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03 | QUANDO PLANOS DÃO ERRADO

Tashi chegou ao Viana quinze minutos antes do horário marcado. Ela sempre fazia isso — chegava cedo aonde quer que fosse. Não era nervosismo, não mesmo. Era mais um hábito, uma forma de se dar tempo para se acomodar, respirar fundo e sentir o lugar antes de ver alguém. Além disso, ela achava horrível chegar atrasada aos lugares, e se ela já estivesse sentada quando Ana aparecesse, ela pareceria mais casual, talvez mais confiante. Pelo menos, essa era a teoria.

O restaurante estava quente e movimentado, cheio de pessoas. Casais rindo e conversando, mesas com amigos, alguns outros rostos sentados sozinhos, como Tashi. Olhando ao redor, a garota pensou ter encontrado o lugar certo, perto da janela, de onde podia ver a rua lá fora e a luz suave do entardecer se estendendo. Ela realmente deveria agradecer a Mapi novamente por ter organizado esse arranjo de última hora.

Ela checou seu celular novamente — mas nada. Apenas a mesma sequência de mensagens de antes: Ana dizendo que estava a caminho, Tashi respondendo com um emoji de polegar para cima e, em seguida, silêncio total. Logo, dez minutos se transformaram em quinze e Tashi pediu uma bebida, dizendo a si mesma que talvez Ana estivesse um pouco atrasada. Afinal, era sexta-feira. O trânsito provavelmente estava ruim, pior do que o normal. Barcelona estava movimentada. Havia um milhão de motivos para alguém se atrasar. Não era grande coisa.

Mas vinte minutos depois, o garçom voltou, oferecendo a ela um pequeno sorriso amigável enquanto perguntava se ela queria pedir mais alguma coisa. Tashi acenou para ele com um educado "ainda não" e olhou para o celular novamente, onde a tela permanecia vazia de novas mensagens.

Em trinta minutos, sua bebida já tinha acabado pela metade, e o constrangimento começou a se instalar. Aquela estranha sensação de ser a única pessoa em uma mesa posta para duas, cercada por pessoas que não estavam mais sozinhas, porque quem estava esperando por companhia já tinha as recebido. Tashi olhou pela janela, observando o tempo lá fora, tentando se convencer de que não importava. Ana apareceria, e se ela não aparecesse, era apenas um encontro. Não era grande coisa.

Quarenta minutos já haviam se passado, o garçom parou de olhar para ela, claramente sentindo que algo não estava certo, e ela mandou uma mensagem para Ana uma vez, um rápido "Ei, está tudo bem?" na marca de trinta minutos, mas não obteve resposta. Agora, ela estava apenas sentada ali, seus dedos traçando preguiçosamente a borda do copo, sentindo-se mais irritada a cada segundo que passava. Imaginando por que Ana não tinha pelo menos mandado uma mensagem para ela? Mesmo que algo tivesse acontecido, mesmo que algo tivesse acontecido, ela poderia ter dito algo. Era cortesia comum, ou pelo menos Tashi imaginou que fosse. Tashi olhou para o celular mais uma vez antes de suspirar e pedir a conta. Então ela estava se levantando. Ela não iria esperar mais. A noite nem tinha começado, e de alguma forma já era um desastre.

Ainda eram oito horas, em uma sexta-feira em que ela definitivamente teria planos melhores se não tivesse concordado com isso. Ela e Alexia sempre acabavam no apartamento dela, pedindo comida e assistindo a alguma bobagem. Ela havia cancelado sua rotina para tentar algo novo. Honestamente, ela se arrependia completamente. E continuou se arrependendo quando, ao sair do restaurante, seu celular vibrou no bolso do casaco. Ela o pegou e olhou para baixo. Era uma única mensagem de Ana.

"Ei, algo aconteceu inesperadamente. Sinto muito, mas se você estiver a fim, podemos remarcar. Me avise :)"

Tashi parou de andar, encarando a mensagem por um longo momento. Ela sentiu frustração, mas também constrangimento, com uma estranha tensão de querer ser compreensiva, mas também se sentir um pouco irritada. Ela não estava feliz. Mas ela deveria saber. Esse era um dos riscos de marcar um encontro com alguém que ela mal conhecia. As pessoas desistiam. Coisas aconteciam. Não deveria ser pessoal, e Ana provavelmente tinha um bom motivo, mas Tashi não conseguia evitar a pontada de rejeição que a dominou. Claro. Elas podiam remarcar. Mas ela realmente queria? Não. Na verdade, não. A resposta era tão clara.

