Silvana Oliveira
⚫◽Brunna Gonçalves◽⚫
Ela puxa para fora de mim, de uma vez. Eu estremeço. Senta-se na cama, tira a camisinha usada e joga em um cesto de papéis.
Ludmilla:Vamos, temos que nos vestir... se quiser conhecer minha mãe. — Ela sorri, levanta-se da cama e veste o jeans, sem cuecas! Tento me levantar, mas continuo amarrada.
Brunna: Ludmilla... não posso me mover. — Seu sorriso se acentua, inclina-se e desamarra a gravata, que me deixou a marca do tecido nos pulsos. Isto é... sexy. Observa-me divertida, com olhos dançarinos. Beija-me rapidamente na testa e sorri.
Ludmilla:Outra novidade, — ela reconhece, mas não tenho ideia do que está falando.
Brunna:Eu não tenho roupa limpa. — De repente, estou cheia de pânico, considerando a experiência que acabo de viver, o pânico me parece insuportável. Sua mãe! Caramba. Não tenho roupa limpa e ela praticamente nos pegou em flagrante delito. —Talvez devesse ficar aqui.
Ludmilla:Oh, não, você não vai, — Ludmilla ameaça. — Pode vestir algo meu. — Ela veste uma camiseta branca e passa a mão pelo cabelo bagunçado. Embora esteja muito nervosa, fico embevecida. Será que vou me acostumar a olhar para esta mulher? Sua beleza é desconcertante.
- Brunna, você ficaria bonita até com um saco. Não se preocupe, por favor. Eu gostaria que conhecesse minha mãe. Vista-se. Vou acalmá-la um pouco. — Aperta os lábios. — Espero você no salão, dentro de cinco minutos, caso contrário, eu virei e a arrastarei para fora daqui, com qualquer coisa que esteja vestindo. Minhas camisetas estão nessa gaveta. As camisas estão no closet. Sirva-se. — Olha-me um instante, inquisitiva e sai do quarto.
Caramba. A mãe de Ludmilla. É muito mais do que esperava. Talvez conhecê-la me permita colocar algumas peças no quebra-cabeça. Poderia me ajudar a entender por que Ludmilla é como é... De repente, quero conhecê-la. Recolho minha blusa do chão e me alegro por descobrir que sobreviveu a noite sem estar muito amassada. Encontro o sutiã azul debaixo da cama e me visto rapidamente. Mas se há algo que odeio é usar calcinhas sujas. Dirijo-me à cômoda de Ludmilla e procuro uma de suas cuecas.
Ponho-me uma cueca cinza da Calvin Klein, o jeans e meu Converse. Puxo a jaqueta, corro ao banheiro e observo meus olhos muito brilhantes, minha cara vermelha... e meu cabelo. Caramba... as tranças estão desfeitas. Procuro uma escova, mas só encontro um pente. Ele terá que servir. Um rabo de cavalo é a única resposta. Eu me desespero com minhas roupas. Talvez devesse aceitar a oferta de roupas de Ludmilla.
Ponho a jaqueta e me alegro de que os punhos cubram as marcas da gravata. Nervosa, me olho pela última vez no espelho. É o que posso fazer. Dirijo-me ao salão.
Ludmilla:Aqui está. — diz Ludmilla levantando do sofá. Olha-me com expressão cálida e apreciativa. A mulher negra que está ao seu lado se vira e me dedica um amplo sorriso. Levanta-se também. Está impecavelmente vestida, com um vestido estilo camisa, castanho claro, com sapatos combinando. Está arrumada, elegante, bonita, e me mortifico um pouco pensando como estou um desastre. — Mamãe, apresento-lhe Brunna Gonçalves. Brunna, esta é Silvana Oliveira. -
A doutora Oliveira me estende a mão.
Silvana:Prazer em conhecê-la, — ela murmura. Se não estou enganada, há espanto e alivio, talvez atordoamento em sua voz e um brilho quente em seus olhos cor de avelã. Aperto-lhe a mão e não posso evitar de sorrir, retornando o seu calor.
Brunna:Doutora Oliveira, — eu murmuro.
Silvana:Chame-me de Sil ou Silvana. — Sorri, e Ludmilla franze o cenho. — Usualmente sou chamada de doutora Oliveira, e a senhora Oliveira é minha sogra. — Ela pisca um dos olhos. — Então, como se conheceram? — pergunta olhando para Ludmilla, incapaz de ocultar sua curiosidade.
Ludmilla: Brunna me entrevistou para a revista da faculdade, porque esta semana vou entregar os diplomas de graduação. —Dupla merda. Tinha-o esquecido.
Meu celular começa a tocar. Larissa, eu aposto.
Brunna:Desculpem-me. O telefone está na cozinha. —Aproximo-me e o pego do balcão sem checar o número. - Larissa.
Matheus:Meu Deus! Bru! – Que merda, é Matheus. Parece desesperado. — Onde está? Já liguei umas vinte vezes. Tenho que ver você. Quero te pedir perdão pelo que aconteceu na sexta-feira. Por que não me respondeu as ligações?
Brunna: Olhe, Matheus , agora não é um bom momento. — Olho muito nervosa para Ludmilla, que me observa atentamente, com rosto impassível, enquanto murmura algo para sua mãe. Dou-lhe as costas.
Matheus:Onde você está? Brunna está muito evasiva, — ele queixa-se.
Brunna:Estou em Vancouver.
Matheus:O que você faz em Vancouver? Está com ela?
Brunna: Matheus, eu ligo para você mais tarde. Não posso falar agora. - E desligo.
Volto com toda tranquilidade para Ludmilla e sua mãe, Silvana está em pleno falatório.
Silvana:... e Yuri me ligou para dizer que você estava por aqui... Faz duas semanas que não vejo você, querida.
