Eu não sou boa pra você
🍒▫️Cheryl Blossom ▫️🍒
Que droga! Beije-me! Eu imploro, mas não me movo. Eu estou paralisada por causa de uma necessidade estranha, desconhecida, completamente cativada por ela. Eu estou olhando fixamente para a boca perfeitamente esculpida de Antoinette Topaz, hipnotizada e ela está olhando para mim, seu olhar encoberto, seus olhos escurecidos.
Ela respira mais rápido que o habitual e eu parei completamente de respirar. Eu estou em seus braços.
Beije-me, por favor. Ela fecha seus olhos, respira fundo e sacode brevemente sua cabeça como se respondesse minha pergunta muda. Quando ela abre seus olhos novamente, é com algum novo propósito, uma vontade de aço.
Antoinette: Cheryl, você deveria me evitar. Eu não sou uma mulher para você... — ela sussurra.
O quê? De onde veio isso? Seguramente, eu é quem deveria decidir. Eu franzo minha testa para ela e balanço minha cabeça diante da rejeição.
Antoinette:Respire, Cheryl, respire. Eu vou ficar ao seu lado e irei te soltar agora — ela quietamente diz e se afasta suavemente.
A adrenalina corre por meu corpo, não sei se por causa do ciclista ou da proximidade inebriante de Antoinette, mas estou fraca e arrepiada. NÃO! Minha mente grita quando ela se afasta e sinto-me roubada. Ela tem suas mãos em meus ombros, segurando-me o comprimento de um braço, analisando minhas reações cuidadosamente.
E a única coisa que eu posso pensar é que eu queria ter sido beijada, fiz isto malditamente óbvio e ela não quis. Ela não me quer. Ela realmente não me quer. Eu realmente estraguei o café da manhã.
Cheryl: Estou bem. — eu respiro, achando minha voz. — Obrigada, — eu murmuro cheia de humilhação. Como eu podia ter interpretado mal a situação entre nós? Eu preciso me afastar dela.
Antoinette: Pelo que? — Ela franze a testa. Suas mãos não saem de mim.
Cheryl: Por me salvar. — eu sussurro.
Antoinette: Aquele idiota estava indo na direção errada. Eu estou contente que eu estava aqui. Eu estremeço só de pensar no que poderia ter acontecido com você. Você quer vir e se sentar no hotel um pouco? — Ela me solta, suas mãos ao seu lado e eu na sua frente me sentindo uma idiota.Com uma sacudida, procuro clarear minha cabeça. Eu só quero ir embora. Todas as minhas esperanças inarticuladas foram esmagadas.
Ela não me quer.
O que eu estava pensando? Eu brigo comigo mesma. O que Antoinette Topaz poderia querer comigo? Meu subconsciente zomba de mim. Eu me abraço e me viro em direção à rua e noto com alívio que o homenzinho verde do sinal de trânsito apareceu.
Rapidamente atravesso a rua, consciente de que Antoinette Topaz está logo atrás de mim. Fora do hotel, eu giro brevemente para enfrentá-la, mas não posso olhar em seus olhos.
Cheryl: Obrigada pelo chá e por ter concordado com as fotos. — eu murmuro.
Antoinette: Cheryl… eu… — Ela para e a angústia em sua voz exige minha atenção, então eu a olho, de má vontade. Seus olhos castanhos são como o deserto, enquanto ela corre a mão pelo cabelo. Ela parece destruída, frustrada e todo o seu controle evaporou.
Cheryl: O quê, Antoinette? — Eu fico irritada porque ela não fala.
Antoinette: Nada.
Eu só quero ir embora. Eu preciso levar meu frágil e ferido orgulho para longe e de alguma maneira curá-lo.
Antoinette: Boa sorte no trabalho hoje. — ela murmura .
Huh? Isto é por que ela parece tão desolada? Este é o seu grande fora? Desejar-me sorte em meu trabalho?
Cheryl: Obrigada. — Eu não posso disfarçar o sarcasmo em minha voz. —Adeus, Srta. Topaz. — Eu giro nos meus saltos, fico vagamente espantada quando não tropeço, e sem dar a ela um segundo olhar, eu desapareço em direção à garagem subterrânea.
Uma vez na escuridão do concreto frio da garagem, iluminada com sua luz fluorescente e deserta, eu me debruço contra a parede e ponho minha cabeça em minhas mãos. O que eu estava pensando? Indesejada e sem permissão sinto as lágrimas chegarem. Por que eu estou chorando? Eu afundo no chão, brava comigo por esta reação insensata.
Apoio-me em meus joelhos e me fecho ainda mais em mim mesma. Eu desejo sumir. Talvez esta dor absurda possa ficar menor ainda se eu sumir. Coloco minha cabeça sobre meus joelhos e eu deixo as lágrimas irracionais caírem desenfreadas. Eu estou chorando por algo que nunca tive. Que ridículo. Lamentando por algo que nunca...
