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Capítulo - 62


Apesar de já terem acontecido inúmeras vezes, eu ainda ficava nervosa ao me arrumar para ir em um encontro com Lorenzo.

O frio na barriga e os sorrisos bobos eram inevitáveis. Eu me perguntava se com ele também era assim.

Coloquei os brincos de pérola que eu havia separado para combinar com meu vestido lilás de saia rodada e mangas bufantes. Ajeitei no pescoço o colar que Lorenzo me dera e encarei-me no espelho para uma última auto avaliação.

E é claro que ele estava lá, parado no final da escada com as mãos nos bolsos da calça social. Seu cabelo estava todo arrumado e a camiseta social cor de vinho realçando seus olhos.

Ele acompanhou meus passos lentos com um sorriso crescente nos belos lábios rosados.

— Eu nunca vou me cansar dessa visão — disse quando desci o último degrau.

— Mesmo que eu o deixe esperando durante horas aqui embaixo? — brinquei.

Lorenzo assentiu veementemente.

— Vale super a pena! — Dito isso, tomou minha mão e fez-me dar uma volta para que ele pudesse me admirar.

Seguimos pela noite fria de Roma até o Romano's. Desta vez ele não havia feito surpresa quanto ao lugar, somente do que aconteceria.

O local estava todo apagado quando entramos. E, como sempre acontecia quando eu pisava lá, diversas lembranças vieram à minha mente, principalmente o primeiro dia em que eu havia entrado no restaurante toda encharcada.

Notei algo que me passara despercebido durante dias, talvez por conta da loucura que estava a minha vida ultimamente.

— Onde está Valenccio? — comentei, parada na escuridão enquanto Lorenzo achava o interruptor. — Faz algum tempo que não o vejo...

Ouvi sua risada ecoar no breu.

— Estamos em um encontro e a primeira coisa que você pensa é no chefe de cozinha do nosso restaurante? — Mal tive tempo para me explicar. Lorenzo ascendeu as luzes estrategicamente arrumadas dando vida ao lugar. Ele andou até mim.

Nosso?

Ele assentiu e disse:

— Quero compartilhar tudo com você, amore*. — Lorenzo tocou uma mecha do meu cabelo. — Mas, respondendo a sua pergunta... O amor carregou Valenccio para Paris.

Ergui as sobrancelhas completamente surpresa enquanto ria. O amor chegava para todos, afinal.

Lorenzo tinha organizado as mesas de modo que apenas uma ficasse no centro do salão do restaurante, a mesma já posta e com um arranjo de belíssimas flores amarelas no meio. As luzes penduradas no teto foram arrumadas para se assemelharem a estrelas, como se estivéssemos jantando sob um céu noturno.

— Você se supera cada vez mais — suspirei encantada.

Ele fez uma expressão convencida.

— Tenho infinitas ideias de encontros românticos para pôr em prática, coração.

Balancei a cabeça diante da sua "modéstia".

Lorenzo conduziu-me até a mesa e puxou a cadeira para mim, em seguida se sentou à minha frente.

— Esta noite, senhorita Garcia, tudo foi preparado com muito amor e especialmente para você. — Sua mão alcançou a minha sobre a mesa, os olhos brilhantes refletindo a chama das velas na mesa entre nós.

Lorenzo havia preparado pratos italianos maravilhosos dos quais arrancavam-me suspiros satisfeitos a cada garfada.

O clima que nos embalava era incrível de todas as formas possíveis, como se a noite tivesse parado para se dispor somente para nós dois, incluindo o tempo. O amor que fluía entre nós tornava tudo ainda melhor.

Eu me recuperava de uma gargalhada enquanto Lorenzo buscava nossa sobremesa.

— Preciso confessar que este prato contou com uma ajudinha especial — admitiu antes de revelar o que era.

Uma tortinha de brigadeiro foi colocada diante de mim. Minha risada foi inevitável.

— Não ria da minha tentativa de fazer algo brasileiro — ele riu, voltando a se sentar.

Balancei as mãos no ar.

— Não estou rindo da sua gentileza, amore — respondi recuperando o fôlego. — Achei encantadoramente inesperado e carinhoso!

Ele sorriu e deu uma piscadela.

