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035

Voltei para a escola direto para a casa dos outros, melhor que ficar em casa e ter que ouvir mais sermão da minha mãe, isso porque eu fui para um cinema levar minha irmã pra passear e esquecer da mãe babaca que tem.

Estava no quarto de Pope tentando acompanhar o garoto nos estudos, mas quanto mais ele me explica, menos eu entendo.

── Por favor, não me explica mais esse lance de encontrar uma letra em uma conta cheia de números. - Quase implorei, soltando o lápis e passando as mãos pelo cabelo ── Ou a minha cabeça vai explodir.

── Beleza. - Ele soltou um riso voltando a atenção para seu próprio caderno ── Eu não estou indo tão bem quanto devia, com esse lance do John b e agora ele fugiu da ilha.

── Eles devem estar bem. - Comentei pensativa, minha mente não descansa ── E a Sarah sabe correr rápido, os dois devem estar passando fome, mas pelo menos vivos.

── Acho que eles vão roubar comida, não precisamos nos preocupar com a falta de comida. - Pope brincou e eu concordei rindo um pouco, desmanchando logo em seguida, ele parece ter notado ── E você?

── Eu? Nunca mais roubei ninguém, bom, não faz tanto tempo assim, mas..

── Não é disso que tô falando. - Me interrompeu e meus olhos foram até o garoto ── Sei lá, você parece meio quieta e calada demais, nem fez piada quando eu quase derrubei a professora no chão hoje mais cedo.

── A cena já foi engraçada demais por si. - Soltei um riso frouxo, dedilhado um caminho imaginário no braço da cadeira

── Pode me contar se tiver alguma coisa incomodando você, sabe disso, não é? - Vejo seus olhos com preocupação em mim

── Você é um amigo incrível, sabia? - Sorri contemplando o Heyward na minha frente, sentado na ponta da cama enquanto mantêm o livro de Física no colo

── Eu sei, sou sim. - Se gabou me fazendo revirar os olhos rindo ── Sou incrível em muitas coisas, na verdade.

── Caralho, você é muito convencido. - Joguei uma almofada no garoto que riu ── Nunca mais te elogio Pope.

── Ta fugindo do assunto? - Perguntei e eu o encarei desfazendo o sorriso

── Olha, não é nada demais, as mesmas coisas de sempre com a minha mãe. - Menti, era o que aconteceu ontem com Rafe e seu telefonema que ele não me contou nada.

Vamos se dizer que já estou tão acostumada com o tratamento da minha mãe que já não me afeta mais, o jeito dela não atinge minha mente tanto quanto acontece com a minha irmã mais nova, é inevitável.

── Se quiser, pode fugir pra cá dessa vez. - Ele se inclinou segurando a minha mão

── Como se os seus pais não fossem dedurar, fala sério! Você tem os pais mais responsáveis e legais dessa ilha. - Falei fingindo estar incrédula

── É, eles iriam dedurar.

── Mas com certeza, você seria minha primeira opção se não tivesse esse detalhe. - Sorri fechado e o garoto assentiu

Olhamos para o lado soltando nossas mãos quando ouvimos um barulho da porta sendo aberta de uma vez, era Cleo nos olhando um pouco confusa, ela franziu as sobrancelhas.

── Ahm, sua mãe. - Começou, suspirando arrastado ── Ela me disse que você estava aqui no quarto e que podia subir, então eu subi.

── É, eu estou estudando com a Amber. - Ele apontou para mim e eu nunca vi Pope agir dessa forma na frente de uma garota, parecia nervoso e justificando o que estava fazendo.

── Oi Amber. - Sorriu para mim ── Desculpa atrapalhar os estudos de vocês, então eu volto depois. - A garota foi se virar para sair

── Não. - Exclamei chamando sua atenção e me levantei da cadeira começando a juntar minhas coisas rapidamente ── Na verdade, você me salvou, então já vou indo.

── Não precisa ir embora porque cheguei. - Ela entendeu errado

── O que?! Não. - A olhei de imediato ── Só estou tentando fugir das explicações do Pope, isso faz a minha cabeça doer.

