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Sabe aquela impressão de que tudo está prestes a dar errado?
Era o que Amber sentia nesse exato momento, ela não sabia o porquê, mas sentia que algo iria acontecer e não era algo agradável.
Talvez fosse medo de estar em todo país, com pessoas ao redor cercando ela e seu grupo, ou um presentimento - não sabia se era confiável, mas sentia ali apertar seu peito.
Amber sentia suas pernas pensarem com a caminhada que parecia ser sem fim, a respiração ofegante diminuindo seus passos cada vez mais e ficando para trás do grupo que seguia Rafe.
Esse mesmo que não demorou para sentir a falta da garota logo atrás dele e virou seu rosto rapidamente para encontrá-la, parou o caminho para voltar e parar na frente da Monroe que apoiava as mãos nos joelhos.
── O que você está sentindo? Tontura? Enjoo, ânsia? Cansaço? Fome? - Disparou as perguntas na direção de Amber que mal digeriu todas, e foi questionada novamente ── Ta passando mal?
── Amber, tudo bem? - Kiara segurou o ombro da amiga e passou a mão pela bochecha ── Ela ta soando frio, gente.
── É melhor parar pra descansar um pouco, be. - Rafe informou ao grupo e Sarah encarou o irmão, mesmo que reclamou quando ela queria fazer o mesmo.
── Eu só.. - Suspirou, parando para recuperar o ar que lhe fazia falta ── Estou um pouco cansada, não entendo de onde vem todo esse cansaço repentino.
── É.. É comum entre grávidas se sentirem mais cansadas que os outros. - Sarah se sentou em um caixote assim que Amber fez isso primeiro
── Dividimos da mesma experiência. - A Monroe mostrou um sorriso para a cunhada
── Eu vou comprar alguma coisa pra você comer, e água também. - Rafe passou as mãos pelo corpo e bolsos, mas quando ameaçou se afastar sentiu a mão de Amber segurando a dele
── Trás pra Sarah também. - Lembrou o loiro, mesmo que desviou seu olhar para a irmã.
── O pai do filho dela que deveria fazer isso. - Encarou o routledge com sua pior carrancuda, e voltou para Sarah ── Mas ela foi escolher um que não tem nem como sustentar uma criança pra formar uma família, isso é patético.
── Desculpa. - Sarah ironizou seu pedido e encarou o irmão na mesma intensidade ── Mas eu não estava planejando formar uma família quando fugi de casa porque você se preocupava em encobrir o crime de um sociopata narcisista.
── Pelo menos continuei na casa e agora tenho onde morar, Sarah. - Disse pouco se importando com a plateia ao redor deles ── Não fugi igual uma covarde igual você sempre faz.
── Eu fugi da família que me fazia mal, e não me arrependo nenhum pouco disso. - Cruzou os braços, mas em seguida ouviu a risada amarga que veio do irmão
── Você era tratada muito bem por ele comparado a mim. - Soprou um riso e logo sua expressão escureceu ── Mas nem por isso eu fugi feito a porra de uma mimadinha idiota.
Rafe não deixou a outra responder, ele apenas se virou começando a se afastar do grupo. Queria jogar tudo para o alto e arranjar uma briga para simplesmente bater em alguém e descontar a raiva que a discussão lhe trouxe, mas acima de tudo, pensava que deveria alimentar a Monroe.
Amber permaneceu encarando na direção onde a silhueta do marido sumiu diante do silêncio que pairava no grupo, evitando manter qualquer contato visual ou falar alguma coisa naquele momento. Fechou os olhos num suspiro longo e encostou a cabeça na parede atrás dela.
Não queria encarar ninguém depois daquela discussão repentina, suspirou sem saber como conseguir lidar com isso até o fim da viagem, sem precisar surtar - torcendo até que os dois possam se resolver, mas de tanto que brigaram ao longo dos anos era algo quase impossível.