Ao provar a tortinha eu soube no mesmo instante quem havia dado a "ajudinha".

— Minha mãe veio aqui, não é? — adivinhei entre uma garfada e outra.

Per Dio*. Sabe como foi difícil tentar explicar em português o que eu queria pedir a ela?! — disparou ele com as sobrancelhas franzidas em sofrimento. — Mas, de alguma forma brilhante, ela fez tudo dar certo!

Tive de rir ao imaginar os dois perdidos numa conversa de idiomas diferentes. Presumi que minha mãe foi dando-lhe ordens enquanto ele apenas entregava as coisas na mão dela e fazia o que conseguia entender.

Rimos e conversamos mais enquanto terminávamos nosso jantar maravilhoso.

Permanecemos na mesa mesmo após acabarmos de comer, de mãos unidas e sorrisos satisfeitos.

Ele acariciava o dorso da minha mão em um momento de silêncio entre nós.

— Se tudo fosse diferente, — disparei enlaçando nossos dedos. — se o nosso tempo não fosse tão tragicamente limitado, e quando fôssemos mais velhos... Você se casaria comigo? — Levei alguns segundos para tomar coragem e olhar em seus olhos, e fiquei feliz por não ver lágrimas e sim admiração.

Lorenzo se esticou sobre a mesa e beijou minhas mãos delicadamente.

— Com toda certeza, amore mio* — respondeu com a voz carregada de paixão. — Eu me casaria com você mesmo sabendo que amanhã o mundo fosse acabar, porque tudo o que eu mais quero é passar a minha vida com você.

Forcei-me a não chorar, o que não adiantou muito, pois uma lágrima desceu pelo meu rosto. Demorei um instante para me recuperar, respirando fundo e apertando-lhe as mãos, antes de dizer:

— Escute, Lorenzo — pedi, ainda que sua atenção estivesse totalmente em mim. — Eu amarei você enquanto brilhar a lua sobre nós, enquanto raiar o sol a cada manhã, e muito mais — sussurrei apaixonadamente.

Ele se levantou me puxando consigo, em seguida beijou-me como se sua vida dependesse daquele gesto. Lorenzo suspirou sofregamente ao nos afastarmos, nossas testas unidas. Eu sabia que ele queria dizer milhões de coisas, que queria pôr seu amor em palavras, mas aquele beijo havia sido mais do que o suficiente para que eu entendesse seu coração.

Levei as mãos ao seu rosto.

— Eu sei, meu amor. Eu sei.

Lorenzo parecia sentir uma dor imensa ao me abraçar, apertando-me contra si como se eu fosse a única coisa que o impedisse de afundar.

— Dança comigo? — pediu num sussurro.

Meu coração doeu com seu pedido tão singelo.

— Quantas vezes você quiser — sorri para ele e espalhei diversos beijinhos por todo o seu rosto a fim de dissipar qualquer tristeza que pudesse lhe afligir.

Como prometido, dançamos várias e várias músicas na noite que era apenas nossa. Se aquele era todo o tempo que nos era permitido, eu faria valer a pena cada segundo.

Eu havia perdido as contas de quantas músicas tocaram até que estivéssemos abraçados, dançando lentamente ao som de "Fix Me Up" de Fin Argus.

Contudo, meus joelhos começaram a falhar, rendendo-se ao cansaço.

— Eu não consigo mais — falei baixinho e ele entendeu que eu me referia ao esforço de ficar de pé por tempo demais.

Lorenzo me ergueu nos braços como se eu não pesasse quase nada, quem sabe fosse a perda abrupta de peso dos últimos dias. Assim, ele me manteve junto a si em seus braços e eu pude deitar a cabeça em seu peito e sentir seu calor passar para mim. Lorenzo nos balançou cuidadosamente, a cabeça apoiada na minha.

— Me conte algo sobre você que ninguém mais saiba — pedi, como dizia a letra da música que tocava neste instante. Levantei os olhos para ver seu rosto.

Lorenzo fez uma expressão de reflexão profunda que me fez rir.

— Eu já quis desistir da culinária — respondeu.

Franzi as sobrancelhas sem acreditar que fosse mesmo verdade.

— Por que?

Ele deu de ombros.

— Apesar de ter recebido treinamento do meu avô quando eu era mais novo, nem sempre foi fácil acertar e ser aceito — confessou.