── Ah, com certeza. - Ela riu ── Já presenciei ele estudando e explicando pra ele mesmo.

── Ei, eu to aqui, tá bom? - Pope chamou nossa atenção para ele

── Porque vocês não vão sair e tomar um sorvete? Ta fazendo calor hoje. - Dei um empurrãozinho, se depender do Pope, nunca chama ela pra sair ou fazer algo por ser lerdo.

── Não quer vir junto? - Cleo perguntou

── To de castigo. - Informei ── Mas da próxima, nós três vamos juntos.

── Claro.

── Tchau gente. - Acenei colocando a mochila nas costas e saindo do quarto, finalmente deixando os dois sozinhos.

Desci as escadas vendo a mãe do Pope na cozinha e passei dando um "Tchau" que logo foi retribuído com um sorriso gentil da mais velha.

── Pode voltar sempre que quiser, Amber. - A senhora Heyward avisou e eu parei na porta que abri na minha frente ── Sabe que é sempre bem vinda aqui, não é?

── Muito obrigado, senhora Heyward. - Sorri largo para a mais velha

── Da próxima vez fique pro jantar.

── Fico sim, até mais. - Concordei saindo da casa e caminhei até a minha bicicleta

Eles são pais bons para o Pope e eu fico muito feliz por uma das pessoas mais importantes na minha vida ter pais que cuidam tão bem dele, mesmo sendo rígidos as vezes, os dois fazem de tudo pelo filho.

E também penso em como eu queria que os meus fossem assim tão atenciosos, ou talvez que pelo menos cuidassem e se importassem de fazer isso comigo e com a minha irmã.

Peguei a bicicleta que peguei da Sarah e nunca mais devolvi, mas acho que agora ela não vai precisar já que está em uma fuga com o namorado dela.

Subi e comecei a pedalar em direção ao centro, no figure eight onde o meu padrasto está trabalhando hoje, ele sempre faz trabalhos revelados e agora está em um restaurante super chique no lado kook da ilha.

Assim que cheguei na frente, larguei a bike em uma vaga para ela mesma e entrei no restaurante que estava em silêncio e com poucas pessoas tomando um café da tarde ou outros fazendo alguma reunião porque aquele é o lugar perfeito para isto.

── Eai Joel, tudo bem? - Me aproximei do balcão olhando ao redor

── Tudo bem. Porque está aqui? - Ele parecia curioso com a minha aparição repentina, mas a verdade era que eu estava tentando matar tempo para não ver a minha mãe tão cedo.

── Vim te ver. - Menti, lhe mostrando um sorriso ── Só vim ver se quer que eu traga alguma coisa que você provavelmente possa ter esquecido em casa.

── Não, eu não esqueci. - O homem passou as mãos nos bolsos para ter certeza ── Você tá aqui por causa de ontem?

Ontem, quando voltámos do cinema, minha mãe estava na sala bêbada e começou a gritar palavras sem sentido e até mesmo palavrões, sorte que o Joel chegou e nos ajudou a ir pro quarto acalmando a fera.

── É. - Afirmei, mas balancei a cabeça ── Não. Eu não me importo. É só que a Ivy tá na casa de uma colega da escola fazendo trabalho e eu não queria ficar sozinha lá no tédio.

── Amber.. - Insistiu, suspirando e pegou o celular para checar algo ── Sua mãe saiu pra comprar uma roupa pra esse evento, então você pode ir pra casa, tomar um banho e comer.

── Não é por causa da Hebe. - Afirmei, mas eu não sei se eu estava falando a verdade realmente ou apenas tentando me convencer

── Tudo bem, não foi legal ela ter falado tudo aquilo com você. - Disse, porque todos os insultos foram direcionados para mim ── Mas eu vou conversar com ela, mas por enquanto você pode evitá-la.

── Ta bom. - Abaixei meu rosto concordando

── Olha, toma isso pra você sair com algum amigo e comer alguma coisa. - Joel tirou uma quantia de dinheiro e estendeu na minha frente me fazendo levantar o olhar

── Não precisa, Joel. - Neguei ── Você já faz muito dando todo seu dinheiro pra ajudar lá em casa, eu não.

