047
Fim de tarde tranquilo após um dia exaustivo atendendo clientes arrogantes e sem educação, um ou cinco eram pessoas legais que tratavam os funcionários com respeito, mas o resto sendo a maioria kook eram extremamente grossos.
Amber estava de costas lavando os copos, pensando sobre ontem e no abraço que ganhou do Cameron, por mais que depois ele não disse nada além de “Nunca mais vou te procurar” e ter ido embora a deixando para trás.
Perdida em seus pensamentos, ela não se importou quando ouviu alguém entrando no clube, ainda havia um movimento muito pequeno de entra e sai por estarem minutos perto do horário de encerramento.
── Eu quero uma dose de tequila, pogue. - Ouviu uma voz feminina e se virou vendo Ruthie ao lado de Brianna
── Quero um Drink rosa. - Murmurou Brianna sem se importar de olhar para a atendente, que assentiu secando as mãos e pegando dois copos limpos para o pedido.
── Eu termino de lavar os copos enquanto você prepara os drinks. - Sofia foi até a pia
── Valeu. - Amber murmurou mostrando um sorriso breve para a morena e um suspiro pelo cansaço que estava
── O Topper me chamou pra jantar na praia amanhã, eu posso pedir pra ele convidar o Rafe e ai vocês ficam juntos. - Ruthie disse para a loira que suspirou desanimada
── Ele não. - Abaixou o tom de voz para a Monroe não ouvir ── Me da atenção, pelo menos não depois que essa fez a cabeça dele.
── Se passaram anos. - Cochichou de volta, e sorriu olhando para as costas de Amber ── Não acho que alguém queira levar uma pogue tão a sério, elas são usadas pelos kooks quando querem algo fácil.
── E coloca fácil nisso. - Brianna riu, Sofia olhou para a Monroe que a olhou de volta e as duas reviraram os olhos.
── Não acho que a classe social interfira toda vez, ainda mais quando se tem amor. - Sofia comentou guardando o último copo no escorredor de água
── Claro que interfere, ele não resiste. - Ruthie riu debochando ── A nossa prova viva é a Amber, né? - olhou para a garota que vinha com dois copos nas mãos ── O Rafe ofereceu grana pra trepar com ela e no mesmo ano deu um pé na bunda dela, então interfere sim.
Amber sorriu forçado e desviou o olhar para a meia irmã, ela tinha certeza de quem contou isso para a garota, então pegou o copo virando todo o líquido dos dois na cara da loira que fechou os olhos abrindo a boca em choque.
── Já aguentei muito você falando da minha vida pros outros, sua perseguidora do caralho! - Disparou largando os copos vazios em cima do balcão ── Porque não conta a real? Que você é uma tonta iludida por um cara que não te ama e que foge de você a anos?!
── Ele não faria isso se você sumisse da vida dele, vaca! - Rebateu desferindo um tapa no rosto da Monroe
── Ta maluca? Qual o seu problema, garota? - Sofia a empurrou quando Brianna tentou passar pela porta dos funcionários
── Vem revidar?!
── Revidar? Não Brianna, não vou entrar em uma briga por causa de um homem. - Amber soltou um riso a olhando sínica ── Ainda mais um que foge de você.
── Beleza, pode considerar que ele é seu por enquanto. - Ameaçou ── Porque tá na cara que o Rafe não te procura mais, é só questão de tempo até ele se dar conta de que você não é nada e te tratar como o resto dos pogues.
── Se for meu por enquanto ou não, tanto faz. - Disse ── Vou poder ter o orgulho e dignidade de saber que eu não precisei ficar por aí me arrastando aos pés de um cara que não me quer, isso é patético. - Rebateu e soltou um riso fraco acrescentando a frase. ── Você é patética.
── Eu vou matar você. - A loira tentou atravessar a porta outra vez, mas Sofia ficou entre ela e a outra segurou a amiga.
── Não vale a pena perder tempo com essa pogue imunda. - Ruthie Murmurou
── O que tá acontecendo aqui? - Bob finalmente saiu de sua sala
── Sua funcionária jogou bebida na Brianna, filha da senadora e anfitriã de um dos maiores clubes dessa ilha. - Ruthie acusou enquanto as duas funcionárias se afastam ── Essa falta de respeito com os clientes que obviamente não são do mesmo nível que ela não vai ficar assim.