Tashi bloqueou o celular sem responder, colocando-o de volta no bolso enquanto continuava andando pela rua. Ela não tinha vontade de atender, não tinha vontade de remarcar. Talvez estivesse exagerando — talvez Ana realmente tivesse tido algo inesperado acontecendo — mas, naquele momento, ela não se importava. A ideia de passar outra noite assim, esperando, imaginando se ela realmente apareceria, simplesmente não parecia valer a pena.

Não era assim que a noite deveria ser. Não era para ser estranha, desconfortável ou cheia de dúvidas. Era para ser fácil. Divertida, mas, naquele momento, tudo o que ela sentia era estupidez por ficar sentada ali tanto tempo, esperando. Tashi enfiou as mãos nos bolsos do casaco e continuou andando, decidindo não pensar mais nisso.

Ela entrou no carro e pensou em ir para qualquer outro lugar antes de voltar para casa, porque sabia que Alexia muito provavelmente estranharia tudo se a visse chegando cedo. Mas seu apartamento parecia tanto a ideia certa que, vinte minutos depois, quando a porta dele estava se fechando atrás de si, ela estava consideravelmente mais contente.

Tashi respirou fundo, suas chaves batendo na mesa do corredor de entrada enquanto tirava os sapatos. Sem pensar muito, ela também tirou as roupas quando chegou no quarto, jogando-as na cadeira mais próxima. Depois de vestir um short confortável e um top esportivo com um cardigan lilás por cima, ela passou a mão pelos cabelos, disposta a terminar a noite do jeito certo. Foi quando ela escutou a batida na porta. Suave o bastante, mas ainda alto.

Ela atravessou o apartamento e abriu a porta apenas para encontrar, parada no corredor, com as mãos no bolso do moletom, Alexia.

— Ei — ela sorriu. — Ouvi você chegar, e ainda é bem cedo, então achei estranho.

Tashi acenou. Claro que Alexia tinha escutado. Ela estava esperando por isso. Os apartamentos eram próximos o suficiente para que qualquer barulho atravessasse, e Alexia tinha comentado que a esperaria de qualquer forma o quanto pudesse, só para garantir que ela chegaria bem, e que Tashi deveria avisar quando chegasse. Tashi estava esperando ter  alguns minutos sozinha antes de fazer isso.

— É — disse Tashi, encostada na batente da porta, os braços cruzados sobre o peito quase instintivamente. — O encontro não aconteceu. Ela, uh- — a garota se interrompeu, limpando a garganta. — Ela não apareceu.

A expressão de Alexia mudou, mas não com pena. Essa era uma das coisas que Tashi gostava nela — Alexia nunca tornava as coisas estranhas, por mais que devessem ser, como aquilo. Ela nunca se esforçava muito para consolar alguém, porque sabia o que faz; ela apenas fazia tudo parecer normal.

— Bem, isso é uma merda.

— É um modo de dizer — Tashi soltou uma risadinha, embora não houvesse muito humor nela. — Acho que eu deveria ter previsto.

— Previsto? — Alexia inclinou a cabeça levemente. — Isso não é com você.

— Não, eu sei que não... na verdade, acho que eu só estou... irritada, eu acho. Não foi nem um grande problema, mas eu me senti uma idiota sentada ali esperando por alguém que não se incomodou em aparecer ou avisar que não estava aparecendo.

— Eu entendo — Alexia concordou, e então se mexeu no próprio lugar, acenando para dentro do apartamento. — Eu posso entrar?

— Claro — Tashi abriu o espaço para que Alexia passasse e então fechou a porta atrás dela.

— Sabe, algumas pessoas são idiotas — Alexia continuou. — Mas isso não significa que todos sejam.

— Eu sei.

— Só para o caso de você estar pensando nisso.

— Obrigada.

— Eu espero que... — Alexia começou. — Você não deixe realmente um encontro ruim estragar sua noite.

— Nem foi um encontro — Tashi riu de verdade dessa vez. — Não quando a outra pessoa não apareceu.

— Mesmo assim.

— Ok — Tashi olhou para ela. — Estou imaginando que você está prestes a sugerir algo?

— Não sei — Alexia deu de ombros. — O de sempre. Pedir comida, assistir a um filme, sentar e conversar.

Tashi demorou por um momento nisso, a ideia de salvar a noite era realmente tão honesta. Ela não estava mais com vontade de ficar sozinha, de repente, e Alexia parecia saber fazer o espaço ficar mais leve. Em uma sexta-feira comum elas fariam aquilo de qualquer forma.

— Podemos pedir comida no Chivuo? — Tashi disse, sabendo que a chance de ouvir um "não" era maior que a de ouvir um "sim".

