042
Fazia exatamente uma semana e meia que estavam escondidos dos pais em um local desconhecido pelos mesmos.
O Cameron foi tomar um banho assim que acordou, saiu voltando para o quarto da casa de Barry qual ele dormiu durante esses dias, era o único lugar que ward não o procurava, ele vestiu uma muda de roupas limpas que teve de comprar pois não havia como ir em casa buscar nada ou seria parado pelo pai.
Se deitou na cama observando a Monroe ainda dormindo e sorriu fazendo uma trilha da mão até os ombros com as pontas dos dedos e viu a mesma se mexer com o toque.
Ouviu o barulho do telefone tocando e se apressou para atender, afim do som não acordar a garota.
── Alô pai? - Atendeu a ligação de seu pai, levantou da cama pegando a chaves da moto e saiu fechando a porta
── Porque ignorou as minhas ligações a semana inteira? - Foi o que o mais disse
── Não atender não significa que ignorei. - Tentou tapear para não que explicar
── O ouro sumiu da casa em Guadalupe. - Ward avisou uma coisa que o mesmo fez e sabia muito bem da notícia
── Nossa, como isso aconteceu? - Fingiu entrando na cozinha estreita e vendo Barry empilhando as fileiras do ouro em cima da mesinha de centro
── Não sei, só havia um guarda lá e mataram, roubaram meu ouro. - Dizia irritado, o Cameron apenas se encostou no balcão da pia tomando a água tranquilamente ── Não deixaram nenhum rastro, ninguém sabe como entraram e saíram tão rápido.
── Tem que rever os seus guardas, eles são o que? De enfeite? - Zombou pouco se importando com o desespero do pai
── Haviam muitos guardas vigiando essa casa, era impossível alguém entrar.
── Não é mais o caso. Roubaram. - Ironizou soltando um ar longo pelo nariz, bocejando por estar até tarde acordado planejando com o traficante as próximas vendas do dourado.
── Precisamos achar quem fez isso. - A voz do mais velha estava alterada
── Confia que não foi algum deles? Porque são tão incompetentes, porque não traidores?
── E você tem que vir pra casa me ajudar. - Mandou o Cameron que não parecia nenhum pouco interessado em ir tão cedo ── Onde você dormiu todos esses dias, Rafe?
── Na casa de uma kook. - Mentiu, a casa era de Barry. ── Quer que eu te ajude? Começa conversando com seu seguranças desqualificados de serviços mal feitos.
── Vou fazer isso, mesmo assim quero sua você aqui rápido. - Informou e o Cameron murmurou arrastado um " ta bom "
Rafe caminhou parando na frente da mesinha enquanto seus olhos brilhavam ao observar o metal de coloração amarela ── Vamos vender tudo hoje mesmo.
── Tudo hoje? Não é arriscado? Combinamos de ir aos poucos, lembra? - Barry olhou-o
── Arriscado é se manter aqui por muito tempo, a sorte pode acabar. Nós vamos na cidade depois do café. - Checou a carteira no bolso e se direcionou até a porta
── Vai comprar o cafézinho pra mulher. - Barry não pode deixar de implicar
── Você deveria ficar feliz por ter café nesse muquifo todo dia da semana. - Rebateu saindo
── Folgado. - Exclamou voltando a contar
Amber acordou ouvindo a conversadeira do cômodo ao lado e abriu os olhos lentamente arrastando os braços para sentir o Cameron, mas tudo que encontrava eram os lençóis deixados para trás junto com ela. A garota se sentou sentindo sua barriga revirar de fome.
Ela balançou os pés para fora da cama sentindo juntamente o mesmo enjoo que costuma sentir recentemente, correu para o banheiro e abriu a tampa, mas não saiu nada.
── Porra! - Gritou arremessando o que tinha em cima da pia, mas se abaixou juntando outra vez
Os enjoos haviam ido embora após o Chá que tomou para o estômago, mas agora depois de uma semana está sentindo tudo de novo.
── Isso, quebra tudo. - Ouviu a voz de Barry
Assim que escovou os dentes e lavou o rosto, saiu do banheiro seguindo pelo corredor até entrar na sala e arregalar os olhos vendo as pilhas de blocos dourados em cima da mesa.
Pegou um deles ── Eu não me canso de olhar pra eles, é muito, muito bonito.
── Pois é, isso daqui vai dar uma grana alta, muito alta mesmo.
Ela sorriu com as palavras do outro e soltou o bloco ainda olhando fascinada.
