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Era Rafe.

Ouviu quando Amber saiu do quarto e foi junto, parando na sacada da frente do hotel observando a conversa entre ela e o pai, sua presença foi descoberta por Owen que olhou para cima capturando sua imagem ali.

Rafe se afastou dos balaustrada e terminou de descer seu trajeto até a frente do hotel, cruzou os braços ao parar no lado dos dois com seu olhar de poucos amigos para o homem.

── Rafe! Olha só você. - Sorriu nervoso com a presença do mesmo, sabendo que acabou com a vida do pai dele ── Quem diria que se casaria com a minha filha.

── É, quem diria que teria como sogro o homem mais mentiroso, vigarista e ladrão da ilha inteira. - Ironizou sem desfazer sua pose

── É.. - Seu sorriso foi se desmanchando aos poucos ── Se vai me matar por ter feito aquilo com o seu pai, eu..

── Não dou a mínima, nem lembrava disso até você mesmo citar. - Suspirou, passando a mão pelo rosto ── Até que você serviu pra alguma coisa, não é mesmo?

── Ele não quer dizer o que faz aqui. - Amber disse, mesmo Owen dizendo que não era por nada, ela sentia que tinha algo.

Antes que Owen inventasse alguma desculpa ou repita a mesma coisa que disse para a filha, Rafe segurou o colarinho de sua camiseta e empurrou o mais velho até suas costas baterem na parede.

──╴Tudo bem! Tudo bem, eu falo! - Levantou as mãos em rendição e o Cameron inclinou a cabeça para o lado semi cerrando os olhos

── Então começa a falar antes que eu te carregue até aquele mar. - Rafe olhou para trás apontando em direção ao mencionado ── E te afogue, se te jogar ali ninguém vai achar até que seu corpo flutue.

── O Groff me contratou pra ajudar a tomar as empresas Cameron. - Colocou as mãos em frente ao rosto, mas tirou olhando para a filha, que estava tão desconfiada quanto Rafe ── É por isso que eu estava no navio aquele dia, vigiando o Ward.

── Vocês provavelmente continuam com essa merda, não é? - O loiro intensificou seu aperto e o homem segurou seu pulso ── Me conta.

── Ele continua sim, acha que seria mais fácil agora que o Ward.. Bom, se foi.

── Acha? - Sorriu irônico ── Vou mostrar a vocês que não foi uma boa ideia pegar o meu dinheiro, e ainda por cima, achar que poderiam ferrar com a minha empresa.

── Olha, eu posso ajudar vocês a pegar o Groff. - Owen se desesperou ao ser jogado no chão e ver o Cameron avançar ── Ajudo a recuperar sua grana, só não faz nada comigo. - riu nasalado ── Eu sou o pai da sua esposa.

── E isso não significa nada pra mim. - Amber cruzou os braços com indiferença

── Eu sei, filha. Eu sei. - Desmanchou sua expressão, os músculos tensos e olhos atentos no loiro que se abaixou à sua frente.

── Certo, você vai me ajudar a pegar o Groff. - murmurou e Owen acenou rapidamente concordando com o que o outro disse ── Vai levar ele até o quarto onde estou e talvez.. - Semi cerrou os olhos inclinando a cabeça ── Só talvez eu te deixe sair vivo dessa, mas se tentar me sacanear, eu vou te caçar e matar.

Owen permaneceu em silêncio enquanto ouvia tudo que o Cameron dizia, com uma naturalidade em sua voz baixa e ele balançava a cada palavra dita.

── Você me entendeu bem? - Indagou segurando o rosto do homem com grosseria e ele voltou a assentir.

── O Groff te chamou aqui, não foi? - A Monroe fez a pergunta atraindo o olhar do mais velho, que acenou confirmando

── Ele disse que tem uma espécie de gangue querendo matar ele e precisava pagá-los. - Owen respondeu com seriedade ── Por isso te roubou. - direcionou a última frase para Rafe.

── Interessante. - Amber sorriu chamando a atenção do marido, curioso, mas logo ele entendeu o que a garota queria dizer com isso.

── Vamos ajudar a tal gangue. - Rafe voltou a olhar o homem e levantou do chão puxando Owen para cima ── E você vai ajudar. Mas não se esqueça! Nenhuma gracinha.

── Eu tô de olho em você, Owen, e saiba que não confio nenhum pouco. - A Monroe murmurou observando o mesmo ser puxado para dentro do prédio - pelo Cameron que não era nenhum pouco delicado em seus toques.

Chegaram no quarto e o mais velho foi jogado no chão como qualquer coisa, reclamando da dor que lhe foi causada. Rafe foi até a mochila que trouxe e tirou algo de dentro, essa coisa que não foi identificada e, escondeu em sua cintura.

── Nós sabemos qual o quarto dele. - Amber comentou pegando o celular para avisar o resto do grupo, não demoraram para responder.

Cleo foi a primeira e ela explicou no chat do grupo que encontrou o pai, sobre o recente plano e a relevância de Owen. Acrescentando que alguém deve ficar no fim do corredor, caso o Reed tente fugir quando sair para ir até o quarto do número 35.

E assim foi feito, John b e Cleo estavam no fim do corredor, Pope ficou no quarto do número 40 com a porta entre aberta, Kiara e Sarah vieram para o quarto onde a amiga chamou.

── Você vai dizer que está no quarto número 39 com o passaporte dele. - Rafe explicava para o homem ── Se não convencer ele de vir, vou perder a paciência e ir atrás dos dois pra acabar logo com suas vidas.

── Sim, entendi. - Arregalou os olhos, soltando um longo ar dos pulmões ── Eu vou fazer tudo que estão me pedindo, mas me prometem que quando Groff estiver aqui, vão me deixar ir.

── Você tem a minha palavra, Owen. - Amber sorriu fechado e o mais velho ergueu uma sobrancelha em dúvida

── Então vou cumprir a minha, podem confiar. - Acenou positivamente começando a se distanciar do grupo que ficará para trás.

Rafe se sentou na ponta da cama sendo seguido pelos olhos da irmã, ela observou-o tirar uma pistola da cintura e como de praxe, não se chocou com o que viu nas mãos do mais velho.

── Eu sinto muito, Rafe. - Sarah murmurou encarando o mesmo.

O loiro ergueu seu olhar para a loira à sua frente, uniu as sobrancelhas. ── Sente pelo o que?

── Pela forma que o papai te tratava. - Suspirou diante do olhar vazio, mas ao mesmo tempo havia um sentimento sendo escondido pelo mais velho. ── Eu sei que você me odeia pelo Ward não ser justo e ter me.

── Te amado mais? - Interrompeu, desviando seu olhar para as próprias mãos.