— Podemos, mas eu estou escolhendo o que vamos assistir.

*

— Tem certeza de que não quer passar a noite aqui? — Tashi disse, sua voz um pouco abafada enquanto cuspia na pia. Não foi a primeira vez que ela perguntou, e até já podia ver o pequeno sorriso divertido se formando nos lábios de Alexia.

A mais velha estava encostada na batente da porta do banheiro de Tashi, observando enquanto ela escovava os dentes, os olhos quase pesados ​​de cansaço, mas ainda conseguindo se manter bem. Tashi viu o reflexo de Alexia no espelho.

— Eu disse, Tash... — respondeu Alexia, cruzando os braços sobre o peito, o tecido de sua camiseta esticando apenas o suficiente no braço para revelar a tatuagem "11" no início da mão. — Eu não quero te atrapalhar.

— Você não está atrapalhando — Tashi limpou a boca com uma toalha, virando-se para encará-la. — Nós já dividimos espaços piores que meu apartamento — ela brincou.

Alexia apenas riu, mas baixo, e balançou a cabeça.

— Seu apartamento é igual ao meu — ela disse. — E eu só não quero te incomodar. Mesmo.

— Você está sendo ridícula — Tashi revirou os olhos.

— Estou? — Alexia falou uma sobrancelha.

— Sim, você está — respondeu Tashi. — Olha, eu estou cansada. Você está cansada. Eu quero sua companhia. O sofá é muito pequeno para você — ela se colocou à frente mesmo que Alexia pudesse dar qualquer alternativa.

— Tashi...

— Prometo que não vou monopolizar os cobertores — ela acrescentou com um sorriso, esperando que talvez o humor fizesse a balança pender, ainda que aquilo fosse honesto. Como as duas já tinham estados nos mesmo quartos e dividido as mesmas camas, naqueles poucos meses de Tashi jogando pelo Barcelona.

— Certo — Alexia suspirou, esfregando a nuca. — Você é persistente.

Tashi gentil, um sorriso que não era para ser triunfante, mas apenas aliviado. Ela agarrou a mão de Alexia gentilmente, entrelaçando seus dedos.

— Foi tão difícil? — ela murmurou.

— Sim, na verdade — Alexia revirou os olhos, brincando. Ela levou a mão de Tashi entrelaçada a seus lábios e beijou o dorso. — Ei, eu só preciso ir para o meu apartamento. Escovar os dentes, trocar de roupa. Trancar a porta.

— Alexia-

— Eu volto — ela a interrompeu, com cuidado.

— Tudo bem — Tashi cedeu. — Mas se você demorar mais de vinte minutos, eu vou atrás de você.

— Fechado — Alexia riu.

Com isso, ela saiu pelo corredor até a porta, e o apartamento pareceu um pouco mais vazio no momento em que fez isso. Tashi suspirou, caminhando para a cama e desabando nela.

Vinte minutos, como o combinado, se estenderam para trinta, e os olhos de Tashi caminharam para o relógio digital em sua mesa de cabeceira. Ela disse que esperaria, mas estava ficando um pouco inquieta. Então ela se sentou, passando a mão pelo cabelo, pensando que talvez ela devesse ir atrás de Alexia ou pelo menos mandar uma mensagem. Só para ter certeza.

Mas antes que pudesse decidir por qualquer uma dessas coisas, o som da chave girando na porta chamou a atenção. A porta fez barulho ao abrir, e Alexia surgiu na entrada do quarto, a porta entreaberta que acabou se arrastando até estar se fechando de novo. Com o cabelo preso. Usando calças de moletom e uma camiseta larga com o símbolo da Nike gasto, Alexia tirou os chinelos na ponta da cama e se acomodou ao lado de Tashi, que voltou a se deitar, se ajeitando com a cabeça no travesseiro.

— Você pensou que eu não voltaria — disse Alexia, sem ser nem mesmo uma pergunta. — Desculpa a demora. Eu perdi um pouco o tempo no banho.

— Sem problemas.

— E eu disse que voltaria. Eu não mentiria sobre isso — Alexia disse suavemente, virando-se de lado para encarar Tashi.

Ela estendeu a mão, levando os dedos até o cabelo de Tashi e demorando apenas um segundo a mais do que o necessário antes de fazer o caminho até seu rosto, o tocando com cuidado.

— Estou feliz que você voltou — Tashi sussurrou.

— Estou feliz por ter voltado também — Alexia disse de volta. — Acho que durmo melhor do seu lado.