── Aproveita pra olhar bastante porque seu namorado quer vender essa tarde. - Avisou continuando a empilhar os inúmeros
── Por um instante esqueci o quanto o Rafe é apressado. - Murmurou ouvindo seu novo celular tocar no quarto e levantou para ir atender
Era Pope e ela pegou, vendo pelo menos, cerca de cem ligações não atendidas e então se apressou para fazer isso agora.
── O que aconteceu? - Perguntou antes de qualquer coisa
── Nós estamos agora meio que fugindo da ilha, tentamos avisar desde as cinco da manhã, mas você não atendia de jeito nenhum. - Avisou e a garota franziu as sobrancelhas
── Fugindo porque?
── A Sarah e o John b voltaram essa noite. - Avisou e ouviu um "eai" dos dois ── Só que o shoupe metido também ficou sabendo, então todo mundo meteu o pé e me carregaram junto pra fora da ilha.
── Não reclama. - Ouviu a voz irônica de Sarah no fundo
── Acabei de acordar, muita informação pra antes do café da manhã. - Bocejou esfregando os olhos ── Como vamos fazer? A gravação do Ward sendo incriminado já era.
── Precisamos pensar em outro jeito, ou vamos ter que morar por aqui mesmo. - Ironizou o garoto do outro lado
── Vou pedir ajuda pro Rafe, a gente tenta ferrar com o pai dele. - Disse e o outro concordou e encerraram a ligação, ela saiu do quarto com um dinheiro na mão e parou na sala jogando em Barry que a olhou curioso ── Compra uns quatro, não, seis testes de gravidez.
── Teste? - Soltou um riso levantando do sofá, ainda surpreso com as palavras ── Intoxicação alimentar, não é?
── Cala a boca, Barry. - Se sentou no sofá ignorando as implicâncias
── Agora que o Rafe morre. - Cantarolou saindo e a garota franziu as sobrancelhas sem entender
Ela se deitou no sofá soltando o ar e puxando com calma, se dissesse que não sentia medo do que estava por vir, estaria mentindo. Não estava pronta, muito menos na idade e nem era algo que cogitava em nenhum momento de sua vida.
Sempre ouviu de mais velhos que o sonho de toda mulher era ter um filho, um pedaço de si mesma para cuidar e amar, mas ela não sentia esse desejo tão mencionado. Nunca quis.
E presumia que Rafe também não. Ele tinha suas prioridades, o Cameron só sabia pensar em suas conquistas estimadas e desejo de crescer para se tornar alguém superior ao pai dele. Ser ele o próprio pai de alguém não estava em seus planos, pelo menos era o que Amber achava.
Alguns minutos se passaram e finalmente Barry voltou com uma sacola de farmácia, jogando na mesinha de centro e voltando ao que fazia antes de ser interrompido.
── Torça para não estar, Amber. - Sua voz saiu baixa mas sua expressão seria enquanto mantinha sua atenção nos blocos dourados
── Estou torcendo. - Murmurou começando a caminhar em direção ao banheiro
Entrou trancando a porta e abaixou o short do pijama se sentando no vaso sanitário, abriu todas as caixas de uma vez e deixou em cima da pia, havia potinhos fornecidos para coletar a urina e facilitar no teste, então ela pegou dois.
Quando terminou de separar boa parte colocou os recipientes minúsculos e mergulhou os dois testes de uma vez, vendo que havia espaço para os outros e nenhuma vontade de fazer xixi, ela aproveitou eles também.
── Não esteja! - Fechou os olhos com força, pedindo para alguém que ela não fazia ideia, não tinha uma religião definida, mas pediu para todas elas nesse momento ── Eu juro que nunca mais faço sexo se não estiver grávida.
Amber abaixou a tampa do vaso e se sentou para esperar os minutos passarem, sem coragem de encarar os teste até que se passe o tempo de prazo. Mas quando passou, ela teve que levantar o rosto e encarar.
Suas mãos soavam e coração batia forte, esta tão nervosa que poderia ouvir o " tum tum " ferozmente em seu peito. Olhou para os quatro e todos estavam apenas com um ponto.
── O que significa ?- Ela nunca fez, então pegou o rótulo para checar. ── Isso! Eu não to. - Pensou no que acabou de prometer ── Nunca mais fazer é uma palavra muito forte.
── Amber, cheguei com o café da. - Rafe ia abrindo a porta, mas a garota foi mais rápida e a empurrou de volta ── Ta escondendo o que?
Seu pé estava na brecha para impedir a garota de trancar, mas ela tentou de novo. ── Nada, não to escondendo nada.