── Pega. - Ele segurou a mão me entregando, e sorriu voltando a arrumar os guardanapos ── Eu vou ganhar muito bem no turno aqui, relaxa.

── Eu vou devolver em dobro. - Murmurou muito baixo, ele não ouviu e perguntou

── o que?

── Nada. - Ajeitei a mochila nas costas e me virei para sair

── Deixei comida na geladeira. - Ele disse de uma forma mais sofisticada porque estamos em um restaurante cheio de gente fresca e não em um bar lotado de gente bêbada

Me virei concordando e levantei o dedo polegar no ar para sinalizar que entendi, saí do local indo direto para a minha bicicleta.

Dessa vez fui direto para a minha casa, sem paradas e rodeios, parei deixando a bicicleta no quintal e entrei na casa vazia. Suspirei aliviada por ver que estava mesmo vazia, mas ainda tinha medo da minha mãe aparecer igual uma daquelas assombrações de filmes de terror.

Então eu não posso demorar. Subi correndo para tomar banho, tirei o meu uniforme da escola e entrei no banheiro começando a tomar banho.

Eu poderia aproveitar que estava sozinha para escutar música alta, mas não faço ideia de onde deixei o meu celular ou se trouxe ele da casa do Hayward.

Estava tão perdida nos pensamentos que não conseguia lembrar de mais nada, queria que a minha mãe sumisse, não para sempre, apenas por um tempo e nos dar um tico de paz.

Queria que o Rafe me contasse o que planejou com o pai dele, porque eu sei que ele vão pra Guadalupe por causa do ouro, mas não sei o que era a conversa anterior a essa qual ele prometeu dar um jeito em sei lá o que.

Me forcei a acreditar que aquele mongo estava na verdade trocando mensagens com o pai dele e não com alguma vadia.

── Que Homem desgraçado. - Murmurei comigo mesma, fechando o chuveiro e esticando meu braço para pegar a toalha

Ouvi um barulho vir do lado de fora e franzi as sobrancelhas ficando em completo silêncio para ver se ouço mais, enrolei a toalha em volta do corpo e sai do banheiro ouvindo o mesmo som vindo da janela.

── O que é isso? Assombração? - Caminhei devagar até chegar na janela

E assim que coloquei a cabeça para fora, quase fui atingida por uma pedra que foi arremessada em direção à minha janela.

── Seu idiota! Quase me mata de susto. - Exclamei ao ver Rafe lá em baixo

── E com uma pedrada na cabeça também, acertou? - Ele olhava para cima

── Era sua intenção? - Ironizei, encostando meus antebraços na borda da janela ── O que você veio fazer aqui?

── Ver você. - Respondeu ── Não respondeu as minhas mensagens de ontem a noite.

── É, eu não lembro onde tá o meu celular.

── Vou subir. - Avisou começando a subir na árvore e eu apenas observei, me afastei para o Cameron pular para dentro do quarto é cruzei os braços em frente ao peito observando-o

── Você poderia ter usado a porta da frente, não tem ninguém em casa. - Informei indo até o guarda-roupa

── Ah, e você me avisa agora?

── Sei lá, posso te empurrar pela janela e ai você sobe de novo, o que acha? - Ironizei olhando brevemente para trás e o vendo sentado na minha cadeira da penteadeira

── Eu que vou te empurrar. - Murmurou

── Então.. - Peguei as roupas que iria vestir e caminhei até chegar na frente dele ── Você disse sobre hoje ontem a noite e..

── Ah, verdade. - Ele parecia ter se lembrado justamente por eu ter falado ── Se você ainda quiser ir, por mim, tudo bem.

── Podemos deixar pra depois. - Me virei para entrar no banheiro e encostar a porta que ficou entreaberta ── Se não era por isso, então porque a mensagens que me mandou?

Não ouvi mais nada, estava tudo em completo silêncio e minha pergunta não foi respondida. Terminei de me vestir e saí do banheiro vendo que ele ainda está ali, mas quieto e pensativo.

