho que achar uma forma de descobrir algo de Hayes sem que ele perceba que eu estou xeretando de novo, agora estou obcecada.

Já entreguei a matéria que fiz para Linda, mas agora meus sentidos de investigadora estão ativados, e não vou conseguir esquecer tão cedo.

💎

Jonathan Hayes

Anne tinha me arrastado para uma boate aqui em Manhattan, mas depois de uma hora eu estava entediado e com um calor enorme.

Então saio da boate e William sai do carro vindo até a porta, eu balanço a cabeça e continuo me aproximando.

-Vou andar um pouco.- aviso.- Pare em um canto do parque que eu encontro você.

-Sim, senhor.- ele volta para o carro.

Coloco as mãos dentro do bolso do casaco e começo a andar, o vento e frio e bagunça meus cabelos me fazendo parar de arrumar depois de segundos.

Começo a me aproximar do Central Park e parece que hoje é noite de filme mais longe, volto a andar pela trilha e algo me atrai em um dos bancos.

Uma ruiva está com uma garrafa de bebida dentro de um saco e parece estar escrevendo algo no caderno vermelho, sorrio com raiva me aproximando.

-Fallon!- a chamo e ela arregala os olhos

-Ah, oi!- ela fecha o caderno com pressa.- Você por aqui....

-Eu moro aqui.- digo.

-No parque?- ela franze as sobrancelhas e bufo.

-Em Manhattan.- corrijo.- O que está fazendo aqui?

-Ah, você sabe... passeando.- ela mexe a mão apontando para o parque.- Tendo ideias.

-Quer mesmo que eu ache que está aqui só por coincidência?- cruzo os braços.

-O mundo não gira em torno de você, Hayes.- ela suspira.- Eu só estava por aqui.

-Em Manhattan.- semicerro os olhos.- Você não mora no Brooklyn?

-Moro, mas...- ela me encara.- Como você sabe que eu moro no Brooklyn?

-Acha mesmo que eu não me informei sobre uma garota irritante que está tentando dar uma de policial?- pergunto e ela ri, uma risada rouca e atraente.

-É uma honra que me compare a um policial.- ela levanta um dedo.- E é estranho por ter pesquisado por mim.

-Não tão estranho, já que fez a mesma coisa.- rebato e ela comprime os lábios.

-Podemos esquecer tudo e dar como uma terrível coincidência.- ela começa a andar.- Já até esqueci...

-Ruby.- chamo pelo primeiro nome e ela me encara surpresa.- Pare de procurar.

Ela sorri e seus olhos brilham.

-Sabe quando diz para uma criança não fazer algo?- levanta as sobrancelhas.- Ela só quer fazer mais.

-Você não é uma criança.- falo sério.- Você é adulta e precisa saber quando se mete em algo perigoso.

-Inevitável.- ela começa a andar para trás.

Balanço a cabeça desaprovando a atitude dela e Ruby desaparece pelo parque, passo a mão pelos meus cabelos e tento me controlar para não pegar ela pelos ombros e sacudir até ela aceitar se afastar.

Volto pelo caminho e vejo meu carro, eu mesmo abro a porta e entro no carro, William começa a dirigir e me observa pelo retrovisor.

-Casa?

-Sim.

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