❇️Brunna Gonçalves❇️

Ela inclina-se para me ajudar a levantar e ir até a porta, atrás da qual pendura um roupão cinzento. Ela pacientemente me veste como se eu fosse uma criança pequena. Eu não tenho a força para erguer meus braços. Quando eu estou coberta e respeitável, ela se inclina e me beija suavemente, apertando a boca em um sorriso.

Ludmilla:Para cama, — ela diz.

Oh... não...

Ludmilla:Para dormir, — acrescenta tranquilizando quando vê minha expressão.

De repente, ela levanta-me e leva-me enrolada contra seu peito para o quarto ao longo do corredor onde, mais cedo hoje, a Dra. Greene me examinou. Minha cabeça cai contra o seu peito.

Estou exausta. Eu não me lembro de alguma vez ter estado mais cansada. Puxando para trás o edredom, ela me deita, e ainda mais surpreendente, sobe ao meu lado e me segura perto.

Ludmilla:Durma agora, menina linda, — ela sussurra, e beija o meu cabelo.

E antes de eu possa fazer um comentário, eu estou adormecida.

(.........)

〰️Ludmilla Oliveira〰️

Eu acordei antes dela quando o sol está se pondo. Eu olho para ela completamente satisfeita e relaxada, dormindo em meus braços. Eu posso olhá-la por horas. Ela parece tão tranquila em seu sono. Quando eu tento mover meu braço para longe dela, ela se agita, inquieta, como se algo a estivesse incomodando. Eu acaricio seu cabelo, e cheiro, e a beijo no alto de sua cabeça e instantaneamente ela se acalma. Ela relaxa. Ela está confortada pela minha presença como eu estou confortada pela dela. O pensamento me faz suspirar atonitamente. Ela é o meu par perfeito. Finalmente eu a liberto dos meus braços e, lentamente, me movo, cobrindo-a. Seu braço se move à minha procura. Eu lentamente caminho para a porta, e a ouço clara como um sino:

Brunna: Ludmilla, não vá!

Ludmilla: Eu vou apenas... - eu começo a falar mas percebo que ela está completamente adormecida. Ela está falando em seu sono.

Brunna:Por favor.... - ela murmura preocupada. Ela se mexe na cama inquieta. - Eu amo...- e geme como se algo a está machucando. Eu volto para a cama ficando por cima das cobertas, e me deito ao lado dela. Eu acaricio seu cabelo novamente, relaxando-a.

Ela ama o que? Ou melhor, quem? Eu lentamente movo meu braço para longe do seu tronco, ela relaxou novamente entrando em sono profundo. Eu vou na ponta dos pés para a porta. Então eu ouço a voz dela muito claramente... o que me imobiliza.

Brunna: Eu te amo, Ludmilla! Não me deixe... - ela pede em seu sono. Minha boca cai aberta, eu sento em uma cadeira no canto e olho fixamente para ela. O que eu faço com esta informação? Eu não posso nem começar a processá-la!

Sorrio do nada, sinto uma alegria, uma paz. Será que ela tem noção disso?Eu queria poder dizer a ela o que ela significa para mim, mas eu não tenho palavras pra isso. Talvez eu deva deixar toda essa loucura de lado. Brunna entrou na minha vida de uma forma inexplicável, se dependesse de mim na verdade eu nem queria ter a conhecido, foi tudo tão na base da brincadeira.Se ela perguntar o que me fez gostar de dela, eu não vou saber responder.Posso até arriscar alguma coisa, elogiando o teu sorriso coisa e tal mas infelizmente não vou saber.E deu no que deu,sim eu me apaixonei por Brunna Gonçalves…. É algo estranho,pelo menos pra mim,nunca tinha ficado com alguém tanto tempo na cabeça. Eu estou ficando louca, só pode,mas as vezes eu me pergunto porque me apaixonei tanto por ela? Uma garota tão complicada que não se apega a ninguém. Todos os dias eu me pergunto o porque de tanto sentimento por nada.Se pra ela nada disso importa,é só dizer eu vou entender. Mas eu quero que ela saiba.Eu tentei evitar, tentei não gostar, mas nada adiantou.

Ludmilla: Eu também te amo Brunna Gonçalves. - Digo e saio do quarto.

❇️Brunna Gonçalves❇️

O roçar de lábios através de minha testa, deixando beijos ternos e doces em seu rastro, faz parte de mim girar e responder, mas principalmente eu quero ficar dormindo. Eu gemo e me refugio em meu travesseiro.

Ludmilla: Brunna, acorde. — A voz de Ludmilla é suave.

Brunna: Não, — eu gemo.

Ludmilla:Nós temos que sair em meia hora para almoçar com meus pais. — Ela está se divertindo.

Eu abro meus olhos relutantemente. Ludmilla está debruçando sobre mim, olhando-me atentamente.

Ludmilla:Vamos dorminhoca. Levante-se. — Ela se inclina e me beija novamente.— Eu fiz uma bebida pra você. Eu estarei no andar de baixo. Não volte a dormir, ou você estará em apuros, — ela ameaça, mas seu tom é aprazível. Ela me beija brevemente e sai, deixando-me sonolenta.

Eu estou um pouco recuperada, mas de repente, nervosa. Caramba, eu vou conhecer a sua família! Ela apenas me bateu com o chicote, pelo amor de Deus, agora vou encontrar seus pais. Será a primeira vez de Larissa encontrá-los também, pelo menos que ela estará lá para me dar suporte. Eu enrolo os meus ombros. Eles estão duros. Sua exigência por um instrutor particular de ginástica não parece tão estranha agora, de fato, parece obrigatório, se eu tiver qualquer pretensão de acompanhá-lo.