── Mas a culpa disso não é minha. - Se defendeu, os olhos querendo lacrimejar contra sua própria vontade. ── Se eu pudesse escolher, preferia que ele fosse um pai justo e ter tratado você e a Wheezie da mesma forma que fazia comigo. Mas ele não era um bom pai, se você não dividiria o "amor" pelos filhos numa balança.

Rafe a olhou de cenho franzido, tudo para não demonstrar que aquilo o afetava, sua expressão era dura porque o próprio forçava aquela pose, mas seus olhos não mentiam. Os olhos nunca mentem por mais que tentemos.

── Você tem razão. - Sarah continua, deixando as lágrimas saírem ── Eu não tenho onde morar. Nem tenho mais a minha família. Meu pai, os meus irmãos. Eu perdi por causa do egoísmo do Ward, isso não é justo também.

O irmão mais velho se colocou de pé, a poucos passos dela, os braços cruzados e a expressão fechada, como se carregasse uma muralha invisível entre eles.

── Eu amo você. - A voz quebrada da garota, quase inaudível no início. ── Eu sinto sua falta, da Wheezie. Dos meus irmãos. Só queria a minha família de volta. - Os olhos brilhando pelas lágrimas, mas desafiadores.

Rafe desviou o olhar por um instante, os músculos do maxilar se contraindo. Ele queria responder, queria gritar que sabia que ela estava certa, que o favoritismo do pai não era algo que ela escolheu. Mas as palavras ficaram presas na garganta, sufocadas pelo peso de anos de ressentimento e orgulho.

── Você sempre foi a filha perfeita, Sarah. Tudo o que ele queria. Sempre dizia o quanto você era a garotinha perfeita dele. - Ele finalmente murmurou, sem olhar para ela. ── E eu... eu era só a decepção, sempre.

── Rafe, não! Você era o filho dele também! - A voz dela se ergueu, misturando raiva e tristeza. ── Ele que falhou com a família dele, com a gente. Não eu. Por que você tem que colocar isso em mim?

Ele ficou em silêncio, sentindo o nó na garganta apertar ainda mais. Cada palavra dela era uma faca cortando a armadura que ele usava para se proteger. Ela estava certa. Ele sabia que estava. Mas admitir isso era algo que parecia impossível.

O Cameron espremeu os lábios numa linha para segurar o choro, mas seu peito doía ainda mais por fazer isso.

── Eu nunca quis competir com você, Rafe. Eu só queria que a gente fosse uma família... como antes. - A última palavra veio carregada de dor, quase como um sussurro. Ela baixou o olhar, os ombros tremendo enquanto as lágrimas finalmente deslizavam por seu rosto.

Rafe deu um passo à frente, quase instintivamente. Ele queria dizer algo. Queria confessar que também sentia falta dela, da irmã que ele afastou por causa da própria dor e raiva. Mas o orgulho o manteve imóvel, com as mãos cerradas ao lado do corpo.

Amber e Kiara assistindo a cena como uma torcida.

Antes que mais alguma coisa pudesse ser dita, Sarah avançou abraçando a cintura do irmão. Ele ficou estático, sem reagir ou corresponder ao abraço no primeiro momento. Rafe retribuiu, minimamente, mas retribuiu.

── Cara, eu nem acredito que consegui achar vocês. - Ouviram uma voz familiar ── Sou genial demais, podem falar.

Todos trocam olhares confusos, sem conseguir acreditar que aquela voz realmente pertencia a quem lembrava.

── Você não estava preso? - O sussurro de Cleo foi ouvido

── Não estou mais. - Respondeu ── O Shoupe me soltou porque não achava que fui eu que matei a mulher lá, acharam digitais do Groff.

── Então.. - Kiara murmurou ── Isso significa que não precisamos mais prosseguir o plano.

── Vou continuar pelo Rafe. - Sarah se pronunciou com a voz firme, decidida.

── O que você ganha com isso? - O mais velho questionou

── Compromisso de família é ajudar. - Sorriu para o outro que retribuiu brevemente

O som abafado de passos ecoava pelo corredor estreito do velho hotel chamando a atenção dos jovens do quarto mais próximo. Groff mantinha o olhar firme à frente, seus músculos tensos enquanto seguia o pai de Amber. O homem de olhar severo e semblante marcado pelo tempo, andava alguns passos à frente, como se calculasse cada movimento.

── Não tente nada, Reed. Estou de olho - disse o homem, sem virar o rosto.

Owen manteve-se calado, seus pensamentos girando freneticamente. Groff não confiava naquele homem, mas não havia outra opção no momento. O cheiro de madeira úmida e o barulho distante das pessoas na rua enchiam o ar, mas algo parecia errado. Havia uma tensão que Chandler não conseguia ignorar.

Assim que viraram uma curva do corredor, Groff parou bruscamente. Ele percebeu algo - ou melhor, alguém. Um brilho fugaz chamou sua atenção: a silhueta de seu filho. Os olhos de Groff se estreitaram, e sua respiração acelerou ao perceber as figuras escondidas à frente.

Era Maybank e seu grupo. Eles estavam posicionados, prontos para atacar.

- Droga... - murmurou ele, baixinho.

Antes que o pai de Amber percebesse, Groff agiu por instinto. Ele empurrou o homem com força para o lado, fazendo-o tropeçar e cair contra a parede com um grunhido de dor.

- O quê? - exclamou o homem, mas Groff já estava se movendo. ── Ele está fugindo!

Groff correu de volta pelo corredor por onde tinha vindo, ao ouvir a voz, Rafe não hesitou em ir atrás dele. O homem olhou para trás brevemente e viu quem estava perseguindo-o, ele era rápido. Seu coração batia forte enquanto calculava cada curva e desvio para tentar despistar o Cameron.

── Owen.. Pra onde aquele merda foi? - A Monroe correu para fora do quarto indo até seu pai que levantava do chão

── A próxima parada dele seriam as montanhas, é um ótimo esconderijo com casas abandonadas e tudo mais.. - Ajeitou sua própria camiseta, vendo a expressão irritada da outra ── Eu não fiz nada! Foi o seu amigo que espantou ele.

── Merda, Maybank! - Amber reclamou ao ver o mesmo, mas mais preocupado com o loiro que deixou o grupo para seguir o Groff ── Você é genial mesmo! Veio aqui estragar nosso plano?

── Não precisamos mais de um plano, o JJ foi inocentado. - John b anunciou

── Acho que deveríamos ir embora. - Pope optou por sua voz ── Sabendo que existe uma certa gangue assassina aqui, eu não arriscaria.

── Ir embora? - Amber franziu o cenho, soltando um riso frouxo e o garoto desistiu de prosseguir sua fala.