Assenti compreensiva.

— Sua vez, conte-me algo que jamais disse para alguém — devolveu a pergunta.

Pensei um pouco no que poderia dizer, afinal eu não era tão reservada como gostaria de ser. Mas lembrei de algo que ele merecia saber.

Com um sorriso, disparei:

— Eu quase empaquei e perdi a voz quando vi você pela primeira vez.

Lorenzo gargalhou.

— E por que?

— Achei você terrivelmente bonito — respondi. — É claro que eu não contaria isso antes senão você se gabaria para sempre.

Ele riu ainda mais.

— É bom saber disso agora — respondeu balançando a cabeça.

— Você nunca me contou o que achou do prato que fiz no teste daquele dia — lembrei curiosa.

Lorenzo estreitou os olhos.

— Você sabe que estava excepcional — sorriu. — Teria passado de qualquer maneira.

— Mesmo que quase tenha matado você com aquelas castanhas?

Ele arregalou os olhos e assentiu.

— Eu teria dito o resultado na hora se não estivesse tendo uma crise alérgica severa.

Foi a minha vez de gargalhar.

Aconcheguei-me em seus braços depois de sugerir que ele me pusesse no chão e ele ter negado e continuado a nos balançar lentamente.

— Sabe, você foi o meu primeiro e único amor — confessei de olhos fechados.

— Cada vez que fui magoado me levou a acreditar ainda menos no amor, mas quando você chegou eu tive certeza de que o amor ainda poderia existir para mim. — Sua voz estava branda e sincera.

Levei a mão a um dos botões de sua camiseta e fiquei brincando com o mesmo enquanto reunia coragem para perguntar o que passou pela minha cabeça.

— Conheço essa carinha — ele disse. — Diga-me o que se passa.

— Aquela moça que esteve aqui certa vez, Ângela — comecei. — Confesso que cheguei a pensar que você estivesse gostando dela.

Lorenzo riu baixinho.

— Não, isso nunca poderia acontecer.

— E por que não? Ela parecia ser perfeita.

Ele olhou bem fundo nos meus olhos e disse:

— Se ela fosse perfeita eu não passaria cada segundo procurando nela os seus olhos, o seu sorriso, seu cabelo e suas sardas.

Um sorriso cresceu no meu rosto.

— Naquele dia no parque, — lembrou ele. — eu me arrependi de não ter convidado você, porque era com você que eu queria estar. Sempre e somente você, coração. — Ele beijou o topo da minha cabeça.

Naquele instante, assim como em muitos outros, eu tive certeza de que amaria Lorenzo sempre e para sempre. Tive certeza que não haveria outra pessoa em meu coração senão ele.


Lorenzo

Era extremamente doloroso ver alguém tão cheio de vivacidade definhar aos poucos. Principalmente alguém que eu amava tanto.

Mila ficava cada vez mais fraca, cada vez mais debilitada, apesar de fazer de tudo para disfarçar e mostrar que ainda era forte o suficiente.

Mas eu sabia. Sabia que ela estava cansada e que seu corpo falhava mais dia após dia. Como uma flor que cumprira seus dias de beleza e deixava agora somente a presença de seu perfume no ar. Talvez fosse assim quando ela partisse.

Confesso que não era fácil ver isso acontecer diante dos meus olhos e não poder fazer nada para salvá-la de alguma forma. Contudo, mesmo sendo algo sofrido, eu compreendia mais e mais que ela não ficaria comigo por muito mais tempo. Que eu não a teria para sempre.

Tudo o que restava-me era estar ao lado dela o quanto pudesse, proporcionar-lhe momentos bons e dar a ela todo o meu amor.

Quem sabe eu nunca aceitasse que ela me fosse tirada, que partisse dessa forma. Quem sabe eu nunca me conformaria em ter um amor tão arrebatador e tê-lo arrancado de mim. Mas enquanto eu a tivesse assim, aconchegada em meus braços, eu enfrentaria tudo para viver o nosso amor.

Incluindo a droga de um aneurisma.




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TRADUÇÃO DAS PALAVRAS COM ASTERISCO*

Amore - Amor

Per Dio - Por Deus

Amore mio - Meu amor

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