Minhas esperanças esmigalhadas, meus sonhos despedaçados e minhas expectativas frustradas. Eu nunca fui rejeitada. Certo…eu sempre fui a última a ser escolhida no basquete ou no vôlei – mas eu entendi que – correr e fazer qualquer outra coisa ao mesmo tempo, como saltar ou lançar uma bola não é minha praia.
Eu sou uma negação em qualquer campo esportivo. Romanticamente, no entanto, eu nunca me expus. Uma vida inteira de inseguranças. Eu sou muito pálida, muito fraca, muito desprezível, sem coordenação, minha lista longa de culpas continuam. Então eu sempre tenho sido aquela que repelia os admiradores.
Houve aquela sujeita em minha classe de química que gostou de mim, mas ninguém nunca havia despertado meu interesse – ninguém exceto a maldita Antoinette Topaz . Talvez eu deva ser mais amável com a Carol ou Rodrigo, no entanto eu acredito que por nenhum deles teria chorado num canto escuro.
Talvez tudo o que eu necessite seja dar um bom grito. Pare! Pare Agora! - Meu subconsciente está metaforicamente gritando comigo, braços dobrados, apoiando-se em uma perna e batendo seu pé em frustração. Entre o carro, vá para casa, vá trabalhar. Esqueça ela… Agora! E pare como toda essa porcaria de auto-piedade.
Eu respiro bem fundo e levanto. Componha-se Blossom. Eu vou para o carro de Elisabeth, enxugando minhas lágrimas ao mesmo tempo. Eu não irei mais pensar nela. Eu simplesmente posso encarar este incidente como uma experiência e me concentrar em meu trabalho.
🦋▫️Antoinette Topaz▫️🦋
Porra! Porra! Porra!
Eu não consigo tirar o seu rosto da minha cabeça. O seu olhar destruído e o desgosto que foi exibido em seu rosto, como se alguém de sua família tivesse morrido. Eu não posso retirar o que eu disse. É para seu próprio bem. Eu estou quebrada por dentro com esses tornados de emoções. Eu apenas não posso apresentá-la ao meu mundo! Ela merece alguém melhor. Alguém que fique aos seus pés, e que seja corações e flores, porque é isso que ela claramente deseja. Mas então, a ideia de alguém tocá-la me mata por dentro.
Eu volto para o hotel. Eu tenho que socar algo, alguém, alguma coisa... Eu estou cheia de emoções com que eu não estou familiarizada. Eu não posso tirar seu rosto de minha cabeça. O olhar... A mágoa... Porra! É tudo culpa minha... Eu não sou o tipo que tem namorada e ela não é o tipo de garota que faria o que eu quero! Estou numa merda de dilema e eu tenho um desejo desconhecido, alguma atração por ela, e eu não quero magoá-la. Ela vai se machucar. Ela é muito inocente. Não vai funcionar com ela! A batalha em minha cabeça ruge. Como é que eu sei que não vai funcionar se eu não tentar?
Foda-se isto! Eu vou dar a mim mesma mais tempo. Ver se consigo resolver isso na minha cabeça. Porra!
(....)
Tem sido uma maldita semana. Eu a observo de longe como um adolescente. Ela vai para seu apartamento, vai para o trabalho, e as vezes visita seus pais no restaurante. Eu ainda gerencio meu mundo a partir do Hotel Heathman, em Seattle. Eu posso dirigir minha empresa daqui até eu terminar meu dever para o início da cerimônia de formatura no WSU onde eu deverei fazer um discurso para a turma de formandos que sua melhor amiga vai participar.
Porque não consigo tira-la da minha cabeça? O que eu sou? Uma maldita adolescente? Diversão... O que eu preciso é de diversão. Mas nada é atraente para mim, exceto ela. É como se o seu corpo me chamasse, seu espírito, seu sangue, seu ser. Eu não posso escapar deste sentimento, porra!
Eu tenho que fazer algo para mostrar a ela que estou interessada nela. Mas eu ainda sinto que tenho que avisá-la. Ela é uma dessas mulheres românticas dos clássicos britânicos. Eu decidido enviar-lhe "Tess of the D'Urbervilles", de Thomas Hardy, primeira edição. O que me custou uma nota. Tenho certeza de que ela irá lê-lo. Eu quero que ela fique longe, mas não quero ficar longe. Devo dar-lhe pelo menos um aviso. Se ela me rejeitar, pelo menos, posso talvez seguir em frente. Talvez...
Escrevo um bilhete:
Por que você não me disse que não havia perigo?
Por que você não me avisou?
Senhoras sabem se precaver, por que leem romances que lhes contam esses truques...
Eu envio a primeira edição dos livros, juntamente com o meu bilhete, para sua casa. Eu espero que ela leia o aviso. Mas parte de mim quer que ela o ignore. Eu nunca desejei tanto alguém e eu já tive algumas mulheres. Eu me repreendo porque eu posso escolher mulheres. Quase qualquer mulher. Mas eu não quero qualquer mulher. Eu a quero! Talvez,eu possa declarar minha intenção para ela. Eu estou perdendo a porra da minha cabeça! Ela enfeitiçou meu corpo e minha alma.
Eu não quero ficar longe dela.
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