── Eu sinto muito, garotas. - O homem pediu, logo lançando um olhar para as duas ── Vou tomar providências.
Amber respirou fundo e abaixou o rosto sentindo seu coração acelerar, ela não pode perder o emprego que custou a ser contratada e perder sua única fonte de comprar os remédios e várias vitaminas que precisar tomar.
── Muito obrigado, amanhã eu volto pra tomar o meu drink de cortesia porque ela fez isso. - Brianna apontou para si mesma e se virou para começar a sair.
── Você precisa rever suas funcionários, Bob. - Ruthie pegou sua bolsa de cima do balcão para seguir a amiga
── Sinto muito, senhoritas.
── Bob, elas começaram com as provocações e deu um tapa na Amber. - Sofia começou a explicar
── Cala essa boca se não quiser ser demitida, garota. - Bob aumentou a voz e olhou para a Monroe ── E você.
── Eu sei, não deveria ter feito isso. - Disse, mas assim como a outra foi interrompida.
── Sabe? Então porque fez? - Disse irritado ── Olha pra minha cara. - Amber respirou fundo e levantou o olhar furioso, se segurou para não explodir com a afronta do Homem ── E não me olha com essa carinha, você não me da medo!
── Ela não fez nada demais. - Sofia tentou defender outra vez e ouviu mais um "já mandei calar a boca" ── Ta, já entendi.
── E você vai ficar o resto do mês fora, volta só no que vem e vai receber a metade do que trabalhou. - Avisou voltando para dentro
── Não Bob, por favor, esse salário não é nem grande coisa e eu preciso dessa grana pra comprar meus remédios. - A garota protestou começando a segui-lo
── Eu não me importo. - Voltou a encontrando no caminho com um envelope ── Esse é o pagamento da metade desse mês, fique feliz por ser um afastamento de menos de um mês e não uma demissão.
── Beleza, Bob Esponja. - Murmurou tirando o avental e o deixando na bancada ── Vou me trocar antes de ir, até mês que vem.
── E você vai fechar o clube sozinha. - Olhou para Sofia que assentiu
A garota começou a arrumar tudo até ouvir mais alguém entrando, pronta para atender mais um cliente e suspirou levando o olhar vendo Rafe parando do outro lado da bancada.
── Cadê a Amber? Ela já foi? - Perguntou olhando ao redor
── Não, ela foi se trocar pra ir embora. Vai querer alguma coisa pra beber? - Perguntou e o Cameron balançou a cabeça negando
── Só vou esperar ela. - Bateu a palma da mão no balcão e voltou para trás tirando o celular que vibrava do bolso
── County club. - Ouviu a voz de Barry ── So queria te avisar que to aqui, aproveitar a piscininha nesse calor de fim de tarde, cadê você?
── No clube. - Respondeu e ouviu o outro rir do outro lado da linha ── Qual é a sua? O que foi?
── Tava demorando pra ir correr atrás dela. - Dizia ainda rindo
── Eu não aqui por ela. - Olhou para as sacolas nas mãos e para trás vendo Amber sair do vestiário com um short de malha por cima de um biquíni vermelho ── Vim aqui pra beber, sabe que é clube que sempre frequento.
── Até parece, vou fingir que acredito nisso. - Implicou com a voz divertida
── Ae, cala essa sua boca ou eu vou ai só pra te chutar da minha casa. - Ameaçou desligando a ligação logo em seguida
Amber saiu de trás da bancada vendo o Cameron, as costas largas do mesmo, que termina de bloquear a tela e sorriu observando o homem de costas.
Como até de costas pode ser bonito?
Mas desmanchou o sorriso pensando que ele falou que não queria mais vê-la, então se virou começando a ir em direção à saída.
Rafe levantou o olhar quando ouviu alguém coçando a garganta alta e viu Sofia ── Ela já está saindo. - Apontou para a Monroe que acabou de passar pelos portões
── Valeu. - Murmurou se apressando para conseguir alcançar a garota, o que não demorou nada, pois os passos deles eram muitos largos comparados ao de Amber. ── Ei.
