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Capítulo - 48


Já fazia uma semana que estávamos cuidando de Peppe. Descobrimos que ele era bastante animado e amigável com quem quer que chegasse na pensão. O que era bom.

Peppe me fazia companhia noite e dia, me seguindo pela casa com suas patinhas ligeiras e orelhas penduradas por serem grandes demais. Eu havia me afeiçoado ao filhotinho, bem como todos os outros. Até mesmo Lorenzo conversava com Peppe como se ele pudesse entendê-lo, e era super engraçado de ver.

Estávamos reunidos na sala em uma noite fria, aproveitando do chocolate quente com canela e pãezinhos caseiros feitos por Martina. Ela contava como era o natal antes de seu marido falecer, como eram as festas e o tanto que ela sentia falta daquilo.

Observei Lorenzo, achando que veria vestígios de tristeza em seus olhos, contudo, havia um misto de felicidade e nostalgia. Algo que fez brilhar um sorriso em seu rosto.

Ele se virou para me olhar, mas desviei os olhos bem a tempo.

— Então por que não trazemos isso de volta? — disparei acariciando o pelo de Peppe, que estava deitado no sofá entre eu e Lorenzo.

Martina tinha um sorriso nos lábios, porém era evidente a saudade que lhe afligia por dentro.

— Façamos em memória dele, que amava tanto o natal — Lorenzo incentivou, pegando-me de surpresa.

— Ah, e como amava! — A senhora gargalhou.

— Podemos chamar os vizinhos que não tem para onde ir, que não possuem alguém para compartilhar a noite — sugeri dando de ombros.

O rapaz ao meu lado assentiu e encarou a avó.

— Isso seria perfeito, Nona, tenho certeza de que o vovô adoraria essa ideia — comentou ele.

Martina ergueu os olhos para cima, suspirou e disse:

— Ainda posso sentir o amor de Alonso nesta casa. — Seu sorriso aumentou, doce e sofrido. — Espero que, de onde estiver, ele também possa sentir nossa homenagem.

Sorri diante da força de seu amor pelo falecido marido. Eu não podia imaginar como era amar alguém com tanto fervor e então perder esse amor repentinamente. Como se seu coração fosse arrancado de seu peito com você ainda vivo.

Era tão trágico quanto ser a pessoa que vai partir.

Em alguns momentos eu esquecia que meu tempo era escasso e que pessoas sairiam feridas quando ele acabasse. Mas que é que eu poderia fazer para evitar? Como afastaria as pessoas que ofereciam tanto amor?

Senti algo diferente de pelos debaixo da minha mão. Lorenzo esticara sua mão e a enfiara por debaixo da minha sobre o dorso de Peppe, ele a girou para que seus dedos se enlaçassem aos meus.

Meu coração titubeou forte. Ele sairia ferido.


Os convites já haviam sido feitos, e muitas confirmações chegaram. Teríamos uma festa de natal esplêndida.

Quando a manhã da véspera raiou levantei-me empolgada. Era dia de comidas deliciosas, festas e presentes. E muito mais.

Desci para o café da manhã com o filhotinho no meu encalço.

Na mesa havia pães com passas e frutas secas, biscoitos de gengibre, geleias de diversos sabores e bolo de frutas vermelhas com açúcar polvilhado em cima.

Nós quatro comemos juntos e logo partimos para os afazeres. Lorenzo e Martina ficariam na cozinha cuidando das comidas, Tommaso ficaria com a limpeza do primeiro andar e eu terminaria a decoração. E Peppe... Bem, ele carregava consigo as bolinhas de natal que eu tentava juntar.

Posicionei também os presentes debaixo da nossa árvore de natal. Eram muitos, então demorou um pouco. Eu havia comprado os meus três dias atrás quando saí sozinha, tinha pensado em algo especial para cada um, além de comprar bengalas doce para os convidados.

Quando a noite enfim chegou, vesti meu suéter vermelho e saia xadrez e voltei para a sala a tempo de atender a porta para quem tocava a campainha. Ao abri-la, mal acreditei no que meus olhos viam.

Meus pais, tremendo e com as bochechas vermelhas, estavam bem ali diante de mim. Seus sorrisos satisfeitos por me surpreenderem.

Dei um gritinho ao abraçá-los com lágrimas já molhando meu rosto. Meu peito doía com tanta saudade e agora doía por finalmente tê-los comigo.

— Como vocês... — Não consegui completar a frase.

Mamãe deu de ombros com um sorrisinho e apontou com a cabeça alguém atrás de mim ao dizer:

— Tivemos uma ajudinha.

Lorenzo sorriu de volta.