── Aqui. - Ouviu a voz do Cameron, mas continua do jeito que está, o outro entregou uma sacola para a irmã e se virou abaixando-se até a Monroe
── Pra onde vamos agora? Pope olhou ao redor notando o quão as pessoas desse lugar eram desconfiadas com visitas ── Porque assim.. Eu não acho que eles gostem de turistas, pelo menos não é o que parece.
── Só o que precisamos fazer, é achar o Groff. - Rafe ergueu o seu olhar, sentindo a garota tocar sua mão e pegando a fruta que lhe era oferecida ── Ae, qual o plano? Acham mesmo que o Groff vai confessar tudo e livrar o amiguinho de vocês da cadeia, hum?
── Podemos torturar, gravar a confissão e meter o pé. - Cleo deu de ombros, sem paciência para ter que levar o homem até a ilha e pensar em um jeito de fazê-lo falar
── Não podemos torturar alguém. - Pope olhou-a incrédulo
── A ideia dela é a melhor dentre vocês. - O Cameron acenou em concordância ── Inclusive, posso até ajudar na tortura, sou bom com esse tipo de coisa.
── Nós sabemos que você é. - O Heyward ergueu uma sobrancelha em julgamento
── Também acho que devemos fazer isso. - Kiara suspirou chamando a atenção dos amigos, surpresos pela outra estar pela primeira vez em sua vida concordando com o Cameron em algo.
── Topo. - Sarah levantou a mão balançando os ombros quando viu os olhos do namorado em choque para sua ação
── Amber? - Cleo desviou o olhar para a amiga que comia tranquilamente, indiferente com a conversa enquanto balançava as pernas que não alcançavam o chão pelo caixote ser alto
── Isso é uma votação? - Pope contou que todos concordaram menos ele - e até agora Amber não havia dado sua resposta.
── Acho um serviço mais fácil, vamos fazer. - A Monroe acenou positivamente ── Eu só quero ir embora desse lugar.
── Beleza, isso é uma votação. - Cleo confirmou a pergunta anterior do namorado ── E todos votaram que sim.
── Espera, eu não votei. - John b se pronuncia
── É? Foda-se, sendo assim ninguém se importa com a sua opinião. - Rafe implicou
── Vota que sim. - Sarah mandou e o garoto murmurou um "Sim"
── Agora dá a pata. - O Cameron zombou a obediência do outro que lançou um olhar de poucos amigos
── Agora só precisamos descobrir onde é o local que ele foi. - Kiara tirou papéis da bolsa que carregava, Rafe, Sarah e Pope se aproximam para espiar o que havia ali.
── De onde tiraram isso? - Rafe indagou
── Roubamos da casa dele. - A Carrera respondeu folheando uma espécie de guia turístico ── São lugares onde ele ainda tem imóveis. Cedaredge no colorado e Marrocos, no caso aqui então nós só precisamos vasculhar essas duas áreas.
Ergueu o mapa mostrando os pontos vermelhos que marcavam - em um hotel central e um restaurante turístico.
── Beleza, vamos separar grupos e ir de uma vez nesses lugares. - Rafe tirou o telefone do bolso para tirar uma foto, Amber se aproximou checando a imagem.
── Hum, Fiquei sabendo que o restaurante vai ser leiloado esse final de semana, então quem sabe o Groff foi no hotel. - Apontou para o mapa e em seguida deu uma mordida na maça
── Nós vamos no hotel, uma parte do grupo vai checar o restaurante e o que podem descobrir lá sobre ele. - O Cameron avisou
── Eu vou com o Rafe e a Amber pro hotel. - Sarah se propôs e puxou o Braço de John b
── Então nós ficamos com o outro lado. - Cleo concordou
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── Pessoal, eu preciso usar o banheiro. - Sarah espreme as pernas se contorcendo e apressou-se para entrar no hotel
── Sorte que estamos aqui, na próxima você mija nas calças. - Rafe comentou seguindo-a tranquilamente enquanto puxava a Monroe - com suas mãos entrelaçadas.