Amber parou ainda de costas e mordeu o lábio contendo um sorriso, passou a língua por dentro da bochecha e apoiou nos calcanhares para se virar na direção do Homem.
── Rafe? O que faz aqui? - Se fez, fingindo não ter visto ele segundos atrás.
── Te trouxe isso. - Estendeu a sacola para a garota que pegou um pouco confuso, mas curiosa o suficiente para negar.
── Morango, Kiwi e Pêssego?! - Vasculha a sacola vendo as frutas em bandejas de plástico transparente, franziu as sobrancelhas voltando a olhar para ele ── Porque tá me dando isso?
── Eu pesquisei e fiquei sabendo que essas frutas são ricas em fibras e antioxidantes. - Dizia parecendo que memorizou essa parte de algum site no google, e realmente foi isso. ── Então eu comprei pra você comer durante. - a garota mordeu o lábio inferior outra vez para conter mais um sorriso, enquanto continua observando o loiro falar ── No café da manhã nem pense em cafeína, sabia disso?
── É. - Sorriu desviando o olhar embaçado pelas pequenas gostas de água juntando em seus olhos e suspirou ── O médico me passou uma receita do que eu posso e não posso comer.
── E nada de bebidas, logo você, a maior cachaceira da ilha. - Brincou fazendo a garota soltar um riso
── Ouvindo isso de um cara que toma vodka junto com o café e pão?! - Implicou rindo com o loiro que se fingiu de indignado
Os dois pararam de rir e se olharam em silêncio, era um silêncio confortável enquanto mantinham contato, poderiam ficar ali por mais tempo se quisessem.
── Então, obrigado por isso. - Amber ergueu a sacola sorrindo fechado ── Eu já vou indo.
── Beleza. - Assentiu e a garota fez o mesmo, até que finalmente se virou para ir embora e o Cameron ficou a vendo se afastar.
Seu carro estava um pouco à frente, então suspirou caminhando devagar e suspirou abaixando o olhar para baixo. Pensando que queria que aquela interação fosse maior.
Ele estava chateado ontem quando descobriu tudo aquilo? Sim, ele estava, mesmo assim passou a noite inteira pesquisando sobre a doença e todas as chances de sobrevivência.
Descobriu que há grandes chances para os pacientes, manter uma vida e uma alimentação saudável, podem seguir uma vida tranquila sem precisar se preocupar com a corda bamba de ter qualquer recaída.
E o Cameron ficou aliviado por saber que essas chances eram certas, por isso comprou aquelas coisas e veio pessoalmente lembrar a garota de que ela precisava cuidar da alimentação pra continuar saudável e viva.
── Amber. - Chamou e a garota não hesitou em parar pra olhar para trás ── Quer uma carona pra casa?
── Eu não vou pra casa agora. - Negou com a cabeça em voz baixa mas audível ── Estou indo na praia aproveitar que essa hora fica quase vazia, ta um calor.
── Hum. - Assentiu, olhando para a chave do carro em suas mãos e seguindo uma linha até seu veículo, então guardou começando a se aproximar da Monroe. ── Ta mesmo, eu amo a praia essas horas.
── Mentira, você odeia a praia de noite. - Afirmou vendo o Cameron parar em sua frente, mas ele continuou a caminhar
── Quer saber mais que eu? - Murmurou, sendo seguido pela garota que riu
── Você mesmo vivia me dizendo que detesta e que é muito provável um bicho entrar no rabo das pessoas. - Comentou seguindo o loiro que soltou uma gargalhada
── O que? Não lembro de falar isso. - Ele iria negar até o fim, mas ele sabe que falava e ainda acha isso.
Os dois escolheram um lugar e se sentaram na areia por nenhum dos dois ter um lençol, um pouco longe estava tocando uma música que foi substituída por um pagode que fez a garota quase dançar sentada mesmo, mas ela se segurou e apenas mexeu com os pés cantarolando as letras baixinho.
── Querem uma latinha? - Uma vendedora ambulante parou na frente dos dois com uma enorme caixa de isopor ── A cerveja ta trincando de geladinha.
O Cameron lembrou que bebidas eram proibidas para Amber agora ── Não tem suco?
── Claro, temos tudo. - Sorriu e apontou para uma banca maior atrás deles ── Inclusive, temos sucos naturais feitos na horas.