── Você tava muito distante ontem, também parecia chateada. - Comentou, ele seria burro se não tivesse notado ── Perguntei sobre isso. Então, porque estava assim?

Mas espero que ele seja capaz de usar aquele belo cérebro e descubra por si só, porque eu não quero ter que explicar tudo que se passa na minha cabeça neste momento, ah não.

── Preciso ligar pra minha irmã e avisar que estou saindo. - Pensei em voz alta, ignorando completamente suas palavras e perguntas

── Vai mesmo ignorar a minha pergunta? Eu tô tentando conversar com você. - Ele me seguia com aqueles olhos que queimavam a minha pele

Ignorei outra vez, sei que isso vai deixar ele certamente e totalmente puto, mas eu apenas peguei o meu celular e fui até o contato da minha irmã levando o telefone até o ouvido.

── Amber, que merda! - Exclamou irritado

── Alô, Ivy? - Falei para a garota que atendeu resmungando um "Que é?"

── Aconteceu alguma coisa? É a bruxa pedindo pra voltar? - Me encheu de perguntas

── Nada disso, só queria avisar que vou sair pra gastar uma grana que um cara me deu, - Vejo os olhos do Cameron irem de imediato para mim, ele franziu as sobrancelhas e se aproximou mais um pouco de mim ── Então se chegar e não me ver em casa, já sabe, né?

── Quem te deu dinheiro? - Rafe questiona

── Ta bom, também vou sair com a minha amiga e gastar dinheiro. - A mais nova disse

── Quem te deu? - Perguntei, mas antes que ela pudesse me responder, Rafe simplesmente tomou o celular da minha mão

── Ivy? Aproveita seu dia, nós vamos desligar agora, beleza? - Disse e ela deve ter concordado pois o Cameron encerrou a ligação e jogou o aparelho na cama

── Qual é a sua? - Perguntei paralisada ali, minha mão ainda estava perto do ouvido como se estivesse ainda segurando o celular ── Eu preciso avisar a minha irmã que vou sair, não quero que ela chegue em casa e fique perdida.

── Você já avisou. Agora eu quero saber quem caralhos te deu a porra de dinheiro? - Perguntou e eu acho que ele está irritado

── Mas se irrita fácil. - Murmurei

── Me responde logo! - Gritou

── Você falou que seria mais gentil, se esqueceu da sua promessa no carro? - Aumentei a voz um pouco mais ── Na verdade, sua cabeça não parece funcionar muito bem e ai você não consegue nem pensar na porra do motivo que pode ter me deixado chateada.

── Eu fiz alguma coisa? Não lembro, beleza? - Seus olhos semi cerrando

── Não vou falar, esquece. - tentei me afastar mas ele segurou os meus pulsos ── Rafe, eu.

── Você vai falar ou não vamos sair daqui, então tem as opções fala ou fala. - Disse me puxando para mais perto

── A minha mãe pode chegar a qualquer momento e nos ver, sabia?

── Não to nem ai pra pu- sua mãe, ta legal?

── É claro que não. - Soltei um riso sem humor nenhum ── Porque você não precisa aguentar os gritos e abu- travei e preferi não continuar

── É. Eu sei como é ter esse tratamento dos pais, no meu caso é o meu pai. - Murmurou e eu agradeço mentalmente pela mudança e desistência de assunto ── Mas não se preocupe, eu vou dar um jeito pra você.

── Do que tá falando?

── Ontem uma advogada do meu pai me respondeu e eu não consegui falar porque tava na loja, mas hoje cedo retornei a ligação e ela me disse que você pode pedir emancipação. - Avisou e meus olhos iluminam por suas palavras, mas pela parte do que ele estava tratando de negócios e não com nenhuma ficante ou algo mais semelhante a isso

── Espera, emancipação? Eu não posso fazer isso. - Hesitei e vi seu sorriso sumir

── Porque não? Assim você vai poder ir morar comigo. - Disse e eu só arregalei os olhos pensando em como esse homem é emocionado e também apressado.