── Não é tão grande quanto eu pensei. - Amber olhou ao redor, o salão principal era composto por um balcão logo à frente e dois sofás no quanto a esquerda, não era um lugar receptivo.
── Ele não tem senso de construção, o projeto do clube em Outer Banks me desconfiou e esse hotel só confirmou. - Rafe comentou erguendo seu olhar ao que vê o teto de vidro iluminar suas vistas, pois acima deles se conseguia ver o quadrado vago dando a visão do céu e logo aos lados corredores para os quartos.
Amber soltou as mãos do Cameron conforme se aproxima do balcão, deixando os dois para trás e apoiou seus antebraços na madeira, ali mostrando um sorriso gentil para a atendente.
A mulher falou algo em árabe, e Monroe entre abriu a boca sem entender absolutamente nada do que lhe foi dito. Entretanto, a mulher continua a encarar com quem espera por uma resposta ou confirmação.
── Quarto. - Apontou para cima, torcendo para ser compreendida ── Quero um quarto pra minha lua de mel. - mostrou a aliança no dedo onde os olhos da atendente seguem ── Quarto pra mim e pro meu marido. - Apontou para trás e a mulher seguiu observando o loiro alto e bonito
── Quarto, entendi na primeira palavra. - Sorriu voltando a atenção para o computador
── Ah, você fala minha língua? Melhor assim. - Voltou a apoiar-se no balcão sorrindo aliviada
── Para trabalhar aqui, não sei em outros hotéis porque esse é o meu primeiro, - Sorriu ── Mas precisamos falar mais de duas línguas.
── Hum, interessante. - Acenou deixando o queixo cair lentamente ── Também quero virar poliglota, isso é tão foda.
── É. É sim. - A mulher mostrou um sorriso maior ainda ── Bom, temos vagas, a senhorita quer quantos quartos? - Olhou para trás vendo que haviam três pessoas - Dois homens e uma mulher tirando ela. Presumindo que em uma lua de mel se trataria de dois, quem casou.
── Ah, dois, aquela loira gata é minha cunhada. - Apontou para Sarah
── Muito bem. - Anotou alguma coisa no computador ── A cunhada vem acompanhar na lua de mel, que família unida.
── Bota família unida nisso. - Ironizou olhando ao redor e suspirou
A mulher preenchia a fixa enquanto perguntava dados referentes à estádia, então Amber soltou um ar tentando puxar assunto ── Esse hotel é muito bonito, eu conheço o dono.
── Sério? Conhece? - Rapidamente os olhos da moça foram para a Monroe
── Sim, ele é um amigo do meu pai e eu o conheço desde criança. - Confirmou, se ajeitando no lugar ── Fora que minha irmã, meia irmã é filha do Chandler Groff.
── Amigo do seu pai? - Arregalou os olhos enfatizando esse tópico ── E pai da sua irmã?
── Teve talaricagem no meio, sim. - Deu risada fazendo a mulher rir nervosa ── Mas a amizade deles é mais forte do que isso.
── Que bom. - Sua expressão está paralisada perante a informação anterior
── O dono é o Chandler Groff, não é? - Amber indaga e a atendente acena em concordância ── Então é o nosso talarico.
── Ele é o dono sim. - Riu levando sua atenção novamente para a tela ── Inclusive, ele está aqui no hotel hoje.
── Sério? Que notícia maravilhosa, o Chandler tá aqui. - A Monroe disse um tanto, logo os olhos do Cameron foram curiosos em sua direção, prestando uma atenção maior na conversa das duas ── Grande homem. Você pode me falar o quarto? Eu queria muito ver ele.
── Mas você não pode falar que fui eu. - A moça terminou de preencher a fixa de hospedagem, olhando-a de imediato.
── Relaxa, eu não conto nada. - Gesticulou com as mãos - fechando um ziper em frente a sua boca ── Só quero dar um "Oi".