── Ótimo. - Olhou para a Monroe que chorava por dentro por não poder beber uma cerveja, coisa que ela amava ── Vai querer de laranja? É muito bom pro estômago também.
── Vou. - Sorriu ironizando para o Cameron ── Você também vai querer, né? Te quero cuidando do estômago também.
Ele sabia que a garota tinha vergonha de sair contando que teve uma doença, mesmo que para muitos é motivo de orgulho passar por isso e sobreviver, Amber não queria que olhassem para com aquela expressão de “Pena” ou “Medo”
── Claro. - Sorriu de volta e voltou a olhar para a mulher ── Então dois sucos de laranja e sem açúcar, por favor.
── Como quiserem. Eu acho muito lindo ver um casal tão jovem cuidando assim um do outro, continuem desse jeito. - Assentiu sorrindo e começou a se afastar
Ela saiu deixando os dois em silêncio com suas palavras, quietos e sem coragem de olhar um na cara do outro depois disso, se não fosse pela música e pessoas conversando ao redor eles com certeza estariam em um silêncio enorme.
── Não pense que, - Rafe virou lado a lado, com o rosto próximo ao da garota ── Vou virar seu amiguinho porque to sendo legal, entendeu?
── Eu sei que você não quer ser meu amiguinho, Rafe. - Amber sorriu sinica e inclinou seu corpo, não que fosse proposital agora ter seus rostos tão perto do outro, mas estavam.
── Que bom que sabe. - Os olhos azuis do Cameron desceram até a boca da garota e ele só queria mover suas mãos até o pescoço da outra e puxá-la para beijarem até não ter mais fôlego
E Amber não estava pensando diferente, engoliu em seco esperando o loiro fazer isso e teve esperanças porque seu olhar confirmava, a mão esquerda de Rafe foi para a nunca dela apertando o cabelo atrás.
── Aqui está o suco. - O garçom, um adolescente veio com uma bandeja e fez os dois se afastarem ── Aproveitem.
── Nossa, que rápidos pra fazer uma droga de suco. - Rafe reclamou pegando o copo
── Isso é bom? - O garoto entregou o outro suco para Amber e sorriu a reconhecendo ── Amber! Eai, como vai?
── Oi Carlos. - Sorriu para o garoto, apenas se cumprimentam como sempre quando se vêem vez ou outra e ele saiu após isso.
── Quem é esse Carlos? - Rafe indagou não escondendo o incomodo
── Filho do chefe do Joel. - Disse e o Cameron ainda não parecia satisfeito ── Tem dezesseis anos e eu dezenove, ele me chama de irmã.
── Quando a gente namorou tínhamos essa idade também. - Comentou
── Mas eu não gosto dos mais novos. - Murmurou dando um gole no suco ── Prefiro mingau de aveia.
── Uhum, eu sei exatamente o jeitinho que você gosta. - Disse com um sorriso ladino, e a garota olhou imediatamente para o loiro enquanto repetia a palavra "Cafajeste" em sua mente e soltou um riso
Ela prendeu o canudinho com a boca começando a sugar o suco sem saber o que revidar, não tinha resposta, então dar atenção ao suco iria ajudar a disfarçar seu nervosismo.
Amber pensou que poderia ser que não era isso que o Cameron quis dizer, que ela estava tanto tempo sem nenhum contato físico que sua mente estava automaticamente transformando tudo em duplo sentido.
── Você quer ir pra minha casa? - Rafe perguntou olhando para seu próprio copo que chegava ao fim
── Pra sua casa? Fazer o que lá? - Arregalou os olhos ao olhar para Rafe
── O seu irmão está lá, podemos aproveitar um lugar que não tenha risco de entrar nada. - Soltou riso ar nasal lembrando das falas anteriores da garota sobre esse mesmo assunto
── Ah, isso. - Suspirou, não aliviada, dizer que não queria que fosse o que ela pensava era uma baita mentira ── Vou.
── Pensou que era o que? - Perguntou
── Nada.
Começaram a tomar o suco em silêncio enquanto ouvem as músicas brasileiras que o dono do bar colocou, enquanto Amber cantava baixo e terminava o suco.