── Morar com você, morar na sua casa? - Repeti pensando em minhas próprias palavras

── Ahm, claro. - Sorriu largo e segurou minhas mãos com delicadeza, deixando um beijo em cada uma e me olhou ── Eu posso comprar a mansão que você quiser, é só escolher e não precisa se importar com o preço.

Beleza. Essa proposta é realmente tentadora.

Se existe uma coisa que eu sou boa, e provavelmente seja um defeito, essa coisa séria gastar uma grande quantidade de dinheiro em pouco tempo.

Digo isso para eu de semanas atrás que gastou a grana do kelce inteira com uma penteadeira nova e bem melhor, maquiagem das mais caras e todos os produtos de rosto, corpo e pele, com roupas de praia e íntimas também.

Eu amo gastar dinheiro.

── E a Ivy? - Não consigo deixá-la, eu sei que tem o Joel que cuida muito bem dela e por isso não teria problema a emancipação ── A Hebe vai fazer com a minha irmãzinha o que fazia comigo, eu tenho certeza.

── Achei que ele fosse filha daquele cara. - Comentou confuso ── O recentemente casado com a sua mãe.

── Não. Minha mãe engravidou da Ivy quando chifrou o marido dela com o meu pai.

── Caramba. - Abriu a boca surpreso, e rodeou os olhos pensativos pelo quarto. ── Bom, ela ainda não pode se emancipação, então não temos muito o que fazer.

── E como você pode ter certeza que a minha mãe vai aceitar isso? Que eu saiba os pais tem que assinar a emancipação, e os meus não vão.

── Seu pai é movido a dinheiro. - Ele me olhou semi cerrando os olhos de novo e riu ── Acho que isso é mesmo de família. - Lhe dei um tapa forte no braço que eu vi a marca dos meus dedos ficando vermelhas ── Ai!

── Quase metade ou maior parte da população é movida a dinheiro, tá bom?

── Claro. - Riu começando a caminhar pelo quarto tranquilamente ── Ah, e a sua mãe assina até um atestado de morte sem ler, fora isso, ela trabalha para o meu pai e eu posso dar uma papelada pendente.

── Achei que você fosse só conversar com eles igual um ser humano normal faria.

── Não, assim é mais prático. - Parou na minha frente outra vez

── Então eu posso confiar em você? Tipo, se eu for mesmo morar.

── Se não, você vai. - Me interrompeu

── Se eu for. - Repeti e ele insistiu na mesma frase anterior " Você vai " ── Quero confiar na pessoa com quem vou dividir uma moradia, posso confiar?

Joguei verde pra colher confissão, quem sabe assim ele conta de uma vez por todas o que está planejando com o Ward.

── Pode. Por que essa pergunta?

── Só quero ter certeza de que não tem mais segredos entre nós. - Disse me aproximando até ficar frente a frente com o mais alto

── Não. Não tem. - Ele mal conseguia me olhar nos olhos e eu respirei fundo

Sem aviso, eu envolvi meus dedos na barra da camiseta do Cameron e puxei para cima o fazendo segurar por impulso e me olhar confuso, meus olhos descerem para todo o tronco que foi coberto com rapidez, mas eu continuei tentando levantar para examinar sua pele.

── Qual é o seu problema, Amber? - Rafe se afastou abaixando o tecido com uma respiração pesada e expressão frustrada, mas não adianta mais se esconder porque já vi tudo que preciso.

Acontece que eu sei onde são os locais que Ward bate nele, isso porque já ouvi Sarah me contar uma vez que enquanto as duas garotas nunca apanharam do pai, Rafe sim e mais do que isso, ele não só apanhava como sofria um tipo de tortura apenas para que o homem possa descontar toda sua raiva e se sentir melhor com a dor e martírio do filho.

── Porque ele fez isso em você? - Perguntei e ele parecia surpreso demais de como eu sabia para responder algo

Rafe nunca teve medo de ninguém, ele sempre se mostrou o brigão e afrontoso pra qualquer pessoa naquela ilha, mas consegui reparar que ele tinha medo de uma pessoa. Ele não amava ou respeitava, muito menos admirava o pai, isso era apenas o que ele tentava se convencer enquanto tinha apenas uma obsessão incansável de provar se um bom filho e merecer a aprovação de ward, ele queria provar que também era merecedor do amor do pai e que não precisava passar por isso.