── Tudo bem, quarto número "35" - Disse e Amber assentiu pegando as chaves dos dois quartos e nelas o número dos mesmo
── Muito obrigado. - Sorriu se virando para afastar-se do balcão, parou em frente ao grupo que aguardava qualquer palavra sair da boca da Monroe ── Eu contei uma história e ela acabou me contando que o Groff está no quarto 35.
── Precisamos mesmo ficar de olho nele, e principalmente, não deixar que nos veja ou vai ficar igual um frango. - Sarah arregalou os olhos pegando a chave que lhe era estendida
── A senha do nosso quarto é 39. - Amber avisou ao Cameron enquanto tinha seus olhos fixos no papel em suas mãos
── A nossa é 40. - John b que leu o papel de Sarah e anunciou
── Estamos perto, só precisamos de vigiar antes e saber o movimento, com quem ele está e quando estiver desprevenido, nós atacamos. - O Cameron ditou alcançando as mãos da Monroe e se virando para caminharem
── Até lá fazemos o que? - John b indagou
── Aproveita o quarto, otário. - Revirou os olhos, impaciente. ── Joga dama, assiste televisão, resolve um quebra cabeça, namora ou faz outro filho, tanto faz.
Os casais seguiram para seus devidos quartos. Assim que Rafe abriu a porta, Amber pulou para dentro mostrando uma baita empolgação para bisbilhotar tudo que havia ali.
A garota abriu a enorme cortina que escondia uma porta grande de vidro, essa mesma que trouxe uma luz abundante para o quarto que antes era carente de claridade e procurou pela fechadura da porta para abri-la.
── Que lugar legal. - Assim que abriu pôde ver a visão do lado de fora, as ruas movimentadas do outro lado do lago que estava como uma bela visão na frente de seu quarto.
── A visão é linda. - Rafe parou atrás da mais nova abraçando-a por trás, encostando seu queixo no topo de sua cabeça e os dois andam até estarem rentes o apoiador da sacada. ── Eu sinto muito que nossa lua de mel seja essa, não é algo que podemos chamar de férias ou momento proveitoso de lazer. É uma perseguição por um ladrão filho de uma puta.
── Relaxa, ainda temos muito o que curtir. - Amber levou suas mãos até descansarem em cima dos braços que estão rodeando sua cintura firmemente, com carinho. ── O importante é que estamos juntos, né? Sei lá, seria um tédio se você viesse e me deixasse sozinha na ilha.
── Era o meu plano deixar você segura em casa. - Informou, dando ênfase no "Segura". Soltou um riso nasal e viu a garota se virando para abraçar sua cintura ── Mas você é teimosa.
── É um dom. - Revirou os olhos - uma mania que Rafe achava a maior graça, o que lhe fez sorrir com isso. ── Não consigo evitar.
── Ei. - O Cameron deu meia volta, avistando uma poltrona logo no canto da sacada - tão não espaçosa - e se sentou acomodando-se ── Vem aqui. - Puxou Amber pela cintura a deixando entre suas pernas, levando sua atenção para a barriga de oito semanas ── Não se atreva a ser tão teimoso quanto a sua mãe.
── O bebê não vai se ouvir ainda. - A Monroe sorriu com a sua diante de seus olhos. Isso com certeza está em uma lista fiel de coisas que nunca imaginou presenciar.
── Eu tenho certeza que pode. - Sorriu olhando brevemente para cima. ── Quero que ela conheça muito bem a minha voz.
Era uma sensação diferente saber que agora tinha um pequeno ser que poderia chamá-lo de pai daqui a alguns meses, que confiaria nele e veria uma âncora de proteção quando estivesse passando por qualquer momento ameaçador. E o Cameron estava ansioso para mostrar que seria alguém bom pra esse ser humano, ansiava por ser o pai que não pôde ter.
── Ela? - Amber uniu as sobrancelhas em dúvida com a certeza, a forma que o Cameron se refere a uma menina sem ao menos terem a chance de saber por estar no começo.
── Eu acho que vai ser uma garota. - Os olhos azuis erguerem até os de Amber
── É sua preferência?