── Então me deixa ver. - Abriu a porta entrando no banheiro e olhou diretamente para os quatro testes recém feitos ── Merda, o que é isso?
── Testes de gravidez, nunca viu um na vida? - Ironizou respondendo a pergunta
── Me diz que você não tá. - Ele iria pegar mas percebeu do que se trata o líquido
── Eu não to.
── Você disse só porque pedi? - Olhou para trás
── Não, deu negativo. - Afirmou e o outro soltou o ar que o nervoso fazia ele prender
── Mas eu paguei os anticoncepcionais caso a gente esqueça de usar camisinha. - Se virou para a garota que lembrou não tomar ── Mando dinheiro todo mês na sua conta pra você ir se consultar, e porque tá fazendo um teste aqui?
── Eu esqueci de tomar da última vez. - Confessou, ela sabia que isso foi irresponsável de sua parte. ── E as consultas? Bom, achei que poderia ir só quando sentisse alguma coisa.
── Amber, não quero ter um filho. - Rafe foi direto e a garota assentiu, ela também não queria, mas não sabia que o Cameron iria reagir com tanta negação.
── Eu também não. - Abaixou o rosto
── Isso iria estragar tudo, entende? - Indagou e a outra acenou positivamente ── Nós não temos uma casa, acabei de fechar um negócio escondido do meu pai e temos muito o que fazer pra finalmente ter tudo que a gente quer.
── Já entendi, mas eu não to, não precisa disso tudo. - Olhou-o e o Cameron soltou um riso amargo saindo do banheiro para o quarto
Amber jogou todos os testes no lixo e lavou as mãos, saindo também, ela entrou no quarto vendo o Cameron tirando coisas de dentro de uma mochila, como documentos e pastas de trabalho, notebook.
── Eu sei que foi irresponsável não tomar os remédios, mas eu nunca fui boa em lembrar das coisas. - Sua voz saiu baixa mas ele se sentou na cama sem dizer nada e abriu a tela do computador sem olha-la, o que fez a garota soltar um riso fraco ── Você tá irritado?
── A segundos atrás. - Concordou ainda com a atenção na tela do computador ── Mas não precisamos conversar mais sobre isso.
A Monroe ficou por segundos em silêncio, ela suspirou indo se sentar ao lado do loiro e viu o mais velho mexendo em pastas que tinham nomes codificados, mas haviam alguma com nomes pessoas como informações sobre o ouro em Guadalupe dentre outras coisas referentes a família Cameron.
── Quero seu pai preso e culpado pela morte da xerife peterkin, você disse que ia me ajudar, mas não está fazendo nada. - Mudou de assunto, chamando a atenção do outro ── Já faz um ano, um ano que o John b ta fugindo.
── No começo eu não queria ajudar mesmo. - Rafe murmurou fechando o notebook
Mas antes que Amber o responde, Barry exclamou alto ── Rafe, temos um possível comprador em potencial, ele quer tudo!
── Você tem certeza? - Saiu do quarto
── Sim, ele é um empresário de fora. - Mostrou o chat do mesmo e o Cameron sorriu lendo as últimas conversas
── Já ouvi falar sobre do Waet, ele tem negócios por toda parte do mundo. - Murmurou devolvendo o aparelho ── Ele é viciado por comprar antiguidades e relíquias, não me surpreende estar interessado nisso.
── Nós vamos encontrar ele? - Perguntou pronto para digitar uma resposta
── É claro que vamos. - Avisou voltando para o quarto começando a juntar os papéis que jogou em cima da cama
── Esse quarto tá uma zona. - A garota reclamou após tropeçar em mais coisas do Cameron jogadas no chão
Ficaram com o segundo quarto da casa, o que não era grande o suficiente para dois e Barry nunca iria ceder do dele, então tiveram que ficar.
── É só por um tempo, não vamos ficar aqui por muito tempo, amor. - Rafe disse guardando suas coisas com pressa
── Pode ir, eu guardo tudo pra você. - Amber avisou fazendo o mais velho parar e concordar, ele estava com muita pressa para insistir
── Te amo. - Deixou um selinho rápido nos lábios da garota e saiu do quarto ── E toma o seu café da manhã.
── Vou tomar. - Levantou começando a juntar tudo com calma e ouviu a porta principal bater
Amber saiu do quarto seguindo até a janela e viu os dois entrando na caminhonete do Barry, dando partido e em questão de segundo haviam sumido de seu campo de visão.