── Eu peguei carona até aqui, podemos voltar assim e deixar o Groff ser morto pela gangue. - O Maybank dando de ombros

── É Amber, O Rafe sabe se virar e ele mesmo queria vir sozinho. - John b concordou

── Não vou embora sem o meu homem. - Amber disse um pouco incrédula

── Também não vou sem o Rafe. - Sarah informou firme

── Se a Amber e a Sarah vão ficar, eu também fico com elas. - Kiara olhou pelo grupo

── Beleza, todos vão ficar. - Cleo decidiu, em seguida apontou o canivete para Owen ── Ei você, onde encontramos essas montanhas?

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Os primeiros raios do sol iluminavam as montanhas rochosas do Marrocos, tingindo tudo com um brilho alaranjado. O grupo caminhava em silêncio pela trilha, seus passos ecoando no cascalho. Kiara parou por um momento, puxando o cantil da mochila para tomar água, enquanto JJ brincava com uma pequena pedra que encontrara no caminho.

── Vocês têm certeza de que o Groff está aqui? Tipo, confiam nesse ai? - perguntou JJ, franzindo a testa enquanto olhava para a imensidão das montanhas à frente.

── Sim. Eu já vim aqui antes com ele, foi onde disse que iria. - respondeu Owen, Cleo checando o mapa cheio de anotações.

── E se você estiver mentindo, eu mesma te mato. - Amber ameaçou segurando o braço do homem - mais para manter-se apoiada em algo.

── Vamos lá, não façam bunda mole. - Suspirou pegando a garrafa que Kiara entregou

── Será que o Rafe já matou ele? - Sarah comentou, suspirando arrastado. Ela puxou o capuz de sua jaqueta para proteger o rosto do vento que começava a soprar mais forte.

── Ou ao contrário. - JJ comentou recebendo o olhar repreensivo de cada um ali.

── Não fala merda, JJ. - Kiara comentou

John B estava à frente, examinando o caminho. ── Ei, tem uma espécie de cabanas mais adiante, - ele disse, apontando para uma estrutura de madeira que mal se destacava no meio das pedras das montanhas mais ao longe. ── Acho que deveríamos dar uma olhada.

Eles seguiram em direção, o ar ficando mais fresco à medida que subiam. Cleo, andando ao lado de Pope, olhou para ele com um leve sorriso. ── Você acha que Groff vai simplesmente nos receber com chá e biscoitos?

── Se for esperto, deveria. - Pope respondeu, ajustando a alça da mochila. ── Mas acho que o chá vai ser a última coisa na cabeça dele quando nos vir.

Quando chegaram mais perto da cabana, eles pararam para planejar. ── Vamos nos dividir, - sugeriu Amber. ── Assim encontramos mais rápido. Eu vou com o Owen.

── Eu vou com você, - disse JJ, inclinando-se para Amber. ──Se algo der errado, pelo menos vou estar lá para improvisar.

── Isso não me deixa muito confiante, - Amber respondeu com uma sobrancelha levantada, mas deixou JJ se juntar ao grupo.

── Também vou com vocês. - Kiara informou e olhou para trás ── Vocês vão em outra direção?

Kiara aproximou-se da amiga, segurando-lhe a mão, e juntas iniciaram a subida. Logo atrás, JJ segurou o homem pelo braço e o puxou, acompanhando as garotas pelo caminho.

Aquela sensação incômoda que Amber sentira ao chegar começava a retornar, trazendo consigo um embrulho desconfortável no estômago.

O presentimento ruim voltou.

── Tudo vai ficar bem - a voz de Kiara quebrou seus pensamentos.

No topo da montanha marroquina, o vento quente soprou levemente, carregando com ele um aroma seco e terroso característico da região. Amber estava ofegante, mas a adrenalina mantinha seus passos firmes. Ao seu lado, Kiara mantinha o olhar atento ao redor, seus dedos ainda entrelaçados aos de Amber, como uma âncora de conforto. JJ vinha logo atrás, sua mão segurando firme o braço de Owen, que caminhava contrariado, mas em silêncio, ciente de que não tinha outra escolha.

Assim que chegaram ao cume, o grupo se deparou com uma vista vasta, pontilhada por rochas e arbustos secos. Porém, não foi a paisagem que chamou atenção de Amber.

Sons de vozes carregadas de tensão ecoaram à distância. Kiara ergueu a mão, pedindo silêncio. Eles se agacharam instintivamente, escondendo-se atrás de uma formação rochosa que lhes oferecia abrigo e uma visão parcial do cenário.

── Consegue ouvir os dois? Isso significa que Rafe ainda não matou ninguém. - sussurrou JJ, inclinando-se ligeiramente para frente, tentando decifrar as palavras que chegavam fragmentadas pelo vento.

── Cala a boca. - Kiara repreendeu

Amber prendeu a respiração. Ela conhecia aquele timbre de voz grave e arrogante - era Rafe. Seu coração acelerou. Ele estava ali. O que significava que Groff, também estava.

── Eu já disse, você vai devolver dinheiro e talvez.. Só talvez eu te deixe escapar dessa vivo! - A voz de Rafe cortou o ar, carregada de raiva e determinação.

── Seu dinheiro? Eu não sei o que a Hollis te disse, mas o seu dinheiro foi investido. - Groff respondeu com uma risada cínica, enquanto os dois pareciam estar em um impasse.

── A Hollis não disse nada porque você matou ela, se esqueceu? - Gritou impaciente

── Tá bom! Ta bom, eu peguei. - Alguma coisa que Rafe fez desarmou o outro

Amber cerrou os punhos e, o estômago embrulhando. Rafe estava ali tentando detê-lo, e mesmo que eles tivessem suas diferenças, ela sabia que precisava fazer algo antes que fosse tarde demais.

── Ele vai fazer alguma coisa se não fizermos nada. - sussurrou Kiara, olhando para Amber. ── Nós precisamos agir rápido antes que um deles acabe se ma-

── Machucando? É importante? -JJ rebateu

Groff resmungou baixinho, ajustando a postura. ── Isso já foi longe demais. Vamos acabar logo com isso.

Com um último olhar determinado para seus amigos, Amber ergueu seu corpo, o coração batendo ferozmente em seu peito enquanto eles se preparavam para confrontar a situação dos homens.

Rafe e Groff estavam frente a frente, com os corpos tensos, como dois predadores prestes a atacar. O olhar de Amber em apenas uma pessoa, tudo parecia desbotado, como se apenas o Cameron importasse. Ela mantinha-se escondida junto ao pai e seus amigos, observando cada movimento com o
coração martelando no peito.

── Você é patético, Groff. - Rafe riu, um som seco carregado de desprezo, e o tom de provocação. ── Sempre se escondendo atrás de mentiras. Nunca soube lidar com alguém de verdade.