Acomodei-os na frente da lareira com bebidas quentes e petiscos. Fiquei sentada entre meus pais contando tudo sobre como foram os últimos dias, minha mãe comentava a cada palavra que eu dizia. Já papai escutava com paciência e atenção, balançando a cabeça vez ou outra.

Nossos vizinhos chegaram aos poucos e logo a casa se encheu de conversas e risadas. Francesca e Filipo apareceram para desejar feliz natal mas tiveram que ir embora cedo para ficar com suas famílias.

Ao contrário do que eu imaginei, meu coração não disparou quando o vi entrar na casa. Seu cabelo um tanto bagunçado no novo corte, como se ele ainda estivesse se acostumando às mechas curtas, os olhos percorrendo a sala e nas mãos uma embalagem colorida. Jean sorriu ao me achar entre as pessoas. Corri para abraçá-lo e o que senti foi uma sensação morna, como o pôr do sol, uma alegria calma, mas profunda.

— Pensei que não viria — falei ao soltá-lo.

— E perder um jantar feito por cozinheiros profissionais? — brincou.

— Fico feliz por você estar aqui.

Ele assentiu, mostrando que também estava feliz.

— Isso é para você. — Estendeu-me a caixa colorida. — Não comprei presente para todos, então quero lhe entregar enquanto estamos sozinhos.

Ri pegando o presente. Abri com cuidado o embrulho bem feito e encontrei lá dentro um urso com um chapéu de mexicano e um pequeno violão nas patinhas. O que mais adorei foi o bigodinho em seu focinho.

Gargalhei apertando o urso contra mim.

— Não sou muito bom com presentes, mas...

— Está brincando? Eu adorei! — Abracei ele mais uma vez.

Conduzi-o para junto das outras pessoas e ele logo se enturmou. Depois passei na cozinha para ver como estavam as coisas.

Lorenzo e Martina tinham sido extremamente rápidos na preparação das comidas, de forma que tudo ficou pronto mais cedo do que eu esperava. Mal notei quando saíram para se aprontarem.

— Você está espetacular, mia cara*. — Martina beijou minha bochecha. Uma flor vermelha adornava seu cabelo rente a orelha.

— Tenho certeza que a estrela da noite aqui é você — falei, admirando sua saia brilhosa.

Após terminarmos a arrumação da mesa na sala de jantar, fomos todos para a outra sala, na qual os convidados se encontravam.

Foram horas de conversas misturadas até que desse a hora da ceia. Martina bateu uma faca contra uma taça para chamar a atenção das pessoas.

Fui para perto dos meus pais e me agarrei a eles enquanto escutava a senhora discursar.

— Quero agradecer a todos pela presença — começou. — Esta noite, além de ser uma data comemorativa, é uma homenagem ao meu querido marido, que adorava as festividades e a casa cheia. Todos são muito bem vindos à pensão Belini, onde acolhemos a todos com amor, cuidado e muita alegria. — Ela deu um grande sorriso. — Desejo-lhes um feliz natal e um jantar maravilhoso!

Dito isso, Tommaso abriu as portas da sala de jantar. Tínhamos adaptado a mesa e as cadeiras de modo que acomodasse todo mundo, e funcionou.

Era possível ouvir as exclamações e murmúrios satisfeitos vindo dos convidados ao provarem dos diversos pratos dispostos à nossa frente, cada um mais saboroso do que o outro, o que tornava difícil decidir qual deles estava mais gostoso.

Também havia vinhos de diferentes datas, uma cortesia de Mattias Ricci. Em um dado momento, Lorenzo saiu do outro lado da mesa onde estava e veio encher minha taça com o nosso vinho especial. Senti seu perfume quando ele estendeu o braço bem próximo a mim para repousar a taça na mesa. Um arrepio percorreu meu corpo.

Sorri em agradecimento quando ele voltou para o seu lugar.

Tudo correu bem, em especial na hora das sobremesas. Quis provar um pouco de cada uma, incluindo aquelas trazidas por alguns dos convidados.

Dio mio*, isso é muito bom — falei comendo uma panna cotta*.

Mamãe falava com uma das amigas italianas de Martina em uma mistura de italiano e português, pedindo a ela a receita do zeppole* que ela havia levado. Segurei a gargalhada ao ver.

Algumas pessoas foram embora logo após o jantar, sobrando pouco de nós. Jean foi um deles, por não poder ficar até o final, ele precisou ir embora. Como sempre, acompanhei-o até seu carro, o presente dele escondido atrás de mim.

— Obrigado pelo convite — disse ele ao pararmos na calçada. — E desculpe por não poder ficar mais, viajo amanhã cedo para ver minha família no México.

— Adorei que tenha vindo, significou bastante — respondi. — E mande um abraço à sua família, diga à sua mãe que mal posso esperar para conhecê-la.

Jean riu e assentiu.