Ela trancou a porta com chave e voltou para o quarto abrindo o computador, tentou a senha como sua data de aniversário igual sabia que era no celular do Cameron e sorriu vendo que era.
── Papai traidor? - Abriu a boca quando viu uma pasta escrita “ Amante do Ward” e abriu
Seu maior arrependimento. O queixo da Monroe caiu vagarosamente quando viu na pasta nada mais do que vários vídeos da câmera de segurança do escritório, Ward transando com a mãe dela. Embrulhou o estômago da mais nova.
Seus olhos desviaram da tela encarando a parede a sua frente, não conseguia pensar em nada além de Joel, o cara que ela tanto admira como pessoa e também como marido de alguém estava recebendo isso em troca de todos os anos que passou ao lado da mulher.
Amber largou o notebook em cima da cama ainda ligado e foi até a cômoda da cama para pegar seu celular, ela sabia o número da mãe de cabeça, então discou e apenas esperou.
── Alô? - Ouviu a voz da mulher e isso fez sua barriga revirar. Nojo definia bem o que Amber sentia nesse exato momento.
── Oi, Hebe. - Tentou não mostrar sua indignação em nenhum momento ── Eu liguei pra desejar feliz véspera de natal.
── Você nunca me desejou nem quando era a minha filha. - Disse dando ênfase no " era "
── É, eu tenho motivos. - Riu irônica, mas cessou rapidamente ── Quero te pedir um favor, veja como um presente de natal.
── Não te devo favores. - A mais velha disse
── Preciso que faça uma coisa, e na verdade eu não to pedindo. - Insistiu ── Você se importaria se o Joel soubesse que está traindo ele com o pai do Rafe?
As palavras da garota fizeram o sorriso da mais velha desaparecer, um silêncio enorme ficou entre as duas, Hebe sentiu seu coração acelerar.
── Do que v-você ta está falando? - Gaguejou
── Não tenta negar, eu tive o desprazer de ver os vídeos que o Rafe roubou da câmera de segurança do Ward. - Fez cara de enjoo
── Filha - Hebe abaixou a voz
Hebe tinha medo de que o marido descobrisse, é ele quem sustenta seus "luxos" mesmo sendo pogue e trabalhando em lugares que não pagavam tão bem na maioria das vezes, Joel sempre tentou manter uma boa vida para a mulher e suas filhas.
E ela sabia que ward nunca deixaria sua esposa para ficar com uma amante, ainda mais sendo uma pogue, com tanto preconceito que o mesmo tinha com o cut.
── Amber. - Corrigiu ── Amber Monroe, porque a vovô me disse que não iria admitir que a netinha dela tirasse o sobrenome dela e eu fiz uma promessa.
── Por favor, não conta pro Joel, eu amo ele. - Hebe dizia
── Ama? Prova isso com outro entre suas pernas? Você é nojenta.
── Foi um erro.
── Tem mais de quinze vídeos, acho que se eu contar chega perto de trinta. - Não se atreveu a olhar para a tela ── Um mês que você trabalha com o ward, então..
── O que você quer pra não contar?
── Sabe o gravador que o seu marido te deu pra gravar as fofocas das kooks e o programa de culinária ? Deu Ênfase no "seu marido"
── Sei. - Concordou
── O ward matou a xerife, não foi o John b. - Anunciou ── E eu quero que me ajude a ter provas, então vai lá e usa seu único talento. Sabe qual ? manipuladora e mentirosa.
── Beleza, eu faço isso. - Não cogitou ── Vai apagar os vídeos do computador do tarado do seu namorado em troca, não é?
── Claro. Você tem minha palavra. - Amber prometeu, mas nunca levou promessas muito a sério quando não lhe convém.
── Espero. - Sorriu forçado ── Porque você também é uma, até pior.
── Que bom que ambas não confiam uma na outra. - Ironizou, sorridente com o trato. ── Mas fica tranquila que eu vou cumprir, mas tenho pressa, então anda logo.
Amber desligou o telefonema e jogou em cima da cama fechando a tela do computador para não ter que ver mais aqueles vídeos, ou não iria conseguir tomar o café da manhã.
E foi o que ela fez quando saiu do quarto, esquentou o café e comeu uma das varias opções de bolos e tortas que o Cameron trouxe.
── Exagerado. - Riu guardando os outros três bolos médios na geladeira, pegando um pedaço de torta de pistache e guardando as outras duas
Aprovou a mesma deixando no prato junto com o pedaço de bolo e guardou o resto, ainda havia sacolas e sacolas de compras espalhadas por cima da mesa e no armário.