Amber percebeu algo - um movimento sutil, quase imperceptível. A mão dele escorregou para dentro de sua jaqueta, onde uma lâmina brilhante estava escondida. Seus olhos se arregalaram ao compreender suas intenções.

Ele ia apunhalar Rafe.

── Rafe! - Amber levantou-se do esconderijo sem pensar duas vezes. Seus pés já estavam em movimento antes que qualquer um pudesse reagir.

A cena pareceu se desenrolar em câmera lenta. Owen, que sempre mantinha uma fachada indiferente, viu a filha correr em direção ao perigo e sentiu o pânico atravessar seu peito
como um raio. Ele soltou um grunhido de medo,
disparando atrás dela.

── Amber, Volta aqui! - ele gritou, mas sua voz se perdeu no calor do momento.

Groff avançou com a lâmina na mão, seus olhos brilhando com a antecipação de seu golpe traiçoeiro. Amber chegou perto o suficiente para ver o brilho do metal, sua mente focava em uma única coisa: que nada acontece com Rafe.

Mas Owen foi mais rápido.

Com um salto desesperado, ele se colocou entre Groff e Amber, o corpo erguido como uma barreira. O som do metal rasgando carne foi brutal, e o tempo pareceu parar.

── Pai! - Amber gritou, pela primeira vez, aquela palavra saindo de sua boca com sinceridade, sua voz carregada de horror enquanto o corpo de Owen cambaleava para trás.

Rafe aproveitou a distração de Groff para avançar e tomar sua faca, fincando a lâmina afiada em seu pescoço.

Owen segurou o ombro de Amber enquanto caía de joelhos, a garota caindo junto tentando estancar o sangramento - o sangue escorrendo entre seus dedos. ── Porque você fez isso, pai?

── Você está bem, filha? - ele perguntou com a
voz fraca, ignorando a dor que o atravessava.

── Por que fez isso?! - Amber murmurou, as lágrimas já estavam turvando sua visão enquanto segurava o rosto dele.

── Não temos tempo de pedir ajuda. - Kiara avisou ao Cameron, e repensando, apontou para o corpo de Groff ── E acho que nem podemos.

Mas Amber não conseguia desviar os olhos de Owen. Seu pai, que sempre fora tão distante e relutante, acabara de se sacrificar por ela. As palavras dele ecoaram em sua mente, mesmo enquanto ele caía em seus braços:

── Eu sempre fui.. um péssimo pai, bebezinha. - Sorriu fraco, suspirando pelo incomodo que tomava conta de seu corte. ── não ia.. deixar que você se machucasse.

Amber segurava o corpo de Owen em seus braços, o sangue manchando suas mãos e a terra seca ao redor. As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela tentava processar o que acabara de acontecer. A expressão de dor no rosto do pai era um reflexo da sua própria dor interna, e ela sentia o peso esmagador do momento.

── Pai, não... Você vai ficar bem... fica comigo! - implorou, sua voz entrecortada por soluços. Ela pressionava as mãos contra o ferimento, como se pudesse impedir o inevitável, mas sabia que era inútil. O olhar de Owen começava a perder o foco, mas ainda havia uma suavidade nele enquanto encarava a filha.

── bebe... eu só... - murmurou ele ── Fala pra Ivy que.. tenho todas as cartas dela até hoje - a voz fraca e quase inaudível ── Pro Barry, que agradeço quando ele cuidou.. - recuperou o fôlego e voltou ── cuidou de mim quando fiquei doente. ── tentou esboçar um sorriso, mas foi mais uma sombra do que uma expressão real. ── E você é... forte... e sempre foi... corajosa, muito melhor do que os.. - riu ── seus pais.

── Não, pai! Você vai ficar bem! Nós vamos dar um jeito! - ela insistiu, recusando-se a aceitar a realidade. ── Owen, você mesmo vai dizer tudo isso pra eles. - As lágrimas caiam sem parar, molhando o rosto de Owen.

Kiara e JJ estavam a poucos passos de distância, mas congelados. JJ passou a mão pelos cabelos, o rosto marcado por uma mistura de choque e impotência. ── O que a gente faz? Droga... o que a gente faz? - ele murmurou, olhando para Kiara, que também parecia paralisada.

Kiara, por mais que fosse forte e decidida, não conseguia encontrar as palavras. Apenas observava, os olhos encarando a cena ainda anestesiada. Ela sabia que Amber precisava de apoio, mas como poderia ajudar quando tudo parecia tão sem saída?

Rafe estava a poucos metros, ainda segurando a faca em suas mãos cobertas pelo sangue de Groff. Ele olhava para Amber com uma expressão carregada de culpa e desespero.

Owen ergueu a mão trêmula, tocando de leve o rosto da filha. ── Me desculpa por.. você ter... tido uma família como a nossa.

Com essas palavras, a mão dele caiu, e o brilho em seus olhos apagou-se completamente. Amber sentiu um grito escapar de sua garganta, mas ele parecia distante, como se o mundo ao redor tivesse ficado em silêncio.

── Não! Porque você fez isso comigo, Owen!? - Sua voz saia dolorosamente de seu peito, carregada de raiva e dor ── Você sempre faz isso. - Chacoalhando o corpo do homem como se isso fosse capaz de acorda-lo, as lágrimas caindo sem parar ── Sempre vai embora..

Kiara finalmente encontrou forças para se aproximar, ajoelhando-se ao lado da amiga.
── Amber,eu sinto muito.. - ela disse baixinho, sua voz falhando de emoção. Ela colocou uma mão hesitante no ombro da amiga, oferecendo uma presença silenciosa.

JJ afastou-se um pouco, passando as mãos pelo rosto, claramente sem saber o que fazer ou como reagir.

Amber não respondeu. Apenas segurava o corpo sem vida do pai, como se recusasse a deixá-lo ir. A dor em seu peito era insuportável, uma ferida aberta que nenhum deles sabia como curar.

Mas a dor que Amber sentia era um redemoinho confuso e devastador, uma mistura de luto esmagador e frustração sufocante. Enquanto segurava o corpo inerte de Owen, não podia ignorar o peso de tudo o que nunca foi dito, tudo o que nunca foi vivido.

Ele a havia salvado, sim, mas a que custo? E por quê?

Amber sentia o peito apertado, não apenas pela perda, mas pela raiva que vinha com ela. Ele nunca foi o pai que ela precisava. Nunca esteve lá para protegê-la, para guiá-la, para fazer parte de sua vida.

── Eu te odeio, Owen. - ela sussurrou, as lágrimas escorrendo pelo rosto em rios quentes, suas mãos descendo de seu rosto e alcançando um colar que ele tinha - tirando do homem e apertando em sua palma ── Por que só agora decidiu se importar? - Sua voz era uma mistura de dor e amargura, cada palavra carregada com o peso de anos de ressentimento reprimido.