— Ela vai cobrar isso — avisou.

O clima entre nós era pacífico e amigável, era bom que ainda tivéssemos o companheirismo que tínhamos desde o início.

Tirei as mãos das costas, revelando o presente que eu carregava. Ele me olhou sorrindo e com aquela expressão de "não acredito que se preocupou com isso".

— Eu sei, você não é muito chegado a presentes — disparei antes que ele dissesse qualquer coisa. — Mas eu não ligo, vou presenteá-lo mesmo assim.

Jean gargalhou.

— Você é demais — respondeu.

Ele desembrulhou com cuidado a embalagem e sorriu quando viu o que era.

Eu tinha comprado um diário de viagem personalizado, onde ele poderia fazer anotações sobre os lugares pelos quais passava, também havia um mapa que ficava grande quando aberto, ali ele poderia marcar os países por onde já passou. Cada página tinha um espaço para fotos e outras coisas.

— Para você registrar suas aventuras — falei.

Jean me abraçou forte.

— Mila, isso é incrível. Eu amei. — Era evidente o agradecimento em sua voz. Rapidamente, ele abriu a porta do carro e procurou por algo no console, depois voltou com uma caneta. Observei-o marcar a Itália e puxar uma setinha para o que escreveu em seguida: "Conheci outro espírito aventureiro, uma amiga, da qual passei a amar".

Senti lágrimas brotarem nos cantos dos meus olhos, tratei de afastá-las antes que ele as visse.

Abracei Jean mais uma vez.

— Sabe que amo você, não é? — Dei um soquinho em seu ombro.

— Eu sei, sim. — Ele apertou minha bochecha. — Preciso ir.

Assenti e apontei um dedo para ele.

— Não suma — avisei.

— Para você, nunca. — Deu uma piscadela de um jeito brincalhão e entrou no veículo.

Adiós*. — Acenei e Jean foi embora.

Meu momento favorito logo chegou, nos reunimos para trocar presentes. Tínhamos comprado lembrancinhas para cada um, assim ninguém ficaria sem presente.

Um a um, fomos levantando e indo para perto da árvore, pegando as caixas e entregando-as para seus respectivos destinatários.

Gianelle, um amigo do clube de dança de Martina, entregava os seus naquele momento.

— Mila, querida, pode pegar um pouco de água para sua velha mãe? — Mamãe pediu-me enquanto tirava fotos do grupo. Assenti e fui pegar sua água.

Encontrei Lorenzo na cozinha, apoiado contra a bancada com uma taça pela metade na mão. Seu olhar parecia um tanto distante, mas pareceu se iluminar ao me ver chegar.

— Se escondendo, hein? — brinquei.

Ele deu um sorriso bonito.

— Não gosto muito de ficar no meio de muitas pessoas — respondeu, mesmo eu já tendo notado isso antes.

— Entendo, sinto o mesmo.

Fui para seu lado e também me apoiei na bancada. Estávamos próximos o bastante para que eu sentisse o calor emanando dele. Lorenzo notou que eu o encarava, estendeu a mão e afastou uma mecha do meu cabelo, depois ofereceu a taça que segurava. Aceitei, sabendo que era o nosso vinho especial, tomei um gole grande e devolvi.

— Acho melhor voltarmos, antes que sua avó nos busque pela orelha — sugeri.

— Tem razão — concordou rindo.

Passamos juntos pelo vão que separava a cozinha da sala de jantar. Foi no exato momento que ouvimos alguém limpar a garganta, coisa que nos fez parar no lugar. Uma senhorinha de cabelos brancos, que estava descansando em uma das cadeiras da sala de jantar, sorriu para nós e apontou para algo acima de nossas cabeças.

Olhamos na direção indicada por ela e deparamo-nos com um visco natalino pendurado bem em cima de nós.

Engoli em seco ao encarar Lorenzo. Seus olhos me prenderam, de uma forma que meu coração acelerou e queimou ao mesmo tempo.

Uma vez, eu havia sonhado com Lorenzo me beijando. Acordei sobressaltada e com as bochechas em chamas, bem como estavam agora. As dele também estavam coradas, o tom rosado destacando lindamente seus olhos que brilhavam intensamente.

O sonho se tornaria realidade? Aconteceria agora, mesmo que eu ainda não soubesse definir o que eu sentia? Mesmo quando ainda não podia dar uma resposta a ele?



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TRADUÇÃO DAS PALAVRAS COM ASTERISCO*

Nonna - Avó

Mia cara - Minha querida

Dio mio - Meu Deus

Panna cotta - Sobremesa italiana de nata de leite, açúcar, gelatina e especiarias.

Zeppole - Sobremesa italiana. É um pastelzinho de massa folheada.

Adiós - Tchau

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