Mas Amber iria esperar os outros chegarem, pois não queria fazer sozinha.
Quando terminou de comer, foi deitar e mexer no celular para esperar o tempo passar, ficou ali por horas e horas até ouvir alguém batendo na porta de forma desesperada.
A garota saltou da cama checando se todas as janelas estavam trancadas e correu para a porta olhando pela janela da cozinha, franziu o cenho reconhecendo quem estava do lado de fora, quase levando a porta á baixo e foi abrir.
── O que tá fazendo aqui, Owen? - Perguntou fazendo o mesmo parar a mão no ar e olhá-la sem reação
── Filha? Oi! - Sorriu tentando espionar para dentro da casa, mas Amber fechou mais um pouco a porta
── O que você quer?
── Vim pegar uma coisa com o Barry, cadê aquele desgraçado? - Aumentou a voz na esperança que o mesmo esteja
── Não é a sua conta. - Tentou fechar a porta, mas Owen colocou o pé entre a brecha
── Ta ficando com ele? - Perguntou preocupado e a garota riu irônica
── Isso não te interesse, Owen. - Balançou a cabeça enrolando a resposta propositalmente
── Você não pode! - Exclamou indignado e a Monroe não entendeu o motivo do Homem estar tão perplexo com isso ── Meus pai amado! Você beijou? Você fez.
── Owen! - Interrompeu ── Qual o seu problema? - Indagou vendo o homem passar as mãos pelos cabelos
Antes que mais alguma coisa possa ser dita, a caminhonete de Barry chegou em frente a casa e o mesmo estacionou, rapidamente saindo do carro indo de encontro o mais velho.
── O que ta fazendo aqui? Já não disse pra não voltar mais? - Barry disse enquanto se aproximava mais de Owen
── Você está se relacionando com ela? - Apontou para trás e os olhos de Barry quanto de Rafe foram parar na garota, mesma que estava confusa, perdida. ── Isso é nojento!
── O que?Não! - Barry disse incrédulo e apontou para o Cameron do lado dele ── Esse aqui é o namorado dela! Não foi ele que te mandou assinar a emancipação?
── Ah, foi você. - Owen se lembrou do rosto do kook e sorriu amplamente ── Não sabia que era pra Amber, e sim pra Britney.
── Você é pai da Britney Spears? - Barry deu uma gargalhando passando pelo mais velho e Rafe riu junto começando a caminhar
── Errei. Brianna. - Se corrigiu e virou ── Preciso falar com você, Barry.
O mesmo parou e respirou fundo vendo Rafe olhar brevemente para trás, mas continuou a ir em direção à entrada da casa, impacientemente Barry se virou olhando Owen.
── Tchau, filha. - Owen acenou para a garota que revirou os olhos vendo os dois se afastando
── Trouxe bebidas e carne de Peru. - O Cameron ergueu as sacolas entrando na casa
── Hum, hoje vou ganhar Peru? - Amber seguiu o loiro, ironizou usando duplo sentido e viu o outro sorrir olhando-a
── Vai ganhar o quanto quiser. - Concordou
── Você tem uma mente poluída. - Implicou, fingindo inocência mesmo sendo proposital.
── Só eu, né? - Comentou guardando as bebidas na geladeira e a carne que comprou já pronta no forno ── Você é uma santa.
Enquanto o Cameron começou a tirar as coisas das sacolas para guardar, se curvando, a garota desceu seus olhos até a bunda do loiro e sorriu se aproximando para tocar.
── Que isso? - Ouviu a voz dele e não se conteve em estalar um tapa forte que fez o loiro se erguer olhando incrédulo
── To revidando os tapas. - Implicou, e riu sentindo o loiro virar seu corpo ── Já chega! - Pesou o corpo sentindo-o levantar seu corpo, suas costas grudadas no peitoral do maior e uma tentativa dele em devolver o tapa, os dois rindo.
── Já chega? Você que começou. - Sua voz saiu brincalhona
── Não dá pra brincar com você. - Reclamou sentindo o aperto do outro, era impossível para a garota medir força com o Cameron, mesmo não estando intensa a deixava imobilizada.
── Tá bom. - Rafe a soltou e Amber se afastou olhando desconfiada, mas de estar longe o suficiente, sentiu a palma da mão do Cameron fazer sua pele arder
── Seu idiota! - Riu em descrença ── Ai. O meu não foi tão forte. - Passou a mão na própria coxa enquanto esperava o outro se virar para revirar
Mas ele se afasta ainda mantendo os olhos atentos na Monroe.