Rafe soltou a faca com um movimento brusco e correu até Amber, caindo de joelhos ao lado dela. Ele tentou tocá-la, mas hesitou, como se sentisse que sua presença não seria suficiente para aliviar aquela dor.

── Amber..- ele disse, a voz baixa e rouca. Com medo de que a garota ache que é culpa sua, afinal foi ele quem decidiu ir para marrocos.

Mas ela deixou o corpo sem vida no chão com cuidado, virando-se em seguida para se lançar nos braços do Cameron. Ali, deixou-se desabar por completo, como se aquele fosse o único lugar no mundo onde poderia se sentir protegida.

── Calma, meu amor, eu vou levar você pra casa. - Murmurou enquanto acariciava os cabelos da acastanhada, que fechou os olhos apertando os braços em volta da cintura de Rafe e assentiu diante das palavras dele.

── Vamos.. Sei lá, enterrar? - JJ apontou para o corpo sem vida do homem olhando de Rafe para Kiara, com a dúvida. ── Ela quer isso?

── Quero. - Amber respondeu

── Então vamos. - Rafe direcionou a JJ

Não demorou mais que cinco minutos e o resto do grupo chegou, por não achar no lado que ficaram de procurar e agora querendo achar os amigos, acharam a cena de Amber e Rafe cobertos por sangue enquanto o Cameron e JJ cavam uma cova no topo daquela montanha.

── Merda. - Sarah passou seus olhos por todo mundo até chegar no homem jogado no chão e Amber com as costas encostadas em um poço, se abaixou até a amiga e a puxou para seus braços.

── Cadê o Groff? - Pope perguntou quando viu Rafe se aproximar

── Matei ele e joguei ali. - Apontou para o poço e o que o outro fez foi assentir

── Precisamos ir embora logo antes que as autoridades veja tudo isso. - John b olhou ao redor e parou no Cameron

── Alguém precisa vir até aquele ponto, estão vendo? - Rafe apontou logo a frente para um ponto madeirado próximo ao mar ── Não podemos passar pelas ruas assim ou vamos chamar atenção e ter problemas.

── Pope e eu vamos. - Cleo decidiu, mas o outro estava com sua atenção preocupada em Amber.

── Ela se machucou? - Pope indagou baixo

── Não. Pelo menos não fisicamente. - O Cameron foi quem respondeu

Continuou a encarando por um momento, até suspirar arrastado e se afastar junto com Cleo. Os outros continuam limpando todo o local da tragédia anterior, terminando de cavar a cova, o mais fundo que conseguiram.

── Vocês, vem aqui ajudar. - Rafe chamou por John b e Kiara, os dois foram pegando em cada lado do corpo e começaram a arrastar com cuidado até a cova

── Coloca a terra, eu já cansei. - O Maybank entregou a ferramenta - roubada por ele mesmo de uma das casas que haviam pelo caminho - para John b.

── Deixa que eu ajudo o John b. - Kiara estendeu a mão para a ferramenta que Rafe segurava e o mesmo não hesitou em entregar

Começaram a jogar a terra dentro da cova sem pausa, até não ser mais possível ver nenhum sinal do corpo, de longe JJ conseguiu ver o barco enorme se aproximando do ponto e sorriu aliviado.

── Ei, eles conseguiram. - Notificou para o restante do grupo

── Be, vamos. - Rafe foi até a garota e ela levantou antes mesmo dele alcança-lá ── Como você está se sentindo? Tá com fome?

── Não, eu só quero ir pra casa logo. - Forçou um sorriso em seu rosto, mas não durou muito, ela abraçou a cintura do loiro ── Vou ficar bem.

Voltaram para o barco a horas, estavam na metade do caminho. O brilho da lua iluminava o convés do barco com uma luz fria e prateada. O mar estava calmo, como se refletisse a exaustão do grupo que acabara de enfrentar um caos. Passos pesados e silenciosos ecoaram enquanto cada um deles descia para o interior do barco, deixando Amber para trás.

Rafe foi o último a descer, hesitando no topo da escada. Ele lançou um olhar para Amber, sentada no convés com os joelhos dobrados contra o peito, os cabelos bagunçados pelo vento salgado. Ele sabia que ela precisava de espaço, mas a culpa e a dor em seus olhos o fizeram querer dizer algo - qualquer coisa - para aliviar o peso.

No entanto, ele simplesmente assentiu para si mesmo, respeitando o que ela precisava, e desapareceu pela sala de controle.

O silêncio parecia esmagador. O som das ondas batendo suavemente no casco do barco e o rangido ocasional da madeira eram os únicos sons que Amber podia ouvir. Ela segurava o colar nas mãos - o único objeto que restava do pai.

Lá na sala, no local abafado do barco, os outros tentavam agir como se tudo estivesse normal, mas ninguém dizia uma palavra. JJ passava a mão nos cabelos repetidamente, andando de um lado para o outro. Sarah estava sentada no canto, abraçando as próprias pernas, enquanto Pope fingia estar concentrado em um mapa antigo espalhado na mesa, mas seus dedos tremiam e Rafe dirigia para longe daquela ilha.

── Alguém devia ir lá falar com ela. - JJ murmurou, quebrando o silêncio.

── E dizer o quê? - Kiara respondeu, a voz baixa e rouca. ── Nada do que a gente disser vai trazer o pai dela de volta.

A tensão pairava no ar como uma tempestade prestes a explodir. Todos sabiam que Rafe tinha razão em sugerir que Amber ficasse sozinha, mas isso não tornava a situação mais fácil. Afinal, eles também estavam lidando com sua própria dor e culpa, mas o sofrimento de Amber parecia ser maior, mais devastador, por mais que ela sempre finja não sentir nada.

No convés, Amber levantou a cabeça, encarando o horizonte onde o céu escuro começava a encontrar o mar. Ela fechou os olhos, respirando fundo, tentando encontrar algum vestígio de paz, mas tudo o que sentia era um vazio profundo e esmagador.

── Se alguém tiver que falar com ela, que seja o Pope. - Rafe disse com o olhar baixo

── Verdade, você sempre sabe o que dizer. - Cleo concordou com o Cameron ── Vamos ao trabalho psicólogo Pope.

── Parece que alguém já foi. - Kiara murmurou vendo o namorado sair

── Merda, espero que ele não fale merda. - Pope se encostou no batente da porta

JJ parou ao lado da Monroe e suspirou profundamente se sentando lado a lado, olhou bem para o rosto da garota, seus olhos baixos encarando um colar em sua mão trêmula e coberta de sangue seco.

── Esse barco é maneiro. - JJ sorriu tentando quebrar o silêncio de forma divertida, mas Amber permaneceu séria ── Lembra quando era eu, você e o Pope no barco do pai dele?

