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Capítulo - 50


Eu sentia aquele cansaço bom que sentimos depois de um dia maravilhoso.

Tinha ido para o meu quarto após ajudar a organizar um pouco da bagunça da casa, mas, ao contrário do que esperava, não senti sono e senti que tampouco ele viria. Minha mente e coração estavam agitados, revivendo tantas coisas que eu não conseguia registrar direito.

Levei a mão ao pescoço, tocando a pedrinha fria que pendia do colar. Diversas emoções me tomaram, sem que eu soubesse diferi-las.

A porta se abriu e minha mãe entrou no meu quarto, uma bebida quente nas mãos, como se adivinhasse que aquele era um bom momento.

— Esse foi, de longe, um dos melhores natais que já tive — disse ela, e então sentou-se ao meu lado na cama. — Mas você não parece achar o mesmo.

Balancei a cabeça e tratei de colocar um sorriso no rosto.

— Não, eu também acho que foi um dos melhores — concordei. Entretanto, meu sorriso vacilou. Quem eu estava querendo enganar afinal? — Estou apenas confusa.

Mamãe ajeitou os óculos de grau que ela usava apenas em casa e fez aquela expressão que toda mãe faz quando quer saber a história toda.

— Por que é tão fácil falar de sentimentos com algumas pessoas, mas com outras parece um sacrifício enorme mesmo que esse sentimento nos consuma? — disparei, passando as mãos pelo rosto.

Minha mãe respirou fundo, pensando no que dizer.

— Sabe, querida, as vezes nós não temos respostas para todas as perguntas que rodeiam nossa mente. — Ela tocou minha mão, um sinal de que ela mesma tinha perguntas desse tipo, quem sabe em relação à própria filha que poderia morrer logo. — Contudo, em algumas situações, precisamos apenas parar de procurar pelas respostas e deixar que venham até nós. Deixar que fluam, e quando você menos esperar... — Ela deu de ombros.

Apertei sua mão. Ainda que não tivesse mencionado do que se tratava em especial, ou de quem, minha mãe sabia do que eu estava falando. De alguma forma, ela sabia de tudo.

— Obrigada, mãe. — Beijei o dorso de sua mão. Ela apenas assentiu, e então seus olhos focaram no colar em meu pescoço.

Mamãe tocou o pingente, analisando-o.

— Pequena, este rapaz está fascinado por você. — Foi a sinceridade em suas palavras que me fragilizou.

— Isso... não é tão verdade assim. — Suspirei. Precisava ser sincera com ela, precisava abrir meu coração e desabafar sobre o que tanto me sufocava. — Eu não posso, mãe. Não posso fazer isso com ele.

Mamãe entendeu, seus olhos tristes.

— Sei que é algo que ambos compartilham, vi com meus próprios olhos que nem ele e nem você estão sentindo isso sozinhos — a voz branda ao responder. Ela continuava a acariciar minha mão. — Mila, a vida é um sopro nesse vasto universo. Se não agora, quando?

Senti as lágrimas ameaçarem cair, mas segurei-as.

— Mas eu não tenho tempo, não o tanto que eu queria. — Balancei a cabeça, agoniada com o que pesava em meu peito. — Não o tanto que nós queríamos — completei em um sussurro.

Deu para notar que aquilo também a abalava. Contudo, por mais que o nosso mundo estivesse sob ameaça, ela agia com bravura e coragem. Encorajava-me quando nem mesmo eu o fazia. Sentia a dor que eu sentia, e a encarava de frente, desafiando-a a abalar sua proteção materna.

Minha mãe era uma das pessoas mais fortes que eu conhecia, e desejei ser forte como ela.

Ela olhou fundo em meus olhos, um sorriso tão gentilmente lindo delineando seus lábios, o amor brilhando em sua face, então disse:

— No coração há um tempo que nunca acaba.

Fechei os olhos e me rendi ao seu colo, como uma criança machucada que necessitava de carinho e abrigo.