── Bom, como primeira filha eu acho que.. acho que quero ser pai de uma menininha. - Suas mãos pousaram na barriga ── Mas é claro que também quero que seja um menino, então se dessa vez não for, vamos tentar de novo.
── É que eu tava pensando em parar no primeiro. - Sorriu nervosa, sentindo o Cameron puxa-la para que se sente em seu colo
── Mas estou imaginando nossa mansão com vários pirralhinhos bagunçando tudo, inclusive tenho que contratar empregadas novas e uma babá. - Comentou pensativo
── Ele ainda não nasceu, a babá fica pra depois.
── Quero ter talvez uns 5 ou 6 filhos com você, o que acha? - Indagou o Cameron tendo os olhos arregalados da Monroe em si
── O que? Que loucura! - Foi tudo que ela disse, não havia tanta convicção em negar. Se fosse em meses atrás, quando não tinha noção de um ser em seu útero, diria; Não, sem hesitar, mas agora gostava da ideia.
── Olha, amor, eu prometo que vou ser o melhor pai que alguém já pôde ter pros seus filhos. - Segurou o rosto da garota ── Nossos. Eles nunca vão sofrer do que a gente sofreu.
── Eu sei que não vão. - Retribuiu o olhar do outro, deixando um selinho rápido em seus lábios finos, em seguida recebendo um selar na ponta de seu nariz ── Eles vão ser felizes.
── Eles, você e eu. Nossa família. - Os lumes azul oceano transbordavam um brilho intenso
── Eu te amo, Rafe. - Amber uniu suas testas, e antes que o mesmo possa responder, ela esmagou seus lábios contra os dela. O beijo é calmo e sem pressa, envolvia todo sentimento e devoção que ambos sentiam um pelo outro.
As mãos do Cameron moveu-se para alcançar os cabelos que haviam na nuca da mais nova, segurando com suavidade, suas bocas se movem com calma e agora os lábios da acastanhada se abrem para deixar a língua quente de Rafe adentrar a cavidade de sua boca.
Rafe levantou da poltrona sem nenhuma dificuldade enquanto carregava a Monroe para dentro do quarto, indo direto para a cama e quando sentiu a madeira da cama entrar em contato com seus joelhos, se curvou deitando o corpo menos em cima do colchão macio. Subiu em cima da garota que entrelaçou suas pernas ao redor da cintura dele, puxando-o para um contato mais intenso. Suas línguas estão em uma perfeita sintonia, foram feitas uma pra outra, o encaixe perfeito.
Amber puxou seu rosto para trás, fazendo o beijo ser separado em um estalo alto. ── Vamos tomar banho? - ela indagou ofegante.
── Tudo o que você quiser, meu amor. - Sorriu ladino, voltando com seus pés no chão e puxando o corpo da garota para cima, a segurando em seu colo.
── E eu quero você. - Mordeu o lábio inferior para tentar conter um riso, mas fora inútil. Ela levou seus braços ao redor dos ombros do loiro e afundou seu rosto no pescoço dele, beijando e mordendo a pele enquanto o outro caminhava em direção ao banheiro.
Chegando no box, A iluminação suave do espaço refletia nas paredes de azulejos brancos, criando um ambiente aconchegante. Rafe abriu o chuveiro, deixando que a água quente começasse a cair enquanto ele se livrava de suas roupas, com os olhos fixos em Amber. Ela fez o mesmo, cada peça de roupa sendo retirada devagar, como se eles quisessem prolongar aquele momento
Sob o jato d'água, os corpos se encontraram. Rafe encostou Amber contra a parede, seus lábios explorando cada centímetro de pele molhada. O toque dele era diferente daquela vez - mais carinhoso, como se cada movimento tivesse a intenção de mostrar a preocupação em ser o mais delicado para ela.
Seus olhos estavam sempre fixos ao dela, um sorriso se formou no rosto de ambos e em seguida o Cameron virou o corpo da menor deixando-a de costas para depositar beijos em seu pescoço.