── Lembro..

── Quando você roubou aquele dinheiro do Rafe e o Pope ficou dando sermão? - Deu uma risada e a garota também riu

── Pope sempre dava sermões pra nós dois. - Ela sorriu relembrando

── É.. Essa é a forma dele dizer "Eu te amo", se preocupar. - JJ olhou brevemente para trás, alcançando o amigo e sorriu ── Já entendi isso.

── Você entendeu agora? - Amber riu

── Pelo menos eu entendi, né? - Protestou com um falso drama ── O lance é que sempre vamos se preocupar uns com os outros, coisa de família, certo? E você faz parte, é claro.

── Olha, eu sei que vocês estão apreensivos sobre falar comigo, mas não fiquem. - Amber disse alto na intenção de ser ouvida pelo restante do grupo ── O Owen era o meu pai e eu não queria que ele morresse, mas ele nunca foi presente e eu nunca soube como é ter ele por perto pra sentir saudades.

── Tem certeza que você está bem com isso? - Pope indagou ── Nós estamos aqui caso queira chorar um pouco ou..

── Tenho certeza. - Levantou para encarar o amigo que assentiu minimamente ── O que doeu foi saber que ele se foi sem ter me tratado como uma filha quando estava vivo, sempre fugindo e indo atrás das próprias prioridades.

Rafe finalmente encarou a garota e ela lhe mostrou um sorriso fechado, certificando que o que dizia era verídico, que não escondia nada além dessa verdade dita de forma sincera.

── Fora que o meu pai Joel está bem em Outer Banks na casa dele com os meus irmãos. - Sorriu amplamente ── E estamos voltando todos bem para casa.

── Todos vivos. - Sarah levantou e puxou a amiga para um abraço

── E sem nenhum arranhão. - Kiara completou se juntando ao abraço

── Na verdade, eu arranhei minha perna. - JJ se encostou na proa do barco

── Ninguém se importa. - Rafe implicou

── Todos vivos e com fome. - Cleo foi até as garotas e se juntou ao abraço de urso

🌴

O barco balançava suavemente enquanto se aproximavam da costa de Outer Banks. A luz da do sol da tarde - que passaram viajando - tocava as águas com tons dourados, mas nenhum deles parecia realmente notar.

Amber estava no convés, encostada na amurada, o rosto calmo, mas distante, ela havia chegado a uma conclusão que, de certa forma, a tranquilizava.

Ela apertava o colar do pai em sua mão, mas agora seus olhos não estavam mais cheios de lágrimas. "Ele sempre esteve ausente," pensou, quase como um mantra que repetia para si mesma. "Não vou sentir falta de alguém que nunca realmente esteve lá. Eu tinha o Joel.. sempre tive o Joel." Era uma tentativa de conforto, um alívio construído em memórias de quem realmente cuidou dela.

Do único que estava lá quando ela se machucava, quando ficava doente, era Joel que passava noites em claro se lembrando de cada hora que era para dar seus remédios, quem ia para reuniões de responsáveis, quem estava em todos os aniversários e o único que esteve presente. Sempre foi Elli Joel.

Não Hebe e muitos menos Owen, foi o Joel.

O som do motor diminuindo anunciou que haviam chegado. Amber sentiu o barco desacelerar enquanto os outros começavam a se mover. JJ e Kiara estavam ocupados amarrando as cordas enquanto Pope verificava se tudo estava em ordem. Rafe estava à frente, silencioso, mas atento, como sempre.

── Chegamos em casa. - murmurou ele, olhando para a costa. Seu tom era neutro, mas o olhar carregava algo mais.

Amber deu um último olhar ao horizonte antes de se afastar da amurada. Desceu para o convés inferior, sem dizer uma palavra, e voltou com sua mochila pendurada no ombro. Ela parecia mais composta agora, com a determinação de alguém que havia feito as pazes com uma verdade dolorosa.

Quando atracaram, ninguém hesitou. Era como se todos soubessem exatamente o que precisavam fazer, mesmo que não tivessem discutido. Assim que pisaram na areia, caminharam juntos, os passos carregando o peso de tudo o que haviam enfrentado.

A mansão Cameron logo surgiu diante deles, imponente e fria, com suas paredes brancas reluzindo sob o sol. Amber procurava qualquer sinal se seu irmão mais velho e não achou nada, mas continuou andando. JJ chutou uma pedra no caminho, tentando aliviar a tensão, enquanto Sarah olhava para Rafe, e ela parecia ter algo a dizer para o mais velho.

── Então, qual é o plano? - Pope perguntou, a voz baixa, quase como se tivesse medo de quebrar o silêncio.

Rafe parou ao pé das escadas da mansão e olhou para os outros, os olhos escurecidos por algo que ninguém conseguia identificar.

── Primeiro, a gente entra - disse ele, firme. ── Depois, vemos o que vamos fazer.

Amber respirou fundo, seguindo o grupo que subia os degraus. Ela só queria que tudo fosse esquecido, ou pelos menos fosse fácil tentar. O som de seus passos ecoava pelas paredes enquanto adentravam a propriedade, o ar carregado de exaustão após uma longa viagem.

── Beleza, vocês não vão contar merda nenhuma pra ninguém. - Rafe informou quando chegaram na sala, Amber continua e sobe a escada para seu quarto ── Entenderam?

── Ou vai matar a gente também? - JJ implicou com a intenção apenas de provocar

── Se isso servir pra você não abrir o bico. - Deu de ombros indo até a adega, depois de tudo precisava de álcool ── Eu vou ser o pai do filho da melhor amiga de vocês, não vão querer que o bebê dela nasça sem pai?!

── Ele tem um ponto. - Cleo comentou

── Não vamos contar a ninguém, Rafe. - Sarah assegurou confiante ── Ninguém vai abrir a boca, não nos importamos o suficiente.

── Ótimo. - Saiu da sala com um copo de conhaque em sua mão ── Sarah, você quer ver a Wheezie?

── Claro! - Sorriu abertamente ── Ela está aqui agora?

── Agora não, mas vou ligar pro Joel vir e trazer ela. - Acenou começando a ir em direção da escada ── Shannon, - chamou a mulher que saiu da cozinha ── Mostra os quartos de hóspedes, vocês precisam de um banho.

── O John b principalmente. - JJ provocou o amigo que acertou um tapa em sua nuca

O sol começava a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Dentro da mansão Cameron, o ambiente era leve e animado. A cozinha estava iluminada pelo sol da tarde que entrava pelas grandes janelas de vidro, preenchendo o espaço com uma luz calorosa e acolhedora. O ar não tinha mais o peso de tragédias recentes, mas sim a leveza de um alívio há muito esperado. As risadas ecoavam pelas paredes da casa, misturadas ao som do mar que podia ser ouvido ao longe.