Algo no jeito como Alexia disse isso, no cuidado de sua voz, fez o espaço entre ela e Tashi parecer impossivelmente pequeno. Tashi levantou a mão, arrastando os dedos pelo braço de Alexia, lentamente, hesitantemente, como se estivesse testando até onde conseguia ir, mas Alexia não se importou. Ela apenas a observou, seus olhos fixos em seu rosto.

Tashi honestamente não registrou quem se moveu primeiro. Talvez tenha sido ela, talvez Alexia tenha feito isso, mas de repente elas estavam se inclinando, suas respirações se misturando no pequeno espaço e então, assim, os lábios de Alexia estavam nos dela, ainda suaves, mas quentes e muito mais reais do que Tashi tinha imaginado desde a primeira vez que os encontrou.

O beijo começou lento como tinha começado dias atrás, como se ambas não tivessem certeza se isso era algo que realmente tinham permissão para fazer. Mas a hesitação encontrada desapareceu tão rápido quanto surgiu, e antes que Tashi pudesse saber o que estava fazendo exatamente, ela estava beijando Alexia de volta, mais profundamente, suas mãos correndo o caminho para a cintura de Alexia, puxando-a para mais perto.

As mãos de Alexia deslizaram pelas costas de Tashi, por baixo do tecido de sua blusa, e o pulso de Tashi acelerou quando ela a fez se ajeitar na cama. Alexia praticamente se sentou e Tashi acabou indo parar em cima dela, com pouco tempo para sentir o espaço porque logo depois elas estavam voltando a se beijar.

Mas então, também tão rápido quanto começou, Alexia se afastou. Sua respiração estava irregular, e ela olhou para Tashi com uma expressão que era partes iguais de arrependimento e contenção.

— Tashi... — ela murmurou.

— O quê? — Tashi sussurrou, sua voz ainda sem fôlego.

Alexia se ajeitou, seus dedos tremendo apenas o suficiente para Tashi os notar dessa maneira porque eles ainda estavam em sua pele.

— Isso... não deveríamos... fazer isso.

— Por que não?

— É só... — Alexia balançou a cabeça. — Você ainda está chateada. Sobre esta noite. Seu encontro que não aconteceu. Eu não quero que você se arrependa disso.

— Não é sobre isso — Tashi disse calmamente. — Não estou chateada.

Os olhos de Alexia suavizaram, e ela estendeu a mão, segurando a bochecha de Tashi.

— Ok — ela sussurrou. — Mas eu não quero que você queira fazer isso apenas como... uma distração. Não é um bom momento, não com a noite que você teve.

Tashi engoliu em seco. Ela queria dizer a Alexia que não se importava, que estava cansada de pensar tanto antes de fazer qualquer coisa e que queria mesmo aquilo. Mas a mão de Alexia em sua bochecha era tão gentil e cuidadosa, e o cuidado em seus olhos era tão evidente que Tashi não conseguiu se forçar a pressionar nada.

— Ok — ela sussurrou de volta.

— Eu gosto de você — alexia sorriu, apenas um pequeno sorriso fraco, e se inclinou para dar um beijo suave na garota, mas nada mais que um encostar de lábios. — Eu não quero estragar isso — ela murmurou contra sua pele, descendo os lábios até a parte exposta de seu ombro. — Não com você. Podemos conversar amanhã?

Tashi sentiu a respiração presa na garganta, e se desfocou completamente da questão que Alexia tinha jogado em sua direção. A primeira parte da frase prendendo sua atenção.

— Você gosta de mim?

— Eu realmente gosto, cariño — os lábios de Alexia voltaram a se curvar em um pequeno sorriso. — Veja, eu só... eu não quero que você sinta que isso aconteceu pelos motivos errados.

— Eu não estou pensando nisso — Tashi pegou a mão dela, seus dedos se entrelaçando sem muito esforço. — Podemos conversar amanhã.

— Perfeito — Alexia disse, antes de se inclinar novamente.

Seus lábios tocaram os de Tashi em um outro beijo, mas nada demorado. Quando elas se afastaram, a testa de Alexia descansou suavemente contra a de Tashi, antes das duas se acomodarem novamente.

Alexia envolveu seus braços em volta de Tashi, se deitando, a garota se ajeitando para o lado. Ela a puxando para perto, suas mãos deslizando sob a blusa de Tashi, descansando em seu abdômen. Tashi suspirou lentamente, seu corpo quase derretendo no de Alexia enquanto o calor do toque se acomodava de um jeito bom. Alexia a segurou como se estivesse esperando para fazer isso por um tempo, com sua respiração se equilibrando contra a pele dela.

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