── Agora vamos experimentar algo que nunca fizemos antes. - Seus beijos desceram pelo ombro da outra que franziu as sobrancelhas.
── O que ?
── Sexo calmo. - A ponta dos dedos do mais alto traçaram um caminho lento pelos braços da Monroe, ela tombou a cabeça para trás sentindo seu corpo amolecer a cada toque. ── Vou ser carinhoso toda vez que for fazer amor com você, mas tenho certeza que continuara a ser tão gostoso e intenso como sempre foi.
Quando ela se virou para encará-lo, os olhos dele
estavam mais suaves do que ela costumava ver em momentos como este, mas tão intensos e cheios de desejo quanto. Ele segurou o rosto dela entre as mãos, os polegares traçando círculos lentos em suas bochechas, e a beijou devagar, mas com uma profundidade que fez seu coração disparar.
Os beijos se intensificaram, as mãos dele explorando sua cintura enquanto ela segurava os ombros largos do loiro para usá-lo de apoio, puxando-o mais para perto. As mãos grandes do Homem não perderam tempo antes de agarrar cada coxa da mais baixa e impulsionar o corpo dela, que entendeu e rodeou suas pernas em torno da cintura do Cameron.
Os suspiros abafados de Amber se misturavam ao som da água caindo. Rafe segurava os quadris alheios firmemente, mas seus toques eram delicados, quase como uma promessa silenciosa de que tudo que ele fazia era para ela. Amber retribuiu com o mesmo cuidado, deslizando as mãos pelo peito dele, sentindo cada músculo tenso relaxar sob seu toque.
A mão direita do Cameron se distanciou do toque na pele dela, apenas para segurar sua ereção pulsante e posicionar rente a entrada da garota que arfou sentindo o membro quente em contato. Ele pincelou a ponta no meio das dobras e entre abriu a própria boca com seu próprio ato.
Amber abraçou os ombros do maior com mais força e o loiro afundou seu rosto da curvatura do pescoço alheio, focado em empurrar o pau onde tanto esperava seu contanto, seu quadril indo para a frente de uma vez e voltando a apertar a cintura dela, foi mais intenso do que qualquer outra vez. O mundo lá fora desapareceu completamente - não havia missão, nem riscos, apenas eles, envolvidos na fusão de desejo e
carinho.
Rafe afastou seu rosto para encarar as expressões da Monroe, iniciando movimentos lentos e fundos contra o quadril da outra, suas bocas se encontraram tomando um beijo desajeitado pela intensidade que os quadris do Cameron estavam ganhando.
🦑
Naquela bagunça de lençóis braços espalhados pela cama, Rafe dormia tranquilamente e Amber mantinha-se acordado com seu rosto rente ao do outro enquanto o admirava dormir.
Amber estava na penumbra do quarto de hotel, as luzes suaves da tarde se filtrando através das cortinas finas. O silêncio parecia envolvê-la, exceto pelo som suave da respiração de Rafe, que dormia profundamente na cama, ainda exausto da viagem. Ele estava em um sono profundo e tranquilo, os músculos relaxados após um dia anterior em pé naquela mesa de controle e hoje caminhando até o hotel. Ela olhou para ele por um momento, admirando a tranquilidade que ele possuía, algo que ela, em sua mente inquieta, não experimentara.
Com um suspiro quase imperceptível, Amber levantou-se da cama, deslizando os pés descalços pelo chão frio do quarto de hotel.
Amber caminhou em direção à porta do quarto, ela a abriu com cuidado, sem fazer barulho, e saiu para a sacada.
Ela se encostou na balaustrada, os olhos fixos na cidade abaixo. O som distante do trânsito e das pessoas, da vida acontecendo, parecia distante para ela. O que ela precisava agora era de silêncio, algo que a fizesse se sentir mais próxima de si mesma e seus sentimentos, a ansiedade por cumprir seu propósito naquele país não tão perto de casa. Mas algo na escuridão da noite a inquietava, algo que não conseguia identificar. Com o coração acelerado, ela fechou os olhos por um momento, tentando silenciar sua mente. Quando os abriu, algo na rua chamou sua atenção.