── Eu não to mais! - Amber levantou as mãos em rendição, mas mentiu.
── A minha bunda não tá em jogo pra você ficar usando, tá legal? - O Cameron ironizou fazendo a garota gargalhar
O Cameron voltou a tirar as coisas da sacola, mesmo desconfiado e sem se atrever a baixar a guarda, seus olhos continuam muito bem atentos em Amber enquanto isso.
── Ai minha barriga. - Amber se sentou tirando algumas compras das sacolas em cima da mesa e respirando fundo ── Então..
── Então? - Indagou se virando para guardar as coisas no armário
── Eu cogitei sua proposta feita do motel, lembra? - Ela disse lentamente e o Cameron murmurou um "Hum" ── Topo.
Rafe olhou para trás e sorriu ladino.
Ela tinha curiosidade, então não sairia perdendo se tentasse mesmo que não vá gostar, o que importa é a experiência.
── Não se preocupe, eu vou tentar fazer não doer tanto. - Sorriu voltando ao que fazia
── E dói muito? - Arregalou os olhos
── Não faço ideia, nunca dei. - Murmurou fazendo a garota revirar os olhos rindo ── Mas essa é a fama do ato.
── Eu ouvi uma amiga velha da Hebe dizendo que era muito bom, disse que conseguiu ter um orgasmo intenso só com isso. - Comentou tendo os olhos do outro nela ── Duvido que seja possível sentir tanto prazer com isso.
O loiro ergueu os lábios em dúvida mesmo acenando positivamente com o que a garota disse, ele lembra das vezes em que fez e não ouve reclamações, mas nunca iria pensar em comentar isso com Amber.
── Eai, do que vocês dois estão falando? - Barry entrou chamando a atenção dos outros
── Do ouro. - Rafe responde, mentindo no mesmo tempo em que Amber disse ── Natal.
── Ouro ou natal? - Franziu as sobrancelhas olhando para os dois desconfiado
── Ouro. - Amber disse e Rafe em cima comentou ao contrário ── Natal.
── Vocês tão tirando uma com a minha cara? - Olhou incrédulo ── Não sabem nem mentir.
── E o que o Owen queria com você? - Amber mudou de assunto fazendo uma pergunta
── Eu sou um traficante, o que mais ele iria querer? Produtos da avon? - Ironizou abrindo a geladeira para pegar uma latinha de cerveja
── Não sabia que era revendedor da Avon. - Rafe comentou com sarcasmo sem tirar a atenção das coisas que ele guardava sem ajuda
── Quer comprar pra sua mãe? Ah é mesmo, você não tem uma. - Implicou sentindo o olhar mortal do Cameron em sua direção
── Nem você. - Rebateu
── O clube dos sem mãe! - Amber exclamou jogando um rolo de papel toalha nas costas de Barry que a olhou
── Bem vinda, nossa mais nova anfitriã. - O mais velho entrou na provocação
── Os únicos pais que gosto são o do Pope e o meu pai Joel. - Amber sorriu suspirando arrastado
── E os testes? - Barry pergunta a garota
── Que testes? - Ela havia se esquecido completamente, a falta de memória era constante mesmo tão nova.
── Aqueles de covid. - Ironizou e a Monroe franziu as sobrancelhas, mas logo se lembrou abrindo a boca para responder e viu Barry pegar uma faca e apontar para Rafe que olhou em sua direção com tranquilidade ── Deu negativo?
── Todos negativos, não tenho um feto dentro do meu útero. - Explicou encarando a cena confusa e em seguida o mais velho suspirou largando a faca outra vez no balcão
── Me ajudem a fazer a comida, bando de preguiçosos. - O Cameron deixou apenas o que iriam usar para fazer os acompanhamentos da carne assada que compraram
── Eu sou péssima na cozinha, vou deixar a responsabilidade com vocês. - Amber não mentiu, mas queria se livrar do trabalho.
── Relaxa, você ajuda no que poder. - Rafe disse e o sorriso da garota sumiu, soltando um suspiro de derrota. ── Lava e corta isso. - Entregou as sacolas de verduras para o outro
── Além de criminoso, o Barry também é muito prendado. - A Monroe brincou levantando e viu
── Vocês vem pra minha casa e me obrigam a fazer esses serviços braçais. - Reclamou Barry
Os três continuaram ali fazendo a comida da forma que sabiam, no fim de tudo, deu tudo certo e terminaram limpando o que usaram para preparar a comida e só o que estava no forno aquecendo a carne e um macarrão muito bem temperado terminando de ser feito.