── Só to dizendo tudo isso porque tínhamos um trato de pegar esse ouro juntos, mas sei muito bem que você não tem coragem o suficiente pra enfrentar o seu pai e trapacear com aquele merda. - Expliquei todo o meu comportamento e Rafe permaneceu em silêncio

Ele parecia envergonhado por eu ter visto as marcas roxas espalhadas pelo seu tronco, as costas haviam cortes que eu não fazia ideia de como foram feitos, os braços estavam limpos, mas o peitoral estava carregado por hematomas roxos e alguns cortes também, o homem sabia que precisava marcar áreas que davam para esconder e ele caprichou nisso.

── O meu pai é bom, ele me ama, tá bom? - Rafe disse, mas não parecia que ele estava tentando me convencer, e sim a ele mesmo.

── O Ward te ama? - Soltei um riso incrédula e passei as mãos pelos cabelos ── Ele só está usando você e depois que fizer isso, vai te descartar como sempre fez.

── Cuida da sua vida. - Esbravejou passando por mim para sair do quarto e eu me virei de boca aberta com a audácia

── Isso, some daqui e vai correr atrás daquele velho broxa. - Gritei enquanto ele batia com raiva o pé pelo corredor

── Da pra você parar de xingar o meu pai? - Ele deu meia volta para me olhar e eu estava na porta do quarto vendo-o no fim do corredor

── Não, não depois do que eu vi agora, isso só piorou tudo.

O Cameron apenas se virou começando a descer as escadas e eu o segui, achei mesmo que ele fosse dizer alguma coisa ou reagir, mas estava indo embora.

── Porque tá indo embora? Não falei nada além da verdade, você deveria saber. - Chamei sua atenção parando no meio da sala e o loiro continua de costas

── Você não sabe como é a relação entre meu pai e eu, pode ser meio complicado, mas mesmo assim ele se importa comigo.. - Murmurou e respirou fundo ── Um pouco..

── Ele mostra isso espancando você ? - Insisti na conversa ── Qual foi o motivo dessa vez?

── Não se mete entre meu pai e eu, tá legal? - Se virou chegando na minha frente ── Deixa que eu resolvo as minhas coisas.

── Beleza, tudo bem, é assim. - Sorri falso, não sei porque isso me incomodou tanto ── Então eu resolvo as minhas, não preciso que você se intrometa também.

── É diferente. - Ele voltou atrás em toda aquela frustração que transbordava ── Mas você já deixou bem claro que não quando me disse isso com palavras.

── Você tem razão, não me importo. - Me odiei no mesmo instante por ter dito isso, porque seu olhar abaixou e sua expressão me fez sentir-se mal ── Não adianta, vocês dois se merecem mesmo. Você nunca vai deixar de ser o fiel capacho do Ward, então não temos um acordo.

── Essa é a única coisa que você quer de mim, bem que ele me avisou. - Rafe soltou um riso e eu franzi as sobrancelhas ── Eu não importo pra você, porque tudo que te interessa é o dinheiro e esse ouro.

No começo era total verdade, mas agora. Agora eu só queria que ele me provasse que posso confiar nele e contasse os planos que fez com o ward quando estávamos no cinema, me importo com o que o homem fez com o Cameron que o deixou cheio de hematomas e eu queria que ele contasse tudo, mas não quero pedir. Quero que Rafe conte porque realmente gosta e confia em mim, mas ele não faz isso de jeito nenhum.

── Acho melhor você ir embora antes que minha mãe chegue. - Virei meu rosto ── Não quero que ela brigue comigo por sua causa.

── É, eu também acho melhor. - Ele concordou. Não achei que ele concordaria tão fácil, nunca foi assim, Rafe se virou e abriu a porta saindo sem me dizer mais nada.

Eu fiquei ali parada encarando a porta fechada enquanto toda a situação repassava pela minha cabeça como um pequeno trailer.

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