Saio lentamente da cama e noto que meu vestido está pendurado fora do guarda-roupa e meu sutiã está na cadeira. Onde está a minha calcinha? Eu verifico embaixo da cadeira. Nada. Então, lembro-me, que ela colocou-a no bolso de sua calça jeans. Eu ruborizo com a lembrança, depois dela, eu não posso mesmo pensar sobre isso. Eu franzo a testa.

Por que ela não devolveu a minha calcinha?

Eu vou para o banheiro, perplexa com a minha falta de roupa íntima. Enquanto me enxugo, depois de minha agradável, mas extremamente breve chuveirada, eu percebo ela fez isso de propósito. Ela quer que eu me sinta envergonhada e peça a minha calcinha de volta, e ela pode dizer sim ou não. Inferno... dois podem jogar esse jogo em particular. Resolvendo não lhe perguntar por ela e não dar-lhe satisfação, eu decido encontrar seus pais sem calcinha, quase abraço a mim mesma com alegria porque eu sei que isso a deixará louca.

Volto ao quarto, coloco meu sutiã, deslizo em meu vestido e calço os meus sapatos. Eu removo a trança e apressadamente escovo meu cabelo, eu então olho para a bebida que ela deixou.

É cor-de-rosa de pálido. O que é isto? Cranberry e água com gás.

O sabor é delicioso.

Voltando ao banheiro, eu me verifico no espelho, olhos brilhantes, bochechas ligeiramente coradas, o olhar um pouco presunçoso por causa de meu plano sobre a calcinha, e saio para o andar de baixo.

Ludmilla aguarda ao lado da janela panorâmica, vestindo as calças de flanela cinza que eu amo, aquelas que penduram dessa forma incrivelmente sensual fora de seus quadris, e, claro, uma camisa de linho branco. Ela não tem alguma outra cor? Frank Sinatra canta suavemente nos alto-falantes de som surround.

Ludmilla se vira e sorri quando eu entro. Ela olha para mim com expectativa.

Brunna: Oi, — eu digo baixinho.

Ludmilla:Oi, — ela diz. — Como você está se sentindo? — Seus olhos estão iluminados com diversão.

Brunna: Bem, obrigada. E Você?

Ludmilla:Eu me sinto bem poderosa, Senhorita Gonçalves. - Ela está tão à espera que eu diga alguma coisa.

Brunna: Frank. Eu nunca imaginei que você fosse um fã de Sinatra.

Ela levanta suas sobrancelhas para mim.

Ludmilla:Gosto eclético, Senhorita Gonçalves, — ela murmura, e ela dá alguns passos em minha direção, até chegar na minha frente, seu olhar tão intenso que me tira o fôlego.

Frank começa a cantar... uma velha canção, uma das favoritas de Jorge. "Witchcraft". Ludmilla passa vagarosamente a ponta do dedo pela minha bochecha, e eu sinto todo o caminho até lá embaixo.

Ela parece... Diferente?

Ludmilla:Dance comigo, — ela murmura, com voz rouca.

Tomando o controle remoto fora de seu bolso, ela aumenta o volume e mantém a sua mão para mim, seu olhar cheio de promessas, desejo e humor. Ela é totalmente sedutora, e eu estou encantada. Eu coloco minha mão na sua. Ela sorri preguiçosamente para mim e me puxa em seu abraço, seu braço enrolando ao redor minha cintura, e ela começa a balançar.

Eu ponho minha mão livre em seu ombro e sorrio para ela. E ela começa a mover.

Rapaz, ela sabe dançar. Nós cobrimos o chão, da janela até a cozinha e de volta novamente, girando e girando, no tempo da música. E ela faz isto tão fácil para mim.

Nós deslizamos em torno da mesa de jantar, para o piano, e de lá para cá na frente da parede de vidro, fora, Vancouver piscava um mural escuro e mágico para nossa dança, e eu não posso evitar a minha risada despreocupada. Ela sorri para mim quando a música chega ao fim.

Ludmilla: Não existe nenhuma mulher mais perfeita que você, — ela murmura e então me beija docemente. — Bem, isso comprou um pouco de cor para suas bochechas, Senhorita Gonçalves, eu.....-Ela me encara tentando buscar palavras pra falar e sorrir. - Obrigada pela dança. Nós devemos ir e encontrar meus pais.

Brunna: Obrigada, e sim, eu não posso esperar para encontrar com eles, — eu respondo sem fôlego.

Ludmilla:Você tem tudo que você precisa?

Brunna: sim, — eu respondo docemente.

Ludmilla: Você tem certeza?

Concordo com a cabeça tão indiferente quanto eu posso administrar sob o seu escrutínio intenso, divertido. Seu rosto se divide em um sorriso enorme, ela balança a cabeça.

Ludmilla:Ok. Se esta é a maneira que você quer jogar, Senhorita Gonçalves .

Ela agarra minha mão, recolhe a sua jaqueta que está pendurada em uma das banquetas, e me leva através da entrada para o elevador. Oh, as muitas faces de Ludmilla Oliveira. Será que jamais serei capaz de compreender esta mulher volúvel?

Ela está curtindo uma piada privada, um vestígio de um sorriso que flerta com sua boca bonita. Eu temo que seja a minha custa. O que eu estava pensando? Eu vou conhecer os seus pais e eu não estou vestindo qualquer roupa íntima. Meu subconsciente me dá um inútil aviso, eu te disse. Na segurança relativa de seu apartamento, parecia uma ideia divertida. Agora, eu estou quase fora de mim sem calcinha! Ela olha para mim, e está lá, a tensão aumentando entre nós. O olhar divertido desaparece de seu rosto e suas linhas de expressão, a escuridão de seus olhos... oh meu Deus.