Amber foi tomar banho assim que terminou de ajudar, usando os produtos que o Cameron havia comprado junto com as coisas e logo ouviu o barulho da porta sendo aberta.
── Amor? - Amber murmurou
── Ei. - Ouviu a voz dele e olhou para trás vendo a silhueta do corpo grande atrás do vidro, não se vai perfeitamente pela fumaça embaçando tudo, mas sabia que ele estava tirando suas roupas.
Rafe abriu a porta de vidro e entrou mostrando seu corpo nu, perfeitamente musculoso para a garota mais baixa, ela sorriu descendo seus olhos com atenção pelo corpo do outro.
── Se esses enjoos e mal-estar não é de uma gravidez, você precisa fazer exames pra saber do que se trata. - O Cameron abraçou o corpo menor virado de costas para ele
── Deve ser só alimentação ruim.
── Mesmo assim, quero ter certeza de que você está bem. - Insistiu apertando um pouco seu aperto em volta do corpo dela
── Ta, tudo bem. - Suspirou acariciando o braço do Homem
Terminaram de tomar banho e se vestiram, e levaram a comida para a mesa de fora, nos quintal dos fundos, já que o clima estava quente.
── Eu nunca comemorei nada. - Barry comentou com sua atenção na comida ── Nem meu aniversário, quanto mais essas datas.
── A Rose enche a paciência em qualquer tipo de data comemorativa. - O Cameron murmurou levando uma colher de comida até a boca ── E todo mundo ao redor é obrigado a participar.
── Mesmo com tudo isso ela resolveu fazer? - Amber perguntou e o loiro assentiu
── Pobrezinha da Wheezie, vai ter que aguentar aquela corna chata. - Rafe murmurou e Amber entendeu agora porque do apelido repentino que o outro começou a usar a alguns dias
── O Joel comemorava. - A garota sorriu ao lembrar do mesmo ── Ele dizia que era importante pra mim e pra Ivy criar memórias boas com todo mundo junto.
── E você tem memórias boas? - Barry perguntou levantando seu olhar para ela
── Não, quando eu fui internada era véspera de natal. - Sorriu fingindo não se importar, mas seus olhos lacrimejaram antes da garota piscar milhares de vezes para se conter.
── Ela é uma mãe horrível, sabe que a Ivy vai ser a próxima a ter que suportar isso, não é? - Barry indagou e a Monroe assentiu
── Desde que ela casou com o Joel melhorou um pouco as coisas. - Explicou ── Naquela época eles namoravam e o Joel não morava com a gente, mas desde que ele se mudou, não deixa ela ser uma completa cuzona.
── Ele é um cara legal. - Rafe comentou voltando a comer e o outro assentiu
Amber queria ser honesta com Joel sobre a traição, mas ao mesmo tempo estava com medo de contar e o homem ir embora, ela sabia que sua mãe iria descontar tudo em sua irmã mais nova mesmo que não tivesse nada a ver com a situação.
── Vamos dar um jeito de ajudar ela. - Rafe olhou para a namorada, ele sentiu a mesma ficando quieta depois de mencionar sua irmã e ela acenou positivamente ── Nem que nós tenhamos que roubar ela e fugir do país.
── Eu ajudo. - Barry soltou um riso concordando e os outros dois riram junto
── Não é uma má ideia. - Ela murmurou levando sua atenção para o celular vendo que eram 00:01
Ela estava aproveitando o momento com os dois e está tudo muito bom, mas não pode negar que sente falta de sua irmã mais nova e do Homem que às vezes chamava de pai.
Mas agora estava proibida pela mãe de chegar perto de Ivy ou até mesmo da casa, ela também mencionou sobre não se aproximar mais de Joel.
Seu celular tocou e era justamente Hebe, Amber olhou para os dois que continuavam comendo enquanto conversavam, então ela pegou uma lata de cerveja e levantou para entrar na casa.
── Pra onde você vai, amor? - Rafe olhou para trás fazendo ela parar
── Onde vai, amor? - Barry imitou afinando sua voz, implicando com o loiro que revirou os olhos
── Usar o banheiro. - Amber respondeu e o outro assentiu se tranquilizando
Amber atravessou a sala e foi para a cozinha, atendendo a chama que estava prestes a cair pela demora.
── Alô?
── Eu já gravei, não sabia que seria tão fácil fazer ele desabafar comigo. - Hebe sorriu orgulhosa de si mesma ── Homens são burros.