Amber estava em seu quarto, escolhendo uma roupa limpa após tomar banho, com a toalha ainda em seu busto. No banheiro, o som da água correndo indicava que Rafe estava tomando banho. Ela pegou uma regata azul escura e um shorts moleton de tecido leve - pensando em ficar confortável.

No quarto de hóspedes, Kiara e JJ estavam discutindo sobre quem usaria o chuveiro primeiro.

── JJ, você foi o último a entrar, então espere sua vez! - Kiara exclamou, segurando a toalha como se fosse um escudo.

── Kie, só preciso de cinco minutos! - retrucou ele, segurando a porta do banheiro. ── Você demora uns quarenta!

── Ei, eu não demoro tudo isso!

── Já sei! Tomamos juntos. - O loiro sorriu sugestivo e a garota ergueu uma sobrancelha em desconfiança ── Assim economiza água.

Do outro lado da casa, Pope já estava pronto, sentado no sofá com uma camisa social - que Shannon achou nas caixas de roupas de Ward, e folheando um livro, rindo baixo ao ouvir as vozes animadas ecoando pelos corredores.

Enquanto isso, na cozinha, Shannon estava ao telefone, segurando-o com uma das mãos enquanto organizava os talheres na mesa de jantar.

── Senhor Joel, é a Shannon. O Senhor Rafe me pediu para ligar pro Senhor e dizer que traga as garotas. - disse ela, com um tom caloroso.

Do outro lado da linha, Joel sorriu ao ouvir o nome de Amber. ── Claro que sim, Shannon.. As meninas estavam preocupadas, vamos o mais rápido possível.

── Perfeito. Estamos esperando vocês! - Shannon respondeu, desligando o telefone e voltando à sua tarefa.

Pouco tempo depois, Amber desceu as escadas, agora pronta, os cabelos soltos caindo em ondas sobre os ombros. Ela encontrou Shannon ajustando os arranjos na mesa.

- Obrigada por sempre cuidar de tudo, Shannon - disse Amber, genuinamente grata.

Shannon sorriu para ela. - É um prazer, senhora Amber. E, fico muito feliz que os dois estejam de volta e bem. - disse ── Agora vamos tratar de cuidar muito bem do herdeiro Cameron.

── Alguém quer ajuda? - JJ desceu as escadas sorridente juntamente de Kiara

── Claro, ainda não terminei de arrumar a mesa e preparar a comida. - Shannon apontou para as panelas ── Preciso de ajuda, a senhorita Liz não da conta sozinha.

── Eu sou muito bom na cozinha. - O Maybank se aproximou da empregada contratada recentemente para ajudar Shannon, mesma que parecia um pouco atrapalhada.

Amber estava recostada no balcão de mármore, com um sorriso tranquilo no rosto enquanto observava Kiara e JJ discutirem sobre quem era melhor na cozinha. Kiara ria, segurando uma tigela de frutas, enquanto JJ segurava uma faca e falava sobre suas "habilidades secretas" como chef de ilha.

── JJ, você não consegue nem fritar um ovo sem queimar a frigideira - Kiara provocou, jogando uma uva na direção dele.

── Ei, isso foi no passado! - retrucou JJ, com uma expressão de indignação falsa, pegando a uva no ar e comendo-a.

── Passado de semanas atrás?!

Amber riu das provocações dos dois, sentindo uma sensação rara e preciosa de paz. Ela estava exatamente onde queria estar. Sua casa. Seu lar. E com as pessoas que importavam.

Rafe entrou na cozinha, enxugando o cabelo com uma toalha depois de um banho demorado, exalando perfume por onde passa. Ele parou por um momento, observando a cena diante dele. O olhar que lançou para Amber era cheio de afeto, como se a visão dela sorrindo apagasse todos os momentos difíceis que haviam passado.

Não iria se incomodar com a bagunça que os pogues transformaram sua casa, não hoje, apenas para ver Amber sorrindo daquele jeito.

── O que tá acontecendo aqui? - perguntou ele, franzindo ── Vão destruir a minha casa?

── JJ está tentando convencer a Kiara de que ele sabe cozinhar - Amber respondeu, cruzando os braços e sorrindo para o marido.

Rafe arqueou uma sobrancelha e olhou para JJ. ── Isso eu preciso ver.

── Você está falando como se fosse impossível! - JJ protestou, mas até ele estava rindo.

Enquanto isso, Pope apareceu na sala de estar, segurando um livro antigo que encontrara na biblioteca da mansão. Ele estava mais relaxado do que nunca, uma versão de si mesmo que raramente deixava aparecer.

── Vocês sabiam que essa casa tem uma biblioteca enorme? - ele disse, animado.
── Tem uns livros aqui que provavelmente valem mais do que esse barco em que viemos.

── Isso se chama luxo, Pope - respondeu John b, piscando para ele.

── Oi. - Sarah veio descendo as escadas com um vestido branco, era dela antes mesmo de deixar a casa e estava lá.

── Você está linda. - John sorriu ── muito mais do que só linda.

── Isso é tão romântico. - Cleo ironizou, largado no sofá ao lado de Pope

── A Shan ligou pro Joel, já estão vindo. - Amber parou na porta da sala

── To ansiosa pra ver a Wheezie. - Sorriu animadamente

── Você não sabe nem o que esta colocando, cabeça de jegue. - Ouviram a voz do Cameron repreendendo JJ

── Eu ansiosa pra comer. - Cleo comentou

── E, falando nisso, cadê a Amber? - JJ gritou da cozinha ── Acho que vou precisar da dona da casa pra aprovar minha receita.

Amber balançou a cabeça, rindo, e foi até Rafe, que estendeu a mão para ela. Ele entrelaçou os dedos nos dela, um gesto simples, mas cheio de significado.

── Ela está grávida, procure alguém que pode ter uma intoxicação alimentar. - Rafe rebateu vendo a expressão incrédula do Maybank

── Beleza, então você.

── Não. - Se curvou no balcão apoiando seus ante braços ── Não vou comer isso.

── Toma. - Enfiou a colher na boca do Cameron que soltou uma expressão desaprovando sua ação

── Você só ajudou a Liz, JJ. - Kiara soltou um riso

Conforme o tempo passava, a mesa do jantar estava quase pronta, e o cheiro de comida caseira preenchia o ar. Do lado de fora, o som de um carro estacionando na entrada chamou a atenção de Amber, que estava terminando de ajustar os talheres.

Ela ergueu a cabeça imediatamente, sentindo uma pontada de expectativa. Rafe, que estava ao seu lado, deu um leve sorriso ao notar a expressão dela.

── Acho que seu pai chegou. - disse ele, com um tom divertido.