Eu mesma estava me machucando. E essa droga de doença.

Mamãe me ninou por um tempo, até ela bocejar e eu mandar que fosse descansar.

— Obrigada, mais uma vez. — Sorri para ela. — Eu te amo.

— Também amo você, minha menina. — Ela beijou minha testa. — E lembre-se que Shakespeare disse uma vez que quem arrisca não petisca —disparou, um olhar tão sério que quase me convenceu. Mas seu rosto logo demonstrou a diversão.

Gargalhei alto dela.

— Shakespeare nunca disse isso, mãe. — Continuei rindo.

Mamãe desdenhou e se levantou para sair.

— Mas ele quis dizer — respondeu e foi embora, deixando-me às gargalhadas.

Após um banho quente, dormi encolhida e abraçada ao colar, refletindo sobre o que minha mãe dissera.

Manhãs de natal traziam a sensação de calor, ainda que fizesse frio lá fora. Era como se esse calor viesse de dentro e emanasse de nós próprios.

Eu me sentia assim quando desci mais cedo para preparar um café da manhã tipicamente brasileiro. Porém, ao entrar na cozinha, o vi cozinhando. Quase sempre alheio ao mundo ao seu redor quando fazia o que amava.

Surpreendi-o com um beijo na bochecha como bom dia. O sorriso de Lorenzo foi lindo ao me ver.

— Pensei que acordaria somente pela tarde, você fez tanta coisa ontem — disse ele, continuando o que estava fazendo. Notei que um livro de receitas estava aberto ao lado dele.

— E eu faria isso mesmo — ri. — Mas queria preparar algo para todo mundo.

Lorenzo se afastou um pouco da bancada e cruzou os braços.

— O que tem em mente hoje?

Pensei um pouco no que poderia fazer, uma ideia surgiu quando vi os pães de ontem numa cesta.

— Pronto para cozinhar algo brasileiro, caro companheiro de cozinha?

Ele fez uma mesura com a mão, diversão deixando seus olhos verdes ainda mais charmosos.

— Estou às ordens.

Ensinei Lorenzo a fazer rabanadas como costumávamos fazer em casa, bem como o café. Assamos o pão de queijo que meu pai trouxe, preparei um bolo de cenoura com cobertura de chocolate e fizemos suco natural de laranja.

Peguei as flores amarelas que sempre floresciam no jardim da frente e enfeitei a mesa com elas, em seguida arrumei a louça junto com Lorenzo. Além dos pratos preparados por nós, também havia presunto, queijo e pão caseiro. Inspirei os aromas misturados, senti-me realmente em casa.

Comidas que me lembravam da minha casa no lugar que se tornou a minha casa.

A todo momento, Lorenzo e eu conversávamos e trocávamos dicas, assim como ríamos de tudo e qualquer coisa. Cozinhar com ele era sempre assim, porque, na cozinha, falávamos a mesma língua. Ali compartilhávamos da mesma paixão.

E é claro, todos se deliciaram com a refeição. Principalmente Martina e Tommaso, que suspiravam a cada vez que comiam alguma coisa.

Seria tão mais descomplicado se toda a vida fosse daquele jeito, fácil de levar e cheia de momentos bons. Mas aí não teríamos metade da força que desenvolvemos com os tropeços, não seríamos quem nos tornamos devido as decepções.

Se crescer doía, então por que viver seria diferente?

O que nos dava força, eu concluí, eram momentos difíceis. Não de forma imediata, mas com o tempo. Como se as circunstâncias fossem nos amadurecendo até sermos consideravelmente mais resistentes.

Há muito mais para viver.

Sim, há. E talvez possa viver isso com ele. Com o rapaz loiro sentado à minha frente, cujo sorriso me abala, os olhos me encantam, a voz me arrepia e o coração me pertence.

O rapaz que conquistara o meu próprio coração.

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