── Sempre que vejo esse bar, lembro que você é uma das poucas pessoas daqui e gostam de lá e das músicas brasileiras. - Rafe apontou para o bar com uma bandeira enorme do Brasil
── O senhor José é brasileiro, fico feliz por ele ter vindo pra Carolina do norte e me apresentar o Pagode. - Sorriu olhando brevemente para trás, suspirando. ── Por isso, amo esse bar.
── O som é muito bom, mas não entendo nada do que se fala. - Comentou rindo com a garota
── É bom. Eu posso traduzir pra você. - Sentiu a brisa fria arrepiar seus pelinhos e passou as mãos para tentar se aquecer.
── Vem, vamos embora. - Rafe levantou estendendo a mão para Amber ── Ta esfriando.
Ela pegou a mão e se impulsionou para levantar, em seguida os dois começaram a caminhar para o estacionamento sem notar que não largaram suas mãos e estavam de mãos dadas.
── Você ainda tá me segurando. - Amber sorriu puxando a mão levemente para trás e fazendo o mais alto virar
── Força do hábito. - Sorriu mesmo sem soltar
── Isso? Ah. - Ela puxou a mão, mas o loiro não se deixou soltar e puxou-a para mais perto
── Não tenho paciência de fingir que não quero fazer uma coisa. - Rafe disse realmente impaciente com todo aquele disfarce
── Fazer o que? - Mordeu o lábio inferior para disfarçar o sorriso, perguntou mesmo sabendo.
── Isso. - O Cameron a puxou com uma mão e com a outra segurou nas costas da garota para elevar o corpo dela e a levantar em seu colo, sem perder tempo, a mão que segurava a dela subiu até a nuca e o mais velho juntou suas bocas. Sua língua invadiu a boca da garota com necessidade e ele se inclinou prendendo o corpo contra o carro, aprofundando o beijo.
Amber segurou os ombros do Cameron se acomodando em seu colo e prendendo suas pernas ao redor do corpo maior, não pensando em momento algum em dificultar a ação do Homem, afinal era isso que ela também queria.
Ela puxou o lábio inferior do mais velho e sem enrolar voltou a beijá-lo, sentindo as mãos do Cameron apertando suas coxas, a língua quente em contato com a dela e ambas se explorando. O beijo era apressado e cheio de saudade, como se estivessem desesperados por esse contato.
Por falta de ar, separam o beijo com três selinhos no fim e se olharam com um sorriso de satisfação por ter feito aquilo.
── Senti falta disso. - As mãos do Cameron seguram as pernas da garota pronto para ajudá-la a descer e quebrar o contato ── Mas vamos continuar depois.
── Viu ter que confessar que também senti bem pouquinho. - Fez um sinal com os dedos
── Pouco? Você quase arrancou um pedaço da minha boca. - Implicou balançando a cabeça e soltou um riso
── Quase? - Amber deixou um selinho nos lábios do loiro que permanecia atento e sem fazer nada, e lentamente ela puxou o lábio inferior do outro com a ponta dos dentes, fez de novo e dessa vez chupou o lábio fazendo-o sentir uma fisgada.
── Agora a gente precisa mesmo ir. - Ele apertou as mãos nas coxas da garota que suspirou sentindo seu corpo reagir ao toque
Para a infelicidade de Amber, Rafe desceu ela de seu colo e se afastou para pegar a chave do bolso e destravar o carro. Os olhos da garota seguiam cada movimento do mais velho até ele rodear o carro e abrir a porta do passageiro, Amber atravessou até parar ao lado dele e entrar no carro se acomodando no banco.
── Achei que você tinha me dito ontem que nunca mais me procuraria. - Amber comentou vendo Rafe se acomodar no banco do motorista
── A Raiva passou. - Suspirou arrastado ── Se considere com sorte, eu não costumo esquecer essas coisas e sou bem rancoroso.
── Não tem mais rancor?..
── Ainda não posso dizer que vou confiar em tudo que você diz cegamente, no fundo fico em dúvida pensando se é mais uma mentira ou coisa que está me escondendo.
── Ah, e você também não mentia? - Indagou cruzando os braços ── Aquele lance com o seu pai.