Ludmilla: Yuri sabia? — Ludmilla pergunta me olha com expressão indecifrável.
Silvana: Pensei que poderíamos comer juntas, mas já vejo que tem outros planos, assim não quero lhes interromper. — Ela agarra seu comprido casaco de cor creme, vira-se para ela, oferecendo o rosto para ela. Ela a beija rapidamente com suavidade. Ela não toca nela.
Ludmilla:Tenho que levar Brunna para Seattle.
Silvana: É claro, querida. Brunna, foi um prazer lhe conhecer. Espero que voltemos a nos ver. — Ela estende-me a mão, com olhos brilhantes e nós sacudimos. Rômulo aparece procedente de... onde?
Rômulo:Senhora Oliveira? — Ele pergunta.
Silvana: Obrigado, Rômulo. — Ele a segue pelo salão e atravessam as portas duplas que vão para o vestíbulo. Rômulo esteve aqui o tempo todo? Por quanto tempo esteve aqui? Onde esteve? Ludmilla me olha.
Ludmilla:Então o Matheus ligou para você? —
Merda.
Brunna:Sim.
Ludmilla:O que queria?
Brunna:Só me pedir perdão, já sabe... por sexta-feira. — Ludmilla aperta os olhos.
Rômulo volta a aparecer.
Rômulo:Senhorita Oliveira, há um problema com o envio de Darfur. - Ludmilla acena bruscamente para ele com a cabeça.
Ludmilla:O Charlie Cooper voltou para o Boeing Field?
Rômulo: Sim, Senhorita. — Rômulo sacode a cabeça para mim. - Senhorita Gonçalves. — Eu sorrio timidamente para ele, que se vira e sai.
Brunna: Rômulo vive aqui?
Ludmilla:Sim. — responde-me cortante. Qual o problema agora? Ludmilla vai à cozinha, pega o seu BlackBerry e dá uma olhada aos e-mails, suponho. Está muito séria. Ela faz uma ligação.
Ludmilla:Ros, qual é o problema? — pergunta bruscamente. Escuta sem deixar de me olhar com olhos interrogativos. Eu estou no meio do enorme salão me sentindo extraordinariamente auto-consciente e deslocada.— Não vou pôr a tripulação em perigo. Não, cancele-o... Lançaremos do ar... Bom. —Desliga. A suavidade em seus olhos desapareceu. Parece hostil. Lança-me um rápido olhar, dirige-se para seu escritório e volta um momento mais tarde.
Ludmilla: Este é o contrato. Leia e o comentaremos no fim de semana que vem. Sugiro que pesquise um pouco, para que saiba do que estamos falando. — Para por um momento. —Bom, se aceitar e espero realmente que aceite. — acrescenta em tom mais suave, nervoso.
Brunna:Pesquisar?
Ludmilla:Você pode ficar surpresa com o que pode encontrar na internet — ela murmura. Internet! Não tenho computador, só o notebook de Larissa. — O que aconteceu? — pergunta-me inclinando a cabeça.
Brunna:Não tenho computador. Verei se posso utilizar o notebook de Larissa. — Ela me entregou um envelope pardo.
Ludmilla:Estou certa que posso... err, lhe emprestar um. Recolha suas coisas. Voltaremos para Seattle de carro e comeremos algo pelo caminho. Vou vestir-me.
Brunna:Tenho que fazer uma ligação, — eu murmuro. Só quero ouvir a voz da Larissa. Ela franze o cenho.
Ludmilla:Para Matheus ? — Suas mandíbulas se apertam e os olhos ardem. Eu pisco para ela. — Eu não gosto de compartilhar, senhorita Gonçalves. Lembre-se disso. — Seu tom de voz calmo, é um arrepiante aviso e dando um olhar muito frio para mim, ela volta para o quarto.
Caramba. Eu só queria ligar para a Larissa. Quero ligar diante dela, mas sua repentina atitude distante me deixou paralisada. O que aconteceu com a mulher generosa, depravada e sorridente que me fazia amor, faz apenas meia hora?
Ludmilla:Pronta? — Ludmilla me pergunta junto à porta dupla do vestíbulo. Eu concordo, incerta. Ela recuperou seu tom distante, educada e convencional. Voltou a colocar a máscara. Leva uma bolsa de couro sobre o ombro. Para que a necessita? Talvez ela fique em Seattle. Então recordo a entrega dos diplomas. Sim, claro... Estará em Seattle na quinta-feira.
Está vestindo uma jaqueta negra de couro. Vestida assim, sem dúvida não parece uma multi milionária. Parece uma menina extraviada, possivelmente uma rebelde estrela de rock ou uma modela de passarela. Suspiro por dentro, desejando ter uma décima parte de sua elegância. É tão tranquila e controlada... Franzo o cenho ao recordar seu arrebatamento com a ligação de Yuri... Bom, ao menos parece que o é. Rômulo está esperando ao fundo.
Ludmilla:Amanhã, então, — ela diz para Rômulo, que concorda.
Rômulo:Sim, Senhorita. Que carro vai levar, Senhorita? — Lança-me um rápido olhar.
Ludmilla:O R8.
Rômulo:Boa viagem, Senhorita Oliveira. Senhorita Gonçalves.— Rômulo me olha com
simpatia, embora possivelmente no mais profundo de seus olhos esconda um pingo de lástima. Sem dúvida acredita que sucumbi aos dúbios hábitos sexuais da senhorita Oliveira.
Bom, aos seus excepcionais hábitos sexuais, ou possivelmente, o sexo seja assim para todo mundo? Franzo o cenho ao pensar nisso. Não tenho nada com o que compará-lo e pelo visto, não posso perguntar a Larissa.
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