Amber nem esperou para confirmar. Ela atravessou o corredor e abriu a porta da frente, sentindo o vento fresco da noite. No momento em que avistou Joel saindo do carro com Ivy e Wheezie, seu coração se aqueceu.

── Pai, você veio. - Sorriu a garota fazendo a atenção do homem ir até ela e sorrir de volta.

── Eu não poderia deixar de vir aqui ver com os meus próprios olhos de a minha garota está bem. - Joel disse

Ivy, a mais nova, soltou a mão de Joel e disparou pelo caminho de pedras, os pequenos pés quase flutuando enquanto corria.

── Amber! - a garotinha gritou, sua voz cheia de emoção.

Amber riu, abrindo os braços. Ivy colidiu com ela em um abraço apertado, os braços envolvendo seu pescoço com força.

── Sentiu tanto minha falta assim? - Amber disse, segurando a irmã mais nova como se nunca quisesse soltá-la.

── É claro que senti! - Ivy respondeu, sua voz abafada contra o ombro de Amber.

Enquanto isso, Wheezie saiu do carro com um sorriso tímido. Ela avistou Sarah, que havia acabado de sair da cozinha curiosa com todo o alvoroço.

── Wheezie! - Sarah exclamou, abrindo os braços.

A Cameron mais nova correu em direção a ela, seu rosto se iluminando enquanto abraçava a irmã mais velha com força.

── Sarah! O que faz aqui? Caramba, Eu senti sua falta! - a garota confessou, sua voz levemente embargada.

── Eu também, Wheezie. Muito mesmo. - Sarah respondeu, acariciando o cabelo da irmã com carinho.

Joel, carregando um pacote de presente em uma das mãos, aproximou-se lentamente, observando a cena com um sorriso satisfeito. Ele trocou um olhar com Amber, que ainda segurava Ivy nos braços.

── É bom ver vocês juntas de novo - Joel disse, com a voz grave e calorosa.

Amber sorriu para ele, agora de pé, ainda segurando a mão de Ivy. ── Obrigada por cuidar tão bem dela, pai.. E de mim também.

Joel se aproximou e deu um abraço nela, algo que sempre fazia questão de fazer, como se quisesse lembrá-la de que ela nunca estava sozinha.

── Sempre cuidarei de vocês duas, Amber. Sempre.

Rafe apareceu na porta nesse momento, observando a cena com um olhar sereno. Ele deu um leve sorriso e estendeu a mão para Joel.

── Bem-vindo, Joel. E obrigado por cuidar dessas duas. - Ele olhou para Ivy e Wheezie, piscando para elas.

── Quem diria que o Rafe Cameron sabe ser educado? - Sarah brincou, rindo enquanto Wheezie dava risada ao seu lado.

Rafe fingiu indignação. ── Cala a sua boca, Sarah.

Todos riram, e Amber, segurando a mão de Ivy, conduziu todos para dentro da mansão. O ambiente parecia mais completo agora, com as pessoas que realmente importavam reunidas, e Amber não podia deixar de sentir que, finalmente, tudo estava exatamente como deveria estar.

── Trouxe isso pra vocês. - Joel estendeu o pacote que trazia para Amber que pegou curiosa

Todos foram para a sala de jantar, exceto Amber, Joel e Rafe que parou curioso para ver o que estava dentro daquele pacote verde pastel enfeitado com cavalos marinhos.

Amber abriu o mais rápido que podia, tirando de dentro um conjunto azul.

── Bom, não sabemos ainda o que vai ser, mas independente do que for.. - Apontou para a roupinha nas mãos da Monroe

── Eu amei. - Amber sorriu encarando aquele tecido diante de seus olhos

── Quero dizer que vocês vão ser pais incríveis. - Joel afirmou olhando entre Amber e Rafe

── Podem ficar à vontade e comam. - Ouviram a voz de Shannon

── Pai, vem comer. - Ivy chamou por Joel

── Você também precisa comer muito bem. - Disse para Amber antes de começar a ir em direção à sala de jantar

── Não é lindo? - Amber mostrou a roupinha e sorriu largamente fazendo o outro sorrir ── Isso me deixou ansiosa pra ver ele ou ela.

── Obrigado. - Rafe disse repentinamente, chamando a atenção da Monroe ── Obrigado por me dar tudo que eu sempre quis. Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

Rafe levou sua mão até o bolso e tirou algo de lá, Amber seguia atentamente com o olhar para ver uma aliança com um diamante brilhante.

── Isso é muito importante pra mim porque.. - Respirou fundo e voltou a dizer ── Era da minha mãe, é a única coisa que eu tenho dela. - Amber ergueu deu olhar curiosa ── Por isso que eu quero que fique com a minha esposa, a mulher mais importante que existe na minha vida.

── Olha, eu não tenho nenhum herança importantíssima pra te dar também, mas.. - Sorriu vendo o Cameron colocar a aliança em seu dedo, ele olhou-a em seguida ── Mas você tem isso. - Segurou a mão de Rafe levando até o seu próprio peito.

Rafe deu um passo à frente, diminuindo a distância entre eles, e estendeu a mão, envolvendo a cintura dela com cuidado, como se ela fosse algo precioso. Amber sentiu os dedos dele contra sua pele e, automaticamente, deixou que suas mãos subissem para os ombros dele, até que os dois estavam completamente entrelaçados.

Ele a puxou para perto, firmemente, e ela deixou a cabeça descansar contra o peito dele. Podia ouvir o batimento do coração dele - forte, constante, e quase em sincronia com o seu.

── Eu não sei o que faria sem você, be. - Rafe murmurou, sua voz vibrando contra os cabelos dela.

Amber fechou os olhos, sentindo o calor e a segurança que ele proporcionava. ── Você não precisa saber, amor. Porque você nunca vai precisar descobrir isso. Eu tô aqui, e eu sempre vou estar aqui.

Ele afastou um pouco o rosto para olhar para ela, os olhos azuis brilhando de uma maneira que só Amber conseguia trazer à tona.

── Eu te amo - disse ele, sem hesitação. Não como uma promessa, mas como uma verdade absoluta.

Amber sorriu, um sorriso pequeno, mas carregado de emoção. Ela ergueu uma das mãos para tocar o rosto dele, o polegar acariciando sua bochecha de leve.

── Eu também te amo, Rafe. Mais do que eu achava que era possível.

Ele inclinou a cabeça, descansando a testa contra a dela, e por um momento, o mundo inteiro parecia parar. Não havia mais passado, mágoas ou erros. Só eles dois, naquele instante, completamente entregues um ao outro.

Finalmente, Rafe envolveu Amber com os braços ainda mais forte, como se quisesse protegê-la de tudo o que existia fora daquele momento. E ela se deixou envolver, porque ali, nos braços dele, era o único lugar onde ela se sentia completamente em casa.

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