── Eu não menti, falei pra você no mesmo dia que descobri que ele estava vivo. - Respondeu e a garota assentiu tentando lembrar de mais alguma coisa que pudesse o acusar
── E a Hollis ? As mensagens que você recebia no seu celular e eu não era notificada. - Disse isso vendo o Cameron ligar a ignição do carro e a olhou brevemente franzindo o cenho
── Você tinha a senha do meu celular e total acesso a ele, se eu tivesse escondendo alguém lá, porque eu daria ele com tanta tranquilidade pra você ver? - Sorriu antes de acelerar o carro
── E as mensagens da Hollis? Esqueci o que era exatamente. - Se encostou no banco ── Era alguma coisa como “ Quando vamos nos rever? ” - Imitou uma voz fina que fez o outro rir sem tirar a atenção da estrada
── Ela era uma sócia da empresa e vivia enchendo o saco. - Balançou a cabeça ── Não sou lerdo de não ter notado ela tentando flertar comigo, mas nunca dei bola.
── Hum. - Soltou o ar preso em seus pulmões e desviou o olhar para a janela ── Mas e se o seu pai voltar do além, você não vai? - desistiu de terminar a questão absurda
── Meu pai não vai mais interferir em nada. - Rafe murmurou ── Até porque ele está morto.
── Eu sinto muito. - Amber tocou o braço do mais velho com as pontas dos dedos ── Sei que acima de tudo, você amava ele.
── Amava, acho que amava mais a imagem de pai atencioso e heróico que eu pintava dele na minha mente. - Comentou pensativo ── Nossa família era perfeito e ele era o comodamente, antes de tudo a Sarah, a Wheezie e até eu víamos ele como o nosso herói.
── Você ainda pode ter uma família. - A garota pousou sua mão na coxa do mais velho e o loiro subiu o olhar de lá até seu rosto
── Ta falando de fazer uma família comigo? Vai ser divertido meter uns dez filhos em você. - Brincou e a Monroe arregalou os olhos tirando sua mão incrédula
── Ei! - Quase engasgou ── Eu to falando de você voltar a falar com a sua irmã. Sarah!
── Ah. - Voltou a atenção para a estrada vendo estar na rua de casa
── Você deveria tentar se aproximar dela.
── Não, se a Sarah quiser, ela que venha falar comigo. - Murmurou fingindo desinteresse
── Mas você também precisa tentar, não é só ela que deve. - Insistiu
── Amber, a gente não vai falar sobre isso, beleza? - Parou o carro e destravou o cinto saindo do carro rapidamente
Amber saiu logo em seguida vendo o quão aquela conversa irritou o Cameron, andando na frente até a porta, então a garota deu uma corrida para alcançá-lo e o abraçou por trás.
── Me carrega. - Disse com a voz brincalhona, tirando os pés do chão e se pendurando no Cameron como um bicho preguiça
── Folgada. - Riu continuando a caminhar
── Mentiroso do caralho. - Os dois se separam na velocidade da luz quando ouvem a voz de Barry e logo vêem o mesmo saindo de trás de um arbusto
── Tava fazendo o que escondido atrás disso? - Rafe apontou confuso
── Ahm, ouvi o barulho do carro e fiquei aqui esperando você chegar. - Parou na frente dos dois que pareciam ter sido pegos no flagrante
── Eu só vi ela por acaso, se é o que você quer saber. - Apontou para a garota, apenas para não ferir seu ego de ter que admitir ao amigo que estava mentindo quando disse que não iria atrás da garota quando na verdade foi.
── É. - Amber concordou e Barry semi cerrou os olhos encarando os dois
── E acham que me engana? - Implicou
── Você quer sair da minha casa, - Olhou para o outro só de sunga ── Te jogo pra fora só com essa sunguinha de tigresa.
── Ah não! - Protestou entrando enquanto ouvia a risada de Amber ── Eu nem terminei meu banho na hidromassagem.
── Agora seu nome vai ser Barry tigrão. - Amber implicou seguindo o irmão para dentro
Rafe entrou logo em seguida batendo a porta atrás deles e continuou seguindo os dois pela sala até chegarem na cozinha, rindo enquanto ouvia a garota implicar com o outro.