Lá, na esquina, quase como uma sombra entre as luzes, ela o viu.
Seu pai.
O homem que ela não via há meses, desde o dia em que simplesmente desapareceu após o ocorrido no penhasco. Owen sempre teve uma habilidade única de se tornar invisível, de desaparecer quando mais precisavam dele. Amber sentiu o estômago se revirar. O que ele estava fazendo aqui ? O que ele estava aprontando dessa vez?
Ela se inclinou um pouco para frente, seus olhos fixos nele. Ele estava sozinho, mas seus gestos, mesmo à distância, mostravam que ele estava em alguma missão, talvez até se preparando para mais uma de suas encrencas. Amber sabia que ele tinha uma habilidade ímpar de se meter em problemas - foi de quem ela herdou - e o que mais a intrigava era a ideia de que ele não parecia apenas perdido, mas sim planejando algo, algo que ela não queria descobrir.
Por um instante, a Monroe teve vontade de descer, de ir até ele e exigir respostas. Mas ao mesmo tempo, sabia que se fizesse isso, estaria se colocando em um risco ainda maior.
Ela mordeu o lábio inferior, tentando decidir o que fazer. Rafe estava lá em cima, na cama, pensou que estavam no lugar para fazer algo totalmente diferente e partir para um debate com Owen não seria conveniente agora. Mas agora, vendo-o ali, na rua, tão perto, o desejo de confrontá-lo parecia mais forte do que a lógica.
Amber balançou a cabeça, tentando se afastar desse impulso. Ela deu mais uma olhada na rua, onde ele agora estava começando a se afastar, desaparecendo nas sombras. Com um suspiro pesado, Amber se afastou da sacada e entrou novamente no quarto. Rafe ainda dormia profundamente, e ela pegou um roupão cobrindo o seu corpo que estava com uma camisola fina de alcinha e amarrando, calçando chinelos e saindo do quarto.
Na frente do prédio, ela correu seus olhos pelo ambiente, onde o sol se escondia pelas montanhas deixando um tom alaranjado em toda parte que alcançava. Viu Owen saindo de trás do prédio onde a Monroe se instalava, os olhos do Homem também a capturaram.
── Owen ? O que faz aqui? - Seus olhos poderiam demonstrar perfeitamente a confusão que a garota tinha em vê-lo
── Filha? Você por aqui? - Seus passos diminuem gradativamente parando na frente da mais nova
── Pois é, eu digo o mesmo. - Cruzou os braços sentindo a brisa fria grosseiramente em contato com seu rosto ── Ta aprontando o que?
── Nada. - Respondeu sem hesitar ── Você sabe, estou fugindo pelo ocorrido no penhasco.
── Algo me diz que você não parece ser um fugitivo ou tentando ser um aqui.
── Ahm, mas eu.. sou. - Sorriu abanando sua cabeça mostrando uma confusão falsa com a afirmação da garota. Amber não o conhece tão bem quanto devia, mas sentia a mentira nele.
── Você e o diabo tem algo em comum, sabia Owen? Ambos são o pai da mentira. - Ironizou
── Que isso, minha filha? Estou dizendo que é essa a verdade. - Olhou ao redor ── Mas e você? O que faz aqui?
── Estou viajando em uma lua de mel. - Mentiu, não poderia confiar no homem. ── Mas agora estou preocupada com isso porque da última vez que te vi fugindo do barco do Ward, aconteceu coisa ruim.
Owen era como praga, toda vez que aparecia de forma misteriosa acontecia algo ruim para a Monroe.
── Você se casou? Com quem? - Owen correu seus olhos até pararem na aliança que brilhava no dedo anelar de Amber.
── Rafe! Quem mais seria, meu filho?
Dito o nome, os lumes escuros do mais velho levantaram até a sacada do prédio e pôde ver alguém assistindo a cena com naturalidade.
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