── Pelo menos pra alguma coisa você serve. - Amber sorriu sentindo uma lágrima descer em sua bochecha, e não sabia porque ── Pode levar amanhã pro shoupe.
── Eu tenho que fazer tudo? - Protestou
── Ainda estou com seus vídeos. - Ameaçou
── Tudo bem, eu vou bem cedinho.
── Mãe, eu posso falar com a Ivy? Só queria desejar feliz natal pra ela. - Limpou seu rosto assim que sentiu mais uma lágrima
── Não, não vai falar com a minha filha, você não tem mais nada com essa família. - Protestou não lhe dando oportunidade de debater quando desligou o telefonema
A garota caiu lentamente até se sentar no chão e puxou ar para os seus pulmões, contendo a vontade de reagir a isso, ela tentava convencer a si mesma que não era pra tanto e não Iria chorar.
── Ta fazendo o que ai? - Ela não notou que Barry entrou e o mesmo parou na entrada da cozinha curioso ── O que aconteceu?
── Nada, tá tudo bem. - Sorriu coçando a garganta e tentando levantar, mas o álcool já fazia algum efeito e ela permaneceu abaixada sentindo a cabeça girar
── Não, você não tá bem. - Ele ouviu a conversa anterior, se sentou na cadeira enquanto era seguido pelos olhos da menina, mesma que fingia um sorriso
── Quer me conhecer melhor do que eu mesma? - Soltou um riso
── Não, mas já tive convivência com pessoas que fingem estar bem. - Disse e a garota ergueu as sobrancelhas sem interesse ── O pior é que você tenta te obrigar a achar que tá. - Amber desviou o olhar ── Mas não, você quer desabar.
── Besteira. - Murmurou
── Não, não é. - Insistiu inclinando seu corpo e segurou o rosto da garota com os dedos em cada lado para a obrigar olha-lo ── Chorar não vai te fazer fraca, ou sei lá o que você pensa, mas você não pode continuar fingindo porque um dia vai explodir e isso vai ser bem pior.
Amber segurou o pulso do mais velho para afasta-lo, mas não fez, ele conseguia ver os olhos da garota brilharem com as gotas que ela prendia a todo custo, o nó em sua garganta prendendo cada vez mais e seu peito doente.
Foi quando não conseguia mais segurar e nem mesmo sentiu necessidade, as lágrimas quentes escorrem pelo seu rosto e o barulho de seu choro era alto o suficiente para o Cameron ouvir do lado de fora.
Mesmo que levantou, derrubando a própria cadeira que ele sentava para entrar, paralisou na sala vendo a cena.
Ele ia questionar o que o homem fez, mas a voz da garota cortou sua ação.
── Porque a Hebe me odeia? Eu nunca fiz nada pra minha mãe e ela me trata como se eu fosse a pior coisa do mundo. - Dizia entre seu choros e soluços ── E agora ela não quer me deixar ver a minha. - Parou sentindo o fôlego falta
Rafe encara a cena sem reação, seu peito nunca doeu tanto nem quando presenciava os abusos do próprio pai. Era de fato doloroso, mas ver a garota chorando de uma forma como se sentisse alguma dor física era de longe pior.
── Eu não aguento mais ela. - Gritava dolorosamente
A dor emocional é a pior. Não é algo que ninguém possa estancar o sangramento e fazer um curativo para dar um jeito imediato, nós precisamos sentir e aguentar. Mas dói tanto que parece que vamos morrer.
Era o que a Monroe sentia nesse exato momento, seu peito dói, sua respiração estava fraca e a vontade de gritar pela dor aumentava a cada pensamento dela.
Ver alguém que amamos assim também é um tipo de dor, e o impulso de Rafe nesse momento era fazer o que fosse possível para se livrar da fonte dessa dor de Amber. Ele desviou o olhar para a estante e viu a arma carregada de Barry, não pensava em nada além de acabar com o sofrimento da garota.
── Você é forte, vai superar isso e dar um jeito de ver a Ivy. - Barry saiu da cadeira se abaixando até a altura da garota ── Algumas pessoas não servem para ser mãe ou pai, você sabe, né?
Amber assentiu rapidamente e abraçou o mais velho, ela nunca fez isso com o homem, mas sentia como se fosse familiar.
Rafe deu meia volta, pegando a arma de cima da cômoda e checando a câmara enquanto saía. Ele não estava pensando direito.
── Eu to aqui. - Sussurrou acariciando os cabelos da menor enquanto olhava em direção da porta onde sumiu a silhueta do Cameron
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