Seus olhos desceram para o short curto da garota que subia mais ainda completamente colado e sorriu, assim que ela parou se apoiando no balcão, o Cameron estapeou a bunda da garota que olhou para trás curiosa.
── Já Jantou? - Barry perguntou a garota que olhou novamente para a frente, ele estava tirando o pedaço de uma torta de carne.
── Ah, meu estômago tá revirando. - Comentou e os dois a olharam com uma preocupação, e a garota logo entendeu o porquê ── É fome.
── Você não pode comer comida gordurosa essa hora da noita sabia, não é recomendado. - Rafe comentou
── Toma leite morno. - Comentou guardando a travessa e seguindo para a área de lazer
── Quer que eu faça pra você? - O Cameron se ofereceu atravessando o balcão
── Quero. - Amber sorriu com malícia, mais uma vez sua mente trazia duplo sentido.
── Ta bom. - Sorriu pegando um bule para esquentar o líquido e a garota cessou o sorriso
── Porque você precisaria disso pra me dar? - Perguntou o observando e ele olhou para trás confuso com a pergunta
── De que outra forma eu faria isso? - Indagou soltando um riso, inicialmente confuso, mas não demorou para entender do que se tratava
── Nada, só falei isso porque não gosto de leite pelando. - Se aproximou do fogão
── Eu vou tomar um banho, tá? - Avisou voltando para trás do balcão e a garota assentou logo vendo o Cameron sair da cozinha
Amber esperou o leite esquentar um pouco e colocou no copo, abriu a geladeira enquanto tomava e viu algumas garrafas de bebidas, era típico ter na casa do Cameron.
── Ele me beijou e é só? Não vai falar mais nada sobre isso? - Falou consigo mesma
Suspirou fechando a porta e se virou olhando ao redor, notando que estava tudo igual desde a última vez em que esteve ali naquela casa.
Caminhou até chegar na área de lazer e viu o irmão boiando na água, se sentou em uma das espreguiçadeiras o observando em silêncio, até se preocupar se o mesmo estava respirando.
── Ta vivo? - Perguntou
── Claro que sim. - Respondeu ainda de olhos fechados ── E você? Vai pro clube amanhã? Quer que eu te dê uma carona?
── Não, tô o resto do mês afastada.
── Porque?
── A Brianna foi me encher a paciência e eu joguei dois drinks na cara dela. - Disse fazendo o outro rir
── Que garota trouxa. - Barry comentou
── Foi engraçado. - Amber riu junto ── Menos a parte que o Bob descontou meu salário e me deixou fora do trampo, preciso dessa miséria pra pagar os remédios, sabe?
── Relaxa, eu arranjo essa grana pra você. - O mais velho empurrou seus pés na quina dando impulso para nadar pra trás
── Valeu. - Sorriu se ajeitando na cadeira ── Até que você serve como irmão, nunca imaginei que fossemos irmãos.
── Pois é, o Owen deve ter transado com essa ilha inteira. - Comentou
── Me dá um enjoo só de pensar, eca. - Fez uma cara de enjoo
── Eu ia dormir aqui hoje, você quer que eu te leve pra casa? - Barry perguntou ── Gosto de dormir aqui pra tomar o café da manhã, a senhora Shannon arrasa.
── Hum, então vou dormir aqui também. - Disse colocando o copo vazio em uma mesinha e olhando para trás onde a janela do quarto do Cameron ficava bem acima
── Tem vários quartos de hóspedes, você deve saber decorado onde ficam.
Na verdade, ela queria dormir no quarto do Cameron e na cama dele de preferência, mas o mesmo não tocou sequer no assunto do beijo que tiveram no estacionamento e ela estava ansiosa por causa disso.
── Vou tomar um banho, to cansada demais. - Levantou pegando o copo
Deixou na pia antes de subir as escadas e ir até o terceiro andar, viu a última porta no fim daquele corredor escuro e cogitou ir até lá, mesma que está fechada e a luz pelas brechas da porta.
Mas seguiu até o antigo quarto da Sarah e entrou fechando a porta, sem precisar trancar, procurou por uma roupa e entrou no banheiro tirando aquela que estava.
Quando entrou em baixo do chuveiro pôde sentir seus músculos relaxando com a água fria começou a escorrer, ela fechou os olhos subindo o rosto e aproveitando.
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